Euclides Riquetti - Declamando para crianças no Centro de Educação Infantil Mundo Encantado - Joaçaba - SC
De tanto me chamarem de escritor, acabei até acreditando que o fosse. Ou que o seja .. Não sou lá de dar muita importância a publicar livros, até tive poemas editados em coletâneas, mas nunca tirei o tempo para organizar um sequer, embora tenha material para pelo menos uma dúzia deles: uns oito de poemas, três de crônicas e um de História, esta relatando acontecimentos do Município de Ouro desde a sua colonização, época em que seu território era denominado Distrito de Abelardo Luz, pertencendo à Colônia de Palmas, Paraná.
Minha predileção, em termos de poemas, é pelo soneto. Fui influenciado pelo meu saudoso e competentíssimo professor Nelson Sicuro, na FAFI, em União da Vitória, em que me formei em Letras/Inglês no ano de 1975. Influenciado pelo também saudoso professor Francisco Boni, li dezenas de livros de Literatura Inglesa e Norte-americana. Tudo foi-me ajudando a formar meus conceitos e meu estilho. Escrevi, em 1974, um soneto "Uma Canção de Acalanto". Não guardei cópia, não memorizei. Tinha conseguido compor um "alexandrino" com rimas ricas, raras e métrica perfeita, isorrítmico. Que pena! Até compus um poema com o mesmo título, mas nunca próximo daquele.
Em 1960 eu estava prestes a completar 8 anos e não ia à aula regular ainda. Eu voltara a morar com a família, já disse aqui no blog, depois de ter saído de casa (levado, né?...) com menos de 14 meses de vida, quando nasceu minha irmã, Iradi. Meu pai me levava com ele, uma ou duas vezes por semana, até a Escola de Linha Savóia, em Capinzal, onde ele lecionava. Era a maneira que a família tinha de me tirar de casa. E ele me ensinava a escrever minhas primeiras sílabas. Eu gostava de ouvir os alunos lerem a cartilha em voz alta e achei que iria aprender a ler também. E isso de ler me aconteceu nos dois primeiros anos de aula no Mater Dolorum, em Capinzal também.
Pois que, no dia 25 de julho daquele ano, houve a realização do primeiro Festival do Escritor Brasileiro, acredito que em São Paulo, organizado pela União Brasileira de Escritores. O escritor João Peregrino Júnior era o seu presidente, e Jorge Amado o vice-presidente, e eles criaram, então, o Dia do Escritor, numa homenagem a todos aqueles que têm habilidades ( e vocação...) para, através das palavras articuladas, escrever relatos, histórias, fantasias, sentimentos e vivências. Sou sentimentalóide e saudosista. Imaginei, um dia, tornar-me escritor. Acho que estou conseguindo. Li e escrevo muito, Sou, portanto, escritor!
Tenho meus ídolos. Não leio livros badalados, leio aqueles cujos autores considero que merecem ser lidos. Desde a Condessa de Ségur, passando por Machado de Assis, Jorge Amado, Cecília Meirelles, Charles Dickens, Edgar Alan Poe, Camões e Camilo Castello Branco, Abílio Diniz, Ivonisch Furlani, José Cleto, Eloí E. Bochecho, e Vítor Almeida, não importa se famosos ou não, leio-os. E por ler muito, escrevo muito.
Então, neste Dia do Escritor Brasileiro, desejo homenagear a todos os que, de uma ou outra forma, expressam seus sentimentos e relatam os fatos que lhes são ditados pela vivência e o conhecimento. Ainda veremos o povo brasileiro transformado em leitor, mesmo morando num país onde até um ex-presidente disse, uma vez, que não gostava de ler...
Euclides Riquetti
25-07-2015
Dia do Escritor!
Palestrando para alunos do Colégio Mater Dolorum em Capinzal - SC
Com uma leitora, no CMD - em Capinzal - SC