sábado, 16 de fevereiro de 2013

Fogo na cueca e outras babaquices

          Não, isso não é um conto erótico. É fogo ateado com fósforos mesmo!

          Os noticiários recentes, após as tragédias que ocuparam os noticiários brasileiros e a mídia internacional, seguidamente nos trazem notícias hilárias. Seriam dramas trágicos, pois que mostram infortúnios com características de humor. Perfeitas tragicomédias, eu diria. O exemplo mais doido do ano é o do adolescente que pôs fogo na cueca, em Goiás. Para ele outorgo a "Taça Otário do Ano"!

          Aconteceu agora, no início de janeiro, quando um menino da cidade de Jaraguá, próxima a Goiânia, daqueloes doidos para aparecerem, combinou com os amigos para fazer algo que marcasse as férias dele. faria um vídeo (filmado pelos celulares dos colegas), e postaria no you-tube. Queria ser premiado num provável concurso de "as maiores besteiras das férias" ou algo que lhe valha. Então, embebeu suas cuecas com álcool e ateou-lhe fogo. Filmaram parte da cena, pois acabou a bateria do celular durante o ato desvairado. Nem para isso tiveram competência...

         Com queimaduras graves no ilíaco e no seu "pistorius", o babaquinha mor, digo menor, está hospitalizado para recuperar-se.

        Isso me remete a ver quanta bobagem as pessoas conseguem fazer, como por exemplo a do "Padre Louco do Balão" que,  em 2008,  saiu com aquele balão de Paranaguá, no Paraná, (na verdade um conjunto de 1.000 balõezinhos de festa enchidos com gás hélio),  como o objetivo de ir para Ponta Grossa. Tenho parentes e amigos em Ponta Grossa, mas só vou de carro para lá, recuso-me a ir de balão.

           E o padre acabou morto, caído no mar. Erro de cálculo, de rota, e, pasmem: acabou a bateria do celular e ele não pode comunicar ao socorro o ponto onde estava. Resultado, como diz o comediante: "Mór...rrrrreu!!! Pois Padre foi levado pelo vento, com seus balões, para o norte e não para o oeste. Parte de seu corpo foi encontrada no litoral de Macaé, há cerca de 100 Km da costa, no mar.

          Tiro a taça dele e dou para o filho do Fagundes, que queimou a cueca e estragou suas  férias.

          Mas, como é fácil de rir das desventuras dos outros, então, por uma questão de justiça, conto uma das minhas: Em 1971, terceiranista da CNEC, trabalhava no Posto Ipiranga, em Capinzal. Meus colegas, Dário, Tonico e Antenor, disseram-me que para o cabelo ficar bonito como o deste último, era bom passar óleo diesel no cabelo. Eu tinha um cabelão. Passei diesel neles e amarrei-os com um pano. Deixei meia hora, como me ensinaram. Depois, fui tomar banho. Com sabonete Lux, que shampoo era só "quem podia" que comprava. Lavei bem o cabelo e fui para o Colégio, onde os colegas da sala me pediam o que havia de errado comigo, se eu tomara algum remédio, pois estava com um "perfume esquisito". E o "Lancaster" se misturava ao cheiro do óleo diesel...

          No outro dia, no trabalho, foi muita zoação pelo  meu mico. O cabelo do Antenor Rodrigues era bonito porque ele usava "Brilhantina Glostora".  Bem feito pra mim!

          Mas, a taça, vou deixar para o menino da cueca!

Euclides Riquetti







     

     

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

As lições do Papa

          Nosso Papa,  Joseph Ratzinger, que esteve no Brasil em 2007 e encantou nossa nação, enclusive os não-católicos, monopolizou os noticiários televisivos e as imprensas falada, escrita e digital em todo o mundo, desde a segunda-feira, quando anunciou sua renúncia para o dia 28 de fevereiro. A partir de ontem, divide os espaçõs midiáticos  com o  paraatleta sul africano   Oscar Pistorius, conhecido como "Blade Runner", que conquistou duas medalhas de ouro na Paraolimpíada de Londres no ano passado.

         O atleta, cujas pernas foram amputadas ainda quando criança, hoje com 26 anos, namorava  a     belíssima  modelo nascida na Cidade do Cabo e que fez carreira em Joanesburgo, Reeva Steenkamp, 30 anos, matando-a a tiros na mansão dele em Pretória.  Alega que pensou que ela fosse um ladrão... Steenkanp era muito conhecida em toda a África do Sul, já que estava atuando como apresentadora de Televisão. Agora Postorius passa a ter outra qualificação: "Blade Gunner".

          Não é a primeira vez que pessoas bem sucedidas cometem asneiras do gênero, estragando a vida de outros e de si próprias.  Muitos casos rumorosos já marcaram a história de pessoas famosas que, inconformadas com a perda de suas companheiras ou mesmo por razões de ciúme assasinaram-nas.

          Mas, o que me chamou a atenção, em especial, foi a renúncia do sucessor de São Pedro. Ratzinger fez o anúncio no momento certo, antes do término do carnaval, dando matéria para a imprensa, principalmente no Brasil, onde o evento de diversão é o mais noticiado do início de cada ano. Não é por mesnos que dizem que, no Brasil, a vida começa somente depois do carnaval.

          As lições que o Papa nos deixa são  a do despreendimento, a da humildade, a da não ambição. E, num tempo em que ditadores lutam para manter-se no Poder, subjugando populações que vivem em condições miseráveis, em que boa parte da classe política desonra seus mandatos, apegando-se a eles, querendo o "Poder pelo Poder", simplesmente, governando "por telefone", não querendo largar o "osso" de forma alguma,  ele dá essa demonstração de honestidade, de se fundamentar em princípios pessoais valiosos e coloca os interesses de sua Igreja e de sua religião acima de tudo.

          E, sua atitude foi tão inesperada, tão inusitada,  surpeendente, que a cúpula do Vaticano anda buscando interpretar sua Constituição, pois não têm certeza, por exemplo, se ele se tornará novamente Cardeal ou Padre, se usará roupas brancas, como Papa Emérito,   vermelhas, como Cardeal, ou pretas, como Padre.

          Recolher-se-á à clausura. Tenho certeza de que ele não está-se importando com a cor da roupa que usará, nem com o título que ostentará, Mas nós, certamente, sabemos que ele deu uma grande lição a muita gente poderosa que precisava disso...

Euclides Riquetti
15-02-2013

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O Texaco e o Gasolina

          Apelido, quem já não teve um, pelo menos?  Há algum forma de esquecê-los?  Duvido!

          Para que esqueçam os apelidos da gente, só tem um jeito: mudar de cidade, voltar somente um bom tempo depois, bem mudado. Fiz isso e quase que se esqueceram dos meus. Embora tenha ficado conhecido pelo meu sobrenome, ainda há os que me identificam por eles. Na semana passada fiquei muito contente ao reencontrar os amigos lá de União da Vitória e ouvir eles me chamarem de "Alegria".

          Porém  havia uns que me chamavam de "Sorriso". E eu me acostumei com isso, à época. Ser reconhecido pelo sorriso ou por estar sempre em franca alegria era muito massa. Com os incômodos da vida muitas vezes viramos tristes. Mas sempre encontramos uma maneira de voltar a ser "alegria".

          E lembro que,  na minha adolescência,  o cara que não tivesse um apelido razoável ( se é que ter apelido possa ser  coisa razoável...) era fora do contexto. Começava pelos colegas de Colégio, isso se estendia para o campinho de futebol e ia parar lá na catequese. Não tinha jeito mesmo, e quanto mais o cidadãp esbravejava, mais o apelido pegava!

          No final da  década de 1950 havia dois postos de gasolina que eu conhecia, um em Capinzal, bem ali na Rua XV de Novembro, pouco antes do início da subidinha para o alto da XV. Não havia nem calçamento na rua ainda. No Distrito  de Ouro havia um bem no meio da Rua da Praia, onde ela se encontrava com a Felip Schmidt e, dali, havia uma subida para a Coxilha Seca. A  Rua do Comércio, hoje, chama-se  Presidente Kennedy. A Rua da Praia se transformou em Governador Jorge Lacerda na década seguinte, uma homenagem ao Governador que contruiu a Ponte Irineu Bornhausen, que liga Capinzal e Ouro, e aquela defronte à propriedade do Marcos Penso e do João Flâmia, na hoje Rua Ernesto Hachmann, centro de Capinzal. Mais tarde fecharam os dois e o João Flãmia abriu um com a bandeira da Ipiranga. Trabalhei lá em 1971, meu chefe era o Ivan Ramos, que está em Floripa. Éramos nós dois,  mais o Dário Novello, o Tonico Flâmia, O Alcides Venâncio, o Valêncio de Souza, o Antenor Rodrigues, o Nego, irmão do Ivan, o Mingo Barbina e o Tio Nica, o borracheiro.

          O Posto localizado em Capinzal pertencia às famílias Sartori e Lancini e tinha como atendente o Gasolina. O do Ouro  era atendido pelo conterrâneo lá do Leãozinho, o Texaco. Herdou o apelido por causa da Bandeira do Posto, que pertencia às Indústrias Reunidas Ouro.  O outro, acho até que era da Esso, por causa da cor das bombas.

          Essas lembranças me voltaram hoje pela manhã quando estava no centro de Joaçaba. Encontrei o Gasolina sentado num banco no Ponto de Táxi. Eu sempre o via e achava que ele era taxista. Não é. É representante da Bitter Águia, de Capinzal, há uns 35 anos.  O bitter da família do "Laco" tem muita história, tradição e qualidade. Perguntei-lhe se estava aposentado, disse que estava. E passei a perguntar sobre o Posto em que trabalhava. Disse-me que foi da Barra do Leão para Capinzal com 15 anos, em 1955. E que trabalhava dia e noite.  Perguntei-lhe sobre óleo diesel e disse-me que os caminhões eram todos a gasolina, então só vendiam gasolina. À noite vinham muitos caminhões para abastecer. Eram os das madeireiras que levavam tábuas e toras. E os porcadeiros.

          O Texaco, após trabalhar no posto,  virou caminhoneiro. Tinha um Mercedes LP 321 "cara chata". Depois foi trabalhar na Prefeitura do Ouro até se aposentar. Era uma pessoa muito honesta e bondosa. Dirigia um FORD F 13000 plataforma, para transportar máquinas pesadas. Uma vez fomos para  União da Vitória  buscar areia, isso em 1990. Estávamos construindo o Centro Comunitário de Novo Porto Alegre. Estourou um pneu a atrasamos a volta. Chegamos em casa tarde da noite. Íamos e voltávamos contando histórias e relembrando de passagens da vida. Era, realmente, um bom papo.

          Hoje, ao encontrar o Gasolina, muitas lembranças me vieram à mente. Ah, ele tinha o nome do Ivo Faccin. O Texaco, Itacir Oneido Reina. E, como trabalhei no Posto Dambrós e no Ipiranga, não posso deixar de dizer meu apelido da época, que também foi o de escola, do campinho de futebol, da catequese, da Boate Cabana. Até porque estaria sendo injusto com os que me leem no blog e não lembram quem eu era:  Eu era o "Pisca"!

Euclides Riquetti
14-02-2013



        


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A Volta do Esquadrão da Vida - (primeira parte)

          O Esquadrão da Vida voltou! Que alegria! Sentimos isso num pequeno encontro que ralizamos na última sexta-feira, 08, em União da Vitória. Fomos celebrar  nossa amizade, nossa história, nossa vida. Encontramo-nos na Lanchonete Rika, numa esquina da Avenida Manoel Ribas com a Rio Branco, no centro da cidade, às 18,30. Dos seis que convidamos, apareceram  cinco e eu: Boles Myzka, Osvaldo Bet, o  Leoclides Fraron, Celso "Breca" Lazarini, João Luiz "Milbe" Agustini e Eu(clides) "Alegria" Riquetti. Apenas o Carlinhos (Fedelho, segundo o Cabo Maciel à época), irmão do Milbe,  não veio. Acho que pensou que depois eu iria escrever alguma coisa dele no blog. O que posso dizer que ele é um bem sucedido empresário naquela cidade. Parabéns, amigão!

           Não sei porque o Osvaldo e o Fraron não tinham apelido, foram a exceção. O Aderbal Tortato, que casou-se com a "Moça da Fotográfica", era o "Pala Dura - Impencável", pela elegância com que se vestia.

          Foram cinco horas de lembranças seguidas de gargalhadas. Rimos de nossas alegrias e de nossos infortúnios. Fazer parte da República Esquadrão da Vida foi  o máximo para mim, quando entrei para a FAFI. Nossa turma era da pesada. Lembrava Leo Fra do dia em que passou numa viatura do Exército e gritou-me: "Riquetti, Rua Professora  Amazília, 408. Passe lá amanhã no fim da tarde!" E, em menos de 48 horas eu já era "do esquadrão".

          Lembro que ficamos em dez, a casa tinha cinco quartos. Uma cozinheira, Dona Lídia, fazia uma comida de que até hoje temos saudades. Era feijão, arroz, um bifinho cada um, uma salada e,  com sorte um ovo frito! E como era bom isso...

          Um dos primeiros assuntos vindo à tona foi  trazido pelo Osvaldo. Lembrava de que quando fechava o mês o Fraron chegava no almoço do primeiro sábado do mês com um caderninho embaixo do braço e dizia: "Fechei os cálculos!" Vinha com aquela cara calma de milico (era Cabo do Exército) e ia dizendo: "Não deu muito!"  Silêncio na sala, todo mundo aguardando: "Cento  trinta e seis cruzeiros!"  Noooossa, que susto! O salário mínimo era de CR$ 250,00 e isso representava mais de metade, era muito. Então, absorvido o impacto, ele tecia: "Olha, foi trocado um vidro da sala, a luz está cara... e vocês como muito!"   Daí a gente começava a pensar e concluía que, qualquer pensãozinha da cidade custava muito mais e não tínhamos todas aquelas regalias. !

          Intiquei com um que era bem cotado com a filha da cozinheira, que era bonita. Lembramos   que a mãe do Neomar Roman, Dona Elide Roman,  tia do Odacir Guiaretta, nosso colega, deixava a janela da sala aberta para que pudéssemos assistir às vitórias do Emersom Fittipaldi na F1, pois não tínhamos TV. De que um de nós tinha que sentar num botijão de gás por falta de cadeiras. E da vez que fomos ao Cine Ópera todos de blusa vermelha, que era nossa marca,  e me orientaram a peitar dois caras que estariam falando de meu cabelo. Era pra chamar pra os caras pra briga que eles me ajudariam. Peitei-os e eles ficaram com medo e fugiram. Alguns anos depois o Odacir Contini me visitou e contou que eles iam deixar que eu apanhasse, que seria meu "batismo". Já pensou se  os caras me tivessem escorado? Eu ia correr, naturalmente, pois não era de briga! O que que uma turma não faz!...

          Depois o Boles começou a contar sobre o tempo em que trabalhava no Hotel Luz, de quando comprou um táxi (Corcel I,  4 portas), de quando virou hoteleiro do Rio Hotel, até se tornar transportador. O João Luiz, que virou dono do escritório "Milbe", contava de uma briga que houve entre o Contini e o Ernani por causa de um negocio mal feito entre eles quando e primeiro comprou deste um fusca azul.  Deu um monte de tralhas e um pouco de dinheiro e o Ernani se arrependeu. Então brigaram sozinhos em casa. Quando os outros chegaram extavam exaustos.

        E eu lembrei que em 1973 o Celso "Breca" Lazarini tinha um fusca verdinho claro, ano 69. Num domingo pela manhã combinamos que nós daríamos o dinheiro da vaquinha e o Breca iria buscar o vinho pro almoço. Entrou no carro e ele não virava a chave. Pegou a Tribuna do Paraná que estava no acento do carona e começou a ler. Olhava para fora e via que nós estávamos rindo. Olhava para o vizinho, funcionário da Copel e ele ria. Começou a pensar que estavam rindo porque não conseguia fazer o carro pegar. Depois começou a se perguntar como que o jornal estava ali antes das 10 horas se costumava chegar à  cidade depois das 11. E ficou preocupado. Até que nós lhe gritamos que o carro dele ele ainda nem havia tirado da garagem. Entrara no carro do vizinho, que viera de Curitiba pela manhã e trouxera o jornal, por isso a chave não virava.  Que vergonha! Hoje ele tiraria isso de letra, mas naquele tempo a gozação durava dias.

          O Osvaldo falava das conquistas dele no Judô, quando chegou à  faixa preta. o Lazarini só escutava... O Osvaldo lembrou da sacanagem que fez com o Ernani, trocando os pés da cama turca por pedaços de cabo de vassoura que ele serrou e colocou nos lugar dos pés. o Ernani costumava tomar banho e se jogar na cama sem se enxugar. Quando ele se jogou, a cama foi ao chão e foi um escândalo no prédio do Zípperer.

         O Boles só escutava...

        Lembramos que o Funilha (vamos preservar o nome dele  que agora já deve ser um Senhor respeitável e deve ter tomado jeito) quando tomava banho,  não costumava enxugar-se e vestia as meias vermelhas ou amarelas, cor da moda da época, com os pés molhados e as meias de uma semana de uso sem lavar. E isso dava um baita chulé. Coitado do seu colega de quarto.

         Também lembramos do Dionízio Ganzala que fez 13 pontos num bolão da Loteria Esportiva. Chegou em casa e mandou a filha da cozinheira escolher uma bicicleta nova na Willy Reich que ele ia pagar. Depois pediu para o Boles mudar de quarto que ele não iria mais dormir com pobre! E, quando veio o resultado, foram tantos os ganhadores que ainda teve que tirar um pouco de seu soldo de Cabo do Exército pra pagar a bicicleta.

          Lembramos do Samonek, que sabia tudo de Latim, que falava pouco mas  escutava muito. Foi embora pro Norte e é meu amigo do facebook. Do Godoy, que fez carreira Militar e que um dia um menino que vinha lá na república foi servir e achou que ia ter moleza, mas  levou uma invertida porque o Godoy era rígido no 5º BE, verdadeira linha dura. E não deu moleza pro amigo. E, enquanto isso, o Fraron contava piadas. Não me davam chnces de falar...

           Depois, o Boles nos contou sobre um infarto que teve, três dias de UTI, intervenção nas coronárias e agora já está tomando sua cervejinha. E, com muita alegria, presenteou-me com um CD de seu filho "Paco Gaitista" e um livro do outro filho, Marcus Vinícius Myzka, o Vlad MySZka,  "Tipologia dos Desavisados", revisado pela minha professora Fahena Porto Horbatiuk, que recomendo . É um jovem ecritor de quem ainda muito ouviremos falar. E o Osvaldo me executou duas dezenas de músicas com sua gaitinha de boca: começou com Imagine e terminou adivinhe com o quê?

Don´t cry for me, Argentina! Quanta emoção, quanta alegria, quanta felicidade!

Euclides Riquetti
130-3-2013








  

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O pós-carnaval em Joaçaba - Aliança é a Campeã

          Ontem à noite aconteceu a segunda noite de desfiles em Joaçaba. O tempo ajudou e isso facilitou a beleza do espetáculo. Tirei para fotografar muito nesse carnaval. Andei por todos os cantos, no sábado e na segunda. Voltei hoje ao local do evento. O pós-carnaval é triste...

          Estive no Hotel Joaçaba, aqui perto de casa. Disse-me a atendente que na noite de sábado houve lotação e, pelo que se viu de carros no estacionamento, o mesmo aconteceu na que passou. Mas que o movimento do ano anterior foi maior, que as pessoas ficaram 4 ou 5 noites. Neste ano vieram nos dias específicos somente.

          Encontrei muitos amigos no desfile, já que andei por diversas vezes na concentração das 4 escolas. Muitos de Capinzal e Ouro. Casais jovens com os filhos pequenos já desfilam, todos.  Durante o dia fui às compras e identifiquei muitos turistas de fora. A Dirlei Rofner, de Treze Tílias, disse-me que trouxe  turistas estrangeiros que estavam lá hospedados. Aquela cidade trouxe muitos integrantes para a Aliança, que conta com o patronício de um laticínio de lá, dentre outros. Reencontrei também o Elmir Bender, o Gorduchão, locutor da Rádio Catarinanese. Ele me abordou, chamou-me pelo nome. Só o reconheci pela voz. Conversamos rapidamente e eu fiquei muito contente em revê-lo.

          Todas as escolas estão  com um altíssimo nível. Veremos, daqui a pouco, qual será a campeã de 2013. As que não têm o poder que a Aliança tem, compensam tudo com muita criatividade. E com muito samba no pé. Aliás, as baterias são todas excelentes.

          Com o Carnafolia sendo realizado nas proximidades do Campus II da UNOESC, muitos jovens nem assistem ao desfile, o que quer dizer que estava muito fácil trafegar por todos os lugares, a pé, naturalmente. E só vi dois bebuns em estado "avançado". Conversei com policiais, muitos vindos de outras regiões do estado para garantir a segurança,  e disseram que estava tudo tranquilo. Os daqui  acham que com o Carnafolia em outro local, não mais na Praça da Catedral, o centro e as avenidas ficaram mais para os "comportados".

          Por falar em comportados, eu estava preocupado em ver como ficou o desfecho daquele casal em que a mulher fez uma baita cena de ciúmes. Pareceu-me que vira  ela que estava lá no "bolo" da largada. E era mesmo. Tinha um aparelhinho luminoso na cabeça, pareciam duas orelhas de coelho levantadas. Acho que a situação fez parecer que eram dois chifrinhos... estava o casal de mãozinhas dadas, faceirinho. Mas adiante, fui até o carro alegórico onde o marido tinha a função de empurrador.

         Perguntei aos colegas dele sobre o final da história e me disseram que ele a convenceu a continuar com o seu casamento. Ainda bem!  Em seguida ele apareceu e disse-me que "foi apenas uma brincadeirinha", mas que o episódio estava superado. Flauteei com ele também, disse-lhe que o elegera o "azarado do carnaval". Tirei uma foto dele com os amigos. Ficaram contentes porque os outros  só fotografam as pessoas com fantasias e os carros. E ele acabou virando meu amigo, mas quer uma foto...

          Vou fazer uma seleção das melhores fotos que obtive, das partes bonitas e também das  não tanto bonitas. Fotografei umas beldades e os carros alegóricos, todos.  As madrinhas das baterias eram as mais requisitadas para fotos. Todas as pessoas estavam com suas fantasias impecáveis, inclusiva as centenas de crianças que desfilam. Para todos eles o carnaval é parte integrante de sua história.

         Hoje pela manhã fui "dar uma banda" no centro. Com a filha Carol e a neta Júlia. As escolas tinham levado quase todos os carros embora. Mas os que restavam encantaram a Júlia. Queria tocar nas alegorias, ficou encantada. Algumas pessoas  estavam retirando adereços  componíveis dos carros para deslocá-los para seus barracões. E fiquei imaginando quanto trabalho tiveram, durante um ano, para deixar eles assim, tão bonitos. E, agora, guardar o material, comemorar ou reclamar dos resultados.

           Havia, nesta manhã, muitos jovens na cidade. Três garotas de São Lourenço do Oeste estavam defronte o Príncipe Hotel, conversei com elas. Disseram-me que pouco viram dos desfiles porque o objetivo delas era estar no Carnafolia. Havia muita gente de  óculos escuros nas lanchonetes, mesmo sem sol.

          No pós-carnaval temos sempre pelo menos uma semana de lamentações dos que não foram campeões. Acham defeitos nos jurados, na Liga, na Imprensa, em São Pedro. Neste ano não vão poder culpar nosso primeiro Papa por nada, pois ele até que ajudou muito, não mandando chuva na hora do espetáculo. Então, vamos "incluir ele fora dessa!" No anos passado as reclamações foram durante pelo menos um mês, com promessas de desistência dos desfiles. Mas, como sempre, voltam no ano seguinte!

          Cinco carretas e uns 20 homens estavam desmontando arquibancadas e camarotes nesta manhã. A cidade quase deserta. No ar um cheiro horrível, apodrecido,  de cerveja. Em todos os lugares. Caminhamos, livremente, pela avenida XV. Agora, só lembranças.

           A apuração dos resultados foi finalizada há instantes. Lembro que a "Acadêmicos do Grande Vale", estreante, não compete, apenas faz sua apresentação. A diferença entre o segundo e o terceiro colocados foi de apenas dois décimos.

Terceiro lugar:  Escola Unidos do Herval
Vice-campeã: Escola Vale Samba
Campeã: Escola Aliança



Euclides Riquetti
12-02-2013





         

     

       

Eu sou o vento

Eu sou o vento
Que acaricia seu rosto
Que alisa seus cabelos
E afaga seu pensamento.

Eu sou um  vento profeta
Que venta em todas as estações
Que sopra em toas as direções
Sou um  vento que se disfarça de poeta...

Eu sou o vento que sabe o que você pensa e  diz
Que se porta como um mago  adivinho
Que vem e vai de mansinho
E que, sendo profeta, prediz!

Sou vento, sim, apenas um vento assim
Assim,  com mãos para acariciar
Com lábios para te beijar
E coração pra te querer pra mim...

Euclides Riquetti
12-02-2013

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A Renúncia do Papa Bento XVI

          O Papa Bento XVI surpreendeu o mundo com o anúncio de sua renúncia, prevista para o dia 28 de fevereiro. Com isso, dá uma demonstração de despreendimento, maturidade e aumenta sua credibilidade perante o mundo, ao contrário das pessoas que se agarram, incondicionalmente, ao poder.

          Bento XV, nascido Joseph Ratzinger em 14 de abril de 1927, em Marktl, na Alemanha, está no comando do Vaticano desde 1º de setembro de 2005, quando substituiu o Papa João Paulo II.

        Ratzinger, com doutorado em Teologia, fala seis idiomas: Alemão, Italiano, Francês, Latim, Inglês e Castelhano. E tem conhecimentos de Português, Grego Antigo e Hebraico.

         Como justificativa para a renúncia, diz estar com a saúde um tanto debilitada, sem energia suficiente para comdar a Igreja Católica e Apostólica Romana no mundo. É um tapa na cara de todos os ditadores e maus políticos que lutam para se perpetuarem do poder, mesmo sacrificando seus compatriotas.

          Nosso pianista  Sumo Pontífice assumiu o cargo em meio a denúncias de abusos sexuais de crianças por sacerdotes, os padres pedófilos que envergonham a classe.

          E anuncia num momento muito apropriado, a época do Carnaval.Vamos iniciar a Quaresma com fortes motivos para a reflexão. E sua renúncia vai povoar os noticiários de todos os veículos de comunicação do mundo.

          De minha parte, espero que as pessoas, de uma forma geral, venham a refletir muito sobre as péssimas condutas de pessoas comuns e de autoridades em nosso país. Vamos propor a preservação da vida, a seriedade, o respeito para com nossos semelhantes. E espero que todos os ditadores, e mesmo os democraticamente eleitos que não honram o voto que lhes foi conferido por seus eleitores, também imitem o corajoso ato de nosso Papa Bento XVI. Mas duvido que isso aconteça, embora que seria o momento para uma grand faxina ética!

Euclides Riquetti
11-02-2013

Com velhos amigos de União da Vitória

          Tirei dois dias para visitar meus amigos de Porto União e União da Vitória, cidades onde morei de 1972 ao início de 1977. Foram cinco anos de muitas ralizações, muitas conquistas, as mais importantes de minha vida. Deram-me a base para tudo o que fiz, senti, vivi e realizei nos últimos 36 anos.

          Reencontrei minha irmã e seu marido, o Luiz Fernando Ghidini a as filhas Rafaela e Roberta, no Restaurante X-Burger, que há 35 anos está lá estabelecido, provavelmente o mais antigo das cidades gêmeas do Iguaçu. Sempre é bom rever pessoas em bons momentos, não em ocasiões que se impõem. Depois, iniciei uma via-sacra: Fui à FAFI, onde formei-me em 1975 e à Mercedes-Benz, onde trabalhei durante todos os anos que lá morei.

          Na FAFI, procurei pela Biblioteca, onde fui recebido pela atenciosa Juliana e a Sra. Rosana, que há alguns meses me enviou dois poemas meus que constam no livro Prismas, volume IV, editado pelo saudoso Nelson Sicuro, meu professor de Português. Não fiquei com nenhum exemplar desse livro porque os distribuí. E, na época, meu dinheiro permitiu-me apenas comprar cinco volumes...  Peguei na mão, há um lá. Desfolhei as páginas, revi poemas de meus colegas de turma. Também obtive uma relação dos formandos de Letras/Inglês de 1975, facilidade que a informática nos proporciona.

          Visitei a Mercedes-Benz, lá na BR, onde fui recebido pela Ildemara Bet, atenciosa. E reencontrei o Chuiquinho, amigo que trabalhou lá comigo há 40 anos. Está lá ainda como ferramenteiro, com limitação na vista, mas firme e forte. Agora é o "Seu Chico", não mais o Chuiquinho, irmão do Altamiro Beckert, com quem eu trabalhava também.  É muito gratificante que uma pessoa simples como ele continue ali, tenha o carinho dos colegas. Também andei pela seção de peças, atendido pelo Anderson e pelo Karpinski, este trabalhando lá há mais de 30 anos. E revi o Toni Tonet, depois de 18 anos. Se as pessoas ficam tanto tempo assim numa empresa,  é porque elas fizeram sua parte e por isso são valorizadas.

          Tanto na FAFI quanto na empresa,  fiquei emocionado e feliz ao mesmo tempo. Chegar lá e sentir a energia que deixamos há mais de três décadas, olhar para livros, objetos ou mesmo prateleiras, é voltar ao passado, trazer de volta aquele sentimento saudosista que se escondre em nossa alma.  E isso, para mim, é impagável. Cada um valoriza as coisas pelo que sente por elas, e tenho forte sentimentos ligando-me àqueles lugares...

          Depois, comecei minha peregrinação para encontrar amigos que trabalharam comigo. Reencontrei o Silvestre Schepanski, que me dicas de onde estão, agora, o Alcir Teixeira e o Osni Vila Nova e o Vilmar dos Santos. Marquei para fazermos um encontro com todos os outros colegas e vamos fazer isso logo.

          Quando procurei pelo Alcir, fui até onde ele tem sua oficina mecânica e perguntei a umas pessoas que estavam ali: ´"Vocês poderiam me informar onde é a oficina do Sapo"? Fui colega dele, antigamente. Um me disse: "Ih, você chegou tarde, ele morreu faz um mês!"  "Três meses", disse o outro!  E começaram a teimnar entre eles, seriamente. Eu, entristecido, pensava: "Se tivesse vindo um pouco antes, o teria encontrado!"

          Depois de encenarem bastante, um deles falou: "Olha, não é bem assim, ele não morreu mas é a mesma coisa que tivesse morrido. Veja, está ali embaixo daquele caminhão fazendo um conserto. Olhe bem e veja se ele não tem cara de morto!"  - Ri muito!!! Ele estava lá, envolvido em consertar um velho caminhão, com seu costumeiro macacão azul marinho sujo de graxa, como nos velhos tempos. Abraçamo-nos, rimos muito. Foi bem do jeito que costumávamos brincar em nosso tempos de jovens, quando tínhamos 40 anos a menos cada um e ele jogava bola no São Bernardo.  Uma grande alegria reencontrá-lo...

          Visitei outro colega que o Silvestre me indicou, o Osni Vila Nova. Cheguei em sua oficina e lá estava ele, com a mesma cara de 1977, quando vim embora, naturalmente que marcada por todos esses anos. E fui seguindo uma orientação que o Silvestre me deu: Era para chegar lá me apresentando como "Inspetor de Qualidade da Mercedes-Benz". Ele jamais iria me reconhecer, pois da última vez que nos vimos eu era um palito de magro e tinha aquele cabelão, bem diferente do que agora.

          Pedi licença para falar com ele. Estava lidando com um caminhão, fazendo consertos mecânicos, com um ajudante. Lasquei, sério: " Boa tarde, estou realizando um estudo para avaliar o desgaste que ocorre nas coroas e pinhão do diferencial dos caminhões L-1113, aquele conjunto de nº 322 350 18 39, o senhor se dispõe a me ajudar? Não o atrapalho? Ele limpou as mãos com uma estopa e fez menção de deixar o serviço para me atender. Falei: "Não quero que pare seu serviço, pois sei que as horas são preciosas, pode continuar a trabalhar que eu faço as perguntas.... Mas não aguentei. Pus-me a rir, e ele disse que conhecia minha voz de algum lugar, mas que não sabia quem eu era. Identifiquei-me, nos abraçamos e rimos muito. Apresentou-me dois de seus três filhos que estavam lá trabalhando com ele, falou-me do irmão Vilson, que está em Joiville e que era meu colega. Foram minutos memoráveis para mim.

          Tiramos fotos juntos, na oficina, e em frente a um caminhão seu. Fiquei contentíssimo em ter reencontrado aqueles amigos e nos prometemos fazer um encontro futuro. Disse-lhe que, quando trabalhávamos na Mercedes, ele era o único dos mecânicos que ia para a aula, fazia em então segundo grau. Com essa formação, ficou diferenciado e hoje possui sua própria empresa,  bem estruturada.

          Ele me mostrou o caminho para uma loja de peças onde trabalha o Vilmar dos Santos, meu colega de seção de peças lá no Mallon. Cheguei, reconheci-o. Não mais o menino de cabelo preto e comprido. Agora, um senhor grisalho, de óculos, que atendia com muito conhcimento os clientes que chegavam Combinei com o que me recebeu que ele não falaria quem eu era até que o Vilmar me atendesse. Saí pedindo peças pelo número delas, que guardo na minha memória até hoje. Ele não me reconheceu de imediato, mas depois acabou lembrando-se, disse que pela minha voz. Mudamos muito, todos nós, afinal, saí de lá em fevereiro de 1977, há exatos 36 anos. E só agora tive tempo para reencontrá-los. Fui matar a saudade...
          As horas que passei com meus antigos colegas de trabalho foram gratificantes. Lembramos, com o Silvestre, dos  mecânicos Miguel, Padilha, Justino, do chapeador Luiz Ribeiro, do ferreiro Pedro e seu genro Aírton, do Altamiro, do Mauro, do Eloi Cachoeira, do Solon Dondeo, do Carlos Konart, do Romeu da Silva, do patrão Jorge Mallon, do torneiro Mário, que tinha poucos cabelos mas que puxava os do lado para sobre o teto, para esconder sua careca. Lembramos das meninas, a Margarete, a Sueli, a Ivonete e até da  Sandra Probst, a musa do escritório, que foi para fazer sua vida em Curitiba.

          Foi só alegria o tempo que passei com meus colegas. E, na sexta-feira à noite, reuni-me com seis amigos da República Esquadrão da Vida. Relembramos e rimos muito das sacanagens que fazíamos uns com os outros. Mas isso é uma história que vai ter seu capítulo especial, em breve...


Euclides Riquetti
11-02-2013


         


         

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Carnaval em Joaçaba - Primeira noite

          Foi realmente um grande espetáculo o desfile das escolas de samba de Joaçaba e Herval D ´Oeste que aconteceu na noite deste sábado, 09, na Avenida XV, em Joaçaba. Aproximadamente 4.300 sambistas "passearam pela avenida". Considerando as equipes de apoio e cobertura, o número pode chegar a 5.000.

          O desfile iniciou-se às 22 horas de sábado e foi até depois das 03  da madrugada de domingo.Foi aberto perlo rei Mom  Luiz Girão,  e pela Rainha do Carnaval Jenifer Nascimento, que encantaram os presentes  saudando-os e conclamando-os  a entrar no clima de carnaval.  Jenifer é uma bela jovem que contagia a todos.  Depois, vieram as autoridades presentes.

 Observou-se muita agilidade em tudo e diminuiu o tempo de intervalo entre a apresentação de uma escola e outra, pois foi introduzido um segundo carro de som, não havendo necessidade de se esperar que o utilidado por uma escola tivesse que voltar para apoiar a outra. É visível a melhoria da capacidade de organização da LIESJHO, entidade responsável pelo desfile. O jovem Engenheiro Felipe D ´Agostini, que sucedeu  Gilmar  Bonamigo na presidência da entidade,  mostrou maturidade, grande capacidade de articulação, organização e muito dinamismo. Se houve falhas, elas foram imperceptíveis.

          Sem atrasos, sem improvisações, tudo muito bem planejado. E, por sorte, a chuva antecipou-se e veio à tarde. Na noite, no céu, apenas a beleza dos quatro shows pirotécnicos que precederam a largada de cada uma das escolas. A Poderosa Aliança fez o céu colorir-se por demais. É uma escola liderada por pessoas muito influentes aqui em Joaçaba. Chamam de "a escola dos médicos", mas ela congrega também fortes lideranças empresariais. Seu poder de fogo é estupendo. Adquirem boa parte dos seus materiais para a confecção de fantasias no Rio de Janeiro, cidade de onde vêm os jurados.
          A primeira escola a adentrar a avenida foi a Vale Samba. Fundada em 1979, com 15 títulos de campeã já conquistados, é a atual bicampeã. Levou 1.200 sambistas, distribuídos em 21 alas, e colocou 5 belíssimos carros alegóricos. A Vale tem o samba no pé há muitos anos. Seus integrantes já são tarimbados. Rapazes e belas mulatas chamam a atenção da platéia.  É a que tem o maior número de torcedores, seguramente. O enredo "Por toda Santa Catarina, com muito amor, rogai por nós", homenageou a padroeira do Estado e nossas belezas naturais. Também o clube de Futebol Avaí, da Capital Catarinense, que tem as mesmas cores que a Vale.  A escola perdeu integrantes que conhecem muito de carnaval e fundaram, para este ano, uma nova escola, a Acadêmicos. Mas seus torcedores são muito apaixonados por ela e, nas arquibancadas, sabem a letra de seu samba-enredo de cor.

          Por volta de meia-noite, saiu a Unidos de Herval, que está na área desde 1981, oficialmente. É a que tem que ralar muito, todos os anos, para ter seu desfile bancado. Não têm a estrura das duas grandes, mas sabem de samba como poucos. São todos uns verdadeiros malabaristas. Embora não tenha abocanhado títulos, em termos de notas ela fica sempre bem colada na Vale e na Aliança. Seu enredo "Alquimia curativa, a luta para a vida", faz referência aos poderes das ervas medicinais, que já curavam as pessoas muito antes de se criarem os fármacos. A escola que representa a cidade de herval D ´Oeste apresentou 1.200 sambistas em 15 alas e 4 carros alegóricos. Tudo muito harmonioso, muito bonito. Justamente por não terem muito dinheiro para bancar sua participação, usam de mais criatividade no aproveitamento de materias simples, baratos, mas comnpondo peças muito bem desenhadas.

          Por terceiro desfilou a poderosa Aliança. É visível o grande poder aquisitivo de seus adeptos, embora, como as outras, tenha grande contingente de integrantes "da base". Seus arros alegóricos e fantasias têm acabamentos perfeitos. Usam material de altíssima qualidade, inovam muito. Observava-me um simples espectador sobre os detalhes do acabamento das alegorias. Tudo muito perfeito. Querem recuperar o título que não veem há dois anos. Seu sentimento de união, na largada, era infinito. Diziam-me amigos que por ela desfilam que só detalhes técnicos ou eventuais atrapalhos tiram deles o cobiçado título neste ano. Mais de 1.300 integrantes distribuídfos em 17 alas e 7  carros alegóricos de muito luxo, apresentaram o enredo: "Sou o sete... meus mistérios não são tão sérios", em que fazem referência a uma série de analogias em torno do número 7. Já foi 7 vezes campeã, embora seja mais jovem que a Vale e a Unidos, tendo sido fundada em 1984.

          A última escola a desfilar foi a estreante Acadêmicos do Grande Vale. Já em seu primeiro desfile, colocou 550 sambistas em 14 alas e 2 carros alegóricos, um deles uma espécie de teatro ambulante. A Acadêmicos é capitaneada pelo carnavalesco Jorge Zamoner, seguramente o homem que mais conhece carnaval em Joaçaba. É um faz-tudo: Professor, ator, carnavalesco. Pega a caminhonetinha e corre atrás de costureiras para que produzam as fantasias que seu time cria. O enredo "Pintando o sete, fazendo arte, a acadêmicos promete um espetácuilo à parte", homenageou as outras escolas. Uniu experientes e jovens. Fizeram bonito e vão ficar muito fortes. Em meu ver, em menos de cinco anos estará  igual às demais, disputando o título. Homenageou também um de seus fundadores, o jornslista João Paulo Dantas, que faleceu em 20 de janeiro, em  acidente precedido de ataque  cardíaco, quando voltava de Itá, onde tinha ido tratar  de carnaval. Aliás, a própria Liga homenageou o carnavalesco que deixou saudades...

          As baterias, o conjunto de puxadores de samba, os casais de mestre-salas e porta-bandeiras são de primeira linha. E os sambistas estão sempre sorrindo, posando para fotos, mostrando que estão muito bem preparados e orientados pelas suas escolas.

          Não observei incidentes, apenas um caso em que a esposa, morena e forte, flagou seu marido querendo fazer gracejos para uma loira e a mulher dele chegou bem na hora. Estava na equipe de apoio do último carro e ela veio lá do meio daquela multidão de pessoas a passou ali bem na horinha. Para ele, o troféu de "azarado 2013". Enquanto ele tentava se justificar, com a ajuda de dois amigos, havia uns outros 12 para zoar. Ela dizia que, na manhã de domingo, ia jogar todas as roupas dele pela janela.... Não sei como conseguiu se sair dessa...

          De qualquer forma, nosso carnaval, agora indiscutivelmente "o melhor de Santa Catarina", é um espetáculo que encanta a nós, a nossa região, e aos turistas que nos visitam.

          Agora é esperar pelo desfile de amanhã, valendo nota para os jurados. E vamos ver se aparecem as surpresas. Para a noite das avaliações, costumam trazer atores globais e outros famosos. Vamos aguardar. E rezar para que o azarado possa reverter a situção inglória em que se meteu...

Euclides Riquetti
10-02-2013