Dizia o
Ex-Presidente Fernando Collor de Melo que “o tempo é o senhor da razão”. O
pensador grego Sócrates, asseverou:”In medio virtus”. As duas frases me voltam
seguido à memória. A afirmação socrateana, uma vez meu ´pai me mandou numa
carta por ele manuscrita, postada em Capinzal e recebida por mim em União da
Vitória, em 1973. Sabia ele que eu estudava Latim, além do Inglês, na antiga
FAFI, a Fundação Faculdade Estadual de Filosofia, Ciência e Letras de União da
Vitória, nio Paraná. E que eu daria um jeito de entender o recado dele.
No verdor de
meus 20 anos, quando a família não tinha telefone, nossa comunicação era por
carta que, com sorte, me chegava às mãos em 5 dias. Era sair do trabalho e
chegar na República Esquadrão da Vida, na Rua Professora Amazília, no centro da
cidade gêmea com Porto União, em que formavam as famosas “Gêmeas do Iguaçu”,
esperando que o carteiro tivesse me deixado uma missiva. Os termos da expressão
eram facilmente traduzíveis: “A virtude está no meio” ou, “No meio, a virtude”!
Mas a compreensão, entendimento, interpretação dos termos, é que mexiam com minha inteligência. O que
ele quisera me dizer com isso?
Fiz minha
interpretação, entendi que a sugestão era de que eu devia levar minha vida com
equilíbrio, fazer as coisas sem afoiteza, ligar o cérebro antes de agir.
Adiante, numa visita que lhe fiz, em Ouro, cobrou-me o entendimento, e ele me
disse que eu deveria portar-me de modo que eu não fosse um”prafrentex”, um cara
metido a estar avançado no tempo, mas também que não me tornasse, ou me
portasse, como um cara atrasado, um banana!
Guerino Riquetti
chegara ao primeiro ano de Filosofia, estudara Italiano e Latim, conhecia
razovelmente o grego, tocava órgão e piano, era exímio matemático, um jovem
inteligente e equilibrado. Faleceu aos 55 anos, na época era Diretor de Grupo
Escolar, cargo no qual se efetivou por concurso, sem apadrinhamento político,
foi Diretor no André Rebouças, na Barra do Leão, e na Escola Básica Prefeito
Sílvio Santos, em Ouro. A sentença socrateana está gravada em seu epitáfio, em
bronze, no campo santi da Vila São José, em Ouro.
O dito por
Fernando Collor de Mello se aplica frequentemente na política partidária
brasileira, na Administração Pública das cidades, dos estados e do Brasil. E
está muito evidente neste mês de agosto de 2024, quando os noticiários
televisivos e os canais de youTube se referem às queimadas nos campos do Norte
e do Centro Oeste, e agora atingindo severamente o estado de São Paulo, no
Sudeste. E os influenciadores digitais, os engajados, os sensatos e os chatos,
não cansam de cobrar daquela Greta, daquele Di Caprio, e dos artistas que
fizeram o L, as mesmos posições que tinham no tempo do Governo Jair Bolsonaro,
quando o Ministro Ricardo Salles falava em “passar a boiada”. Agora, a boiada foge, os incêndios se
alastram, vidas já foram perdidas, a fumaceira atinge campos e cidades, até o
ccéu de Brasília está cinzento de fumaça e fuligem preta.
Sim, o tempo é o
senhor da razão! E isso vale, no momento, para as administrações municipais,
quando vereadores e prefeitos serão eleitos. Então você, eleitor, eleitora,
busque conhecer o que as pessoas escreveram ou disseram no passado, como se portam
no presente, e decidam em favor de quem é coerente com o que já disse. Assim
fazendo, você ajudará a melhorar a classe política. Não adianta ser crítico ou
reclamão, se você não for exemplo verdadeiro.
As campanhas nas
ruas – Em Joaçaba e
nas demais cidades do Meio-Oeste já é possível verem-se automóveis adesivados
e alguns, poucos, já distribuindo seus santinhos e as colinhas para o eleitor
levar com ele quando for votar. Agora, a população já começa a se manifestar,
nosso povo é esclarecido, sabe o que é realizável e o que é sonho, utopia. Os
programas de rádio e TV mostrarão os candidatos à majoritária e à proporcional.
E agora, José, votar em quem?
É certo que em
todas as cidades, dados tantos partidos e tantos candidatos a Vereador (a), cada
um dos eleitores conhece pelo menos meia dúzia deles. É o vizinho, o morador do
Bairro, o que jogava bola, o que colocava lenha na churrasqueira nas festas da
capela, o que vendia números de rifas ou bingos para as entidades se manterem, o
que era caixa ou garçom nos eventos. E as milhares que faziam as cucas, as
bolachas, as saladas e a maionese, que ajudavam na celebração das missas ou dos
cultos, o que (antigamente), convocado pela diretora da escola ou presidente da
APP, ia ajudar a dar uma limpadinha no pátio do educandário. Então, mutas
famílias dividindo seus votos, querendo ajudar a todos.
Para o
Executivo, a tarefa é bem mais fácil, são duas, três ou até quatro chapas
concorrendo, duplas arranjadas conforme os acertos nas coligações. Enfim, a
sorte dos candidatos está lançada ou, como diria meu professor de latim e até o
Odorico Paraguaçu, “Alea jacta est”!
Então, escolher
quem para prefeito e vice? - As centenas de pessoas com quem
converso, semanalmente, estão divididas, poderemos ter uma bipolarização, na
reta final aparece o voto útil e decisivo. Mas, especificamente em Joaçaba, ao
menos um terço dos eleitores espera acontecerem os debates para escolherem em
quem votar. Assim, uma boa preparação, o conhecimento da história do município,
a sua evolução e a estagnação em alguns setores, devem ser altamente levados em
conta. Bom desempenho a todos, porque em eleição não é como disputa de
pênaltis, onde a sorte é quase que determinante. O que vale, é saber conquistar
os votos!
Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com