sábado, 22 de dezembro de 2012

O Dia Seguinte (ao do fim do mundo...)

          Os japoneses, bem antes do que nós, comemoraram o triunfo da normalidade sobre a tragédia: Meio dia antes do que aqui, terminava o 21 e o mundo não tinha acabado. Soltaram alguns fogos até.

           Escrevi  no facebook para o Steferson Stares, e ele respopndeu, lá da Alemanha, que não havia acontecido nada, graças a Deus. A maioria de meus amigos virtuais estavam certíssimos de que o mundo não acabaria. Nenhum de meus amigos norteamericanos, até a madrugada, manifestou-se com a possibilidade de o mundo acabar lá, considerado o fuso horário. O Vladimir Putin, Presidente da Rússia, um dia antes,  garantiu que o mundo só vai acabar daqui a 4,5 bilhões de anos. Em São Thomé das Letras, Minas Gerais, onde há um pico de 1.440 metros de altura, os terrenos entraram numa especulação imobiliária por conta do fim do mundo e foram valorizados em 50%. Dizem os corretores que é porque lá é um lugar ideal para buscar e renovar energias espirituais e então, já há alguns meses, as pessoas começaram a comprar propriedades. Antes eram vendidas a preço de banana e depois passaram a pagar preço de morango, ou de tomate, que pela instabilidade climática, nos últimos meses, tem ficado mais caro. Até o "de promoção" está com o preço inflacionado.

          Quando fui dormir, ontem, o dia não tinha acabado ainda nos Estados Unidos, mas pelos acessos que meu blog teve de lá, hoje, tenho certeza de que não acabou. E, todos aqueles profetas do apocalipse e os pregadores do catastrofismo ficaram desacreditados. Até  eu fiquei preocupado com minha imagem pública porque ontem falei para uns trabalhadores de que não adiantava ficarem se matando de trabalhar sob o sol quente se hoje, sábado, poderiam ficar sujeitos a não receber nada  caso  o mundo acabasse. Mas acho que eles fizeram uma reunião, deram umas risadinhas e não acreditaram em mim, porque continuaram a dobrar  ferros, tirar terra da valeta e colocar pedras para fazer drenagem. Acho que pensavam que se houvesse um dilúvio eles teriam feito a parte deles e não seriam eles os culpados pela inundação do mundo.

          De manhã saí cedo para fazer o cerimonial de assinatura da Ordem de Serviço para o asfaltamento da Rodovia Ouro/Jaborá, um sonho de 32 anos. A MonteAdriano, de Portugal, vai executar a obra de 33,6 Km. Uma época as empresas brasileiras iam fazer estradas na Europa, na Ásia e na África. Agora vêm daqueles lados para fazer estradas aqui. É o fim do mundo!!! (Mas é só uma expressão altamente exclamativa, não se assuste).

           Na estrada havia apenas uma árvore caída, no acostamento. Deve ter sido um pequeno ventinho, insignificante, e ela deve ter caído de madura.  Então,  não houve qualquer grande evento adverso que me desse pelo menos un indício, um tiquinho sequer de pista,  de que houvesse acontecido algo que ensejasse um fim de mundo.

       Fiquei muito contente com tudo. Nada de mal aconteceu com  ninguém. Apenas que alguns bebuns, por aí, bateram carros em postes e não quiseram fazer o teste de bafômetro. Isso acontece muito às sextas-firas. Mas já vi que Dina Dilma vai assinar a severidade da Lei Seca sem vetos. Estava no site da Globo, com destaque.   

       Agora, nuvens escuras estão enegrecendo o céu. Mas estou com coragem, sem nehum receio: Não será isso que vai fazer com que o mundo acabe. Agora, só daqui a 4,5 bilhões de anos. Acho que eu, você e o Putin não estaremos mais aqui para saber se ele está  falando a verdade.

Euclides Riquetti
22-12-2012

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Caio Zortea - 18 anos depois...

          Todos os anos, no dia 21 de dezembro, lembro-me do amigo Antônio Carlos Zortea Neto - o Caio. Conhecia-o da adolescência, quando perambulava pelas pacatas ruas de Capinzal, com os amigos de sua idade. Gostava de futsal nas quadras do Mater Dolorum e do Padre Anchieta, de teatrinhos, de brincadeiras ingênuas.  Dizem que, em casa, ajudava a cuidar dos irmãos pequenos, sabia até dar-lhes banho e trocá-los. Tinha sempre um sorrisinho discreto, de "bom menino". Esse sorriso se conservou por toda a sua vida, abreviada num acidente ocorrido na SC 303, ali onde passo todos os dias. E, em todas as vezes, lembro-me dele. A cada ano, nessa época, a paisagem de fundo se constitui pelo mesmo paredão de rochas e, acima, um milharal verdejante. Agora, muito mais verde após dias com chuvas...

           Quando voltei de União da Vitória para minha região e fui lecionar  em Duas Pontes como professor, fui convidado a trabalhar também na Zortéa Brancher, fábrica de compensados e esquadrias para os mercados nacional e internacional. O Caio era o Diretor Industrial, seu irmão Hilarinho Diretor Financeiro, o Pai Hilário Diretor Presidente, o tio Guilherme Brancher  Diretor Florestal, o primo Lourenço Diretor Comercial, o primo Aníbal Diretor Administrativo.

          Era muito fácil lidar com o Caio, uma figura humana extraordinária. Sempre fora  assim,  perdera a mãe ainda criança,  buscava nas pessoas a compreensão e o carinho. Tinha um Zoológico particular, com muito animais. Não era de ostentações, tinha uma bela e elegante namorada, a Vera, que costumo chamar de "Moça Bradesco". Costumava contar algumas histórias como aquela do passarinho entre as mãos de um homem, uma metáfora possivelmente, para exemplificar e elucidar uma mensagem que quisesse passar para a gente.

          Mais adiante, trabalhou em minha campanha, foi meu colaborador, quando me elegi para um cargo público em Ouro, tínhamos até umas combinações em código para lidar com algumas situações, nos entendíamos muito bem.  Liderava, com a Vera, o Antônio Maria Hermes e outros, o Grupo Escoteiro Trem do Vale, do qual minhas filhas e os filhos deles e de muitos amigos faziam parte. Participava de gincanas, emprenhando-se como se fosse a última batalha de sua vida. Dava o melhor possível para sua família, adorava suas belas crianças. Dócil, afetuoso, excelente pai e esposo. Cidadão honrado, honesto e exemplar. Tenho as melhores lembranças do amigo Caio. Guardo comigo, até hoje, o texto que, com emoção e dificuldade em controlar-me,  li na Missa de sua despedida, na Igreja Matriz.

          Na Primavera de 1994, Caio coloca uma placa num terreno dos Miqueloto, bem defronte a minha casa, com a seguinte frase: "Vera, Tibi, Deka, Manu e Greta - amo vocês mais do que ontem e menos do que amanhã!.  E, no primeiro dia do Verão, o acidente.

          Lembro-me que eu estava na regional de Educação, em Joaçaba, conversando com o Professor Sérgio Durigon, quando entrou um telefonema, do Valcir Moretto, dizendo-me que o Caio estava no Hospital São Miguel, ali pertinho, mas nada mais havia a fazer, tinha se acidentado e perdido a vida. Foi de cortar o coração. Ficamos muito chocados, abalados. E, em seguida, toda aquela sequência triste, com o corpo levado para sua casa e depois para o Ginásio Municipal de Esportes André Colombo, e para a definitiva morada ao lado da bela mãe, em Capinzal...

          Hoje passei pelo local da tragédia às 13 horas, mais ou menos o horário em que tudo aconteceu. São dezoito anos passados. Revivi tudo, como se fosse aquele dia. E senti saudades. Saudades que só sentimos por quem muito prezamos...

Euclides Riquetti
21-12-2012



         

         

         

O mundo ainda não acabou... nem o dia!

          Os japoneses estão comemorando! Faltam menos de  três horas para o dia acabar e o mundo não acabou. Errou a NASA. Erraram os Maias. Erraram alguns pastores oportunistas. Errei eu, que achei e já escrevi bobagens sobre isso (e continuo escrevendo)!

          Mas, a  a partir deste instante, o foco passa a ser os Estados Unidos da América. É que lá o dia termina um pouco depois que aqui. E lá tem muito Poder. Há muitos poderosos na maior economia do mundo. Alías, não adianta ter economia maior, ter moeda forte, se o mundo for fraco e acabar de uma hora para outra. Bem, para eles até haverá o que comemorar: Acabará o déficit público, não terão mais riscos de crashes na Bolsa, nem no bolso, nem nas bolsas de griffe. E lá não tem bolsa família!

          Alguns conhecidos já combinaram para esperar o fim do dia e comemorar o fim do mundo  em Joaçaba. Outros já compraram muitas latinhas de cerveja 350 ml em promoção: R$ 14,99 para casa fardinho com 12 latinhas, Subzero. Outros encontraram Bavária latão po R$ 1,75 cada, já gelada. E por R$ 1,55 sem gelo! Mas você pode comprar um pacote de gelo por R$ 5,00 e gelar muitas latinhas. (Se a turminha for grande vocês até vão economizar...). Há aqueles que querem comemorar com espumantes. Temos bons espumantes em Tangará,  os Panceri sabem fazer espumanetes  muito bem. E o Grando, da Villággio Grando, em Água Doce, também! Há alguns que já compraram garrafões de vinho colonial a R$ 7,99 e querem beber com os amigos para comemorar.  E tem Cidra por R$ 3,99, da branca e da rosada, então dinheiro não é problema apara comemoração.

          Mas, espera aí. O mundo não é so de bebuns e de obsecados por "produtos em promoção". Tem quem vai comemorar rezando, outros, orando. E os que vão meditar. E os que vão refletir. (E danem-se os sinônimos). E os que vão  fazer muitas compras no shopping. Eu gostaria de estar no Punta Shopping, em Punta Del Este. Ou no Shopping Curitiba, ou no Floripa Shopping.

          Porém, (não posso começar de novo com "mas", porque essa conjunção jaá usei no parágrafo anterior)  essa história de o mundo acabar é muito boa e necessária. Veja que o Fluminense, o  São Paulo e o Conrínthias já ganharam seus títulos no futebol e isso não é mais assuinto que dê Ibope. O massacre na escola dos USA também já é assunto esgotado. Sobre a Fórmula 1 ninguém fala mais nada. O mensalão já teve o fim de seu julgamento. Então, é necessária a história do fim do mundo,  porque a imprensa precisa de notícias que movimente o mercado midiático.

          De minha parte, preciso que o mundo não acabe. Mas, por via das dúvidas, paguei diversas contas. Renovei o seguro do carro, paguei luz, água, telefone, mastercard, carteirinha da piscina. Ainda tem dois protetores solares pendurados na faramácia e uma palheta do limpador de parabrisa do carro de meu filho que encomendei e não fui buscar. E umas picanhas,  fraldinhas e costelas penduradas no mercado. Acho que é só isso. Engraçado, quando não existia essa possibilidade de o mundo acabar, eu devia em muitos mais lugares.

          Bem,  vamos aguardar mais algumas horas e ver o que acontece. Tomara  que o mundo não acabe. E que surjam notícias interessantes para a mídia televisiva. Que não sejam as recorrentes notícias de desgraças. Ao contrário, você vai ter que se contentar em ficar lendo no meu blog. Pelo amor de Deus!


Euclides Riquetti
21-12-2012 
         

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A Onda Guarani

         Na década de 1960,  acompanhei pelo menos duas perfurações de poços artesianos em Capinzal, uma próxima ao Cine Glória e outra aos fundos do Banco do Brasil, a primeira das agências instaladas no Baixo Vale do Rio do Peixe, ali na Rua XV de Novembro. Os operadores das perfuratrizes, as pica-paus, como eram chamadas, viraram amigos meus e moravam numa pensão ali no Ouro. Curioso, acompanhei os demorados trabalhos para atingirem o "lençol d´água", de onde retirariam o precioso líquido.

          Em termos de abastecimento de água, era uma revolução para a época, uma vez que nossas cidades não tinham sistema de abastecimento de água tratado, o que só viria a acontecer na década seguinte, quando eram Prefeitos Apolônio Spadini e Adauto Colombo, respectivamente, de Capinzal e Ouro e, através da Fundação SESP,  implantaram o SIMAE Capinzal/Ouro. Hoje, a coordenação dos SAMAEs em Santa Catarina é efetuada pela Funasa.

          Foi, talvez, a maior conquista da história das duas cidades. Joaçaba, Herval D ´Oeste e Luzerna também têm as autarquias intermunicipais SIMAE.

         Os primeiros poços tubulares abertos nas duas cidades anteriormente mencionadas, buscavam captar água do Aquífero Fraturtado da Serra Geral, que no Vale do Rio do Peixe pode estar  até a 150 metros de profundidade. É  possível obter-se água facilmente entre 80 e 100 metros, os poços rasos. O primeiro geólogo com quem passei a conviver a partir de 1988 foi o Custódio Crippa, que me passou muitas valiosas informações a partir de 1989, quando fomos, juntos, localizar ponto ideal para implantar um poço no Distrito de Santa Lúcia. Ele me deu as descrições de características de lugares onde se poderia encontrar fendas subterrâneas, em convergênciuas de vales, e o levei para a Cascata de São Cristóvão. Achou que o lugar era o ideal e contratamos a abertura do poço, que deu água o suficiente para abastecer uma comunidade de mais de 100 famílias e está correspondendo positivamente há 23 anos.

          Na época, dizia-me o geólogo que já existiam máquinas no Brasil, as rotopneumáticas, que em apenas dois dias poderiam perfurar poços com 800 metros de profundidade, captando água do Aquífero Guarani, mas que custariam uma valor correspondfente a um ano de arrecadação do Município de Ouro.  E que poderia ser encontrada água igual à do Thermas de Piratuba, quentes e sulfurosas. E que até seria possível constuir-se um balneário em nossa cidade. Eu imaginava isso impossível, mas passei a ligar-me em assuntos relacionados ao Aquífero Guarani. Hoje, a situação mostra-se bem diferente.Obtém-se água com investimentos de menos de R$ 80.000,00.

          Posso asseverar que, nos últimos 20 anos, ouvi todas as barbaridades possíveis a respeito de poços artesianos tubulares, rasos ou profundos. Os rasos, do Fraturado da Serra Geral, e os profundos, do Guarani.  Mas também ouvi muitas preocupações verdadeiras e com lógica. Formei meu próprio senso e meu censo sobre isso. Em Ouro, onde mais acompanho, há quase que uma centena de poços razos já perfurados, muitos deles desativados. O perigo não é a abertura de um novo poço, que precisa estar licenciado junto à FATMA, ter ART assinada por Geólogo como responsável Técnico,  e outras convenções necessárias. O perigo reside nos chamados "poços secos", que foram abertos e não lacrados devidamente. Os outros, como receberam o encamisamento à altura do subsolo e do  solo, estão protegidos da invasão de águas contaminadas, dejetos de animais, ou venenos. Mas também há a preocupação com a contaminação das áreas de recarga, que é onde a água da chuva  penetra na terra e desce até os lençóis.  Os abertos nos últimos 10 ou 15 anos, foram bem monitorados, os secos lacrados.   A preocupação deve recair sobre os anteriores, quando não havia licenciamento e acompanhamento. E o cuidado em não poluir as águas superficiais deve persistir sempre, para que só se utilizem as águas dos poços na falta das superficiais.

          Mais recentemente, nos últimos 10 anos, o foco passou a ser a busca de captação no Aquífero Guarani, reserva que tem 45 trilhões de metros cúbicos de água e está localizado na América do Sul. No Brasil, atinge os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em tertmos de localização, o AG se distribui 70% em território brasileiro, 5% no Paraguai, 5% no Uruguai e 20% na Argentina.  E, em Santa Catarina, a recarca inicia-se na região de Lages. A preocupação é tanta, e as autoridades e técnicos ambientais estão muito atentos, que até uma pedreira em Lages foi fechada, há uma década, para que não ocorresse a poluição na recarga do Guarani.

          Posso até estar errado, e aceito contestações e observações, mas minhas estimativas são de que, se a água do Guarani sob o território nacional fosse utilizada apenas para o consumo dos lares brasileiros, à razão de 10 metros cúbicos por mês, que é o que eu gasto em minha casa, teríamos reservas para 5.250 anos aproximadamente, sem considerar a recarga ou reposição. Então, é muita água. Basta que cuidemos bem dela, não causemos contaminações nessas recargas e estaremos adequadamente servidos, bem como as  250 gerações que nos sucederem. E, com a reposição, infinitos tempos. É nosso grande capital. Temos águas superficiais em abundância, chuvas suficientes e luminosidade capazes de gerar alimentos como em nenhum lugar do mundo.

          Nas conversas que tenho tido  com os geólogos Custodio Crippa e Jorge Augusto da Silva, meus amigos e ambos residentes em Ouro, tenho conseguido informaões que me permitiram formar meus conceitos sobre isso. E, acompanhando as prospecções, constatei que as águas são localizadas sempre a cerca de 100 metros acima do nível do mar. Ou seja, se a altitude for de 400 metros,  o lençol poderá ser alcançado  uma profundidade de 300 metros. E pelo menos três poços existem em Ouro em que foi obtida a água do Guarani a menos de 300 metros. É um norte aproximado, não uma conclusão definitiva. Como Guarani é um platô inclionado e a composição geológica é irregular, é possível que se tenha que ir alguns metros mais ao fundo para encontrar o líquido. E, quanto mais você for para o Oeste, mais profundo será, sendo que em São Miguel D ´Oeste encontrou-se água com 1.410 metros de profundidade.

           No Balneário Thermas Leonense, da Barra do Leão, aqui próximo, com 280 metros chegou-se a ele num dos poços. Encontrados vestígios de petróleo, com mais uma pequena intervenção foi possível chegar-se a uma água límpida e com temperatura maior. E o poço foi revestido com tubos, isolando-se a área onde haveria o petróleo.

          Então, estão certos aqueles que têm preocupação com a grande quantidade de poços já perfurados. Mas a perfuração, em si, não é o problema. O problema reside em não se cuidar das águas superficiais e da erradicação dos possíveis locais de contaminação.

            Lembro a todos os leitores (as) que é nosso dever sugerir e exigir medidas e contenção da poluição em todas as suas modalidades de  geração. E que nós, potenciais poluidores, façamos nossa parte, não esperando que sejamos cobrados, pela natureza, a fazer isso. Quando ela cobra de nós, o seu preço é sempre muito alto. Preservemos!       
         

Euclides Riquetti
20-12-2012

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O mundo redondo e o mundo quadrado

          Na Idade Média ainda pairavam  dúvidas sobre o formato da Terra e a própria Igreja Católica tinha sua responsabilidade sobre isso, embora, muito antes de Colombo vir à América, cerca de um milênio e meio antes, os gregos já tivessem estudos que demonstravam o que a conhecida frase latina expressa: "Terra rotunda est" (A Terra é redonda). Até então,  acreditavam que ela era plana e, se alguém navegasse através da imensidão dos mares, iria cair "lá em baixo". Então, a dedução de que a terra devesse ser retangular, quadrada, ou mesmo tivesse outras formas, mas com a superfície plana. E, quem se afastasse da zona segura, poderia cair num abismo desconhecido, espiritualmente ou fisicamente.

          Hoje, quando qualquer criança ja aprendeu sobre isso, ou porque alguém mostrou-lhe na internet ou viu um vídeo, pessoas ainda fazem conotações sobre o mundo ser plano.

          No momento, há tantas barbaridades acontecendo em todos os lugares do mundo, que alguns já andam exclamando: "Meu Deus, o mundo está ficando quadrado". Também penso assim, pois todos os dias vejo acontecerem coisas que me assustam. Lá longe e aqui, bem  perto.

          O lamentável atentado ocorrido na semana passada nos Estados Unidos da América, quando um jovem de 20 anos assassinou a mãe, crianças e professores de uma escola, nos arrepia. Aqui perto, numa rodovia estadual, um cidadão arremessou seu carro contra o de sua mulher, dizem que  porque não se conformava com a separação. Jogadores de um clube de futebol argentino simularam agressões nos vestiários de um estádio em São Paulo. E você, leitor (a), todo o dia e a toda a hora, vê e ouve notícias escabrosas nos noticiários, coisas que não é de acreditar que estyejam acontecendo. Menores cometendo "infrações" e não podendo ser punidos. E, se você acessar qualquer site de notícias, ligar a TV e o rádio, verá quanta coisa ruim acontece todos os dias. Realmente, o mundo parece estar quadrado.

          Não penso que o ser humano deva temer a Deus, como é pregado, porque Deus é bondoso e não nos quer mal, só quer o nosso bem, não nos pede que o temam. Mas respeitar o seu próximo e a Deus precisa estar sempre na pauta. Aliás, quando pequenos, e íamos para a catequese lá na Matriz São Paulo Apóstolo,  quando o Frei Lourenço passava, todos temiam, pois ele era "brabo", era a respeitada autoridade da Igreja. Como tínhamos medo de cometer pecados, nos  disciplinávamos, evitávamos que nos pudessem determinar penitências ou as punições no inferno. Hoje, as pessoas têm conceitos diferentes sobre haver ou não punições após a morte. Como a maioria não acredita mais em pecados que possam levar à punição, muitos cometem atrocidades, atentam contra seu semelhante, contra a natureza. Pouco praticam a tolerância, tomam medidas extremas, não pensam nas consequências.

          A intolerância se faz presente na vida das pessoas, principalmente naquelas que não conseguem atingir o equilíbrio que só a maturidade parece oferecer. O desespero tem levado pessoas a fugirem da vida, tomarem rumos sem volta, infelizmente.

          Mas, se formos colocar tudo na balança dos justos, vamos ver que o mundo "redondo" prevalece grandemente sobre o "quadrado": há grandes contingentes de seres humanos que são dóceis, bons, corteses, educados, generosos. Há lugares maravilhosos no mundo para serem descobertos, há uma natureza privilegiada em que até a paisagem desértica nos parece bonita, porque nela há a mão de Deus. Viver é muito bom, ter amigos melhor ainda, poder viajar, abraçar pessoas, assistir a bons filmes, ler bons livros, comer bem e saudavelmente. Este é o mundo redondo que quero pra mim e pra você, leitor (a).

Euclides Riquetti
18-12-2012

domingo, 16 de dezembro de 2012

Corínthians, Campeão Mundial!


          O Eporte Clube Corínthians Paulista acaba de sagrar-se Campeão Mundial Interclubles de Futebol, no torneio organizado pela Fifa, no Estádio Toyota, Japão.

         A conquista corinthiana é uma conquista brasileira. O futebol brasileiro, de desempennho sofrível nas competições internacionaios nos últimos anos, precisava redimir-se. E isso aconteceu hoje, quando o árbitro apitou o final do jogo. Jogo bem disputado, que teve o ápice quando Jose Paolo Guerrero Gonzales, nascido no primeiro dia de janeiro de 1984, em Lima, no Peru, fez balançar as redes do Chelsea, o grande clube Inglês, pelo qual atuam três brasileiros em nível de seleção: David Luíz, Ramirez (que foi revelado no Joinville), e Oscar, que só entrou na etapa derradeira do jogo.


          Quando Paolo Guerrero, aos 23´ do segundo tempo, marcou o tento brasileiro, o time ganhou muita moral. O peruano viajou como dúvida por suas condições físicas/clínicas para o jogo, recuperou-se,  e foi o grande herói corinthiano na conquista. O time brasileiro vinha jogando certinho e o goleiro Cássio fez defesas portentosas. (Aliás, esse já tirou meu Vasco de uma possível  final de Libertadores e ainda de um título do Campeonato Brasileiro). Cássio tem mostrado muita frieza nos jogos.

          Tão logo saiu o gol, imaginei como estariam felizes alguns amigos meus como o Negão Esganzela, o Edvino Dacás, o Sílvio Scalsavara, o Carmelino Nora e o Aírton de Oliveira, dentre outros. Conrinthianos da gema, não da ocasião. Acho até que foi o Edvino que influenciou o Scalsavara a ser torcedor do timão. 

          Quando o clube brasileiro marcou seu gol, falei para a esposa: Em menos de um minuto começa o foguetório. Meu vizinho Zé Corinthiano começou seu espocar, ali perto de sua empresa, a Incoplastic, em Joaçaba. E, a expulsão de Garry Cahill, aos 44´, dava garantia de que o Conrínthians seria o vencedor, mesmo com os ainda  4 minutos dados como prorrogação. 

          O terinador Tite, que na outra vez que foi treinador do clube foi vaiado e quase espencado  por bobos torcedores, é o principal credor desse título e dos outros que têm sido conquistados. Andres Sanches, Ex-presidente, traçou com competência os rumos da agremiação, que agora está construindo seu estádio, tem patrocinadores fortes, e vira uma potência mundial do futebol.

          Pouco conhecido fora do Brasil, o coringão vai abrir suas fronteiras como fez o Santos, na época de Pelé e, depois, na geração Diego/Robinho.

          Este vascaíno/palmeirense precisa parabenizar a grande nação corinthiana pela grande conquista. Comemorem, você merecem!

Euclides Riquetti
16-12-2012