sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

O Carnaval do Amílcar em Joaçaba

          O Carnaval, em Joaçaba, vai bombar! (Ih, óia o véio aqui falando gíria!). É, está com a melhor organização de todos os anos. O Carnafolia começando nesta sexta-feira à noite, na Praça da Catedral. O trânsito de Joaçaba de pernas pro ar nos últimos dias. Passei nas lojas localizadas atrás das arquibancadas e camarotes e quase não havia clientes nelas. Numa, uma dúzia de vendedores e NENHUM CLIENTE.

          Nosso carnaval é maravilhoso, mexe com a cidade e a região. Mas, todos os anos, ouço os verndedores comissionados e até os proprietários de estabelecimentos da Avenida XV queixando-se: em razão de toda a estrutura de arquibancadas e camarotes que é montada já uma semana antes, cai, sensivelmente, o movimento. Mas, por outro lado, muitas lanchonetes e restaurantes faturando alto. E a polícia tendo muito trabalho para cuidar das mudanças do tânsito e dos aproveitadores, que veem nesse tipo de festa, a oportunidade de faturar...

          Há poucos dias, a amiga feicebuquiana Edna, que tornou-se "virtual friend" justamente no Carnaval passado, comentou no meu facebook: "Por que você não aproveita e convida aquele seu amigo para vir?"

          O  amigo é o Amílcar, que reencontrei há quase um ano, mais precisamente na Semana Santa do ano passado, em Canasveiras. Lembro que, na juventude, íamos a bailes em Porto União da Vitória no Carnaval. Sempre bom de conserva, perfumado com "Lancaster", esbaldava-se nosso Arlequim, que já andava atrás da Colombina Nena naquele tempo. Achei ótima a sugestão da amiga e liguei para ele convidando-o. Ele e a Nena, naturalmente.

          "Óia, Riquetto, eu até que gostaria de ir, mais num sei. Tô qua barra suja qua Nena!" Perguntei-lhe o que acontecera e ele veio com essa: "Sabe, Riquetto, esses dia a Nena se inventô de fazê um bolo de fubá. E tinha comprado dois quilo de açúcra. E, quando foi utilizá, cadê o açúcra?   Oiô pra mim cum cara de discunfiada e queria sabê onde tava o dito. Eu disse que quando fui co zenro vê um jogo de futsal em Palmas, levamos os dois pacotinho pra dá de ingresso, que era de um quilo de alimento non perecível por pessoa... Ela quasi que me bateo"!

          Fiquei imaginando a cara deslavada que ele deve ter feito. Disse que ele não deveria ter feito isso, que certamente a Nena deve ter ficado louca de brava.

          Falei que argumentasse com ela, que a convencesse a vir, que ficariam na nossa casa. Falou com a "véia" e ela disse que poderiam vir, mas que a netinha vai ficar com eles no feriadão, que a filha vai
acompanhar o marido numa viagem. E ele,  então,  teve uma ideia: "Amigo, que tal a zente ir sozinho pro Carnaval? Vamo dizê que criança num pode ir e ela não tem cinco anos. Intón elas ficum in casa e nóis vamo sozinho". Fiquei preocupado! Se fizermos isso, vou arrumar problemas pra mim. A Dona patroa não vai aceitar isso. E, se conheço bem a Nena, nem ela vai aceitar.

          Agora, só me resta torcer para que eles decidam não vir, senão eu ficarei numa enrrascada. Vou ter que ir pensando numa maneira gentil de "desconvidar ele". Acho que vou avisar de que peguei uma gripe. Ou que meus parentes de Itapema e Curitiba chegaram de surpresa e não vou ter onde por o Amílcar, a Nena e a netinha pra dormir. E os hotéis, aqui, não se ainda terão vags.  A bem da verdade, o mão fechada não iria dormir no hotel, mesmo.  O que não posso é enrolar a Dona Patroa. Ela me enforca se eu me bobear. Não que eu tenha medo dela. É que ela exige respeito!

Euclides Riquetti
28-02-2014

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Há algo que brilha dentro de ti.

Há algo que brilha dentro de ti
E que vem até mim:
Inexplicável
Bonito
Adorável!

Há um transbordar de sorrisos
Um exalar de alegria
Sonhos antigos
Que nos dão nostalgia.

Uma saudade agradável
Numa manhã chuvosa
Um sentimento afável
Uma pele cheirosa
Num corpo saudável
Uma alma deliciosa...

Que vêm de ti
E que chegam a mim.
E que me contagiam suavemente
Envolvem minha alma
Meu corpo
Minha mente!

Euclides Riquetti
28-02-2014

Os ventos que vêm do mar

Os ventos que vêm do mar
Me trazem  os murmúrios da antiga canção
Me lembram o amor e a louca paixão
Os ventos que vêm do mar.

Os ventos que vêm do mar
Despertam sentimentos adormecidos
Instintos que  jazim  escondidos
E que voltam a se  animar.

Os ventos que sopram pro mar
Levam de volta os meus lamentos
Que se vão a velejar.

Os ventos que sopram pro mar
Levam as tristezas e os meus sofrimentos
Para me deixarem em paz.

Euclides Riquetti
27-02-2014


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Joaçaba já respira Carnaval

          Joaçaba respira carnaval desde a semana passada, quando começaram a chegar à cidade as carretas trazendo 350.000 quilos de arquibancadas e camarotes. Doze carretas de materiais,  e dezenas de homens passaram o último fim de semana e as noites montando toda a ferragem na Avenida XV de Novembro, bem no centro da cidade. Tudo devidamente supervisionado pelo amigo Engenheiro Euclides Albuquerque, o "colorido". A estrutura  (tenda) para o Carnafolia, também já está montada na Praça da Catedral.

          Quem não vive toda a preparação da cidade para estruturar-se a fim de  receber os visitantes e para dar as condições de conforto e segurança aos integrantes das quatro escolas, não tem noção de  quanto as equipes de trabalho têm que esforçar-se para que isso aconteça. Tudo se sucedendo como o planejado. Aliás, se todas as entidades das cidades tivessem a organização e a sintonia que tem a Liga Independente das Escolas de Samba de Joaçaba e Herval  D ´Oeste, capitaneada pelo presidente Sérgio Giacometti, o Brasil seria uma maravilha.

          Três escolas ensaiam em cada noite,  e as quatro ensaiando na quinta-feira, com seu "ensaio técnico". Na segunda-feira, presenciei boa parte dos ensaios. Estavam lá a Acadêmicos do Grande Vale, a Aliança e a Vale Samba. Na terça, descansa uma delas e ensaia a Unidos do Herval. De forma que cada escola tenha garantidos três ensaios técnicos. Claro que os ensaios nas sedes das escolas já vem acontecendo desde o início do ano. E o trabalho nos barracões acontece durante o ano todo.

          Na segunda, uma grande número de populares nas arquibancadas para ver os ensaios. E os integrantes, aplicadíssimos. Nesses ensaios, primeiro e segundo casal, mestre-sala e prota-bandeira, alguns destaques  e as baterias. Nossas baterias não ficam a dever a nenhuma das escolas do Rio de Janeiro. Muita gente bonita ensaiando, a maioria já com roupas que identificam as escolas. Muitos usando as fantasias dos outros desfiles. Alguém que chega à cidade no momento, tem a impressão de que já é desfile oficial.

          Acompanho os desfiles de Joaçaba e Herval há pelo menos duas décadas. É formidável. Os jurados, já há muito tempo, são contratados no Rio  de Janeiro. As escolas procuram trazer sempre alguma pessoa famosa para brindar o público.

          Neste ano, as escolas que em outros anos já trouxeram Raul Gazola, Carol  Nakamura, Aitlon Graça,  Dado Dolabella, Rafael Zulu,  e muitos atores e atrizes, estão trazendo, neste ano,  Nando Rodrigues,  o Virgílio, de "Em Família" que defilará pela Aliança; Felipe Tito, o Wagner, que era o mordomo tatuado da Pilar na novela "Amor à Vida", e que no final acabou ficando com a Edith (Bárbara Paz), ex mulher do Félix (Mateus Solano), que vai desfilar pela Unidos do Herval. E a Vale Samba já trouxe e está  na cidade  Musa do Carnaval Paulista Mara Kelly (premiadíssima em São Paulo), e ainda Janaína Simões (de A Praça é Nossa - SBT), e Waleska Reis, Assistente de Palco de Rodrigo Faro, na Record.

          Mas quem faz nosso carnaval, acima de tudo, é uma equipe de pessoas dedicadas, que tira de seu tempo e muitos até de seu dinheiro para que nosso carnaval aconteça. Muita gente bonita, que põe seu talento, charme, elegância, beleza e gingado na Avenida do Samba, para garantir que nosso carnaval seja o melhor do Sul do Brasil!

Euclides Riquetti
25-02-2014
         

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Quando me disseste adeus

Quando me disseste adeus, eu não acreditei
É tudo brincadeira...
Foi o que pensei
Mas com o passar do tempo
Bagunçou meu  pensamento:
Onde foi que eu errei?

Quando me disseste adeus, eu não pedi por quê
Estavas me deixando...
Não sabia que te perder
Iria me abalar tanto
Mas para meu espanto
Foi grande o meu sofrer!

Ora, porque somente agora
Descubro que és a musa
Dos versos das canções
De hoje e de outrora?

Ora, porque eu não percebi
Que eras minha luz
A minha inspiração
Que deixou-me e foi embora?

Então, depois que compreendi
O meu amor por ti
Só te peço que me dês o teu perdão
Eu  só peço que tu voltes
E que nunca mais me soltes
Que venhas me trazer teu coração!

Euclides Riquetti
24-02-2014

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Pedes-me para fazer-te um poema

Pedes-me para fazer-te um poema
Mas não sei o que esperas de mim:
Um elogio, uma declaração de amor, algo assim
Ou uma promessa de felicidade sem fim
Mas não me dás as palavras,  nem me sugeres o tema.

Ora, ser poeta não é uma profissão:
Escrever poemas requer certas habilidades
Além de ter alguma sensibilidade
Como  sentir amor e sentir saudades
Ou fechar os olhos para sentir inspiração!

O poeta precisa enxergar mais do que com os olhos
O poeta precisa entender o que os outros não entendem
O poeta precisa desembaralhar os imbróglios
Encontrar as palavras que não se compram e nem vendem!

Ora, animar pessoas pode ser uma arte:
Mas não se pode iludi-las com horizontes risonhos
Nem alimentar nelas vontades e sonhos
Que não possam concretizar-se!

Pedes-me para fazer-te um poema de amor
Talvez uma declaração de uma paixão exacerbada
Ora, não te quero ver iludida, nem enganada
Só quero que tu sejas uma risonha flor!

Euclides Riquetti
23-02-2014