sábado, 21 de outubro de 2017
Pópo, o que o Nono tá fazendo?
-- Pópo, o que que o Nono tá fazendo lá no parreral?
-- Tava lá bestemando porque deu uma martelada no dedo. Foi pregá aquela cerca que o cabrito fugio e veio o cachorro correndo. Ele se assustô e como tava com o martelo alevantado, marretô sem olhá e machucô o dedão da mão isquerda, que segurava o prego. Disse um monte daqueles pórqui que costuma dizê quando tá brabo. Então, pra se distraí ele foi lá pro parreral. Mais é bestema em cima de bestema...
-- Conheço bem teu Nono, tô cum ele zá faiz quarenta ano. Falei que queria vendê tudo e i morá na cidade que tô cansada de tanto carregá ceston de miio. Quero i morá lá no Nova Bassano que tem uns amigo lá, os Dalla Costa. Imazino que vamo sê bastante felice por lá.
-- Ma Nona, eu num queria saí daqui do Paraí. Tenho condução pra i na iscola e gosto muito de meus amigo.Será que vô me acostumá lá?
-- Ora, veza só! Tudo lugá é bom de morá se a zente tem um dinherinho guardado e aposentadoria. O Nono zá tem zente interessada na nossa terra e vamo vendê fora tudo que é traia. Seza bonzinho e lá vamo assiná uma internete daquelas que pega bem. Aqui na colônia nun tá pegando bem. E quero vê tua mãi no computador que ela mora em Veranópolis.
-- Ebaaaa! Se é assim, vamo logo!
-- Agora seza brao, vai lá e traze o Nono pra casa que vô passá uma pomada no dedão dele. Depois limpe bem a cuia que vamo fazê um gostoso de um cimarón. E lave bem os pé que hoze troquei os lençol!
Euclides Riquetti
21-10-2017
Está chovendo agora, amor!
Está chovendo agora, amor
Enquanto você dorme...
E eu não quero que você acorde
Quero apenas que sonhe comigo
Um sonho de fantasia e de cor!
Estou pensando agora, amor
Enquanto a chuva cai de mansinho
E eu estou aqui sozinho
Desejando estar ali contigo
Pra lhe entregar uma flor...
Estou sonhando agora, é quase dia
E imaginando apenas nós dois
Uma cuia de chimarrão e depois
Um abraço bem mais que de amigo
E então nos perdermos, guria!
Veja, está chovendo muito, amor...
E eu estou escrevendo este poema
Cujo teor, cujo tema
O tema que eu tanto persigo
É o romance, sem sofrimento, sem dor!
Euclides Riquetti
21-10-2017
Choveu no início da noite
Choveu no inicio da noite e a chuva que lavou minha alma
Veio dócil, suave, fresca e calma!
Choveu para dar alento aos corações aflitos
Para dar muita paz aos seres em conflito!
Choveu pingos que pareciam gotas de cristal
E que se desmancharam na pele de teu corpo escultural!
Choveu quando eu buscava a melhor das inspirações
Para compor-te um poema e expressar minhas emoções!
Choveu! ... e a chuva fina que molhou teus cabelos macios
Chamou-me a acariciar teus ombros belos e esguios!
E, enquanto chovia, e eu viajava pela imensidão do universo
Compus-te este poema simples, com estes meus versos...
Para ti!
Euclides Riquetti
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
Maravilhas do Vale do Iguaçu - conheça!
Jardim Botânico Faxinal do Céu - Pinhão - PR - uma das Maravilhas do
Vale do Iguaçu.
Vale do Iguaçu.
A Vantur Turismo convida você
conhecer as Maravilhas do Vale do Iguaçu, através de Intercâmbio de Cultura e
Turismo entre nossas cidades e o Sul do Paraná, visitando o Jardim Botânico Faxinal do Céu, onde estão
plantadas todas as espécies de árvores do mundo, em Pinhão; bem como Bituruna,
a Terra Paranaense do Vinho e da melhor comida italiana, e passagem pela barragem
da Usina do Foz do Areia; Porto União
da Vitória, a Capital do Steinhaeger, com seus atrativos turísticos e sua bela
história. Neste dia 11 de novembro, com volta no dia 12, saída de Capinzal e
Ouro às 5,00 horas da manhã. Valor R$ 350,00 inclusos ônibus, hotel e 4
refeições.
Participe do Projeto Maravihas do
Iguaçu, uma iniciativa da VANTUR TURISMO, em parceria com o Agente Cultural Euclides
Riquetti.
Contatos:
Vantur:
3555-4608
Riquetti:
35224874 e 999222188 ou Whats-app: 998355239
Viagem de
turismo e cultura é com a VANTUR!
Fala quem sabe... em homenagem a Edgar Lancini, Vítor Almeida e Ivo L. Bazzo
Diz o amigo e "patrão", Mário Serafim, do Jornal Cidadela, aqui de Joaçaba, onde escrevo minha coluna "Euclides Riquetti" que, nos primeiros tempos, se intitulava "Do Alto da Cidade": "Se não entendeu, posso desenhar"! Sem querer ser arrogante, imagino que, quem não consegue interpretar, não interpreta nem desenhos. Então...
O que me leva a escrever sobre a capacidade de as pessoas falarem em público é um certo nível de indignação com o que dizem as pessoas em suas entrevistas no rádio aqui em nossa região, a maioria políticos e muitos funcionários públicos. Aliás, os noticiários dão pelo menos 80% de seus espaços para os políticos. Há uns 10% para as notícias policiais e o espaço restante é dividido entre entidades e, raramente, para a manifestação do cidadão comum, o vivente que vive os dias de insegurança, inquietação, até necessidades...
Alguns que se estão colocando como "soldados a serviço do partido", olhando para o cargo de prefeito, não conseguem pronunciar os "esses" dos plurais. E tropeçam nos "as" e nos "es" dos subjuntivos e dos imperativos. Falam muito o tal de "a nível de", em vez de "em nível de"... Imagino pessoas assim falando na televisão em campanha eleitoral e nos debates e a gurizada copiando e espalhando pela internet para os amigos, zoando de tudo...
Falar que gostam de dizer "de encontro" em vez de "ao encontro é redundância. E muitos jornalistas, formados, também cometem os mesmos erros. As locuções verbais, agora, estão ficando mais longas: o evento "vai estar acontecendo" na Praça tal e nós "vamos estar distribuindo" pipocas às crianças que "poderão estar brincando" nos brinquedos que "estarão sendo instalados" para que elas possam "estar se divertindo". Hummmmmmm!!! Tal comportamento linguístico é peculiar em profissionais que atuam na área da saúde e ação social, envolvendo toda a sorte de gente diplomada, pós-graduada, concursada e devidamente nomeada". Acho que, nos próximos anos, "deveremos estar convivendo" com esse tipo de linguagem.
Toda a proposta de reflexão aqui "colocada" (antigamente eu diria "exposta"), é para eu dizer ( e não para "mim dizer"), que cada um assassina o vernáculo da maneira que mais lhe apraz. De minha parte, faço isso para me divertir.
Ora, não ter um razoável domínio da língua oficial é perdoável. Tivemos até um presidente que dizia que não gostava de livros, temos jogadores de futebol que mal sabem escrever o nome e desfilam nas ruas com seus carrões (mas não jogam nada, são apenas produtos da mídia), alguns tais de ex-BBBs que pouca massa encefálica têm (há exceções, claro!), e todos recebem aplausos e ganham bem para mostrar-se em público, quer dando palestras, quer mostrando seus cortes e tinturas de cabelos exóticos, suas tatuagens "muito massas" quer desfilando modelitos, ou apelando pra algum tipo muito fácil de se promover. Mas, para as pessoas se apresentarem como candidatos a algum cargo público que, além de currículo bom, também que se apresentem com elevado padrão de caráter e um nível mínimo de boa comunicação. Principalmente combinando os plurais dos substantivos com o dos adjetivos.
Há quatro anos e meio, publiquei este comentário num portal que trazia matéria sobre um curso de oratória em Caínzal:
" Euclides Riquetti
16/04/2013 - 23:24:47
Uma vez um cidadão pediu-me para que eu o ajudasse a aprender a falar em público. Indaguei-o sobre que tipo de leitura fazia habitualmente, se lia livros, revistas, jornais. Disse-me que não. Então, falei-lhe que eu não tinha tempo e que ele deveria procurar outra pessoa. Ora, se alguém que aprender a falar, primeiro precisa desenvolver um bom domínio da língua e isso se conquista com muita leitura. Não adianta apenas obter níveis de estudos básicos ou graduação se não houver a necessária busca do saber e do desenvolvimento da linguagem através dos livros. Vou dar dois exemplos de excelentes oradores que não tiveram elevada graduação, mas dominavam muito bem a fala e a escrita: Edgar Lancini e Ivo Luiz Bazzo. Acho que os cursos servem para que o orador consiga um determinado nível de autoconfiança. Mas o mérito da oratória está na inteligência e no interesse pela leitura e a escrita."
Ivo Luiz Bazzo, o primeiro à esquerda, em pé,
no início da década de 1970, então Prefeito Mu-
nicipal em Ouro - SC, com time de futebol
composto por servidores e amigos dele.
Então, fica minha homenagem sincera a dois homens públicos com quem convivi, que viveram com humildade, que "nunca frequentaram faculdade", mas que detinham conhecimento e eram idealistas de nossa política: Edgar Lancini (grande orador) e Ivo Luz Bazzo (excelente administrador). E estendo minha homenagem ao saudoso advogado, político e escritor Dr. Vítor Almeida também.
Euclides Riquetti
Prefeito Municipal em Ouro - SC -
1989 - 1992 - escreve sobre política,
economia e gestão pública no Jornal
Cidadela, de Joaçaba - SC
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
Flor de sálvia
Flor de sálvia, tão bela como a do alfazema
E enfeita as manhãs azuis em meu jardim
Enquanto teu sorriso bonito habita em mim
E me inspira a te compor mais este poema.
Flor de sálvia, a dos aromas indescritíveis
A me encantar com sua cor de azul violeta
Contrastando com a doçura da amora preta
Que mordes com teus lábios mais incríveis.
Flor de sálvia, eu te eternizo neste escrito
Para que tu a cheires e sintas os seus odores
E guarda-a como uma das mais belas flores
Tão bela quanto o céu é vasto e é infinito!
Euclides Riquetti
19-10-2017
terça-feira, 17 de outubro de 2017
Nas brancas areias das dunas
estivemos ali há duas semanas...
Vêm as ondas verde-esmeralda banhar meus pés
Enquanto o vento atiça as brancas areias das dunas
Lá nas águas jazem as negras galés
Quando as vagas se requebram em alvas espumas.
Nas cinzentas manhãs do pré-verão
As verdades rebatem à minha porta
E uma dor leve açoita meu coração
Que já não tem certeza de que você se importa.
E em cada grãozinho de areia trazido
O despertar de um sentimento já adormecido
Reanimado pelas águas que balançam.
E em cada corpo que baila, bronzeado
Está você em seu presente e seu passado
Enquanto os anos avançam...
Euclides Riquetti
Enquanto o vento atiça as brancas areias das dunas
Lá nas águas jazem as negras galés
Quando as vagas se requebram em alvas espumas.
Nas cinzentas manhãs do pré-verão
As verdades rebatem à minha porta
E uma dor leve açoita meu coração
Que já não tem certeza de que você se importa.
E em cada grãozinho de areia trazido
O despertar de um sentimento já adormecido
Reanimado pelas águas que balançam.
E em cada corpo que baila, bronzeado
Está você em seu presente e seu passado
Enquanto os anos avançam...
Euclides Riquetti
segunda-feira, 16 de outubro de 2017
Menino matreiro
Vira pra cá
Pula que pula
Volta a pular
Criança marota
Criança feliz
Adora nas plantas
Fazer seu xixi.
Sobe que sobe
Desce que desce
A noite vem logo
O céu escurece
Sorri como o sol
Sorriso matreiro
Mordendo o lençol
E o seu travesseiro.
Canta que canta
Cantigas de roda
Se finge de santa
Criança dengosa
Me conte piada
Me conte menino
Você vai traçando
Seu jeito ladino.
Dorme que dorme
Bonito menino
Come que come
Vagar, vagarinho
Você é o anjo
Que me faz feliz
Você é o sonho
Que eu construí
(Composta quando o Fabrício
tinha 8 anos)
Euclides Riquetti
09-03-1995
Na foto, Fabrício trabalhando, adulto...
Sorriso de mulher
(Miriam Carmignan, do blog buscando o sol)
ou www.miriamcarmignan.wordpress.com)
Sorriso de mulher
Inspiração de poeta
Jovem, bonita, discreta
Mulher mãe, mulher mulher!
Sorriso exuberante
Amor, carinho, paixão
Desejo, luz, sedução
Mulher contagiante!
Sorriso que não envelhece
Sorriso doce e franco
Sorriso jogado a lanço
Que veio, ficou, permanece!
Euclides Riquetti
16-10-2017
* Miriam Carmignan, gaúcha de Erechim,
é esposa de Euclides Riquetti.
Sorriso de criança
Nada é mais autêntico que o sorriso da criança
Pois nele há singeleza, beleza, ingenuidade
Suas palavras simples denotam sinceridade
Tempo do qual se guarda a mais saudosa lembrança.
Gestos muito simples, modos sempre delicados
Olhar sutil, bondade no seu coraçãozinho
A proteção materna que a atende com carinho
A segurança ao ter sues pais presentes e dedicados.
Sorriso de criança, enternecedor e contagiante
Belíssima transpiração de inocência e de docilidade
Sorriso de criança, encantador e deslumbrante.
Sorriso de criança, dos sorrisos o mais risonho
Inspiração para o poeta, para os pais felicidade
Sorriso de criança, um mundo de amor e de sonho.
Euclides Riquetti
Pois nele há singeleza, beleza, ingenuidade
Suas palavras simples denotam sinceridade
Tempo do qual se guarda a mais saudosa lembrança.
Gestos muito simples, modos sempre delicados
Olhar sutil, bondade no seu coraçãozinho
A proteção materna que a atende com carinho
A segurança ao ter sues pais presentes e dedicados.
Sorriso de criança, enternecedor e contagiante
Belíssima transpiração de inocência e de docilidade
Sorriso de criança, encantador e deslumbrante.
Sorriso de criança, dos sorrisos o mais risonho
Inspiração para o poeta, para os pais felicidade
Sorriso de criança, um mundo de amor e de sonho.
Euclides Riquetti
domingo, 15 de outubro de 2017
Tributo a um Campeão - Homenagem do professor Nelon Sicuro
No Dia do Professor - homenageando com um replay:
Não, não me refiro ao Aírton Senna, nem ao Guga Kurten, embora
tenha sido fã deles, nas memoráveis conquistas, nas pistas de Fórmula 1
e na Quadra de Roland Garros. O Rei de Mônaco foi num fatídico domingo
de maio. O Rei do Saibro está ali, em Floripa, esperando o dia da
chegada de um filho. Cada um Rei em seu Reino. Reinado construído sobre
as bases da dedicação, do esforço, dos treinos.
Minha personagem, como ele mesmo me ensinou, chama-se Nelson. Mas há tantos Nelsons por aí: O lendário Nelson Rodrigues, das crônicas; o Nelson Mandela, ficura carismática e legendária na África. O Nelson Piquet, trouxe-nos importantes títulos no Automobilismo, mesmo com seu sorriso-limão. O Nelson do Cavaquino, o "Nerso da Tapitinga", e outros "nelsons e nersons", que nos fizeram rir ou chorar.
Falo do Nelson Sicuro, que no verdor de minha juventude foi meu professor, meu mestre na Faculdade, a FAFI, lá em União da Vitória. O professor Nelson Sicuro, marido da Neli, também professora universitária, ambos idealistas, carismáticos, bonachões. São daquelas almas que se encontram, se amam, se respeitam, e se propõem a superar todos os obstáculos que surgem em sua caminhada. Mencionei seu nome neste blog, no dia 06 de janeiro, Dia de reis, Dia da Gratidão. E eu nem sabia que ele partira em 28 de novembro último, dia do aniversário de meu filho, Fabrício, dia de aniversário do Ivan Casagrande, a quem telefonamos para parabenizar, pois que este sempre me ligava, parabenizando-me, em meus aniversários. A mim a aos nossos amigos. Obrigado, Bianco...
Nos últimos dias, resolvi buscar alguns de meus poemas 'perdidos". Liguei para a antiga FAFI, onde, solicitamente, a Rosane Torres enviou-me, escaneados, os meus primeiros poemas publicados, com ilustrações, em 1976, no livro Prismas, volume IV, da Coleção Vale do Iguaçu, organizado, articulado e publicado pelo Professor Nelson Sicuro. Não se pode dizer apenas "Professor Nelson", ou apenas "Professor Sicuro", tem que ser "Nelson Sicuro", nomes que se combinam, que combinam com a Literatura, a Gramática da Língua Portuguesa, a Fonética, a flauta, o francês, o latim, o inglês, o desenho... Nelson Sicuro foi juntar-se à amada Neli, que fora antes, em 25 de janeiro de 2010, exatos dois anos hoje, lá em cima....
Há alguns anos convidei-o a vir palestrar-nos no Sílvio Santos, ali em Ouro. Veio ele e a Neli. Não quiseram cobrar nada, apenas amizade... O professor que vem para atender um pedido de um ex-aluno, de quase duas décadas antes, para falar da língua portuguesa, mesmo depois de ter sofrido um derrame, do qual vinha se recuperando. Mas, mesmo assim, veio e deu o seu recado.
Não posso deixar de dizer o quanto foi importante para mim e meus colegas: ao final do curso de Letras, costumava convidar os acadêmicos a entregar-lhe uns poemas para editar um livro... Certamente, mais de 200 ex-acadêmicos iniciaram-se nas letras por suas mãos. E eu, orgulhosamente, desde o dia em que selecionou "Uma Oração para Você" e "Tu", para fazerem parte do livro "Prismas - volume IV", senti que eu poderia, sim, tornar-me escritor. E, com hiatos temporários, continuo a escrever até hoje. Aprendi com ele a importância de "sentir" a poesia, a escrever sonetos, compor versos livres e brancos, alexandrinos, redondilhas maiores e menores. Que, lá no céu, junte-se ao Boni, o Geraldo Felltrim, o Abílio Heis, e ao Filipak, que também está por lá... Que ele, com sua Neli, enturme-se com anjos e arcanjos! O mundo das artes literárias ficou menor sem o querido Nelson Sicuro, meu verdadeiro campeão. Minha sincera homenagem com o último verso de um poema que lhe entreguei, em 1975: "Ouço anjos cantando uma canção de acalanto"
Euclides Riquetti - Um seu criado!...
25-01-2012
Minha personagem, como ele mesmo me ensinou, chama-se Nelson. Mas há tantos Nelsons por aí: O lendário Nelson Rodrigues, das crônicas; o Nelson Mandela, ficura carismática e legendária na África. O Nelson Piquet, trouxe-nos importantes títulos no Automobilismo, mesmo com seu sorriso-limão. O Nelson do Cavaquino, o "Nerso da Tapitinga", e outros "nelsons e nersons", que nos fizeram rir ou chorar.
Falo do Nelson Sicuro, que no verdor de minha juventude foi meu professor, meu mestre na Faculdade, a FAFI, lá em União da Vitória. O professor Nelson Sicuro, marido da Neli, também professora universitária, ambos idealistas, carismáticos, bonachões. São daquelas almas que se encontram, se amam, se respeitam, e se propõem a superar todos os obstáculos que surgem em sua caminhada. Mencionei seu nome neste blog, no dia 06 de janeiro, Dia de reis, Dia da Gratidão. E eu nem sabia que ele partira em 28 de novembro último, dia do aniversário de meu filho, Fabrício, dia de aniversário do Ivan Casagrande, a quem telefonamos para parabenizar, pois que este sempre me ligava, parabenizando-me, em meus aniversários. A mim a aos nossos amigos. Obrigado, Bianco...
Nos últimos dias, resolvi buscar alguns de meus poemas 'perdidos". Liguei para a antiga FAFI, onde, solicitamente, a Rosane Torres enviou-me, escaneados, os meus primeiros poemas publicados, com ilustrações, em 1976, no livro Prismas, volume IV, da Coleção Vale do Iguaçu, organizado, articulado e publicado pelo Professor Nelson Sicuro. Não se pode dizer apenas "Professor Nelson", ou apenas "Professor Sicuro", tem que ser "Nelson Sicuro", nomes que se combinam, que combinam com a Literatura, a Gramática da Língua Portuguesa, a Fonética, a flauta, o francês, o latim, o inglês, o desenho... Nelson Sicuro foi juntar-se à amada Neli, que fora antes, em 25 de janeiro de 2010, exatos dois anos hoje, lá em cima....
Há alguns anos convidei-o a vir palestrar-nos no Sílvio Santos, ali em Ouro. Veio ele e a Neli. Não quiseram cobrar nada, apenas amizade... O professor que vem para atender um pedido de um ex-aluno, de quase duas décadas antes, para falar da língua portuguesa, mesmo depois de ter sofrido um derrame, do qual vinha se recuperando. Mas, mesmo assim, veio e deu o seu recado.
Não posso deixar de dizer o quanto foi importante para mim e meus colegas: ao final do curso de Letras, costumava convidar os acadêmicos a entregar-lhe uns poemas para editar um livro... Certamente, mais de 200 ex-acadêmicos iniciaram-se nas letras por suas mãos. E eu, orgulhosamente, desde o dia em que selecionou "Uma Oração para Você" e "Tu", para fazerem parte do livro "Prismas - volume IV", senti que eu poderia, sim, tornar-me escritor. E, com hiatos temporários, continuo a escrever até hoje. Aprendi com ele a importância de "sentir" a poesia, a escrever sonetos, compor versos livres e brancos, alexandrinos, redondilhas maiores e menores. Que, lá no céu, junte-se ao Boni, o Geraldo Felltrim, o Abílio Heis, e ao Filipak, que também está por lá... Que ele, com sua Neli, enturme-se com anjos e arcanjos! O mundo das artes literárias ficou menor sem o querido Nelson Sicuro, meu verdadeiro campeão. Minha sincera homenagem com o último verso de um poema que lhe entreguei, em 1975: "Ouço anjos cantando uma canção de acalanto"
Euclides Riquetti - Um seu criado!...
25-01-2012
Eu escolhi ser feliz
Eu escolhi ser feliz, muito, faz tempo!
Fiz as escolhas certas, sim, e vivo bem
As coisas boas se colhe em cada momento
As coisas ruins se superam também.
Escolhi ser poeta por minha pura opção
Escrevo poemas em qualquer hora
Nem sequer dependo de ter inspiração
Pois isso é algo que vem e vai embora!
Escolhi viver todos os dias ensolarados
Deliciar-me com a as horas de calmaria
Procurar a felicidade mesmo nos nublados
Nos dias chuvosos, viver a harmonia!
Escolhi ser feliz e viver com paixão
Deixar os lamentos para quem aprouver
Viver a realidade, amar com o coração
Viver o hoje e o amanhã, o tempo que vier!
Euclides Riquetti
15-10-2017
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