sábado, 10 de abril de 2021

Busquei esquecer-te

 




Busquei esquecer-te, apagar-te de vez
Deletar-te, para sempre, definitivamente
Extinguir tua imagem de minha mente
Não deixar um sim, nem sequer um talvez...

Busquei desligar-te de meus pensamentos
Escravos do desejo de te ter por aqui
Libertar-me dos elos que me prendem a ti
Para amainar todos os meus sofrimentos...

Busquei lutar contra os meus sentimentos
Aqueles que perturbam as horas de meu dia
Afastar-me  por completo de todos os tormentos.

Mas só consegui ter a certeza de que te quero
Te quero de desejo, de carinho e de alegria
Poder  te dar meu amor verdadeiro e sincero!

Euclides Riquetti

Quero me perder contigo!

 



Quero te beijar
Me deliciar
Quero te dar
Um beijo com gosto de chima...

Pode ser aquele roubado
Ou aquele duramente conquistado
Deliciosamente degustado
Com sabor de chima...

Um beijo depois de uma cuia de mate
Acompanhado de chocolate
Junto com o desejo que bate
No sorver de nosso chima...

Pode ser um beijo curtinho
Mas dado com todo o carinho
Levemente, de mansinho
Mas delicioso como o chima...

Quero mais do que um beijo de amigo
Quero um beijo caliente
Quero um corpo efervescente
Quero me perder contigo!

E dar-lhe um beijinho
Gostoso:
Com sabor de chima
E de Diamante Negro!

Euclides Riquetti

Beijos com batom red morango

 



Abrace e leve esses meus versos consigo

Guarde-os bem dentro de seu coração

Siga os caminhos que eu também sigo

Nos trilhos da vida sóbria e da razão...


Abrace-os e segure-os firmes, firmemente

Leve-os para onde quer tu estejas indo

Vai com eles, vou com eles, infinitamente

Veja que hoje o céu está azul e muito lindo.


Abrace também meu corpo e leve-o embora

Navegue pelo firmamento, siga planando

Acarinhe-me hoje como já o fez outrora.


Encoste todo o seu corpo no meu e perca-se

Beije meus lábios com batom red morango

Me deixe em delírios, amor, ardor e êxtase.


Euclides Riquetti

10-04-2021






Sentimentos...

 



Trabalho com sentimentos
Eles são o formão de meu ofício
Com eles componho poemas aos centos
Nas madrugadas, nas noites, em todos os momentos
Sem nenhum sacrifício...

Moldar versos é minha ocupação
Para chamar tua atenção, atrair teu olhar
Combiná-los em estrofes,  minha paixão
No meu quarto, na rua, ou na beira do mar
Dou-lhes vida, luz, emoção!

Espalho-os pelo mundo como o vento
Espalha os perfumes da primavera
Levando minha alegria ou meu lamento
Propago-os no espaço e no tempo
Tão longo quanto os anos de espera...

Os sentimentos são minha matéria
Os meus, os teus, os nossos
E fazer com que ganhem artérias
Corpo, alma, coração
Com leveza e com paixão
É tudo o que eu posso...

Os sentimentos nasceram para meus encantos
Para provocar a alegria
Para nos lembrar da nostalgia
Para fazer brotarem as lágrimas nos prantos...

Sentimentos, ah, sim, sentimentos na paixão exacerbada
Que me brotaram no entardecer
E me acordaram  na madrugada
Para compor-te este poema
E te oferecer!

Euclides Riquetti

Eu preciso do vento que vem do mar

 


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Eu preciso do vento que vem do mar
Preciso da lembrança para me embalar
Preciso do sol nas tardes e manhãs
Preciso de ti nas tardes e manhãs
E no sonho tenro que a noite me traz.

Preciso afirmar minhas convicções
Rever conceitos que me vêm e apago
Conter meus impulsos e frear emoções
Preciso do alento de teus afagos...

Sou como a mão que alinha tijolos
Dispondo-os siametricamente
Como o profeta que prediz os sonhos
Sonhadamente
Como poeta que empilha versos
Livremente, harmoniosamente!

Mas preciso de ti para formatá-los
E só para ti lê-los decerto
E só tu os ouças por certo.
Preciso...

Euclides Riquetti

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Num universo de paz e amor

 


Não sei onde se encontram agora

As flores que você plantou
Se apenas sumiram por ora
E por causa delas você chora
Depois que a tormenta passou...

Não sei onde estão as rosas e as margaridas
Que você regou com seu pranto
Mas que deixaram suas manhãs floridas
E ajudaram a curar suas feridas
Que desapareceram como que por encanto...

Mas sei onde se encontram os versos
Que você me inspirou a compor:
Vagam pelas ondas dos mares mais  incertos
Nos lugares mais diversos
Num universo de paz e de amor......

Euclides Riquetti

Mais do que um sonho... uma agradável lembrança!

 



          Uma das coisas boas de minha vida é sonhar! Fechar os olhos, imaginar, navegar, sonhar... Passar por sobre fronteiras sem passaporte, sem documento: apenas com sorte! A sorte de encontrar seres que estão com a gente, que estarão, ou que já estiveram perto de nós, junto de nós...
  
          Sonhar é meu, seu, nosso direito! Sonhar de dia, de noite, de pé, deitado, de qualquer jeito! Mas sonhar... E ensejar para que nossos sonhos se tornem realidade. Os sonhos, por si, nos possibilitam a vivência de realidades possíveis e impossíveis... Dentre estas, a de ter junto conosco pessoas que nos foram muito queridas e nos deixaram. Na noite de domingo, revivi momentos com meu querido pai. Deixou-nos num sábado, 18 de junho de 1977. Tinha 55 anos. Nascera  Guerino Richetti, virou Riquetti. Guerino de "guerreiro"!

          Posso asseverar que sou muito parecido com ele. Uma cópia, um clone. Meu jeito de me movimentar, de mover minhas mãos, de olhar para as pessoas, de ficar com o pensamento visivelmente distante. Os mesmos hábitos: Ler, ler muito, informar-me. Herdei isso dele. Quando nasci, lá no Leãozinho, então comunidade de Rio Capinzal, ele estava lendo "Os Sertões", de Euclides da Cunha. Quando escrevia, desenhava as palavras. Letra firme, uma verdadeira caligrafia. Estudou Latim , Filosofia, Francês, Italiano, aprendeu a tocar piano. Conhecia muito de História, de Geografia, de Matemática. Notas altas nos tempos de Seminário, o São Camilo, da Vila Pompeia, em São Paulo. Notas altas no "Normal", para habilitar-se ao magistério, no Mater Dolorum, em Capinzal, onde concluiu seu curso em 1963. Estava com 40 anos...

          No domingo, mais um belo e agradável sonho. Sonhei que eu estava com uma amiga,  ajudando-a  a fazer a decoração para um ambiente de um evento cultural. Amarrávamos panos brancos entre colunas, provavelmente para mais  uma daquelas "Noite do Canto, Arte e Poesia", que costumávamos organizar com os amigos poetas da APECOZ (Associação dos Poetas de Capinzal, Ouro e Zortea). Saudades disso também... Meu pai chegou, parecia mais alto do que era, embora tivéssemos a mesma altura: 1,83 metros. Estava com calças e camisa de manga longa, uma cor escura, uma combinação de preto ônix com preto dark. Sapatos pretos, bem lustros, como era de seu costume. Boina.  Mas as maiores e melhores lembranças dele tenho-as com ele usando camisa branca e calça preta ou marinho.

          A aproximação dele veio natural, parecia que estava verdadeiramente ali. Elegante, inteligente, culto, charmoso. Assim eu o via e é assim que eu o vejo e quero ver nos meus sonhos. Ele veio e disse que estava com um pouco de pressa, precisava dar aulas de Matemática... E saiu... Fique muito contente em vê-lo. Estava bem. Acordei-me sobressaltado, mas feliz. Eu o vi mais uma vez. Ele não era professor dessa disciplina, mas ensinou-me a fazer contas de medidas agrárias e volumes. Área de quadrados, retângulos, triângulos. Para este, dizia: "base vezes altura, dividido por dois".  E fazia desenhos em papéis para eu entender. Para madeiras em toros: "raio ao quadrado vezes o PI (3,1416),  vezes altura..."  Aprendi isso antes de me ensinarem na escola. E, com 10 anos, eu fazia cálculos das roçadas e carpidas que os familiares do saudoso Sebastião Feliz da Rosa, o "Velho Borges", e seus filhos João e Dário empreitavam. Vinham lá em casa para que meu pai calculasse. E ele me punha na a fazer as contas: alqueires, quartas de terra...

          Ora, misturo sonhos, lembranças e saudades. Saudades, porque isso é inerente à condição humana: quem não as sentir, não tem história, não tem passado, não tem sensibilidade. Lembranças, porque elas nos trazem alegrias. E se confundem com as saudades.  E sonhos! Ah, esses sim! Sonhos  que   me permitem revivenciar realidades impossíveis. Como a de ter, perto de mim, pessoas que só podem vir com o sonho...

Euclides Riquetti
11-11-2014

Deixe-se levar... pelo pensamento!

 



Segure-se no céu azul, agarre-se no firmamento
Deixe-se levar pelo pensamento
Deixe seu corpo levar-se, transportar-se
Pelas ondas do ar, pelas asas do vento...

Jogue um pedaço dessa imensidão azul para colorir o mar
Jogue os raios do sol para azular a água
Jogue a morenice de sua pele para colorir a areia
Use o calor de minhas mãos para enxugar suas lágrimas...

Escute a música  que vem de meu coração
Sinta o sabor dos beijos que eu lhe dei um dia
Transforme meus versos numa bela canção
Seja os acordes de minha melodia.

E então, pouse como a gaivota sobre a areia quente
Mergulhe seus pés nas vagas turbulentas
E ouça  o poema que eu lhe disse num repente
Inspirado em almas brancas, mas  vorazes e sedentas.

Euclides Riquetti

Rui Maliska - uma perda lamentável... para relembrar, pois amigos jamais devem ser esquecidos.

 



          Às vezes a gente fica sem jeito para dizer o que se quer. Ou se vê na situação de que se deveria calar. Mas, dividir com os outros o que se sente também é uma necessidade premente no ser humano. E, neste momento, acabei de receber a notícia de que o Rui Maliska deixou nossa vida terrena. Fomos vizinhos na infância, lá no Ouro, quando ele morou no casarão construído pela família Penso, na Rua Pinheiro Machado. É aquele casarão amarelo com janelas azuis, imponente, onde moram hoje a Helena Antunes de Souza e sua mãe. Olhando de Capinzal para o Ouro é o casarão que mais nos chama a atenção. Depois,  eles foram morar numa casa ao lado, que seu pai construiu. Ele não tinha mais a mãe.

          Lembro-me de quando a mãe dele faleceu. Ele era bem menino. Ficou arrasado.  A Gráfica imprimiu convites para que as pessoas pudessem participar da celebração religiosa de sua despedida. Fomos com alguns colegas de casa em casa entregá-los. A cidade ficou de extremo luto porque ela era ainda jovem. A família do seu José Masliska Sobrinho tinha ótimo conceito perante a comunidade. Muitas pessoas foram despedir-se dela, pois era muito querida por todos.

          Quando nos tornamos vizinhos, ele deveria ter uns 8 anos. Brincávamos numa serragem de madeira que havia sido depositada na rua, perto da casa em que ele viera morar. Jogávamos bola com um bola de plástico junto com outros meninos. Também desenhávamos no chão, fazíamos algumas coisas que uma cidade devesse ter. E ele falou que iria fazer um estádio. Eu não sabia  o que era um estádio e ele me disse que era um campo de futebol com arquibancadas. Lá em Capinzal havia um campo de futebol. Disse que não era mais estádio porque tinham desmanchado a arquibancada. Mas ele disse que construiria um estádio, então. Ele sabia que existia o Maracanã, seu pai lhe falara.

         Nossas brincadeiras eram respeitosas, ele era muito bem educado. Ia para o Colégio com calça cáqui e camisa azul turquesa. Era um menino aplicado, estudioso, simples. Lembro quando ele e o Aliomar vinham abastecer seu carro no Posto Esso. Cabelo comprido e calça boca-de-sino. Costumavam ir para Piratuba, que era o principal destino dos jovens nos sábados à noite.

         Depois tomamos rumos diferentes, cada um buscando uma cidade para estudar. Adiante, já atuando em nossas profissões, ele dentista e eu professor, nos reencontramos. Ele costumava, nos últimos anos, ir a pé para o trabalho. Também fazia caminhadas na área de Lazer, em Capinzal. Na última vez que nos encontramos, lá, disse-me que havia lido uns poemas meus que foram publicados em jornal e que ele tinha o desejo de escrever um livro. Tinha sua opinião sobre as coisas, bastante sensibilidade. Era avesso às badalações. Incentivei-o a que escrevesse seu livro.

          No segundo semestre do ano que findou começaram os rumores de que o estado  de saúde dele era muito grave, fora tratar-se em Florianópolis. Os irmãos o estavam monitorando. Falei com um deles aqui em Joaçaba, ele disse que estavam bastante otimistas com as possibilidades de ele se recuperar. Neste início de ano amigos me disseram que a situação estava crítica. Agora, a notícia de sua partida...

          A partida de pessoas como ele, prematuramente para os tempos atuais, é sempre muito sentida. Mas, para os que ficam, ele deixa lembranças muito singelas. Foi correto em seu trabalho, para com as amizades, para com sua cidade. Era muito querido pelos seus familiares e pelas pessoas de suas relações. Capinzal e Ouro estão de luto. É mais um amigo que se vai...

Euclides Riquetti
05-01-2013

Em minha casa tenho flores

 



Em minha casa tenho rosas
Brancas, vermelhas e amarelas
Rosas bonitas e formosas
De todas as flores as mais belas.

Cultivo as plantas com suas flores
A elas dou meu mais fino trato
De todos os matizes e cores
Com o cheiro das plantas e do mato.

As gérberas que enfeitam o jardim
As margaridas e as hortênsias
Trazem alegria para você e pra mim
E para todas as crianças inocentes.

Na casa de minha querida vovó
Têm cravos, gerânios e beijinhos
Com eles eu não me sinto só
Com eles  divido  meus carinhos.

Protege, Deus, as crianças adoráveis
Que gostam das flores perfumadas
Que elas cresçam belas e saudáveis
E tenham  uma vida abençoada!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Você me seduz...


 

Você me seduz
Com o seu jeito imponente e importante  de ser
Você me reduz
A um ninguém maltratado, largado outra vez.

Você é assim
A mais bela mulher que eu já vi  por aí
Você é pra mim
A mais formidável senhora que já conheci.

Procuro compor
Um poema com lindas palavras e rimas para lhe agradar
E sinto uma dor
Quando percebo que busco e não tenho o que encontrar.

Procuro pensar
Que você já sentiu quanto amo seus olhos castanhos
E me conformar
Pois não há como ser de você, que me vê como estranho.

Você  me seduz
E maltrata o meu coração perdido e incontido em desejo
Você me reduz
A um frangalho, um  rejeito sem coragem de olhar-se no espelho.

Você é assim
Eu não sei se é maldade, se é medo, ou pura vaidade
Você é pra mim
A deusa distante que finge e me esnoba assim sem piedade.

Procuro compor
As canções mais sensíveis com com letra romântica e melhor  melodia
E sinto uma dor
Que faz com que eu sofra por não receber nem um simples "bom dia"!

Um bom dia
Um aceno
Um olhar...

Apenas um olhar
Disfarçado que seja.
Como a noite sem luz
Você me seduz!


Euclides Riquetti

Procure a felicidade



Procure a felicidade com a força de seu coração
Busque-a nos lugares mais simples e escondidos
Busque-a nas praias, nas praças e nos caminhos
Busque-a com os meios que lhe oferece a razão...

Procure a felicidade nas horas do seu dia
Desde os primeiros  claros  da manhã
Faça dessa sua busca uma tarefa bem sã
Refute as tristezas e enalteça a  alegria.

Busque, em todos os invernos e  todos os verões
Busque  a sua felicidade que você tanto procura
Viva as mais belas de todas as emoções;

E, ao encontrar as respostas que você tanto quer
Retribua com carinho e com toda a sua doçura
Com seu jeito formoso de menina  e de mulher...

Euclides Riquetti

As verdes folhas dos plátanos..

 .


Quando as verdes  folhas dos plátanos voltaram
Vieram  com elas minhas recordações
Dos outonos em que se soltaram
E me avivaram as emoções.

Caídas nas noites de melancolia
Para cobrir as pedras e os gramados
Abrem-me um vazio de nostalgia
Das manhãs dos céus azulados.

E, entre as lembranças que não fenecem
Volvo-me em tênues pensamentos
E perco-me nos sonhos que me enternecem.

E buscarei, no entanto, um novo abrigo
Para me  acalmar em  meus desalentos
No abraço carinhoso  que dividirei contigo.


Euclides Riquetti

Faça de cada manhã...

 



Faça de cada manhã mais que o início de uma jornada
Faça com que pareça algo que já vem de tempos
Faça como a andorinha que espera pelos ventos
Para planar suas asas na planície azulada.

Faça de cada tarde mais do que uma parte de seu dia
Faça com que ela se torne um momento adorável
Faça como a senhora  do sorriso inefável
Que nos  sorri, amável e  que nos  contagia.

Faça de cada noite a espera por alguém
Faça com que esse alguém sinta falta de você
Faça como a namorada que espera quem não vem...

Mas faça tudo significar que vale a pena
Pois  que no mundo sempre se  haverá de crer
Que a vida será  bela se a alma  permanecer serena.

Euclides Riquetti



Comemore cada vitória, efusivamente

 



Comemore cada vitória,  efusivamente
Mesmo acreditando que outras possam vir
Vibre com as conquistas muito intensamente
Faça com que tudo seja motivo pra sorrir.

Lamente as derrotas apenas levemente
Pois outros revezes poderão acontecer
A vida nos guarda surpresas, infelizmente
Que nos acontecem sem que as possamos prever.

Sorria  para a vida com entusiasmo e alegria
Aja sempre com equilíbrio e extrema sensatez
Sorria em cada nova semana, em cada novo dia.

E, quando as jornadas  já não forem promissoras
E o tempo lhe roubar a energia e a  altivez
Apenas plante sorrisos e colha rosas encantadoras.

Euclides Riquetti

quarta-feira, 7 de abril de 2021

O doce de teu beijo

 



Que bom que eu tenho olhos que te veem
Que bom sentir o doce de teu beijo
Que bom que tenho lábios que te beijam
Que bom sentir o olhar do teu desejo.

É bom ver-te vestida desse rosa
É bom  tocar tua pele tão morena
É bom ver-te bonita, assim formosa
É bom amar tua alma tão serena.

Melhor é abraçar teu corpo frágil
Melhor é te roubar o beijo grácil
De amor e de desejo revolvido.

Divino é mergular no teu abraço
Divino é me perder no teu enlaço
No corpo que me deixa enternecido.

Euclides Riquetti
 

De corpo e de alma

 




Passam os dias
Passam outros e outros
Vem nova semana
Vem outra, outra ainda
Longa, morosa, infinda:
Só tu não vens!

E chega um novo mês
Para animar
Meu coração já insano
Enquanto fico a  esperar
Que comece um novo ano
Que venham outros, muitos talvez, outra vez.

Passa o tempo, inclemente
Num repente!
Só não passa a dor no coração
De  quem  perdeu  algo precioso
Forte, imedível, inimaginável...
Passa simplesmente.


A vida corre  e o tempo passa
Enquanto sento na praça
Na espera da sorte
Que deveria vir do norte
Mas não vem...
Nem do Sul, nem de lá, nem de cá!

Todo o meu conforto
É imaginar-te em mim pensando
Acreditar que não me esqueceste
Que não te arrependeste
De ter sido minha de alma...
E de corpo!

Euclides Riquetti

Ouro do sol e dos trigais ... 58 anos de emancipação - Parabéns!

 


Cidade de Ouro - SC -       



          Ouro do sol e dos trigais/Ouro dos nossos laranjais... Os dois versos que iniciam o Hino do Município de Ouro bem refletem o que ele sempre representou em termos de cultura,  força de trabalho e grande celeiro agropecuário do Vale do Rio do Peixe, onde se localiza,  em território catarinense.
          Já no início do Século XX, começou a receber corajosas famílias de descendentes de italianos que vinham  da Serra Gaúcha, grande parte deles de Caxias do Sul e Farroupilha, e foi-se constituindo num lugar próspero que muito os atraía, em razão das características topográficas  semelhantes  às de seus lugares de origem, tanto na Itália como no Rio Grande do Sul.  Era uma paisagem que lhes trazia sempre as mais  saudosas lembranças.
          A vila que originou a cidade foi fundada em 20 de outubro de 1906, mas a ocupação das terras deu-se ainda antes, existindo aqui muitas famílias de caboclos, que eram chamados de “brasileiros”, sendo que alguns deles chegaram a possuir grandes áreas de cultivo. Depois  vieram os colonos, que desbravaram seu território montanhoso.
          Hoje, a cidade com pouco mais de sete mil habitantes e que está comemorando seu cinqüentenário,  tem sua economia assentada na produção de frangos, suínos,  bovinos, milho, leite e erva-mate. Pequenas manufaturas e agroindústrias, em sistemas associativos, tornaram Ouro a Capital Catarinense do Associativismo. O Turismo é uma atividade  com crescente importância no contexto local. Um balneário com águas termais e a belíssima e verdejante paisagem rural são fortes atrativos.
          Com bons índices em Educação e Saúde, sua população é alegre e acolhedora, uma  gente que trabalha com afinco e que busca sempre o melhor. A religiosidade, com predominância católica, é representada pela  Padroeira, Nossa Senhora dos Navegantes..

Ouro comemorando seus 58 anos neste 07 de abril de 2021 - também Dia Mundial da Saúde. Que Nossa Senhora dos Navegantes nos proteja e derrame suas bênçãos sobre todos os seus filhos. 

          Vale a pena conhecer Ouro, uma cidade que tem grande importância no contexto histórico, social e econômico do Meio-Oeste Catarinense. 

Euclides Riquetti - Prefeito em Ouro de 1989 a 1992. 

No teu sorriso cativante

 


Pensei em ti, no teu sorriso cativante

No teu jeito sutil,  nos teus modos delicados
Na leveza de teus gestos e  encantos
No teu olhar com brilho excitante
Nos teus pensamentos santos
Nos teus lábios vermelho-rosados.

Pensei em ti, na tua voz doce e suave
No movimento de teu corpo terno e elegante
No perfume que exalas  pelo caminho
No desejo ardente que te  invade
No teu semblante a denotar  carinho
Na tua beleza simples e contagiante.

Pensei em ti, com  a força de meu sentimento
E me entreguei,  com todo o amor e paixão
Mandei-te  meus versos, estrofes e  poemas
E, no afã de recuperar o nosso  tempo
Dei-me a esquecer as decepções e os meus dilemas
Para te oferecer minha alma e meu coração.

Euclides Riquetti

Um poema de amor...

 



Não há manhã sem sol que não seja agradável
Não há noite de luar que não o seja também
Não há tarde de chuva que seja interminável
Que não  se possa parar pra  pensar em alguém.

Não haverá mais amor numa carta chorosa
Não haverá  mais amor que em minha poesia
Não há, mas espero você, carinhosa
No canto que eu canto e que lhe leva a magia.

Não há nenhum dia que eu não componha um poema
Não há um só momento que eu não pense em lhe ver
Não há uma semana em  que eu não escreva
Um poema de amor, só de amor por você!

Euclides Riquetti

Obrigado, meu Deus!

 



Meu Deus,
Tu que é tão bom
Tu que podes tanto, tanto
Eu te faço esta oração
Porque só Tu és Santo.

Meu Deus,
Tu que me  compreendes
Tu que me dás atenção
Eu peço e Tu me atendes
Porque me dás Tua proteção.

Meu Deus,
Tu que estás sempre comigo
Tu que estás em todo o lugar
Eu Te peço o bom abrigo
Porque quero estar em  meu lar.

Meu Deus,
Tu podes sempre contar
Com a minha fidelidade
Eu aprendi que se eu Te amar
Só vou ter a  Felicidade.

Obrigado meus Deus!

Euclides Riquetti

Cuida de ti, mulher!

 


Cuida, severamente, de todas as tuas emoções
Não te deixes levar por impulsos incontroláveis
Cuida, para não sofreres as fortes desilusões
Nem te deixes abalar por revezes infindáveis.

Cuida  das dores intermitentes de teu coração
Não te deixes maltratar por quem não te quer
Cuida, para que teus pés não percam o teu chão
Nem te deixes intimidar em tua condição de mulher.

Cuida, sim, de teus bens mais caros e  preciosos
Cuida de tua alma e de teu coração ferido
Cuida como o  fazes com teus seios formosos.

Cuida como cuidas de teus cabelos ondulados
Cuida como cuidas de teu corpo esculpido
Cuida como cuidas de teus olhos amendoados!

Euclides Riquetti

terça-feira, 6 de abril de 2021

Mergulhar em você...



Eu queria mergulhar em você
Infinitamente...
Eu queria me jogar em você
Perdidamente...
E me inundar de seus  lábios  que atraem
Constantemente...
E olhar os seus olhos bonitos
Certamente...

Eu queria abraçar o seu corpo
Desejosamente...
E esquecer de meu mundo agitado
Num repente...
E gritar pra você que seus beijos
São ardentes...
E alimentar meus sonhos para que sejam reais
Para sempre...

E que você nem respondesse
Mas apenas dissesse:
"Eu também quero você!"

Euclides Riquetti

Desolação - o universo da alma...

 








Penam-se as almas, dilaceram-se corações aflitos
Corroem-se os sentimentos, mutilam-se paixões
Constroem-se seres inquietos, ensejam-se conflitos
Tropeça-se nas pedras bandidas das tensas desilusões.

Edificam-se muros frágeis com a  solidez das verdades
Encurtam-se os caminhos, alongam-se as trajetórias
Derrubam-se barreiras, despem-se as frívolas vaidades
Descobre-se que há lutas renhidas, perdidas e inglórias.

O universo é, por si mesmo,  algo não dimensionável
Sujeito a tempestades, intempéries e turbulências
O universo é uma imensidão desconhecida e formidável.

O universo da alma se constitui em algo dócil e  sensível
Sujeito a decepções, inconstâncias e incoerências
O universo  humano comporta a face do incompreensível.

Euclides Riquetti

Me tenha valido sonhar!

 





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Teus olhos me encontram
Meu corpo encontra o teu
Nossos corações pulsam
Pulsam o teu e o meu...

No encontro de nossas almas
Se juntam nossos pensamentos
E nossas ansiedades escravas
Somam pecados e tormentos...

Então meu cérebro fervilha
Buscando entender o teu
Quando a poesia maltrapilha
Me manda buscar o que é meu!

E, enquanto escrevo meus versos
Simples, ternos e apaixonados
Eu e meus desejos incertos
Sonhamos acordados!

Busco a musa, incessantemente
Busco na beira daquele mar
E, quem sabe, assim, de repente
Me tenha valido sonhar!

Euclides Riquetti
03-07-2019

Amor do outono bravio

 





No outono bravio, sinfonizam-se os acordes do vento
Maestrados  pela orquestra sincrônica  do universo
Sinaliza-se a vinda de um inverno frio e perverso
Com nuvens cinzentas redesenhando o firmamento...

Pois que venham as gélidas noites e as manhãs geadas
Em que os corpos se refugiarão nos mantos ou vinhos
Em que outros se encostarão em seus pares quentinhos
Em que se perderão como se fossem almas alinhadas.

E, que depois da inconstância do inverno, a primavera
Nos traga a beleza natural das flores em cada florir
Nos traga os perfumes e aromas de seu afável sorrir
Enquanto planto meus  sonhos e alimento  quimeras.

Para que, quando, novamente, o alto do verão chegar
E o sol morenar  o seu corpo divinamente gracioso
Pudermos nos abraçar e trocarmos o beijo delicioso
Possamos, alegremente, nos amar, sonhar, viver, amar!

Euclides Riquetti

Dois olhos tristes

 


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Escondem-se, dois olhos tristes, atrás de uma cortina
Divinamente tristes, sóbrios,  muito encantadores
Beleza de mulher: de senhora, de moça e de menina
Olhos que me atraem, sempre  meigos e sedutores.

Dois olhos tristes, calmos, tímidos e fugidios
Que se perdem nas profundezas do pensamento
Dois olhos tristes, ternos, porém arredios
Que fitam, intensamente, o azulado firmamento.

Os olhos que se escondem e que querem atenção
Que permitem vislumbrar mais do que as paisagens
Que enxergam muito além da alma e da imaginação
Que nos transportam pela vida e as suas passagens.

Olhos, singelo par dos tão importantes elementos
Olhos, o permitir conhecer,  o perceber e o sonhar
Olhos alegria de definir-se o caminho sem tormentos
Olhos, o prazer de poder ver, sentir, admirar, amar!

Euclides Riquetti

Nas brancas areias das dunas

 



Vêm as ondas verde-esmeralda banhar meus pés
Enquanto o vento atiça as brancas areias das dunas
Lá nas águas jazem as negras galés
Quando as vagas se requebram em alvas espumas.

Nas cinzentas manhãs do pré-verão
As verdades rebatem à minha porta
E uma dor leve açoita meu coração
Que já não tem certeza de que você se importa.

E em cada grãozinho de areia trazido
O despertar de um sentimento já adormecido
Reanimado pelas águas que balançam.

E em cada corpo que baila, bronzeado
Está você em seu presente e seu passado
Enquanto os anos avançam...

Euclides Riquetti

Se te derem um poema


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Se te derem um poema de mim roubado
Nascido de minha singular inspiração
Peço-te que o leias com todo o cuidado
E venhas a mim através da imaginação...

Sobrevoa a vasta floresta do Atlântico
Os riachos azuis vai deixando pra trás
Vem pra este vale verde e romântico
Deixa que os rios corram para o mar!

Busca encontrar-me onde me imaginares
Talvez caminhando numa longa estrada
Distante das areias quentes e dos mares
Quem sabe em rancho velho ou pousada.

Estarei te esperando de abraços abertos
Alma sem dono, com as mãos estendidas
Meus olhos te procuram livres, despertos
Pra que tu venhas recompor minha vida!

Euclides Riquetti

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Perdas ensejam saudades

 


Perdas são sempre sentidas
Ensejam  as saudades
Aguçam a sensibilidade
Ferem os corações e as almas doridas...

As perdas dilaceram os ânimos
E mutilam os pensamentos
Fazem a mente viajar pelo tempo
Perder-se em dias, meses e anos...

As perdas deixam marcas que não se apagam
Que ficam conosco eternamente
E que nos destroem  lentamente.

As perdas acontecem e as vidas passam
Fica a dor a matar quem já tanto sofreu
Fica o tempo a lembrar-nos de quem se perdeu...

Euclides Riquetti

Esperavas que eu te mandasse rosas

 


Esperavas que eu te mandasse rosas

Talvez vermelhas ou amarelas
Desde que fossem cheirosas
Com suas pétalas singelas...

Esperavas que eu te mandasse flores
Mesmo que fossem gerânios
Ou cravos extemporâneos
De  matizes multicores...

Mas eu te mandei, gentilmente
Versos que na noite compus
Versos de amor e de luz...
Que eu compus sutilmente.

Versos que me dispus a compor  
E que espero que tu aceites
São meus eternos  presentes
Meus doces versos de amor!

Para ti, somente para ti!

Euclides Riquetti

As naus da solidão...



Navegam, vagarosamente, nos mares de minha mente
As naus da solidão...
Vão de porto em  porto, vão de mar em mar
Procurando meu corpo para ancorar
Dando as costas à imensidão.
Navegam nas profundezas dos tempos, suavemente...

Navegam, através dos ventos e das as correntezas
Para  buscarem a doce calmaria
Que só eu lhe posso oferecer
Que só eu posso lhe conceder.
Navegam as naus da nostalgia
Pelos mares ignotos das  incertezas...

Navegam, lentamente, plenas de almas solitárias
As naus da solidão...
Vão, nas tardes, na noites, nas manhãs
Em suas andanças libidinosas  e vãs
Buscando a ilusão.
Navegam, sutilmente, as  naus solitárias!

Euclides Riquetti

Quando a esperança renascer das cinzas

 



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Quando a esperança renascer das cinzas
E então o  verde corar todos os gramados
Quando as florinhas amarelas voltarem
Nos campos do Sul de céu azulado...

Quando os seus cabelos forem sacudidos
Pelo vento fresco da manhã de solidão
Quando sua voz movimentar os sentidos
E eu poder ouvir a sua doce canção...

Quando no horizonte eu puder vislumbrar
A silhueta imaginária de seu corpo elegante
Quando na noite, de novo,  puder recordar
As linhas doces  e a beleza de seu semblante..

Eu saberei que valeu a pena!

Euclides Riquetti

O vento que sopra na tarde

 



O vento que sopra na tarde
E que move as folhas da planta
Traz-me paz, sem mais alarde
E faz-me sentir qual criança.

Quando a primavera  chegou
Começou a mudar a paisagem
A flor se abriu, desabrochou
No vaso que abrigou a folhagem.

A juventude é assim:
Surge bela, como a flor
Ocupa os canteiros do jardim
Abre-se em sonhos de amor.

Ah, setembro - primavera!
Tempos de vida e de cor
Vem o sol que a gente espera
Traz na  tarde seu fulgor.
 
Euclides Riquetti

Um calar-se que faz sofrer

 


 



Havia um sol a aquecer a tua  aura serena

Um sol que migrou e foi brilhar lá bem longe
Pra encantar uma tímida e frágil falena
Que além do meu vale verde se esconde.

Havia um brilho lunar a pratear teus encantos
Um luar que amenizou a aflição de tua alma
Pra acalmar os teus ais, teus choros e prantos
E fazer-te mais doce, mais terna e  mais calma.

Havia um pedido de perdão e um desculpar-se
Pois um de nós dois, certamente que errou
Um pergunta sem resposta, apenas um calar-se.

Um calar-se que faz sofrer, que nos fere e pune
Mas que não apaga um sentimento que ficou
Pois o tempo que apaga é o mesmo que une....

Euclides Riquetti

Oração ao Monge São João Maria

 


 

Nas plagas de Taquaruçu
Nas grutas do Vale do Peixe
Nos morros e planaltos do Sul
E onde que a memória deixe
Ou nas raízes do Iguaçu
Neste chão catarinense
Os revoltosos exclusos
Mexeram com as almas das gentes.

Cruzes espalhadas nos morros
As fontes benzidas das águas
Gemidos pedindo socorro
Corações cheios de mágoas
O velho do cajado e do gorro
Pés descalços e mãos calejadas
São João Maria do bom povo
Abençoe minhas simples palavras.

O manto de trapo que cobre
Um corpo esguio e indefeso
Esconde as origens de um nobre
Que tem por justiça o desejo
São João Maria a esses  pobres
Dá tua bênção, teu conselho
Abençoa os caminhos em que corre
O rejeitado sertanejo.

Monge João Maria da oração
Olha pro céu anilado
Que tomou-me a casa e o pão
Que fez de mim um coitado
Dá alimento ao meu coração
Que anda nos caminhos jogado.

Ensina-me a domar este chão

Que foi por Deus bençoado!


 E, entre anjos e arcanjos
Nas imensidões de um além
Perdoa até mesmo os tiranos
Paz para eles também
São João Maria, Homem Santo
Homem que lutou pelo bem
Que reine a harmonia em todo o canto
E que Deus nos diga amém!


Euclides Riquetti

domingo, 4 de abril de 2021

A deusa, a sereia, a musa...

 





Desenha a natureza o verde dos coqueirais
Desenha o céu o azul nas manhãs ensolaradas
Desenham o mar os recifes e os negros corais
Desenham o dia as brancas nuvens alvejadas.

O sol do ouro alaranjado doura a  morena pele
E o caminhante beija  o vento na manhã divina
A onda espumante que banha acaricia, não fere
O corpo que desafia minha  imaginação felina...

Desenha-se, no mar,  o mais perfeito dos cenários
A imensidão oceânica que colore e perfuma
E se transforma no mais sagrado dos sacrários.

Louva-se, no mar, a brisa que enternece a alma
Louva-se, no mar, a deusa, a sereia, a musa
Louva-se, no mar, o seu sorriso que seduz e acalma...

Euclides Riquetti