sábado, 18 de junho de 2022

Mar... luar... olhar...



Mar...
Luar....
Olhar...
Sonhar! (Querer)

Flor...
Amor...
Calor...
Dor! (Sofrer)

Navegar
Divagar...
Namorar...
Amar! (Pretender)

Canção...
Paixão...
Emoção...
Coração! (Viver, viver!, viver!)

E, entre verbos e substantivos
Te ver... tecer... te ter...
E, entre versos (re) sentidos:
Teu ser...
Apenas te querer.
(Jamais te perder!)
 
Euclides Riquetti

Cumplicidade

 






Há uma cumplicidade entre nós dois:
Uma palavra que rima com felicidade
Há uma pequena distância que não conta
Porque depois, depois da saudade
Vem sempre o reencontro, o amor de verdade.

Euclides Riquetti

Na noite fria e escura

 


 



Na noite fria e escura me agasalhei em você
Dividimos afagos e compartilhamos carinhos
Mandei embora meus medos, você sabe por quê
Nós buscamos nos sonhos reencontrar um caminho.

Na noite fria e escura eu rezei com você
Pedimos a Deus por nós dois, pela sua proteção
Rejeitamos viver o que nos faça sofrer
Juramos amor, muito amor, amor e paixão...

A noite fria e escura eu só queria que acabasse
Que as horas corressem bem rapidamente
E que um  dia  de sol de imediato voltasse

A noite é dos anjos, dos seus clarins e seus cânticos
É amiga dos namorados,  de quem se ama fielmente
É a hora do poeta compor os seus versos românticos.

Euclides  Riquetti

Abençoa, Meu Deus, as pessoas de bem

 



Meus versos perdidos






Perdi meus versos ao longo da estrada

Ficaram reversos em meio ao nada

Perdi meus versos na madrugada

Deletei-os, incertos: memória vaga!


Versos românticos, livres, ameaçados

Flechados por uma  sanha enraivecida

Restou-me um poema mutilado

Numa página pelo tempo envelhecida.


Reencontro meus versos em meio às águas

(Nelas me liberto de doridas  mágoas)

Ficaram no azul dos ladrilhos das piscinas...


Reencontro todos os versos perdidos

Os de aqui, os de ali, os lá escondidos

Impregnados nas tranças das morenas meninas.



Euclides Riquetti

É sábado, é de tarde e tem sol...

 



É sábado, é de tarde, e tem sol...

E, no vaso de cerâmica

Um belo de um girassol!


É o sábado do folguedo

Da tarde magnânima

Do entardecer ameno!


É sábado, dia de jogo

De de ficar ao  teu lado

De apreciar o fogo!


É sábado, dia encantador

Porque o domingo esperado

Me parece animador!


Enfim, é sábado

Tem sol

Tem girassol

E o céu está azulado!


Euclides Riquetti

18-06-2022


O mar que nos manda a brisa...

 



O mar é colossal
Move-se em suas ondulações francas
Gera e extingue as espumas brancas
De água e de sal.

O mar é imenso e colossal
É um oceano de águas turbulentas
Que balamça as mais  doces emoções
Que se quebram nas ondas que chegam lentas
Aos pés, corpos, peles, almas e corações.

O mar que me traz dos tempos de criança
As mais ternas lembranças
É o mar de todas as idades.

O mar que nos manda a brisa generosa
É aquele que embala a alma esperançosa
E que nos faz sentir saudades... saudades... saudades!

Euclides Riquetti

Ouro - 59 anos! - Homenagem aos ex-Prefeitos: José Camilo Pastore

 


                                     (Pastore, entre o Vice Renê Módena e o Prefeito Dire Duarte)

       José Camilo Pastore foi Prefeito Municipal em Ouro de 21 de fevereiro de 2005 a 01 de janeiro de 2008.  Engenheiro Agrônomo de formação, com experiência e grande conhecimento nas lides da produção agropecuária, Pastore também é capacitado administrador na área privada, onde liderou diversos empreendimentos, na modalidade associativa, que são responsáveis por boa parte da arrecadação de tributos em Ouro. Teve como vice-prefeita a professora Nadir Nardi, o que se constituiu num grande feito em favor das mulheres na política local. Pastore foi duas vezes vice de Sérgio Durigon e uma de Neri Miqueloto. 

       Pasore chegou em Ouro em meados da década de 1980, atuando como Engenheiro Agrônomo da EPAGRI, estatal que atua junto ao produtor rural, incentivando-o à busca do conhecimento nas práticas da atividade agropecuária e na conservação do solo e meio ambiente. Estimulou os produtores ao plantio de novas culturas de inverno e verão, notadamente o incremento de pastagens para o gado leiteiro e mesmo de vegetais para enriquecer a produção de suínos. O melhoramento genético do gado suíno e bovino também teve grande avanço pelo seu incentivo, tanto como gestor público como gestor empresarial privado.

       Como prefeito, realizou importante trabalho na revitalização dos prédios municipais, notadamente da Biblioteca Municipal Prefeito Ivo Luiz Bazzo, onde instalou o Serviço Social no seu subsolo, bem como do Ginásio de Esportes André Colombo.  Apoiou a criação de entidades organizadas para a produção em associativismo, concedeu apoio financeiro a grupos organizados nas comunidades rurais, empenhou-se fortemente na introdução do serviço de internet na área rural.

       Na Educação, ampliou a Escola Professor Guerino Riquetti e ofereceu cursos de capacitação aos professores para progressão na carreira. Na Saúde, reestruturou a Unidade Sanitária Central, e deu amplitude ao Programa da estratégia de Saúde da Família. Buscou recursos para a implantação de captação de águas de poços profundos em comunidades. Nas ações da infres-estrutura, melhorou o parque de máquinas da Prefeitura para a realização da conservação das estradas e apoio à propriedade rural e empresarial urbana, e realizou a pavimentação em ruas na cidade  e melhorias no sistema viário da área rural.

       Grande incentivador do Turismo, foi o articulador e sócio-fundador do Balneário Thermas de Ouro, o mais importante atrativo turístico em Ouro. Na Praça Pio XII, edificou um altar, numa espécie de capitel para Nossa Senhora dos Navegantes, a Padroeira do Municíupio, dotando o local de uma infra-estrutura bem útil, com a construção de sanitários públicos. 

       Pastore foi um administrador muito organizado, bom planejador e apoiou empresas, as melhorias estruturais para as atividades do turismo. As principais empresas industriais e comerciais implantadas em Ouro nas duas presentes décadas, foram implantadas sob seus auspícios, inclusive com ele próprio sendo partícipe de sua composição societária. Criativo e dedicado, costuma tirar soluções para os problemas facilmente, tirando coelhos das cartolas.


Euclides Riquetti

18-06-2022



      

Nós vamos ficar bem...

 


 





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Nós poderemos voltar  ficar bem
Se buscarmos pequenas soluções
Poderemos  resolver tudo e ir além
Se controlarmos nossas emoções.

As vidas das pessoas são sujeitas
A percalços que as atormentam
A muitos conflitos e turbulências
Às  situações que as alimentam.

Calma, muita calma é preciso
Mesmo que isso pareça impossível
Mas poderá voltar-nos o sorriso
Se acontecer-nos algo imprevisível.

Diálogo, coração muito aberto
Franqueza e muita determinação
A solução pode estar muito perto
Desde que abrandemos o coração!

Apenas isso!

Euclides Riquetti

A perfeição na forma da obra...

 





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Estaria a perfeição na forma da obra do escultor
Ou na premonição dramática do velho profeta?
Estaria ela na arte sacra ou no desenho do pintor
Ou no soneto alexandrino de um pobre poeta?

Estaria a perfeição na grácil destreza da ginasta
Ou nos movimentos harmoniosos da bailarina?
Estaria ela no cometa que vem e logo se afasta
Ou no luar prateado que os namorados ilumina?

Estaria a perfeição nas águas límpidas da fonte
Os nos raios de sol que douram a sua pele macia?
Estaria ela na neve que decora os topos do montes
Ou na nuvem branca que nos encanta e contagia?

Direi apenas que ela está na mulher idealizada
E no rosto ingênuo da criança que eu vejo em ti
Está na musa sedutora, no rosto da bela amada
Está naquela por quem meu coração sorri!

Euclides Riquetti

E o sol brilhou, de novo!

 

 




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O sol brilhou, de novo,  neste inverno
Brilhou em meio a esta fria estação
Brilhou porque eu rezei com devoção
Pedindo sua Proteção ao Pai Eterno.

O sol brilhou com os raios dourados
Aqueles que morenaram o seu corpo
Enquanto eu navegava triste a absorto
Buscando ter meus sonhos ancorados.

O sol cobriu de luz seu corpo bonito
Deixando-o ainda mais belo e sedutor
Pondo em seu rosto um brilho infinito.

O sol me levou de volta a seus braços
Para sentir o seu perfume e seu calor
Perder-me em seus beijos e seus laços!

Euclides Riquetti

Ao meu pai

 

Meu pai faleceu há exatos 45 anos. É como se tivesse sido ontem...




Dias sem pássaros, noites sem estrelas
Dias de densas nuvens, o vento a volvê-las
Noites tão escuras, luar contido, ausente
Fazem dos meus sonhos futuro sem presente...

Dias de chuva forte, sem sol, sem luz no céu
Dias sem esperança, cinzento mausoléu
De alguém que foi distante, buscando seu destino
Tombando para sempre, subindo ao céu divino.

Conforto-me em saber que fez o bem na terra
Que pela sua bondade fará novos amigos
No céu que é manto azul, é flor da primavera
Verá,  mais uma vez, seus entes tão queridos.

E entre dias sem lindas noites, noites sem dias lindos
Eu fico recordando, pensando nos já findos
Em que você se foi, naquele longo inverno
Buscando nova vida, buscando o Pai Eterno!

Euclides Riquetti
Composto em julho de 1993.

Quarenta e cinco anos sem meu pai (parece que foi ontem...)

 


 

                               Adolescente, o segundo da esquerda para a direita, em pé, de braços cruzados e olhando para a sua direita. Bem do jeito dele!

Guerino Riquetti/Richetti - meu pai!

 


http://acervo.camilianos.org/files/original/A01.P011.F022.jpg

No terceiro plano, o segundo da direita para a esquerda, meu pai, então Guerino Richetti, ( o mais alto) depois tornando-se Riquetti, aos 16 anos de idade, em 1939, no Seminário São Camilo, na Vila Pompeia, em São Paulo. Encontrei isso hoje na web Emocionei-me... em outras palavras: primeiro muita alegria, depois lágrimas de saudades... de nosso querido pai! E, no mesmo terceiro plano, o segundo da esquerda para a direita, o noviço Albino Baretta (que tornou-se padre Albino), parente e colega de Guerino, ambos personagens de minha crônica.






Hoje é uma data em que fico com minha sensibilidade aguçada. Voltam-me as lembranças de um sábado, 18 de junho de 1977. Morávamos em Duas Pontes, hoje Zortea. Cedo, tomei o ônibus para Capinzal. Fui à casa de meus pais, no Ouro, para ver como estavam as condições da debilitada saúde de meu pai. Um abraço em minha mãe, a busca pelo meu querido pai no quarto deles. Lá, ele enrolado nas cobertas, em sua cama, magro. Tínhamos o mesmo tamanho, mesma altura, mesmo peso. Porém, naquele dia, ele tinha chegado ao fundo do poço. Estava magro, acabado, o olhar muito fundo, e profundo. Frágil. Somente conseguia ingerir líquidos. O CA de estômago, esôfago e duodeno tinha acabado com ele.

          Fiquei lá umas duas horas, conversamos. Poucas vezes tínhamos parado para conversar em 5 anos. Eu saíra para estudar e nas vezes que nos vimos falávamos de meus estudos, ele me contava sobre seu tempo de Seminário no São Camilo, em São Paulo, onde chegou a cursar Filosofia. Era uma pessoa muito culta, lia muito. Descrevia-me lugares em que nunca tinha estado como se tivesse morado lá por muitos anos. Falava de Veneza, de Roma, do Rio de Janeiro. Conhecia cada detalhe das cidades, dos países. Falava dos rios, das areias das dunas. Nas viagens, trazia-nos areia branca dentro de garrafinhas de refrigerantes, e pedaços de minerais e pedras em vidros de conservas. Para nós e para seus alunos. Falava das guerras, das revoluções, de Napoleão Bonaparte, Marco Polo, de Sócrates, Platão e Aristóteles. De Churchill, de Benito Mussolini.  Mas, naquele sábado, apenas relatou-me sobre a situação de nosso sobrado, onde já morava, mas que faltava colocar concreto na laje da garagem, averbar a casa no INPS da época. Parece que estava a me passar recados e recomendações. Mesmo sabendo de sua condição difícil, ele fazia de conta que estava bem, poupava-nos de sofrer. E nós fazíamos o mesmo, para que ele não sofresse.

          Despedi-me dele, disse-lhe que voltaria no sábado seguinte. Eu ainda não tinha carro, dependia de ônibus. Um abraço em minha mãe e começamos a descer as escadas lá detrás de casa para ganhar a rua. Escutei gritos de desespero, minha mãe chamava-me para voltar. Corri, assustado, meu pai estava com uma forte hemorragia. Chamei o Altevir Zampieri, que era nosso inquilino e tinha um táxi, um fusca branco. Peguei meu pai no colo, carreguei-o, um homem de 80 quilos estava com 35. Estava acabado, indefeso, como se a dizer: "Salve-me!"

          Fomos ao Hospital Nossa Senhora das Dores, foi colocado num leito, não falou mais, apenas agonizou . O Dr. Acioli Viecelli, amigo da família, foi colega de colégio de meu irmão Ironi, autorizou a aplicação de soro e chamou-nos para o lado. Perguntei-lhe sobre as chances de meu velho e ele me disse: "Está difícil, ele não escapa". Perguntei-lhe se devia chamar minha irmã, Iradi,  de União da Vitória. Disse-me que sim. Fui ao Mercado Lorenzoni e o Sr. Nelson fez a ligação para um telefone de uma vizinha de minha irmã. Pedi-lhe que viesse e assim ela o fez. Veio de ônibus, o Hiroito foi  buscá-la em Joaçaba. Chegou aproximadamente às 21 horas. Quando ela pegou na mão dele, disse-lhe que tinha vindo vê-lo, ele apertou a dela e começou a partir... Pouco depois, nós o perdemos. Os irmãos Vilmar e Edimar não entendiam direito o que estava se passando. Minha mãe, desesperada. Tivemos que nos manter fortes para confortá-la.

          Por um instante, agora mesmo, senti-me como se fosse aquele sábado, mas é apenas terça-feira.  Revivi cada momento daquele dia.  Não há como eu não chorar...

Euclides Riquetti

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Luz e trevas...

 



Luz  e trevas

Noite e dia

Escuridão e velas

Depressão e euforia.


Céu estrelado

Porta fechada

Teto de telhado

Casa arrombada.


Roupas no varal

Grampo que comprime

Cordão de sizal

Cesta de vime.


Rimas desalinhadas

Poesia capenga

Palavras bagunçadas

Poeta lenga-lenga!


Hora do banho

Ai, que frio!

Se não tomar, apanho

Choro e já não rio!


Euclides Riquetti

17-06-2022













Quando, de novo, o sol brilhar

 






Quando, de novo, o belo sol nos voltar a brilhar
E pudermos ouvir o coro dos canários e pardais
Quando o doce canto das gaivotas nos acordar
Como nas manhãs de que não esquecerei jamais
E Deus, com suas Divinas Mãos nos abençoar
Entenderei que o pouco é melhor que nada mais!

Talvez nosso desejo de possuir nos torne exigentes
Desperte em nós a vontade do mais ter e do querer
Renunciar a bens preciosos nos deixa descontentes
Quando nos acostumamos a ganhar é difícil perder
E não haverá nada que nos possa deixar contentes
Se não abrirmos mãos de nossa vontade de vencer!

E, quando chegamos ao ponto de sentir pena e dor
De nos martirizarmos por causa de vãs desilusões
É porque dentro de nós ainda existe muito amor.
Mas, quando aprendermos a dominar as emoções
E buscarmos um mundo de beleza e de muita cor
Poderemos brindar à alegria e paz nos corações!

Euclides Riquetti

Se olhares para o céu

 



Se olhares para o céu e enxergares estrelas
Mesmo que poucas delas, difícil de vê-las
Se as estrelas do céu estiverem escondidas
Na noite escura, na noite sofrida
É melhor não estares lá...

Se olhares para o mar e as águas estiverem turbulentas
Mesmo que sem vento, nas manhãs cinzentas
Se as águas do mar não estiverem em calmaria
E teu coração sentir uma indizível nostalgia
É melhor não estares lá...

Se olhares para o vale e não avistares florestas
Mesmo que que ouças pássaros fazendo festa
Se não houver um rio, houver apenas deserto
Volta para trás, este não é o lugar certo
É melhor não ires para lá...

Mas se olhares para qualquer campo florido
De todos os matizes colorido
Um campo verde, com flores amarelas e discretas
E avistares nele um poeta...
Serei eu que estarei lá...

A te esperar!

Euclides Riquetti

O doce aroma que perfuma

 




 




Traz-me o vento que balança a cortina
O doce aroma do fruto goiaba
Que vem perpassando o vão da janela
E me lembra de sua cor linda,  amarela
Cobrindo a polpa vermelho-rosada
Ah, doce aroma que perfuma...e que me anima!

Traz-me de volta seus olhos fugidios
E leva meus lamentos pelas águas do rio.
Traz-me o vento lembranças gostosas
Lembranças que me fazem bem e me afagam
Lembranças verdes e maduras
Que dividíamos com ternura
(E que de min´alma meus pecados apagam...)
Das frutas tenras, macias e saborosas.

Traz-me de volta seus  olhos fugidios
E leva meus lamentos pelas águas dos rio.

Do rio que sai de mim
E que busca você.
Apenas dele...

Euclides Rquetti

Cheiro de chuva e mato

 


 





Sinto, em você, o cheiro de chuva e mato
Os odores da paixão que se traduzem
Os sabores da ilusão que se misturam
Com meu cheiro, seu cheiro e o do mato!

Sinto, em você, o frescor da tarde chuvosa
A cor da flor, da semente que foi guardada
E que se tornou planta da mesma germinada
O odor da flor perfeita, do cravo,  da rosa! 

Sinto, em você, o cheiro doce da saudade
Das horas, dos dias e meses que passaram
Ainda  o cheiro das estrelas que apagaram
Que se reacenderam em sua real majestade!

Sinto, em você, o cheiro puro e indizível
E me delicio, em você, tão perdidamente
E me envolvo, com você, alegremente
No cheiro de chuva, de mato, indescritível!

Euclides Riquetti

O voo da garça

 


 




A garça voa o voo leve da alma
Voa a garça
Voa como a branca pluma, com graça
Voa a garça.

E, no voo breve, voa lenta, calma
Voa com toda a graça a garça.

Voa o infinito, voa por instinto
Voa sobre o monte a garça...
E pousa na torre da igreja
Ou na árvore da praça
Voa e pousa a garça.

E seu voo atrai o disperso
O menino, o esperto
O velhinho, o passante
E voa de novo a garça.

Vai, seguindo os trilhos dos raios de sol
Cortando o azul, a garça.

E pousa suavemente sobre a nuvem
Uma nuvem feita branco lençol...
E descansa outra vez a garça!



          (A garça povoa os meus sonhos,
orienta minha vida.
          A garça é meu ser, é você, sou eu...
A garça é meu norte seguro, é minha inspiração...
          É minha emoção transmitida no papel...
Euclides Riquetti)

Preserve seus amigos verdadeiros

 


 






Preserve seus amigos verdadeiros
Aqueles que lhe querem sempre bem
Os que se mostram leais companheiros
Cuide bem deles se você os tem.

Não pretenda ser o centro do universo
Não pense que só você tem problemas
Pois estes podem bem ser reversos
Tão fácil como escrever um poema.

Busque valorizar quem reza por você
Lute contra o desânimo e o marasmo
Boa amizade a gente tem que perceber

Procure  lutar para ter êxito na vida
Esforce-se, lute, com muito entusiasmo
Agradeça a Deus por ter casa e comida!

Euclides Riquetti

As últimas chuvas de outono

 



Chove! São, do outrono, as chuvas derradeiras

Que descem do céu, copiosamente, ligeiras

Vão buscar os vales, vão em direção aos mares.

Que molham as frutas dos pomares

Das jaboticabas, caquizeiros e laranjeiras!


Chove, intensamente...

E talvez eu já não tenha mais pecados

A serem lavados!

Mas chove! Talvez que sejam as lágrimas do choro

Dos abalos, dos sustos, dos incômodos.


Chove, incessantemente...

E minha mente viaja para o passado distante

Paara os tempos da juventude galante

Livre e...livremente

Viaja no tempo, triunfante!


Mas o sol haverá de voltar

Trazendo toda a sua força e energia

Reanimando-me com seu simples brilhar

Porque, espero, efusivamente que venha

Para me reenergizar!

Euclides Riquetti

17-06-2022








Homenageando Aníbal Bess Formighieri

 




                                                                   (Aníbal e Vitória)

       As famílias Bess Formighieri e Brancher tiveram uma inestimável perda nesta semana.  Trata-se de Aníbal Bess Formighieri, nosso compadre, marido da Vitória Leda Brancher (Formighieri), pai do Dudu e do Cacau. Na comunidade de Duas Pontes, hoje município de Zortéa, era conhecido como "Doutor Aníbal", diretor administrativo da Zortéa Brancher S/A-Compensados e Esquadrias.  A esposa, Vitória, era Diretora da Escola Básica Major Cipriano Rodrigues Almeida, onde trabalhei de 1977 a 1980, por três anos. Aníbal e Vitória são padrinhos de uma de nossas filhas, a Caroline. 

       Meu primeiro contato com ele se deu por telefone. Eu travalhava na empresa Álvaro Mallon e Filhos, concessionária de Mercedes-Benz em União da Vitória, sendo o responsável pela sua filial. Foi uma sequência de telefonemas que durou mais de uma semana.. Senti firmeza nele, nas propostas que me fez, e "pedi a conta" na empresa onde trabalhei por cinco anos, tendo feito uma carreira muito produtiva e positiva. 

      E, em fevereiro de 1977, eu já estava com a mudança em Zortéa, com o fito de lecionar Inglês e Língua Nacional (Português), na escola local. Mas tudo isso não foi por acaso! Alguns meses antes, em uma de minhas visitas aos famíliares, em Ouro, fui à Auto Elite, em Capinzal, onde trabalhava meu irmão Hiroito (Piro), e lá revi minha colega de aulas, a Erondina Moro, que me apresentou à Vitória, a qual havia ido fazer a revisão de sua Variant cor marrom.Conversamos, nos entendemos, e ela me convidou a voltar para minha região de origem, para trabalhar na escola que dirigia. Eu tinha o desejo de voltar, mas o que contou mesmo foi a insistência da família, através do Aníbal. 

      Chegamos e a casa onde iríamos morar não estava desocupada. Então descarregamos a mudança na escola e, depois, nos deslocamos a uma casa. Logo adiante, para uma outra bem melhor, grande e confortável, localizada ao lado da de Aníbal e Vitória. Eu tinha 24 anos e a Miriam 18.   Éramos um casal jovem e cheio de sonhos. Foi bom porque ali, em 05 de maio de 1979, tivemos nossas filhas gêmeas, Michele e Caroline. 

       Nossa integração com a comunidade foi rápida e criamos amizade, primeiro com os "patrões" e depois com os colegas professores, alunos, comunidade, colegas de trabalho na empresa onde eu atuava no Departamento Financeiro, como auxiliar, no período da tarde. Na escola, pela manhã e noite, lecionava Inglês, Língua Nacional, Educação Física e PPT, a Preparação para o Trabalho. Integramo-nos na área social e religiosa, jogando futebol no Grêmio Esportivo Lírio, e na Capela de Santa Catarina, onde batizamos nossas filhas, fui celebrante de culto e secretário da sua diretoria.

       Posso asseverar, com toda a segurança, que o Aníbal foi o maior bendeitor da história social e religiosa de Zortéa. Empenhava-se, firmemente,  na construção de melhorias tanto na escola, quanto na capela e no clube, o Grêmio Lírio. Houve uma época, anda antes de conhecê-lo, que trouxe quatro jogadores de futsal de excelência, de Passo Fundo,  para atuar pelo Lírio no Campeonato de Verão do Ginásio André Colombo, em Ouro, sagrando-se campeão. O time titular era completado pelo Pedro Raimundo Hilguert, o Camomila, de saudosa memória. 

       Uma vez, fomos com ele até Treze Tílias e encomendamos uma escultura de Jesus Crucificado, junto ao escultor Godofredo Thaler. Cedemos o cedro e a obra ficou perfeita, destinando-se à Capela de Santa Catarina,

       Quando da vinda dos padres missionários, em 1978, tivemos forte ligação com os mesmos, sendo que foram alojados, a pedido deles mesmos, na parte da sacristia da capela. Faziam as refeições na casa de  Aníbal e Vitória, e algumas na nossa e na de Pedro Domiungos de Paoli. O Padre Mantovani, chamado de Padre Gringo, tinha muito jeito para liderar grupos e fez grande amizade conosco e com a comunidade. 

       No início da década de 1980, a família Brancher/Bess Formighieri mudou-se para Campo Grande, no Mato Grosso. Depois disso, pouco contato com eles nós tivenos. Uma vez, em Ouro, recebemos a visita de Aníbal, que esteve em nossa casa. Depois, quando do falecimento do pai da Vitória, Guilherme Brancher, nos encontramos na Igreja Matriz São Paulo Apóstolo, de Capinzal. 

       Tenhos ótima e saudosas memórias de Aníbal, Vitória, e das crianças. Uma amizade muito sincera e verdadeira. Muito nos ajudaram quando chegamos e quando saímos de Zortéa. Nosso reconhecimento e agradecimento pelo que fizeram por nós em nossa juventude, quando tínhamos muita energia, vitalidade, mas pouca experiência. Com a Vitória me animei a escrever, pois ela me incentivava a isso, e hoje posso dizer que a "criatividade" que despertamos em nossos alunos, através das obras de Samir Curi Meserani, consigo escrever infinitamente. Com a ousadia para o empreender, herdada de Aníbal, consegui realizar meus empreendimentos sociais, políticos e literários. 

       Muito haveria a dizer. Tenho certeza de que, tão triste como é o meu lamento, é o de todos os que o conheceram nos saudosos tempos de Zortéa. Deus saberá retribuir-lhe, lá em cima, por tudo o que fez de bom em Zortéa e pelos lugares por onde passou. Uma alma divina, um coração grandioso, tudo numa pessoa fenomenal, em que se configura um esposo e pai amoroso, respeitador e respeitável.

       Com um fraterno abraço em todos

Euclides Riquetti e família

17-06-2022

A deusa, a sereia, a musa...

 


  





Desenha a natureza o verde dos coqueirais
Desenha o céu o azul nas manhãs ensolaradas
Desenham o mar os recifes e os negros corais
Desenham o dia as brancas nuvens alvejadas.

O sol do ouro alaranjado doura a  morena pele
E o caminhante beija  o vento na manhã divina
A onda espumante que banha acaricia, não fere
O corpo que desafia minha  imaginação felina...

Desenha-se, no mar,  o mais perfeito dos cenários
A imensidão oceânica que colore e perfuma
E se transforma no mais sagrado dos sacrários.

Louva-se, no mar, a brisa que enternece a alma
Louva-se, no mar, a deusa, a sereia, a musa
Louva-se, no mar, o seu sorriso que seduz e acalma...

Euclides Riquetti

Como numa manhã de inverno



Uma manhã de inverno muito fria, gelada
Um sol chegando pra dourar o dia
Uma manhã com branco de geada
Um coração tomado de muita alegria...

Uma canção tocando com belos acordes
Um sonho antigo sendo realizado
Uma canção que embala enquanto dormes
Um cenário antes nunca imaginado...

Um caminhar com vento frio no rosto
Um poemar com rimas cadenciadas
Uma vontade de te ver de novo
Uma saudade sempre, aqui na estrada...

Eu quero apenas te encontrar sorrindo
O teu sorriso lindo
Os olhos com teu brilho..

Eu quero apenas te abraçar agora
Vê se não demora
Preciso ir embora...

Euclides Riquetti

O desejo relativo

 


 


 









Pela teoria do desejo relativo
Ficar contigo
É de que eu preciso...

Preciso sempre que isso se confirme
Que haja reciprocidade
Porque, a busca da felicidade
É um propósito muito forte e firme!

Talvez que minha teoria
Não passe da influência da nostalgia
Ou de minha teimosia...

Mas, a pura e sacrossanta verdade
É a de que sou um ser imperfeito
Cheio de defeitos
Que fica a teorizar
Na procura da tranquilidade...

Bem assim!

Euclides Riquetti

Acorde...

 



Acorde...

Já são sete horas

A noite já foi embora

E ficamos apenasnós dois

Acorde!


Temos muito o que fazer

Antes e depois do...

Prazer!

Então, acorde

Ajude-me a ser poesia

A ter um belo dia!


Façamos da melhor maneira

Sem nenhum medo

Começando bem cedo

E, pela manhã inteira

Façamos...


Façamos o que nos alegrae anima

O que o coração nos determina:

Ter um dia promissor

Com alegria e amor!


Acorde!


(Enquanto eu brinco 

de fazer poesia!)


Euclides Riquetti

17-06-2022









Aromas de amor

 




Sopra o vento que vem do Sul e me traz as lembranças
Sopra o vento que leva os pensamentos e deixa as saudades
Sopra o vento que me transporta até minha infância
Onde eu reencontro os lugares e as antigas  amizades.

O vento que sopra lento é o mesmo que me acaricia
Que embala as folhas que o outono ainda não derrubou
Mas que me traz de volta cestos de nostalgia
Do amor ingênuo que, teimoso, não vingou!

O vento que sopra ternamente em ares angelicais
Me traz os perfumes das flores, das águas, das delícias
Dos campos verdes, das relvas e dos florais.

Sopra o vento que sacode a folha e que bafeja a  flor
Sopra o vento que me afaga em frescores e carícias
O vento sutil  que me embriaga e  me traz os aromas do amor!

Euclides Riquetti

Depois do último café... do último beijo...

 


 



Depois do último café

Do último beijo

Do último abraço...

Da perdição

Do desejo

E do cansaço...


Depois do último olhar

Do passeio pela praia

Do nado no mar...


Depois do estresse da estrada

Das horas de insônia 

Na noite passada...


Depois do dia ensolarado

Do céu azul anilado

Do corpo perfumado...


Depois de tudo, sim

Faço pra ti este poeminha

Que parece desarrumado

Mas foi articulado

Pra ti,  por mim!


Euclides Riquetti

05-06-2021


quinta-feira, 16 de junho de 2022

Desenhei um coração num papel de seda

 


Desenhei um coração num papel de seda

E nele escrevi versos de amor e paixão
E quero agora  apenas  que você os leia
E que retribua com um de sua própria mão.

Quero que guarde meu coração-poema
E que me entregue o  que você escreveu
Pra ter certeza de que com este sistema
Terei o seu e você terá o poema meu.

Um poema simples, curto, mas sincero
Com palavras escolhidas  com todo o cuidado
Um poema assim  é apenas o que eu quero.

Quero que ele  me seduza e  contagie por inteiro
E que me deixe ainda muito mais enamorado
Pra viver um sentimento puro e verdadeiro!

Euclides Riquetti