sábado, 31 de maio de 2025

É preciso dizer... (E é preciso assustar-se!...) - Pode se repetir, acredite!

 




 Rua XV de Novembro, centro - Capinzal SC - Enchente Rio do peixe, 1983 (Foto RC)

Rio do Peixe, enchente de 1983, ponte pênsil, ligação entre Ouro e Capinzal SC (foto RC)

Áre Central de Capinzal - SC - Enchente de 1983 - Rio do Peixe (foto RC)
          O tempo passa e muitas situações que não desejamos que nos voltem acabam voltando-nos. Em 23 de fevereiro de 2011, ou seja, há pouco mais de dois anos, tive publicado, na coluna do Ademir Belotto, do Jornal A Semana, de Capinzal/Ouro, um texto em que propunha uma reflexão sobre comportamento ambiental. É um comportamento que relaciona o Homem e a Natureza. Depois disso, várias tragédias já aconteceram. E elas nos mostram que práticas da vida diária das pessoas, em todos os lugares, ocasionam desastres que poderiam ser evitados ou amenizados. Lembro que em 1983, no mês de julho, as enchentes dos Rios do Peixe, Iguaçu e Itajaí assombraram os três vales, causando vítimas e ocasionando prejuízos. E muitos traumas.  A ocupação das cidades em  suas margens,  com muitas edificações e pavimentações das vias,  vem impermeabilizando o solo das mesmas e isso é muito preocupante.   Assim, estou republicando a matéria, pois acho que ela se universaliza ao ponto de eventos adeversos se repetirem: Aí está, na íntegra:

          "Vivemos em cidades charmosas, colonizadas por descendentes de italianos ou germânicos, com declives e aclives acentuados, numa topografia altamente irregular. É assim nosso Vale do Rio do Peixe. Matas exuberantes cobrem os morros e formam os cílios dos riachos e de nosso majestoso rio, outrora piscoso, cujas águas já foram muito cristalinas, depois tornaram-se turvas (e turbulentas).

         Ouro e Capinzal não fogem à regra. São belas e prósperas. Por aqui já aconteceu "de tudo", coisas boas e muitas barbaridades. São cidades onde acontecimentos tristes têm ocupado as notícias no âmbito microrregional ou até estadual. Tivemos perdas humanas que jamais serão compensadas, até porque a vida é irrecuperável. Coisas insignificantes, recorrentemente, ocupam os noticiários.

          Mas os temas verdadeiramente sérios e importantes não têm sido debatidos. Meio ambiente e mobilidade urbana têm ficado em plano secundário. Deveriam ser discutidos à exaustão. Nas conferências das cidades estiveram na pauta, mas a participação popular não foi expressiva.

          Os eventos adversos da segunda semana deste ano, em cidades da serra e do litoral carioca, nos remetem a uma reflexão profunda: De quem é a responsabilidade pelas catástrofes?

          As catástrofes naturais podem acontecer a qualquer tempo e em qualquer lugar. No entanto, algumas delas podem  devem ser previstas e evitadas, ou minimizadas, e isso é responsabilidade dos governos e da sociedade. Note-se que as catástrofes que ocasionam a perda de vidas humanas são decorrentes de danos que o próprio homem já causou à Natureza. E elas podem, então, ser evitadas. Acima das leis, deve haver o bom senso e o conhecimento histórico do que já aconteceu em cada cidade.

          Todo esse intróito é para chegar a um relato cujo conteúdo gostaria que você analisasse:

          Há cerca de três anos, realizamos em Ouro um Seminário Regional do Meio Ambiente. Na oportunidade, um dos palestrantes referiu-se ao Furacão Katrina (ou Catarina), que ocorreu no litoral sul de Santa Catarina, e que causara muitos prejuízos materiais. E sobre as Tsunâmis, na Indonésia. Estudantes presentes indagarm se isso poderia se repetir, quando e onde,  e se ia morrer muita gente. O palestrante disse que sim, e  que "morreria muita gente,sim". No intervalo, foi censurado pelo dito. Houve divisão de opinião sobre o que ele disse. Intelectuais a favor e intelectuais contra.

          Passados poucos meses, a história nos mostrou algumas verdades: A Tragédia de Ilhota, Gaspar e Blumenau; a Tragédia de Angra dos reis. E, agora, a maior delas: a das cidades do Rio de Janeiro.

          Numa palestra que proferi para acadêmicos da UNOESC, apresentei imagens sobre algumas áreas de risco de Ouro  Capinzal, algumas incoerências que causam danos ambientais, e relatei um pouco das histórias das anormalidades climáticas dos últimos 30 anos por aqui: As enchentes de 1983, os vendavais que ocasionaram a queda da ponte pênsil, os vendavais que destruíram parte das instalações de uma agroindústria em Capinzal, bem como dezenas de resiências no Bairro São Cristóvão. As estiagens que ocasionaram prejuízos nas lavouras, as enxurradas que destruíram (e continuam destruindo) pontes e estradas, o granizo que destruiu casas em Linha Sagrado, e outras calamidades.

          Tudo isso é muito preocupante: temos áreas de risco, altamente vulneráveis, e há de se retomar um debate necessário, em que surjam proposições e ações para  minorar impactos ruins que podrão efetivar-se sobre nós. É preciso dizer... E é preciso assustar-se, sim!!!  (Professor Euclides Riquetti)."

Euclides Riquetti
16-03-2013

Na subida da maré





Na subida da maré
Deixei-me levar
Fui buscar os seus encantos
Nas ondas do mar.

Por conta da maré
Comecei a me inspirar
Imaginei lugares tantos
Onde a fui procurar...

Procurei nos pensamentos
Nas florestas e gramados
Senti o seu corpo  nos ventos
Deliciosamente perfumados.

Na descida da maré
Você foi embora
Foi pro sul se esconder
Nas lembranças de outrora...

Foi como os sonhos vividos
De quem deseja e quem quer
Sonhos de hoje, sonhos antigos
De menina mulher!

Bem assim, apenas assim!

Euclides Riquetti

Dionísio Ganzala - Cabo do 5º BE - padrinho e afilhado! (saudosas memórias)

 







Soldados do 5. Batalhão de Engenharia de Combate Blindado - Porto União - SC




Porque dos verdadeiros amigos, daqueles que tiveram importância em nossa vida, 

jamais devemos nos esquecer!

Escrevi há dez anos e pouco atrás!

domingo, 7 de setembro de 2014

          "Recebi, no sábado, a informação do falecimento do amigo Dionísio Ganzala. Ligou-me sua sobrinha, Kátia Bazzo, minha ex-aluna, ex-colega de trabalho, que mora em Ouro. Ela sabia do carinho e apreço que eu tinha por ele. Fiquei muito triste por ele ter partido. Um pouco mais velho do que eu, natural do interior de Campos Novos, localidade de Pouso Alto, perto do Rio Pelotas, no hoje município de Zortéa. Conheci-os em União da Vitória, em março de 1972. Era Cabo do Exército Brasileiro, servindo ao 5º BE, em Porto União".


          Fui convidado pelo conterrâneo Leoclides Frarom, o Leo Fra, para morar na "República Esquadrão da Vida", localizada na Rua Professora Amazília, 322, bem em frente a onde se localiza o Banco do Brasil, em União da Vitória. Era uma casa de madeira com frente em alvenaria, amarela. Formamos uma turma de 10 jovens, todos estudantes, a maioria universitários. A antiga "CABOLÂNDIA" que antes abrigava cabos do 5º BE, estava hibrizada, agora com muitos civis, pois os que se desligavam do Exército, acabavam trabalhando em bancos e na iniciativa privada.

          Aderbal Tortato era ex-Cabo e trabalhava no Banco do Brasil. Mineo Yokomizzo e Francisco Samonek eram meus colegas de Letras na Fafi e também atuavam no BB. Evaldo Braun e Osvaldo Bet em companhias que construíam rodovias. Odacir Giaretta era moveleiro. E havia os Cabos Frarom, Backes (João), Dionísio (Ganzala). Depois vieram os Cabos Figueira (local), Maciel (Concórdia) e Godoi (Caçador).  E o Boles (Boleslau Myska), taxista e depois empresário, virou hoteleiro (Rio Hotel). O Aclair (Dias), também Cabo, que veio de Caçador, já havia buscado outro rumo. O mesmo acontecera com o Cabo Arnaldo Della Giácomo.Também moraram conosco o João Luiz Agostini, seu irmão Carlos, que estão em União da Vitória, e o Eduardo Bet, de Bituruna, que fez carreira militar em Brasília. O Celso Lazarini, que jogou no Iguaçu, e está morando no Porto. Lodovino Pilatti, de Tangará, era uma espécie de convidado, também se alojava lá nos tempos de FAFI. Tínhamos um grupo com muita força intelectual e até física.

          O Dionísio era uma "santa alma". Um cidadão muito simples, levantava de madrugada e, às 5 horas, era normal ouvi-lo fazendo exercícios físicos e tomando banho com o chuveiro desligado naquelas madrugadas frias de inverno, que só quem morou lá sabe como é. Maior do que eu, que tenho 1,83 metros. Muito forte, um gigante. Competia nos jogos do Batalhão. Rastejava na lama sob arame farpado, subia pelas redes, pulava obstáculos, era um exímio remador. Corria atletismo e, nas marchas a pé, ia até São Mateus do Sul com seus companheiros. Nem cansava. Assim era meu colega Dionísio, com quem desenvolvi grande afinidade por sermos oriundos da mesma região.

          Fui estudar Letras e não tinha boa base em Inglês. Ele me deu seu livro básico para eu fosse resolvendo exercícios (ele estudava no São José, num curso intensivo que denominavam de mini-Ginásio, à noite). Depois, vendo que eu gostava de jogar bola e não tinha chuteiras, deu-me sua "Gaetta nº 43", que ficava um pouco folgada no meu pé, mas que quebrava o galho. Era assim o amigo. O que era seu era dos outros também.

          Quando criaram a Loteria Esportiva, começou  a jogar adoidadamente. Ensinou-me que "zebra" era quando um time grande perdia para um pequeno.  Era muito festeiro, frequentador de casas noturnas, de todos os ambientes possíveis. Fazia sucesso com as gatas. Me apresentava aos outros como "Sargento Riquetti", pois eu havia raspado o cabelo ao passar no vestibular e parecia mesmo um milico. Dava-me moral. Contava-me suas histórias de pescarias e caçadas na beira do Pelotas. Tinha planos, mas teria que deixar o Exército porque não conseguira estabilizar a "QM", como dizia ele.

          Aplicou suas economias de cinco anos num Fundo de Investimentos que quebrou e ele ficou sem nada. Saiu do batalhão e não tinha mais tudo o que economizara. Mesmo assim, com um colega do Exército, que era de Concórdia, compraram a"Boite Karandache", que acabaram vendendo porque há uma diferença muito grande entre você ser frequentador e ser administrador.

          Num fim de tarde, chegou um recado através de um vizinho, um funcionário gentil da Copel que tinha telefone: seu pai havia falecido em Pouso Alto, interior de Campos Novos. Veio com o Corcel 4 portas do Boles para dar adeus ao seu progenitor. Em razão disso, voltou para o sítio da família, definitivamente. E, quando fui morar em Zortéa, encontrei-o no escritório da Zortéa Brancher, onde eu trabalhava à tarde no Financeiro e lecionava pela manhã e noite na Escola Major. Ele, por sua vez, estava lecionando na Escola Municipal de Três Porteiras, ali perto de onde morava.

          A vida dele deu uma guinada extraordinária. Um dia, disse-me: "Riquetti, você sabe tudo o que eu já fiz na minha vida, de bom e de ruim. Mas agora estou com Deus. Fui um pecador, mas agora deixei de ser. Deus é minha vida e meu norte é a Bíblia". E o Cabo Dionísio, que baixara das Forças Armadas como Terceira Sargento da Reserva, era um soldado de Deus. Ficava muito nervoso quando as coisas saíam do rumo, defendia a moral e os bons costumes.

          As pessoas o jugavam doido, mas eu o compreendia e respeitava. Fora um bravo soldado no 5º BE e era o responsável pelo "Paiol de Munição", um serviço que era outorgado somente para pessoas de extrema confiança do Comando Militar. Um atleta vigoroso e obstinado e eu ficava chateado porque as pessoas não davam a ele o devido valor. Muitas vezes, as pessoas tratam os outros pelas aparências, sem conhecer as virtudes que eles têm. Nos últimos anos, juntou-se aos companheiros de Igreja, fez pregações, realizou batizados nos rios, foi servente de pedreiro, agricultor e até participou dos Movimentos  dos  Sem-terra. Eclético, nunca perdeu a candura...nem sua alma deixou de ser nobre, nem seus gestos deixaram de ser polidos!

          Ele e o Cabo Backes me apelidaram de "Alegria". Também me chamavam de "Sorriso". E o Backes o chamava de "Triste". Coisa de jovens! O Jair Backes, que é meu vizinho aqui em Joaçaba, informou-me que o Backes, seu irmão, o Cabo, faleceu há três anos,  no Mato Grosso. Tinha casado com a namorada, Holga, me parece, que era vendedora na Loja Vencedora, ali em União da Vitória.

          Ontem escrevi um poema que postei no meu blog: "No dia em que você partiu". Era minha homenagem aos amigos que se foram. vale para o Dionísio, o Backes, o Godoy, que fez carreira no Exército e já faleceu. Enquanto escrevia, as lágrimas dificultavam-me ver a tela do computador. Amigo verdadeiro é sempre amigo verdadeiro! Que os três amigos se encontrem lá no céu e possam continuar com o lema de nossa república de estudantes do início da década de 1970: "Neste Natal, nós, da República esquadrão da Vida, estaremos alertas e vigilantes". E continuamos sempre vigilantes, rezando pelos amigos que se espalharam pelo Brasil, tiveram suas famílias e são pessoas muito honradas.


           O Dionísio sempre me procurava lá em Ouro. Imaginei que aquela fortaleze devesse durar 100 anos! Mas não foi assim, infelizmente. Tenho algumas histórias que eu poderia escrever sobre ele. Quem sabe, num sonho, ele me autorize a contar. Ao contrário, serão segredos que ficaram em mim e nas pessoas que melhor o conheceram... De qualquer forma, em algumas ocasiões, pude ajudá-lo a resolver problemas seus. Ele me dizia que eu era "seu padrinho". E eu dizia que não, que era ele que era meu padrinho, desde os meus 19 anos, lá no Porto. Importa-nos, tanto a mim quanto a ele, que éramos amigos e o que eu posso fazer por ele é rezar e poder dizer aos amigos quem ele foi, o que foi, e quanto bom ele foi.


Grande abraço, amigo Dionísio, de seu amigo Riquetti, "sempre alerta e vigilante"!

Euclides Riquetti
07-09-2014

Não tenha medo de sonhar

 


 








Não tenha,  nunca,  medo de voar
Libere as suas asas à imaginação
Não tenha,  nunca,  medo de sonhar
O sonho é vital para o seu coração!

Voe, livremente, busque o espaço
E, se precisar, repouse nas nuvens
Voe, contente, livre-se do cansaço
Contemple as estrelas que reluzem.

Vá, com a força de sua liberdade
Ela  é um bem, é sua maior conquista
Considere quem lhe devota lealdade
Busque seus sonhos, nunca desista.

Vá , experimente todas as sensações
Seja, na vida, uma eterna aprendiz
Dê vez a seus anseios e às emoções
Não desista, nunca, de ser feliz.

E, em cada novo dia, nova jornada
Haverá uma mão esperando pela sua
Pensarei em você na manhã ensolarada
Rezarei por você nas noites de lua!

Euclides Riquetti







Não tenha,  nunca,  medo de voar
Libere as suas asas à imaginação
Não tenha,  nunca,  medo de sonhar
O sonho é vital para o seu coração!

Voe, livremente, busque o espaço
E, se precisar, repouse nas nuvens
Voe, contente, livre-se do cansaço
Contemple as estrelas que reluzem.

Vá, com a força de sua liberdade
Ela  é um bem, é sua maior conquista
Considere quem lhe devota lealdade
Busque seus sonhos, nunca desista.

Vá , experimente todas as sensações
Seja, na vida, uma eterna aprendiz
Dê vez a seus anseios e às emoções
Não desista, nunca, de ser feliz.

E, em cada novo dia, nova jornada
Haverá uma mão esperando pela sua
Pensarei em você na manhã ensolarada
Rezarei por você nas noites de lua!

Euclides Riquetti

Rastros e marcas

 



 



O tempo que passou
Deixou rastros, deixou marcas.
Rastros nos caminhos, nas estradas
Marcas nos corações e nas almas.

O tempo que passou deixou-me lições:
O tempo que passou mostrou-me que as ilusões
São vãs e fugazes.
Mostrou-me que há  o bem, ou o mal
Em todos os lugares.
Mostrou-me que há as certezas
Mas também as incertezas
O ganhar e o perder
Os reais e os imaginários
Mas, todos, muito necessários.

Muitas vezes perdi, outras ganhei
Mas nunca desanimei.
Levantei-me em cada tropeço
E, por isso, meu Deus a quem tanto louvei
Eu vos agradeço.

A quem amei com paixão
A reafirmação
A quem me estendeu a mão
Minha eterna gratidão
E a quem me quis tanto bem
Agradeço também.

E, nas marcas que ficaram
Nas ilusões que se apagaram
Nos ânimos e desânimos
A constatação:
Viver é amar
É ser amado
No desejar
Também ser desejado!

É pedir a bênção de Deus...
E ser por Ele abençoado!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Os primeiros pingos da chuva


 


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Quando os primeiros pingos da chuva rolaram na vidraça
E embaçaram teu rosto angelical
Me pareceu que foram as tristes lágrimas
De uma despedida bem sentimental
Há muito tempo acontecida.

Quando meu pensamento misturou-se às gotas da chuva
E meu coração pulsou intensamente
Pareceu-me reviver aquele dia
Em que em mim morreu toda a alegria
Pois foste embora de repente...

Quando meu corpo de moveu para procurar o teu
E não encontrou  mais teus lábios junto aos meus
O mundo se tornou uma grande incerteza
O mundo então perdeu sua beleza
Ficou sem o sorriso de era meu e teu...

Euclides Riquetti

Havia um sol


 








Havia um sol a aquecer a tua  aura serena
Um sol que migrou e foi brilhar lá bem longe
Pra encantar uma tímida e frágil falena
Que além do meu vale verde se esconde.

Havia um brilho lunar a pratear teus encantos
Um luar que amenizou a aflição de tua alma
Pra acalmar os teus ais, teus choros e prantos
E fazer-te mais doce, mais terna e  mais calma.

Havia um pedido de perdão e um desculpar-se
Pois um de nós dois, certamente que errou
Um pergunta sem resposta, apenas um calar-se.

Um calar-se que faz sofrer, que nos fere e pune
Mas que não apaga um sentimento que ficou
Pois o tempo que apaga é o mesmo que une....

Euclides Riquetti

O voo da gaivota

 






Plana a gaivota sobre o mar azulado
Quebrando o vento nas lufadas de outono
Na manhã  de abril do sábado morno
Na ilha da magia de meu Sul amado.

Vai a gaivota cortando o infinito
Imerge na nau  de meu pensamento
Busca se esbaldar por todo o firmamento
Em seu lento planar pelo céu bonito.

Voa a gaivota de branco e de princesa
Soberana,  charmosa, doce e elegante
Voa a gaivota vestida de deusa.

E meus olhos a contemplam com carinho
Em sua viagem pela trilha provocante
Enquanto volta ao seio de seu ninho.

Euclides Riquetti

Uma lágrima de cristal


 



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Uma lágrima de cristal
Rolou em teu rosto
Belo
Perfeito
Natural...

Não era uma lágrima de desgosto
Nem de desconforto
Era apenas uma lágrima casual
Como tantas outras que caem
Em momento especiais.

Uma lágrima límpida
Transparente
Insípida
Intransigente
Que apenas queria cair
Rolar
Sumir
No mar!

Uma lágrima de cristal
Como uma joia preciosa
Esplendorosa
Excepcional
De  beleza colossal
Num semblante divinal.

Apenas uma lágrima tímida
Fugidia
Que chegou para me dar bom dia
E foi-se embora
Venturosa.

Euclides Riquetti

Pelas ruas da cidade, ruas da saudade...

 


 






Ruas da saudade, por onde os seres andam
Por onde pisamos  nas calçadas
Ladrilhadas...

Ruas de nossas cidades, onde as saudades cantam
E te fazem lembrar das tardes ensolaradas
Ou chuviscadas...

Rua das cidades por onde andamos
Rua das cidades em que moramos
Ruas tortas ou direitas:
Quem se importa se são estreitas
Se trazem saudades minhas e tuas?

São apenas ruas...são acentuados aclives
São desesperados declives...

Ruas que permitem aos passantes
De todas as espécies, de todas as idades
Ruas que já nos marcaram antes
Por onde já nos movemos com liberdade...

Ruas não são apenas ruas
São, de lembranças, itinerários
São, das bem-aventuranças, o sacrário
São as histórias minhas, as histórias tuas.

Ruas por onde trafegam gentes
Carros, outros passantes
Por onde andaram os queridos entes
Por onde andaste em passadas elegantes
Por onde andam nossos espíritos e mentes
Por onde andei... e andaste antes:

Ruas, apenas ruas...
Das lembranças...
Das amenidades
Das andanças...
Das saudades!

Euclides Riquetti

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Cravos também falam!

 







O cravo branco, com sua calma e simpatia
Me disse "Bom Dia'!
E me recomendou que eu tivesse cuidado
Com o cravo bordô avermelhado...

Ora, um cravo falante
Era só o que me faltava!
Nunca vira isso antes:
Falava, ria, cantava.

Seria um cravo narcisista
Invejoso
Egoísta
Ou apenas um fiore formoso
Amoroso
Faceiro, artista?

Nunca vi coisa assim:
Uma flor que encantava
E que perfumava
Todo o espaço do jardim.

Mas,  depois,  entendi:
Há, entre as flores,  o desejo incomum de nos agradarem
De ver nossos olhos brilharem.
E, com meu próprio coração, eu vi
E com meus olhos,  senti:
Só pensavam em me alegrarem!

Adoro flores:
Rosas, dálias, crisântemos e margaridas
De todas as cores
Nos  jardins e nas casas floridas.

Mas o que me traz mais agrado
(Em termos de perfume...)
Certamente que é o cravo
Branco, bordô... ou rosa matizado!
E flores amarelas... e rosas champanhe!

 Euclides Riquetti

O livre sonhar

 




O livre sonhar conduz a mão do poeta

Para, com as palavras certas
Descrever o mar...

E, de forma dileta
Dizer para o oceano
Que mesmo o coração profano
Tem todo o direito de sonhar!

O livre sonhar induz o pensamento à liberdade
Ao voo sobre vilas e cidades
Para que chegue ao seu destino.

E o poeta, em seus versos divinos
Afaga o íntimo da beldade
Que espera pelo seu amado
Pra ter seus dramas amenizados.

Então, o voo livre do sonho do poeta
Em seus sonetos alexandrinos
Ou nas suas  redondilhas prediletas
Vai reabrindo caminhos já esquecidos:

Os que o levam até você, amor!

Euclides Riquetti

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Voa, pensamento

 





Sagaz inspiradora de palavras e  versos
Mergulha-se  em devaneios e ilusão
Escravos pensamentos estão despertos
Companheiros na  sua solidão.

Olhos castanhos/negros  que  censuram
As palavras nos seus lábios pronunciadas
As mãos graciosas outras mãos seguram
O sonho que rouba as  madrugadas.

Vaga pisoteando pedras entre a verde relva
Vaga sem cuidados, sem limites, sem reservas.
Entre sucessos, tropeços  e conquistas.

Voa o pensamento entre as nuvens alvas
Voa no firmamento sua dileta alma
Enquanto a névoa lhe embaraça as vistas.

Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com 

Acesse!

Teu corpo é charme, tentação e poesia

 

 


 



Teu corpo é charme, tentação e poesia

É tão encantador quando dia de sol quente

Tão sedutor em baby doll transparente

Tão poderoso a propagar energia...


Teu corpo tenta, atrai, empodera, seduz

Desafia a imaginação e todos os instintos 

Foge e se esconde em secretos labirintos

Na sinuosidade de um túnel sem luz...


Teu corpo é propagação de amor e desejo

A atiçar os cérebros mais acanhados 

A desafiar meus olhos cheios de pecado

E meus lábios densos de tanto desejo!


Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com 

Quero que tu inales meu perfume

 



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Quero que inales bem o meu perfume
Quero que me abraces com abraço forte
Que gostes de borboletas e de vagalumes
E que em momentos tristes me conforte.

Quero que te encantes com o que digo
Que gostes dos versos que eu escrevo
Que te sintas bem ao estares comigo
E vivermos o romance mais longevo.

Quero que tu entendas as palavras ditas
E que descrevas com elas teus anseios
Forme as frases românticas e bonitas
Estrofes completas e poemas inteiros.

Enfim, que meu perfume te contagie
Como me contagia a força de teu abraço
Que Deus nos abençoe, proteja e guie
Que prenda um ao outro com Seu laço.

Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspt.com

Acesse!

Traz-me a voz do vento o teu sorriso

 





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Traz-me a voz do vento o teu sorriso
De que eu preciso!
Traz-me teu rosto sorridente
Que perpassa portas, janelas, jardins
E que chega até a mim
Em  teu perfume envolvente.

Traz-me o barulho do vento o teu ninar
O teu sonho
O teu semblante risonho
Que vem me acalmar!

Traz-me o vento tuas palavras doces
Dizendo-me que fostes
Andar ao mar.

E  o sol te deixou mais morena
Com teus cabelos cacheados
E teus ombros bronzeados
Uma  mulher bonita, dócil, serena!

Traz-me  a voz do vento o teu sorriso
E é meu destino
Te esperar!

Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com 

terça-feira, 27 de maio de 2025

Deixe minha poesia beijar seus lábios

 


 


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Deixe minha poesia beijar seus lábios
Levemente rosados
Habilmente delineados
Desejados...

Deixe minha poesia massagear seu corpo
Graciosamente esculpido
Elegantemente definido
Esculturado...

Deixe minha poesia afagar sua alma
Divinamente branca, clara
Simplesmente única, simples, rara
Jamais ignara...

Lábios, corpo, alma, paixão
O grande conjunto de minha inspiração
Objetos do querer e do desejar
Enquanto lembro de você... e escuto o mar!

Euclides Riquetti

A chuva fria leva meus desalentos

 


 





Chove! E a chuva fria leva meus desalentos
Dissipa  algumas de minhas das preocupações
Diminui, de leve, minhas perturbações
Mas não elimina minhas dores e meus tormentos...

Chove, na noite do inverno dissuimulado
De outono disfarçado!

Chovem  lágrimas de mães e de madrinhas
Chovem orações que pedem perdão
Chovem pedidos de atenção
Chove nas calçadas, ruas e estradinhas
Chove!

Chove a chuva impiedosa que faz desalojar as gentes
Chove a chuva copiosa que nos traz as enchentes...

Chovem minhas lágrimas de saudades
Chove na noite das tempestades
Chovem pensamentos que me inquietam
Chove a chuva que molha os corpos que pecam!

Chove, na noite, como choveu no dia
Chovem minhas lágrimas de nostalgia

Por causa dos desalentos e dos tormentos
Por causa das preocupações e perturbaços

Do meu pensamento - que sente saudades
De ti!

Euclides Riquetti

Sonhos azuis

 


 


 



Meus sonhos são azuis, como azul é  o mar
Nas manhãs de sol brilhante...
Meus sonhos são azuis, como azuis são os olhos
Que  não canso de admirar...
Meus sonhos são azuis como azul é o céu na manhã
Do sol escaldante
Em que as nuvens brancas adornam o firmamento.
Meus sonhos são azuis porque escolheram ser.
Do mesmo azul dos sonhos seus, de sua vontade de viver.

Meus sonhos voam em busca dos seus nas noites do verão
Como já o fez na primavera, no inverno e no outono
Enquanto eu brinco de sonhar com versos, estrofes e poemas...

Meus  sonhos  têm a cor do sangue nobre que banha o seu coração
E que corre em suas veias ágil, rubro anil e morno
Enquanto colho rosas e margaridas nas manhãs serenas...

Meus  sonhos buscam os seus que teimam em não me sonhar
Que teimam em não me querer
Que teimam em não me amar...

Meus  sonhos  azuis dos poemas românticos e das brandas prosas
Meus sonhos azuis  que procuram seus sonhos cor-de-rosa
Meus sonhos de homem que procuram os sonhos de mulher
E que me fazem querer porque creem que você também me quer!

Euclides Riquetti

Quando nossos sonhos se encontram

 


 


 


Quando nossos sonhos se encontram
Na madrugada
Prenunciam a chegada do dia
Da manhã azulada
Do céu cor de anil
No Sul do Brasil
Da vida dourada!

Quando nossos sonhos se encontram
Na hora marcada
Na busca do encontro do dia
Nos caminhos do acaso
O seu  rosto transpira alegria
E sua alma que tanto sorria
Deixa a minha extasiada.

Quando meus sonhos a procuram
E vagam no céu, não importando a hora
Indo buscar o seu corpo onde estiver
Para ter você aqui,  bem agora
Bem do jeito que a gente quer
Em  devaneios de homem e de mulher
Meu coração chama para que venha embora.

Euclides Riquetti