A semana começou com o discurso do
Presidente Jair Messias Bolsonaro abrindo a Assembleia Geral da ONU nos Estados
Unidos da América. A imprensa brasileira, em especial os jornalistas daquela
emissora que perdeu a mamadeira generosa, especulava sobre o que o presidente
diria. Por falha técnica, nem tinham visto o discurso completo e já estavam
falando bobagens. Bolsonaro discursou afinado com o Presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump. Foi enérgico e cirúrgico.
Nosso representante, lá, foi muito duro.
Com muita facilidade de expressão, mais
do que costumeiramente, fez um discurso contundente contra aqueles que querem
intervir em nosso País. Defendeu, com galhardia, nossa Soberania. Lembro muito
bem dos tempos em que a esquerda ainda era oposição, nas décadas de 1980 e
1990, e praticava o discurso do “Fora FMI”, alegando que eles invadiam a
Soberania do Brasil. Mesmo sem citar nomes, mencionou a França e a Alemanha,
países cujos líderes, em especial Macron, Presidente da França, falam em
preservar a Amazônia, dizendo ser esta Patrimônio da Humanidade. É patrimônio,
sim, “politicamente e tecnicamente”, do Brasil e de seus países vizinhos, e não
dos europeus, até mesmo porque eles sabem muito bem que cometeram atrocidades
contra o Planeta e a Humanidade, desde sempre. Deveriam cuidar bem de seus
canteiros e começar a reflorestar seus terrenos. E pedir desculpas a tantos que
morreram por causa das guerras que já provocaram e patrocinaram, e outras
malvadezas.
O discurso de Bolsonaro foi aplaudido
nos lares brasileiros dos que sabem bem quanto nosso Brasil já foi maltratado
pelos corruptos, pelos aproveitadores e pelos maus políticos. E foi criticado
pelos que condenam o atual Governo e enaltecem os feitos dos anteriores. Tudo
compreensível.
A parte da Amazônia que faz parte do
território brasileiro é de um valor inestimável. Tanto em seu bioma quanto nas
riquezas que estão sob o seu solo. A exploração sustentável da Amazônia
possibilitaria obtermos recursos para podermos ter um Brasil muito rico e com
sua população tendo níveis de vida muito melhores. Por que os europeus não
investem no Nordeste, lugar de onde levaram muitas riquezas no passado e quase
o transformaram em deserto? Por que não investir na Educação Ambiental de toda
a população brasileira que joga lixo nas valetas das ruas de suas cidades?
Uma vez, em São Luiz, capital do
Maranhão, falei a uma pessoa de lá que havia muitos sacos plásticos jogados em
todos os cantos e até pendurados em árvores, havia muitas garrafas pet, pneus,
madeiras e lixo de toda a sorte nas margens dos rios e nas praias, e ela me
disse que isso acontecia por causa do vento, que levava as sacolinhas...
Falei-lhe que não era a culpa do vento, mas sim do pouco caso que eles faziam
com a natureza. Isso fora as pichações nos prédios de Fortaleza, uma coisa
vergonhosa. Então, aqueles que falam em colocar dinheiro, que falem em colocar
onde é necessário e deixem que o Brasil resolva as questões da Amazônia, das
terras indígenas e de tudo o que for de dever e de direito de nossa população.
Apenas para lembrar aos mais velhos e a
dizer aos mais jovens, não nos esqueçamos de que, há meio século, tínhamos um
lema que era “Integrar para não entregar”, em que os governos incentivavam a
ocupação da Amazônia para a implantação da atividade agropecuária. E que a
cultura de limpeza de áreas para utilização no plantio de grãos e criação de
animais se propagou. E ninguém protestou contra isso, ninguém se manifestou.
A Bioeconomia, com a utilização de nosso
território, amazônico ou não, da forma mais sustentável possível, tem que vir
em favor dos brasileiros. Prescindirmos de nossas riquezas e deixar as pessoas
passando necessidades é burrice. Podemos, de forma racional, utilizar as
riquezas de todas as nossas regiões, melhorando, com isso, nossa capacidade de
gerar renda e de crescimento, buscando o conforto e o bem-estar dos
brasileiros. O resto, como fiz o Presidente, é pura falácia!
No
dia 20 último, recebi o título de Cidadão Honorário em Ouro, honraria que me
foi concedida por projeto do Vereador César Prando, com a aprovação unânime dos
vereadores. Fiquei contente porque isso veio em razão de meu trabalho
comunitário, minha constante defesa da cultura regional, e não pela minha
atividade política. Obrigado, ourenses!
Euclides
Riquetti – Escritor, autor de Crônicas do Vale do Rio do Peixe e outros
lugares.
Minha coluna no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC - 27-09-2019