A sorte está
lançada! Faltam dois meses para a realização das eleições de 2020, quando serão
eleitos os prefeitos, os vices e os vereadores para todos os municípios
brasileiros. Será um pleito totalmente atípico, quase nada plebiscitário, pois,
na maioria das cidades, os eleitores terão mais de duas opções de candidatos ao
Executivo para, dentre eles, escolherem os seus preferidos. Para a vereança,
pencas de candidatos, possivelmente mais do que nas eleições anteriores, em
razão da impossibilidade de coligações para os cargos do Legislativo Municipal.
Claro que, da
data da realização das convenções, até o do registro das candidaturas, muita
água poderá correr por debaixo da ponte. Hoje, organizar a estrutura para que
um partido ou coligação, no caso de prefeitos, possam estar em campo, há
exigências burocráticas e legais que superam, mesmo, a questão financeira. Sem
um staff razoável, não há como organizar os devidos registros, as prestações de
contas, a publicidade e o cumprimento dos ritos eleitorais. No mínimo, há a
necessidade de um contador, um advogado, um organizador da publicidade e um
assessor que conheça muito bem a política. Isso tudo para cumprir as
determinações legais e poder colocar a campanha nas ruas. Aliás, este é um novo
problema em tempos de pandemia!
Quem sai
favorecido numa campanha tão atípica? Naturalmente quem já é bem conhecido do
meio político e do público eleitor, aquele que decide quem deve ocupar os
cargos, por quatro anos, a partir de 2021. E aí é que surgem os problemas para
os partidos, alguns dos quais não conseguirão eleger sequer um vereador. Digo
isso porque, se olharmos as listas dos nomes colocados nas convenções, mas que
ainda podem ser substituídos, é de assustar. Não que as pessoas não tenham o direito
de postular a um cargo, mas por faltarem, a grande parte delas, um mínimo de
condições para disputar as vagas com aqueles já tarimbados e que estão na
estrada há muito tempo. Aliás, a preparação para a política deve vir desde
muitos anos antes da primeira candidatura, o candidato deve conhecer os
caminhos pelos quais pretendem andar, as armadilhas que estão neles dispostas,
e o comportamento do ser humano, sobretudo! E conhecer um pouco a política na
prática e não apenas na teoria.
Nas cidades da
microrregião, muitos nomes sem nenhuma expressão se colocam à disputa para a
vereança. Pessoas que, se tiverem alguma liderança, esta deve ser restrita a um
pequeno círculo, talvez uma pequena comunidade, na área rural ou num bairro
urbano. E, ainda, sem uma estrutura de mobilização que, mesmo que a tenha, não
terá as mesmas facilidades havidas nos pleitos anteriores, quando os candidatos
podiam chegar direto ao eleitor, na rua, no trabalho ou em sua casa,
apertar-lhe a mão, dar o tapinha nas costas, pegar as crianças no colo, até
deixar um “agradinho”. Diante do temor do contágio pelo novo coronavírus, a
maneira e a postura como o candidato chegar ao eleitor, poderá lhe proporcionar
até a perda de votos. Claro que os partidos mais organizados terão, em seu
staff, pessoas que darão aulinhas de orientação aos pretendentes, mostrarão a
maneira como devem portar-se diante do eleitor que desejam conquistar para o
voto.
Um dos assuntos
que vem sendo debatido em Joaçaba é a questão do novo Plano Diretor. O
Município gastou com contratação de assessoria técnica, promoveu discussões,
levou três anos na sua discussão, propôs algumas alterações, mas não foi
devidamente submetido à comunidade para que conheça o que foi mudado, os
avanços havidos, se ajudou ou não na resolução dos muitos problemas que os
proprietários de imóveis e os empreendedores encontram na Prefeitura para
legalizar a situação de seus imóveis ou para novos investimentos. Falam as
pessoas: “Quando o Sampaio estava coordenando a elaboração do Plano, a gente
até ficava sabendo dos detalhes, ele respondia pra gente mesmo quando o
encontrávamos nas ruas ou nas reuniões. Agora, pouco se sabe a respeito”. Concordo com elas! Aliás, o protelamento de
decisões e ações pelo poder público não é nenhuma novidade. Os entraves são
sempre muitos, então, quem promete, não pode deixar para resolver tudo no
último ano do mandato. E, para os candidatos, vai uma pergunta: Vossa Senhoria
está contente com as ações desenvolvidas pelo Poder Público para com o turismo?
Já viu que as pessoas que visitam a área rural e não conhecem bem a geografia
do município têm dificuldade para encontrar os equipamentos e existentes e
mesmo para retornar ´para casa? Considera importante o turismo rural e a
agroindústria familiar para o fortalecimento da nossa economia e a geração de
trabalho e renda para quem mora no meio rural? Aproveito aqui para elogiar
alguns empreendimentos de Nova Petrópolis, onde o Pesque-e-pague Poço do Moinho
e a produção de embutidos, cucas, chás e artesanato estão ajudando algumas
famílias a terem seu trabalho e sua renda.
“Alea jacta est”
– A sorte está lançada! Mãos à obra, com conhecimento, habilidade, sabedoria e
boa capacidade de comunicação com o eleitor. E preparação para aceitar
resultados adversos...
Euclides Riquetti – Escritor -