quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Parabéns, Aline!

          Aline Rocha é para-atleta joaçabense. Cadeirante, a jovem Aline, treinada pelo namorado e professor Fernando, conquistou duas medalhas de Ouro nos Jogos Abertos do Interior de São Paulo, na quarta-feira, 21, competindo pela cidade de São Caetano, nas provas de 100 e 400 metros. E já vem colecionando medalhas em competições há muito tempo. Ela ficou paraplégica ainda na adolescência, em razão de um acidente.

           Hoje, 23, começa sua participação nos Parajasc, em Brusque, SC. E, no início de dezembro, estará na Terceira Etapa Nacional do Circuito Loterias Caixa em Fortaleza.  Seu sonho é representar os Brasil nas Paraolimpíadas de 2016, aqui no Brasil. Treinou com muito afinco e determinação nas últimas semanas para conseguir seu intento. E brilhou!

          Conheço a Aline há dois anos. Ela treina, com sua cadeira/bicicleta, na pista do Clube Comercial, aqui  em Joaçaba. Cobra muito de si e de seu paciente treinador. Formam um belo casal, educados e atenciosos. Vários são os portadores de necessidades especiais que são treinados pelo Fernando. São muito alegres, treinam, riem, contam piadas, zoam uns dos outros. Vivem mais intensamente e  alegremente do que muitas pessoas que têm tudo e não sabem valorizar o que têm.

          A Aline é patrocinada pelo Laboratório Pasteur, de Joaçaba, que tem como slogan: "Tecnologia Sustentável. Socialmente Responsável". Lembro que esse Laboratório estendeu suas mãos à Aline quando ela não obtinha apoios na cidade. E a determinada atleta, com sua dedicação, simpatia e encanto, vai obtendo suas conquistas.

          Parabéns, Aline e Fernando, pelas suas conquistas. Temos muito orgulho de vocês.

Euclides Riquetti
23-11-2012
         

A Falta da Cultura de Participação em Joaçaba

          Joaçaba é uma bela cidade,  localizada no Meio-oeste Catarinense, separada de Herval D ´Oeste pelo sinuoso Rio do Peixe. Tão sinuoso quanto o são as curvas que ispiraram o Arquiteto Oscar Niemeyer a projetar edificações com sua Arquitetura Moderna, no Brasil, a partir de 1939 e até recentemente, antes de adoecer.

          Mas nossa cidade, conurbada com aquela e ainda com Luzerna, tem seu maior problema na falta de mobilidade, pois, ao longo de sua história, essa preocupação não colocou o tema na pauta das discussões públicas, do planejamento de seu crescimento. Temos um Plano Diretor bem detalhado, elaborado de julho d 2005 a novembro de 2006, e que agora está em vias de sofrer algumas alterações no que diz respeito ao zoneamento, aos recuos das edificações e algo, tímido, com relação às áreas verdes dos desmembramentos.

          Na noite de ontem, participamos de uma Audiência Pública, numa sala de eventos da ACIOC, quando tomamos conhecimento e votamos seis propostas de alteração do Plano Diretor, propostas através do COMDEMA, sempre com o intuito de melhorar nossa cidade. Acho que as sugestões,  se chegaram em nível de propostas, é porque foram bem analisadas, pensadas, refletidas, e seus impactos estudados. Participei, efetivamente, de algumas discussões, não acaloradas, e manifestei minha preocupação com o futuro da cidade, das gerações que nos sucederem, e a razão principal disso é que, na ocasião, tínhamos menos do que 25 votantes no plenário que, para um universo de 25.000 habitantes, aproximadamente, representa 0,1%, o que considero muito pouco, se verificarmos que nossas aprovações podem mexer, direta ou indiretamente, com a vida de toda uma população. Ressaltei e reiterei que, em Joaçaba, não existe a cultura da participação, e que suas Audiências Públicas são muito tímidas, a população não participa, as entidades representativas não se fazem presentes.

          Além da Equipe Técnica, composta pelos Engenheiros Cássio e Ricardo, que bem se posicionaram e procuraram, da maneira mais didática possível, explicitar as mudanças propostas, havia a Advogada Giovana, que conduziu a AP, e mais um time  de apoio e um Secretário representando o Executivo.  O Conselho se fez representar pelo Engenheiro Gilson  (Vasconcelos).

          As mudanças propostas para o PD, acredito, deverão contemplar mais do que isso, pois não vejo uma definição ou posição das autoridades com relação a atitudes CORAJOSAS `que precisarão ser tomadas quanto  à mobilidade, assunto que abordarei em outro comentário, especificamente, e que não são apenas problema de Joaçaba, mas de todas as cidades.  

          Outra questão que  motivou manifestar-me, publicamente, na AP, foi a questão do percentual de permeabilidade nos terrenos que receberão edificações no centro, onde se verifica que residências unifamiliares nos bairros precisam preservar 30% do terreno, e na área central,  dos grandes edifícios, apenas 6%.

          Diante disso, remeto-me à reflexão, e convido você, leitor, a também refletir sobre isso, mesmo que não venha a resultar em nada. Mas, no futuro, não precisemos nos condernar a nós mesmos por temos sido omissos, pelo menos em nosso pensamento, mesmo que não maniefestemos nossas preocupações e adotemos posições.


Euclides Riquetti
22-11-2012

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Transcendendo

Transcendo
Saio do conforto daqui
Liberto-me de meu céu imaginário
Navego no mundo, solitário
E vou pra perto de ti., de ti, de ti...

Transcendo
Busco as respostas que ainda não tenho
Volto no tenro  passado
Projeto-me o  futuro desejado
Viajo, vou e venho...

Transcendo
Porque acomodar-me é covardia
Porque omitir-me  é vergonhoso
Não combina com meu ser impetuoso
Há a desafiar-me, sempre, a ousadia.

Transcendo
É a maneira que tenho para estar contigo
De tocar tuas mãos e beijar teus lábios
De dizer-te os versos mais raros
De chorar em teu ombro amigo.

Transcendo
Para exercitar minha rebeldia
Para dizer-te de meu encantamento
Para, com todo o arrebatamento
Abrir-te minha  alma, guria...

Transcendo...

Euclides Riquetti
21-11-2012



segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Zortéa - Tempos que não voltam mais

          Uma parte de minha vida, do início de 1977 ao final 1979, morei no Distrito de Zortéa, que pertencia ao município de Capos Novos. Lá eu convivia com três segmentos sociais distintos: Havia os professores e alunos da Escola Básica Major Cipriano Rodrigues Almeida; meus colegas de escritório da Zortéa Brancher S/A - Compensados e esquadrias;  e a turma do futebol, que atuava numa quadra de esportes com piso de cimento e no campo gramado do Grêmio Esportivo Lírio.

          Na condição de professor, eu atuava pela manhã e noite e, à tarde, no Departamento Financeiro da empresa, na função de controlar os débitos para com fornecedores e redigir correspondências. Traduzia as que chegavam do exterior e vertia para o Inglês  as que eram enviadas para o Reino Unido, Argentina, Haiti, Iraque, Arábia Saudita, dentre outros. E ainda emitia faturas pro-forma para a venda de compensados nas exportações. Foi uma época em que muito aprendi e muito me diverti. As pessoas, lá, eram muito felizes.

          Em 1978 a comunidade católica recebeu os Padres Missionários, com quem fizemos muita amizade. Havia o Padre Mantovani, que chamávamos de Gringo, era natural de Lacerdópolis, muito carismático, conseguiu envolver, com seus colegas, a comunidade local para a religião, para a busca do bem. E o envolvimento vinha com a escola, a família, a comunidade, e até a empresa, que realizava turnos de trabalho diferenciados de forma que os empregados pudessem participar das Missões.

          Bem, acabei envolvido de tal maneira que me tornei celebrante de cultos religiosos. Fiz isso durante dois anos. Mas, paralelamente, jogava minha bolinha, treinando nos finais de tarde e jogando aos sábados e domingos, preferencialmente futebol de campo. E, aí, me vem uma  história que me faz  rir:

         Marcamos um jogo  dos professores e maridos das professoras contra os alunos, para um domingo de manhã, às 10 horas. E, naquele domingo, era minha vez de celebrar o culto. Cheguei cedo à Capela, deixei meu fusca branco,  novinho,  estacionado "em ponto de bala" na estradinha ao lado dela, com meu kichutte na bolsa. Tão logo terminasse o culto, eu iria para o campo jogar.

          Fiz minha parte na celebração e quando eram nove e quarenta anunciei o canto final. E, enquanto cantavam, saí, liguei o fusca e desci para o campo. Jogamos alegremente, numa boa.

          Na segunda-feira, bem cedo, o amigo Darci Zílio, que era Ministro da Ecaristia, procurou-me: " O que aconteceu que você não deu a bênção final e saiu de  fuque,  sem terminar o culto?" Argumentei que eu acabara o culto, anunciara o canto e saíra para o jogo.

          O Darci me cai na gargalhada: "Seu maluco, você esqueceu de dar a bênção final!"  Todos ficaram um bom tempo esperando. Achavam que você tinha se sentido mal e saído às pressas. Como você não voltou,  eu mesmo dei a bênção!" Que vergonha!...

          Bem, há poucos instantes eu soube, pelo seu filho, Vanderley, via facebook, que o Darci já morreu há 8 anos...

          É, fiquei devendo uma pro amigo Zílio, que me ajudou naquela. Agora, é rezar um pouco pra que ele tenha a recompensa, lá em cima, por tudo o que sempre fez pelos amigos e comunidade de Zortéa.

Euclide Riquetti
20-11-2012