Reeditando minha hmenagem à ex-aluna, depois
amiga e colega de trabalho, no Dia do Psicólogo
A comunidade capinzalense e ourense perdeu, pouco antes do
meio-dia deste domingo, a jovem Michela Buselato, 34 anos, mãe da
Pietra. Filha do Naudi e da Edite (Bearzi) Buselato, quando criança
tinha um cabelão cacheado, castanho-escuro, quase negro, volumoso. Tinha
um sorriso que parecia triste, um olhar reservado. Um sorriso tipo
"Mona Lisa", discreto, indescritível. Uma alma singela, uma pessoa
reservada, autêntica...
A Michela era uma criança que tinha a idade das nossas
filhas. Começamos a conviver com a sua família em 1989, quando o pai
dela, o Náudi, era vereador. Construímos, numa parceria entre o Poder
Público e a comunidade de Novo Porto Alegre, o Pavilhão
Comunitário. Estreitamos laços com a família Buselato. Adiante, foi
minha aluna na Escola Sílvio Santos, no Ouro. Muito estudiosa, cursou
Psicologia. Tornou-se nossa colega de trabalho, sempre mantendo uma
ótima postura ética e profissional. Muito calma, sabia ouvir as pessoas,
estava em franca espansão de suas habilidades pessoais.
Num evento, há cerca de dois anos, encontrei-a na Praça Pio
XII. Eu fora com minha neta, a Júlia, e ela estava lá com sua Pietra.
Conversamos, rimos, falamos de crianças e da alegria de tê-las com a
gente. Estava muito feliz e realizando-se como mãe. Depois disso, sempre
que eu a encontrava com a filhinha, eu a elogiava. A menina era
graciosa e bonita.
Tendo-me desligado da cidade, tive contato com ela apenas no
facebook. No entando, ao final de novembro, numa visita que fiz a
um amigo, no Hospital Santa Terezinha, aqui em Joaçaba, encontrei o
Maico e a Edite, irmão e mãe da Michela, perguntei-lhes o que estavam
fazendo por lá. A Edite veio, desesperada, chorando, e me disse que a
filha estava internada, que o caso não era bom, tinha CA no útero.
Ficamos chocados, pois ela era jovem ainda e tinha sua filhinha de 3
anos.
Disse-lhes palavras confortadoras à Edite e ao Maico. Falei
que a medicina está bastante avançada, que ela certamente teria a cura.
Soube, depois, que ela descobriu estar com a doença há pouco tempo, no
exame preventivo. Agora, apenas cinco meses depois de ter descoberto
isso, ela foi buscar seu lugar no céu...
Quando, na meia tarde deste domingo, uma amiga me escreveu
perguntando se eu soubera do ocorrido, fiquei chocado e fui fazendo
perguntas. Entrei no facebook dela, onde tem na página a foto de sua
filha, e passei a perceber que já havia muitas mensagens das amigas para
ela. Emocionei-me. Lembrei-me de que, há oito dias, passei na frente
da casa deles, no Novo Porto Alegre, e estava toda fechada. Gostaria de
ter notícias da Michela, uma vez que sabia que estava em tratamento, que
vinha lutando bravamente contra a doença que a tomara.
E neste belo domingo de verão, a velinha que foi, por muitos
anos, a alegria do casal Náudi e Edite, e do mano Maicon, da cunhada e
dos sobrinhos, apagou-se, num Hospital de Chapecó. Desolação entre seus
amigos.
Copiei do facebook dela a mensagem de minha prima Regina Jung,
que a conhecia muito bem e era sua amiga, que sintetiza tudo o que a
Michela representava:
"Michela, mãe exemplar,
profissional dedicada, uma filha amada, preocupada com sua família
...quantas palavras de incentivo dedicou às pessoas que lhe procuravam
em seu consultório, pelas ruas...
Mas Deus a chamou e mesmo sendo difícil aceit
ar... ELE sabe o que faz e não tem engano, nem erros...
Que
DEUS conforte a família, principalmente a Pietra, uma menina amada,
alegre, inteligente que seguirá sua caminhada terrestre sem a mamãe
Michela, que tanto a amava!!!!
Descanse em paz Michela Buselato!!!! - (Regina Jung)."
Aos familiares e a todos os amigos da Michela, as mais
sentidas condolências, pois a luz que aqui se apagou, certamente se
acendeu no Plano de Deus!
Euclides Riquetti
16-02-2014