sábado, 31 de agosto de 2024

O Brasil que arde em chamas e os candidatos correm atrás dos votos

 



       Dizia o Ex-Presidente Fernando Collor de Melo que “o tempo é o senhor da razão”. O pensador grego Sócrates, asseverou:”In medio virtus”. As duas frases me voltam seguido à memória. A afirmação socrateana, uma vez meu ´pai me mandou numa carta por ele manuscrita, postada em Capinzal e recebida por mim em União da Vitória, em 1973. Sabia ele que eu estudava Latim, além do Inglês, na antiga FAFI, a Fundação Faculdade Estadual de Filosofia, Ciência e Letras de União da Vitória, nio Paraná. E que eu daria um jeito de entender o recado dele.

       No verdor de meus 20 anos, quando a família não tinha telefone, nossa comunicação era por carta que, com sorte, me chegava às mãos em 5 dias. Era sair do trabalho e chegar na República Esquadrão da Vida, na Rua Professora Amazília, no centro da cidade gêmea com Porto União, em que formavam as famosas “Gêmeas do Iguaçu”, esperando que o carteiro tivesse me deixado uma missiva. Os termos da expressão eram facilmente traduzíveis: “A virtude está no meio” ou, “No meio, a virtude”! Mas a compreensão, entendimento, interpretação dos termos,  é que mexiam com minha inteligência. O que ele quisera me dizer com isso?

       Fiz minha interpretação, entendi que a sugestão era de que eu devia levar minha vida com equilíbrio, fazer as coisas sem afoiteza, ligar o cérebro antes de agir. Adiante, numa visita que lhe fiz, em Ouro, cobrou-me o entendimento, e ele me disse que eu deveria portar-me de modo que eu não fosse um”prafrentex”, um cara metido a estar avançado no tempo, mas também que não me tornasse, ou me portasse, como um cara atrasado, um banana!

       Guerino Riquetti chegara ao primeiro ano de Filosofia, estudara Italiano e Latim, conhecia razovelmente o grego, tocava órgão e piano, era exímio matemático, um jovem inteligente e equilibrado. Faleceu aos 55 anos, na época era Diretor de Grupo Escolar, cargo no qual se efetivou por concurso, sem apadrinhamento político, foi Diretor no André Rebouças, na Barra do Leão, e na Escola Básica Prefeito Sílvio Santos, em Ouro. A sentença socrateana está gravada em seu epitáfio, em bronze, no campo santi da Vila São José, em Ouro.

       O dito por Fernando Collor de Mello se aplica frequentemente na política partidária brasileira, na Administração Pública das cidades, dos estados e do Brasil. E está muito evidente neste mês de agosto de 2024, quando os noticiários televisivos e os canais de youTube se referem às queimadas nos campos do Norte e do Centro Oeste, e agora atingindo severamente o estado de São Paulo, no Sudeste. E os influenciadores digitais, os engajados, os sensatos e os chatos, não cansam de cobrar daquela Greta, daquele Di Caprio, e dos artistas que fizeram o L, as mesmos posições que tinham no tempo do Governo Jair Bolsonaro, quando o Ministro Ricardo Salles falava em “passar a boiada”.  Agora, a boiada foge, os incêndios se alastram, vidas já foram perdidas, a fumaceira atinge campos e cidades, até o ccéu de Brasília está cinzento de fumaça e fuligem preta.

       Sim, o tempo é o senhor da razão! E isso vale, no momento, para as administrações municipais, quando vereadores e prefeitos serão eleitos. Então você, eleitor, eleitora, busque conhecer o que as pessoas escreveram ou disseram no passado, como se portam no presente, e decidam em favor de quem é coerente com o que já disse. Assim fazendo, você ajudará a melhorar a classe política. Não adianta ser crítico ou reclamão, se você não for exemplo verdadeiro.

       As campanhas nas ruas – Em Joaçaba e nas demais cidades do Meio-Oeste já é possível verem-se automóveis adesivados e alguns, poucos, já distribuindo seus santinhos e as colinhas para o eleitor levar com ele quando for votar. Agora, a população já começa a se manifestar, nosso povo é esclarecido, sabe o que é realizável e o que é sonho, utopia. Os programas de rádio e TV mostrarão os candidatos à majoritária e à proporcional. E agora, José, votar em quem?

       É certo que em todas as cidades, dados tantos partidos e tantos candidatos a Vereador (a), cada um dos eleitores conhece pelo menos meia dúzia deles. É o vizinho, o morador do Bairro, o que jogava bola, o que colocava lenha na churrasqueira nas festas da capela, o que vendia números de rifas ou bingos para as entidades se manterem, o que era caixa ou garçom nos eventos. E as milhares que faziam as cucas, as bolachas, as saladas e a maionese, que ajudavam na celebração das missas ou dos cultos, o que (antigamente), convocado pela diretora da escola ou presidente da APP, ia ajudar a dar uma limpadinha no pátio do educandário. Então, mutas famílias dividindo seus votos, querendo ajudar a todos.

       Para o Executivo, a tarefa é bem mais fácil, são duas, três ou até quatro chapas concorrendo, duplas arranjadas conforme os acertos nas coligações. Enfim, a sorte dos candidatos está lançada ou, como diria meu professor de latim e até o Odorico Paraguaçu, “Alea jacta est”!

       Então, escolher quem para prefeito e vice? -  As centenas de pessoas com quem converso, semanalmente, estão divididas, poderemos ter uma bipolarização, na reta final aparece o voto útil e decisivo. Mas, especificamente em Joaçaba, ao menos um terço dos eleitores espera acontecerem os debates para escolherem em quem votar. Assim, uma boa preparação, o conhecimento da história do município, a sua evolução e a estagnação em alguns setores, devem ser altamente levados em conta. Bom desempenho a todos, porque em eleição não é como disputa de pênaltis, onde a sorte é quase que determinante. O que vale, é saber conquistar os votos!

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

 

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