segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Reverenciando as Mulheres

 



          A mulher sempre teve muito poder ao lado do homem e, por muitas vezes, esse poder sobrepôs-se ao dele. Mas, historicamente, em razão de uma suposta supremacia dos homens, passou a maior parte da história da Humanidade relegada a uma figura de decoração. Poucas, ao longo do tempos, conseguiram ocupar importantes espaços e marcar grandemente suas posições.

          É sabido que persas, egípcios, gregos e romanos  tiveram suas rainhas, mas quase que sempre vinculadas a um Rei ou Imperador. Porém, Cleópatra Théa Filopátor, a Cleópatra Rainha do Egito, que viveu de 69 a 30 A.C., tornou-se rainha aos 18, casou-se com Júlio César e depois Marco Antônio, suicidando-se aos 39 anos, teve uma presença extraordinária no círculo de Poder do Mundo Conhecido de sua época. Aliava sua astúcia e intelegência à sua beleza e charme para conseguir o que queria, e tinha sucesso na maioria de seus intentos.


          Ainda Garibaldi, a catarinense que é conhecida como a  Heroína de Dois Mundos, nascida em 30 de agosto de 1821, possívelmente em Laguna (Lages também reivindica esse fato para si), que casou-se aos 14 anos e foi deixada pelo marido aos 17, quando este alistou-se para combater na Revolução Farroupílha, e aos 18 anos juntou-se a Giuseppe Garibaldi, italiano, tem importante registom histórico no Brasil, Uruguai e na Itália.   Um filho gaúcho, três uruguaios e um Italiano, morreu de parto no Quinto, em Mandriole, na It´palia em 04 de agosto de 1949. Combatia, junto seu marido, em terra e água, defendendo ideais revolucionários e libertatórios.

          Evita Perón, que viveu por 33 anos, falecendo em 1952, da condição de filha bastarda chegou a transformar-se em apresentadora de novelas de rádio, atriz e, sobretudo, casou-se com o Coronel Juan Domingo Perón, transformando-o em Presidente da República da Argentina. Antes de morrer de câncer, idealizou e tonou realidade diversos programas sociais em seu país, sempre contmplando os trabalhadores e "descamisados". Conseguiu o direito do voto para as argentinas.  Determinada, na infância, disse que haveria de "casar-se com um príncipe ou um presidente". Fez mais que isso: casou-se e transformou seu marido em Presidente.

         Benazir Bhutto, nascida em 21 de junho de 1953, no Paquistão, estudou o Ensino Médio em Harward, nos Estados Unidos,  e Filosofia, Ciências Políticas, Economia, Direito Internacional e Democracia em Oxford, na Inglaterra. Governou o Paquistão, na condição de Primeira-ministra, de 1988 a 1990 e de 1993 a 1996. Seu pai foi executado e dois irmãos assassinados.  Ela também foi assassinada em 27-12-2007, quando estava em comício para as eleições de seu país, novamente candidata ao cargo. Sua família sofria grande repressão dos militares de seu país e foi morta por um terrorista. Combatia o terrorismo e defendia a democracia, colecionando inimigos. Mas foi uma das figuras mais notáveis de seu país e é uma das mulheres mais marcantes da História Mundial.
Temos muitas outras que se destacaram por defenderem  causas nobres: Irmã Dulce, na Bahia; Madre Teresa de Calcutá, na Índia,  e a catarinense Dra. Zilda Arns, com que tive o prazer de conviver algumas horas, e que pode ser considerada a maior defensora da infância brasileira.

       Também, quero ressaltar algumas professoras que marcaram minha vida e que me ajudaram muito:  Judite Marcon, Marilene Lando, Marli Sartori, Vanda Meyer,Vanda Bazzo, Olga Brancher, Vera Lúcia Bazzo, todas em Capinzal. Fahena Porto Horbatiuk, Abigail, Rosa Maria da Maia Filha, na FAFI, em União da Vitória. Foram mulheres que contribuíram para que  eu obtivesse meu conhecimento e minha formação na área da Literatura.

        Hoje, felizmente, as mulheres, em especial no Brasil, já ocupam a maior parte das vagas nos cursos de ensino superior, e nas escalas de pós-graduação como mestrado, o doutorado e o pós-doc. Ao contrário  do que acontecia há três décadas, atuam em todos os setores de atividades, não apenas como Professoras ou Enfermeiras. E, esse fato, mostra que a sociedade evoluiu muito, pois elas estão deixando a condição de "cuidadoras" para adentrar, efetivamente, na de executoras. Assim, Engenheiras, Arquitetas, Designers,  Farmacêuticas, Psicólogas, Fisioterapeutas, Advogadas, Promotoras, Juízas, Médicas, Dentistas, Contadoras, Publicitárias, Administradoras, Biólogas, Veterinárias, Agrônomas, Motoristas de táxi, ônibus ou caminhão, e uma infinidade de tantas outras ocupações, mostram que a mulher, com sua inteligência, conhecimento,  habilidade e  determinação, conseguiram ocupar o espeço que realmente deve ser seu.

          Mas há ainda muito preconceito a ser eliminado. Ainda há quem pense que o trabalho da mulher tenha que ser remunerado menos que o do homem, pelo mesmo serviço. E que as tarefas domésticas sejam de responsabilidade delas. E os que, quando os filhos choram, à noite, viram-se de costas... Mas isso tudo ainda vai ser superado, pois, a cada ano, a força da mulher mais se agiganta!

          Um grande abraço e um beijo no coração de cada uma de minhas leitoras e das que conviveram comigo no trabalho e nas lides comunitárias.

Euclides Riquetti
08-03-2013

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