Rio de todos os peixes
Atrevido e valente
Sempre que a calmaria se ausente
O imponente e voraz Rio do Peixe
Desliza furiosamente...
Invade lares, prepotente
Arranca plantas portentosas
Causa avarias espantosas
Esse imperador inclemente!
Nas arenas montanhosas
Vence cada dobra, impiedoso
É um colosso vigoroso
Com suas águas belicosas...
Depois, apenas baila, mansamente
Valsa como o canto verso de um salmo
Então, sereno, paciente e calmo
Jaz, ali, docemente.
Rio do Peixe, nosso venerando Senhor
Ora anjo – uma canção de acalanto
Ora intrépido, despojado de encanto
No vale verde, é soberano gladiador!
Com seu visível poder, ou simplesmente ignoto
Deus Natural, Real Majestade
Orna o campo, enfeita a cidade
Sou teu súdito e fiel devoto...
Rendo-te homenagem, meu rio!
A ti, com tua força imedida
Jamais, em toda a minha vida
Eu ousarei propor-te desafio...
Bem conhecemos teu enredo, tua história
E bem sabemos de tudo o que és capaz
És um guerreiro muito forte, sempre audaz
Reverenciado, dou-te medalhas e glórias.
Tu, que já foste o lago de mi ´as pescas
Tu, que foste a raia de meu tenro nado
E serpenteias neste vale encantado
De Navegantes, foste palco em tantas festas.
Pelo açoite do chicote sem piedade
Peço-te, humildemente, perdão
Aceita esta breve oração
Garboso rio, Fluviosa Divindade!
PERDOA-NOS, RIO DO PEIXE!!!
Euclides Riquetti
04-08-2010