Naquela manhã de 28 de novembro de 1987, depois de algumas horas de espera numa sala do Hospital São José, em Capinzal, me aparece, todo sorridente, vibrando, o Dr. Paulo Jefferson Mendes, obstetra, e me diz, exultante: "Riquetti, eu me enganei, não é menina. É um baita menino! E eu vibrei também. Era um menino. Já tínhamos as gêmeas, Michele e Caroline e agora veio um menino! Por que o engano? Ora, comemoramos juntos, eu e ele. O ultrassom fora no início da gravidez, não fizemos outros.
No pré-natal, no ultrassom, veio a informação de que seria uma menina. Já tínhamos até o nome: Gabriela. Preparamo-nos para que assim seria. Tudo estava bem, o bom acompanhamento médico, o parto normal. Não fizemos mais do que cuidar da saúde e preparar o enxoval. Dessa vez não seríamos pegos de surpresa, como da primeira vez, que vieram duas. (Naquele tempo, ultrassom só em grandes cidades). Então, o nome escolhido: Fabrício Guilherme. Fabrício foi o nome que minha esposa escolheu. Guilherme fui eu que escolhi e ela concordou. Era o de uma pessoa que muito nos apoiou, Guilherme Brancher.
Depois veio a infância, a opção pelo Palmeiras e pelo Vasco da Gama, influenciado pelo tio Ironi e pelo pai. Até ensaiou umas de sãopaulino. Fui ao Mater Dolorum com o bolo, os doces, os refrigerantes, e levei-lhe um uniforme completo do São Paulo: camisa dez, calção dez e meia 10. Fazia seis anos. Tudo com a assiinatura do Raí, irmão do Doutor Sócrates, seu ídolo. Mas, adiante, veio de presente uma camisa do Palmeiras/Parmalat, dada pelo tio, e foi por aí mesmo. No último Natal, dei-lhe aquela camisa especial do Vasco, a azul com a faixa vertical branca e a cruz-de-malta. Ficou felicíssimo.
As quatro séries finais do Ensino Fundamental no CNEC, o Ensino Médio no Colégio Marista Frei Rogério de Joaçaba e, depois, três anos e meio, 7 fases, de Engenharia de Produção Mecânica, na Unoesc, em Joaçaba. E a proposta: "Pai, não quero mais estudar Mecânica. Não gosto, não me adapto". Gosto de negociar, quero mudar de curso. Quase morri de susto. Fiquei muito contrariado, mas procurei entender isso. Então, mais quatro anos e meio de Comércio Exterior. Em novembro último, o término do curso. E, hoje, neste sábado muito chuvoso, a formatura. E, dentro daquele espírito: A formatura é do filho, ele decide quais amigos convidar. Os amigos dele, não os nossos...
Um longo filme retroage na minha cabeça: aproveitou a vida, jogou todos os tipos de esportes, é forte, saudável, resoluto. Tem Medalhas de Ouro no futebol, futsal, handebol, hae-kon-dô. Joga tênis de quadra, gosta de pescaria, tem seu trabalho, está casado com sua Luana, têm a vida independente, ela ainda está cursando Psicologia.
Pedir mais a Deus? Não! Apenas saúde para ele e para todos os da família. Desejar que a cada dia encontre mais alegrias em seu caminho. E continue com sua costumeira energia.
Tímido, embora falante como o pai. Leitor, como todos os da família. Agora, escolhido Orador da Turma. Sei que está com o discurso pronto, não me mostrou. Mas imagino que seja algo mesclado com sensiilidade e irreverência, próprio do jeito dele.
Então, parabéns, Fabrício Guilherme!
Euclides Riquetti
09-03-2013