sábado, 22 de março de 2025

Esperavas que eu te mandasse rosas

 





Esperavas que eu te mandasse rosas
Talvez vermelhas ou amarelas
Desde que fossem cheirosas
Com suas pétalas singelas...

Esperavas que eu te mandasse flores
Mesmo que fossem gerânios
Ou cravos extemporâneos
De  matizes multicores...

Mas eu te mandei, gentilmente
Versos que na noite compus
Versos de amor e de luz...
Que eu compus sutilmente.

Versos que me dispus a compor
E que espero que tu aceites
São meus eternos  presentes
Meus doces versos de amor!

Para ti, somente para ti!

Euclides Riquetti

Sorriso de criança

 


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Nada é mais autêntico que o sorriso da criança
Pois nele há singeleza, beleza, ingenuidade
Suas palavras simples  denotam sinceridade
Tempo do qual se guarda a mais saudosa lembrança.

Gestos muito simples, modos sempre delicados
Olhar sutil, bondade no seu coraçãozinho
A proteção materna que a atende com carinho
A segurança ao ter sues pais presentes e dedicados.

Sorriso de criança,  enternecedor e contagiante
Belíssima transpiração de inocência e de docilidade
Sorriso de criança, encantador e deslumbrante.

Sorriso de criança, dos sorrisos o mais risonho
Inspiração para o poeta, para os pais felicidade
Sorriso de criança, um mundo de amor e de sonho.

Euclides Riquetti

Uma Oração para Evita (Perón)

 


 



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Uma oração para Evita
Santa Evita de todos os argentinos
Que já protegeste teus pobres descamisados
Cuida bem dos velhinhos e dos meninos
Que foram por todos abandonados
Não te esqueças de todos os oprimidos
Nem daqueles nos combates tombados.

Santa Eva Duarte de Perón
Olha pelas Madres de la Plaza de Mayo
Abre para todos teu coração
Ilumina as noites com teu candelaio
Escuta o lamento de minha oração
Mira os mais  fracos com teus olhos claros.

Santa Evita da Casa Rosada
Estende teus braços sobre  a Recoleta
Repousa teu corpo,  em granitos guardada
Inspira os poetas de todo o planeta:
Que seja  tua gente por ti abençoada
E deixe que no Plata vaguem as barquetas.

Mãe Evita de todos os filhos
Mito que se propaga nos lugares e nos anos
Bela e formosa menina de Junin
Deixa-nos uma história que tanto amamos
Eternizada em  "Não chores por mim..." (Argentina!)
Habitas o coração de todos los hermanos.

E também o meu...

Euclides Riquetti

Um poemeto outonal

 



Componho pra ti um poemeto outonal

Antes que as primeiras folhas caiam

E cubram todo o  gramado natural...


Homenagem a todos os que partiram

Um amparo às lágrimas que caíram

Logo depois do último carnaval.


Um poemeto de simples simplicidade

Composto com a mais natural naturalidade

Pequeno, frágil, mas de efeito colossal!


Euclides Riquetti

22-03-2025


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Um poema de acalanto

 


 


 



Um poema de acalanto

Era pra ser um poema fantástico

Algo que chamasse a tua atenção

Nada explosivo, nada bombástico

Apenas versos de cândida paixão!


Era pra ser um poema de encanto

Singeleza nas palavras escolhidas

Canção de ninar, de doce acalanto

Nuvens a bailar no palco da vida.


Era pra ser o meu melhor poema

Mas fui tomado duma dor inefável

Ser ou não ser é meu maior dilema

Amar por amar é questão imutável.


Era pra te dizer de meu sentimento

Colocar nele muito amor e paixão

A vida como o principal elemento

Viver como a brasa do fogo de chão. 


Euclides Riquetti

Um abraço terno

 







Quero dar-te um abraço terno
Um abraço simples, mas que seja eterno
Não mais descolar-me de ti:
Um eterno e terno abraço,  (em ti...)
Eterno, eterno abraço terno!

Quero levar-te o abraço do encantamento
O abraço que se perde no firmamento
E que se encontra, depois, ali depois do raio de sol
O abraço que se esconde... sob o branco lençol!
E que te percas em mim por um mágico momento...

Quero que aceites meu abraço dado
Quero que me apertes  no abraço apertado
O abraço na manhã que te surpreende
O abraço no teu corpo que me acende
E que busca o teu beijo sagrado...

Enfim, não te surpreendas, não
Com as reações de teu coração!
E não te assustes com minha ousadia
Nem  te incomodes com tanta rebeldia
Pois quero apenas tua atenção.

Quero dar-te um abraço terno
Quero ganhar teu beijo, quero muito, quero!

Euclides Riquetti

Adeus, goleiro Kokiara!

           



       O Kokiara foi um grande goleiro. Meu primo, fui professor de um de seus filhos, o Fabrício. O Ânderson perdeu a vida em acidente com motocicleta num fim de domingo, ali numa curva da Rodovia da Amizade, uma curva perigosa ali no São Cristóvao, em Lacerdópolis. Na época eu era multisecretário  na Administração de Sérgio Durigon e José Camilo Pastore, e na ocasião estávamos realizando o evento com a Orquestra Sinfônica de Santa Catarina, a OSCA, regida sob a batuta do maestro José Nilo do Valle. numa apresentação em grande palco que instalamos na confluência das ruas Governador Jorge Lacerda, Presidente Kennedy e  Felip Schmidt. em Ouro,. Em minha infância e adolescência, fomos vizinhos no Distrito de Ouro, que pertencia a Capinzal. A Família viera da Barra do Leão, mas foi em Linha Santa Bárbara que o pai dele, Viriato,  foi professor na escola local e casou-se com Dona Aurélia Póggere. O Kpokiara faleceu na madrugada desta quinta-feira, 20-03-2025. 

       O seu Viriato, depois, trabalhou na Prefeitura de Capinzal, era o administrador das estradas e obras. Cidadão muito sério, discreto e honesto. A melhor lembrança de seu Viriato: "Comprei uma geladeira. Agora não precisamos cozinhar todos os dias. Guardamos a comida na geladeira e é só aquecer para comer"! Como é bom poder falar assim, saudosamente, com alegria, de pessoas com quem convivemos e a quem aprendemos a respeitar...

       Não sei por que razão, mas o Ivanir Almeida de Souza recebeu o apelido de Kokiara. E assim chamamos seu irmão Valdir, casado com uma prima minha, de Kokiarinha. O último, o Altivir,  faleceu durante a Pandemia aqui em Joaçaba e nem pudemos nos despedir dele. Considero que ele e o Moacir Richetti foram meus melhores e mais longevos amigos da infância. 

       Conheci o Kokiara quando jogávamos bola num campinho de futebol que tínhamos ali no vasto terreno de Augusto Masson, onde hoje se localiza a cadeia pública no Município de Ouro. Com a construção da cadeia, mudamos para outro campinho, na mesma propriedade, mas estre a rua e o Rio do Peixe, no leito abandonado de uma antiga estrada que ligava Capinzal e Joaçaba, e que teve seu curso alterado. O Kokiara era um excelente goleiro. Seis anos mais velho do que eu, uma vez fiz um gol nele, e isso era a glória para qualquer criança, pois ele era imbatível. 

       O Kokiara fundou, com amigos, o Flamenguinho do Kokiara. Usavam camisas lim listras horizontais pretas e vermelhas. Os jogadores estavam entre a adolescência e a juventude. Os Zortéa, filhos do Ernesto Zortéa, dono do VCine Glória, fundaram o "Vasquinho dos Porco-ladro"! O Rogério Caldart, o Fluminente. Os Baratieri e o Pimba (Márcio Rodrigues), o Ameriquinha. Os Bazzo, Colombo, Zaleski e Baretta e ouros, o Juvenil da São José. Meu irmão Ironi e o Mário Thomazoni fundaram o Palmeirinhas da Rua da Cadeia. Os Gramázio, o Operário, de Capinzal, que começou como "Pedreiros Futebol Clube. Havia o Capinzalense, no Nego Rossetti, e o Frigorífico Ouro, liderado pelos Golin, Bertaiolli, Carelli e outros. O Ginásio Padre Anchieta detinha o EGO - Esporte Ginasial Olímpico, em nível juvenil. 

       Daquela tropinha, havia os do andar um pouco acima, Kokiara, Ironi, Irineu Miqueloto, Aquiles e Felix Masson, Gomercindo Pronner, Irineu de Oliveira. No andar intermediário, Olino Neis, Errmindo Masson, Rosito Masson, No andar restante, os já adolescentes e os aspirantes a rapazote: Rogério Pronner, Ademar Miqueloto, Goleiro Bernardo  (filho do relojoeiro) Luiz Alberto Dambrós, Euclides (Eu) Riquetti, Adélcio e Adelto Miquelotto, Heitor Masson, Irenito e Neri Miqueloto, Nereu de Oliveira, o Nico. O Zé Raul Masson e o José Aníbal Dambrós eram meininhos ainda. Quando a bola caía para baixo do campinho, quem a chutou ti nha que ir buscar e entregar ao adversário, sem reclamar. 

      O tempo passou e o jovem goleiro conseguiu emprego na Marcenaria Sçao José, onde se tornou goleiro. Quatro anos depois, em 1967, atuou nos aspirantes do Arabutã FC, chegando à titularidade, posição que garantiu por muitos anos.  Depois jogou na Associação Esportiva Vasco da gama, de Capinzal, e no Arabutã Futebol Clube,  já na condição de veterano, quando atuei com ele. 

       Por muitos anos, Kokiara jogou, paralelamente, em times de menos expressão, de comunidades rurais, onde realizavam torneios. As partidas que terminavam em empate era decididas dos pênaltis. Pois o Kokiara era um exímio defensor e também cobrador de pênaltis. Dificilmente, no País, alguém defendeu tantos pênaltis e fez tantos gol, que seja no futebol amador, que seja no profissional, onde o destaque foi o Goleiro Rogério Ceni, em magníficas atuações pelo São Paulo FC. 

         Partida memorável foi a que o Arabutã jogou contra o São Cristóvão, do Rio de Janeiro, no estádio do Arabutã, na Baixada Rubra, em Ouro,

       Na maturidade, jogou nos veteranos do Arabutã. Joguei com ele, eu era lateral direito. Uma vez fomos a Concórdia, onde ganhamos deles. Almoçamos juntos e relembramos de coisas do passado. De campinhos, de jogos e pessoas, do nosso Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, por quem torcíamos. 

      À filha Andrea, ao Fambríco e aos netos, às irmãs Nair (Andrioni)  e Lidia (Garcia) , ao Valdir, e a todos os seus sobrinhos, as mais sentidas condolências. 


Euclides Riquetti e Família

Ler com o coração

 


 


 

Ler com o coração


Ver com os olhos, mas ler com o coração
Saber entender, compreender
Mais do que simplesmente ler
Mergulhar na leitura com paixão!

Sentir as frases inteiras, as palavras isoladas
E achegar-se, sutilmente, nos significados
Mergulhar em todos os monossílabos articulados
Perceber todas as sílabas pronunciadas!

Ler, sim, com a leitura da paixão ardente
Navegar os pensamentos nas ondas do ar
No mundo dos encantos, dos poemas, mergulhar
Lavar com a chuva fria a alma da gente!

Ler com o coração o que está no âmago do outro ser
Tentar sentir do sangue das veias a  quentura
Banir a presença de qualquer amargura
E contemplar com os olhos a beleza que se pode ver.

Ler com emoção
Ler com paixão
Ler com o coração!

Euclides Riquetti

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O Zique, a Goiaba e a Guaiaba

 


 



          A goiaba é um fruto rico em Vitamina C, tem mais que a laranja ou o limão. Já mencionei, em algum de meus textos, que na minha adolescência eu comi muita goiaba. Primeiro, porque quando saí de casa, com menos de 14 meses de idade, e me levaram para morar com meu Padrinho,  no Leãozinho, lá havia uma goiabeira bem ao lado do tanque de lavar roupas. O tanque fora confeccionado com pedras retangulares habilmente cortadas,  cimentadas e  sobrepostas bem entrelaçadas. Uma bica de bambus conectados trazia a água de algum lugar do morro da roça. Lembro bem da goiabeira que produzia os frutos de um verde bem escuro. Deliciávamo-nos com eles.

          Neste  de domingo, fui dar minha caminhada de final de tarde  e, chegando na Pista do Clube Comercial, senti um agradável olor vindo de algum lugar. Um delicioso aroma que eu conhecia de muitos anos. Virei-me para o lado e lá estavam dois pés de goiabas amarelas, daquelas cuja polpa é branca. Lembrei-me de quando minhas crianças eram pequenas e havia goiabeiras abundantemente, nos terrenos vizinhos, das famílias do Aldecir Campioni e do Benjamim Miqueloto. As crianças faziam muita festa com as goiabas: a Carol, a Michele, o Fabrício, o Felipe, o Maxuel, o Júnior, a Evelin, a Aquidauana, o Tiago, a Márcia, a Janaína, o Renato. Tínhamos o cuidado de dar-lhes aquelas que iniciavam o amadurecimento, pois as madruas, frequentemente, são portadoras do bicho-da-fruta, aquele que vem dos ovos que as moscas-da-fruta põem e buscam, quando vão se tornando "bichos", o interior dos pomos. Eu, pelo menos, não era adepto do "o que não mata, engorda!

          Não sei por que razão, se pela ausência das moscas ou pela variedade, (ou porque a gente não enxerga direito), mas as goiabas de polpa branca não possuem bichos, mesmo maduras. Não aquelas ali, que as pessoas retiram das goiabeiras e comem, ali na Pista. Nem vou pesquisar sobre isso, pesquise você, caro leitor (a).

          O Zique é meu afilhado, filho dos finados Compadre Carmozino e Comadre Jurema. Quando o batizamos já era grandinho, uns 9 anos, os pais tinham se tornado católicos e fizemos isso lá na Matriz São Paulo Apóstolo, nossa suntuosa Igreja de Capinzal. Tem as mesmas características da Basílica de São Pedro, em Roma, com uma abóbada semelhante. Pois que o Ezequiel devia ter uns nove anos quando o batisamos e, quando ele viu que o Padre jogava água na cabeça dos bebês com aquele jarro grande, esmaltado de branco, ele apavorou-se e saiu correndo pela Igreja. Deu-nos um trabalhão o Zique, mas eu, o Compadre e alguns dos demais presentes conseguimos levá-lo para a Pia Batismal.

          O Zique cresceu, jogou bola como Goleiro do Bairro Alvorada, foi para a Escola até o final do Ensino Fundamental, não quis mais estudar e foi trabalhar. Então casou-se e teve filhos. Quando ele me encontra, junta suas mãos, agora maiores que as minhas e me diz: "Bênça, Padrinho!" - E eu lhe respondo: "Deus o abençoe, Ezequiel!" E, depois,  peço-lhe como vai o serviço, as crianças, se estão indo para a escola direitinho.

          Pois que dia desses estávamos numa turminha, lá numa obra,  e começaram a falar que era tempo de goiaba. E ele: "Eu como muita guaiaba. Faz bem pra saúde e é gostosa!"  Um seu colega falou: "Zique, não é "guaiaba", é "goiaba!" E começaram a teimar... Então  me pediram  para mediar a questão. Falei-lhes: Olha, o nome certo é goiaba, embora muitas pessoas chamem elas de guaiaba. Guaiaba é uma palavra "não oficial", mas tem gente que a chama assim. Mas o Zique falou: "Sabe, Padrinho, tem das duas. Goiaba é daquelas mais amarela e guaiaba é daquelas mais verde!" E todos desandaram a rir. O Zique é esperto, acha saída para situações assim.

        Rimos muito. Prezo essa gente humilde e trabalhadora como se fossem minha família, eles bem sabem disso. Esses meus amigos e companheiros, pessoas muito simples a quem sempre pude dar minha atenção e retribuir-lhes a amizade, quando se reúnem, não deixam ninguém triste. Riem  muito, fazem-nos rir também.  Tudo é motivo pra piada e risos. E gostam de melancia, "vergamota" e "guaiaba".

          Mas, e afinal, você, leitor (a), prefere goiaba ou guaiaba?


Euclides Riquetti
30-04-2013

sexta-feira, 21 de março de 2025

Pés descalços

 


 


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Pés descalços
Acariciam as calçadas
Abandonadas.
Corações em percalços
Com batidas descompassadas
Retumbam em almas maltratadas
Rejeitadas, mutiladas.


Pés nus buscam caminhos de luz
E pisam na relva umedecida
Adormecida
Sustentando o corpo que seduz.

O corpo que atrai
E que distrai
Furta meus pensamentos pecaminosos
Libidinosos...
E me mergulha nas águas
Me afoga nas mágoas.

Algo me atira às incertezas do momento
Que vaga lento, lento
Como a nau que vai
E se perde no infinito
Bonito...
Bonito, mas cheio de ruelas obtusas
Confusas
Como eu!

Euclides Riquetti

As canções das essências florais

 


 





Quando as canções das essências florais
Encontram as do passaredo em sua toada
E no sonante valsar das manhãs outonais
Bailam as plantas na natureza embalada.

Enquanto soam os clarinetes angelicais
Perfilam-se os anjos em suas vestes alvas
Então voam sobre as planícies celestiais
Saem a saudar os apanhadores  das almas.

Mas se astros nos clareiam com os lumes
Para decorar nossas  noites espetaculosas
As flores nos brindam com seus perfumes.

Então mergulho nos sonos e sonhos meus
E vou clamar pelas musas bem cheirosas
Vou poetar meus versos aos ouvidos teus...

Euclides Riquetti

Muralhas também desabam

 


 

 


Muralhas também desabam

Muralhas também desabam com os tremores
Como desabam os corações despedaçados
Cimento e pedras quando amassam as flores
Ferem qual lágrimas em rostos desesperados.

A turbulência nos céus amedronta os viajores
As turbulências da alma nos atormentam
A fúria dos mares apavoram os navegadores
As desilusões nos abatem e nos violentam.

Caminhos desertos maltratam e torturam
Como o sol ardente nos queima e devora
Quando vozes sufocadas apenas sussurram.

Mas quando as luzes do amor nos acenam
E a força da esperança brilha e se renova
Nos campos do sul flores amarelas vicejam.

Euclides Riquetti

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Evita Perón - Segunda Parte

 


 

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          A sedutora e carismática aspirante a atriz, Eva Duarte, que em sete anos saiu do anonimato para tornar-se Evita Perón, Primeira Dama da Argentina,  ídolo dos descamisados argentinos, conquistou o Poder através de sua liderança e da coerência de seus discursos. Casada com Juan Domingo  Perón, que alçou à condição de Presidente democraticamente e constitucionalmente eleito pelas classes trabalhadoras argentinas, Eva tornou-se um ícone da política de um país que ansiava por mudanças. Sua determinação e coragem, a firmeza de seus discursos e a simpatia angariada entre os pobres canalizou votos e mais votos para o marido, que se elegeu Presidente.

          As façanhas da líder que organizou e deu vida à Fundação Eva Perón, foram-se tornando notícia em todos os lugares do mundo. Uma jovem senhora, bonita, elegante, apaixonada, que sabia tocar fundo o coração de seus compatriotas, agia na Fundação, mantida com doações de empresários e até de trabalhadores que repassavam parte de seus aumentos salariais conquistados através das lutas de Evita. Lá, comandava voluntários e  organizava eventos esportivos e sociais, sempre com o intuito de contemplar os menos favorecidos. Fundou casas de saúde, de proteção ao idoso, à mãe solteira, e escolas.

          A partir de sua morte, vitimada que foi por câncer, em 26 de julho de 1952, aos 33 anos, Evita causou muita comoção dentre os argentinos. Seu corpo foi embalsamado e restou vestida em vestido de cetim branco e, com sua pele clara,  parecia apenas um anjo ou  uma princesa  adormecido dentro de um caixão. Após seus funerais, longos, seu corpo foi enterrado no Cemitério Monumental de Milão, na Itália, onde permaneceu por 16 anos, até 1971, quando o transferiram para a Espanha, onde se encontrava seu exilado marido.

          Apenas após a morte deste, em 1974, Isabelita Perón, viúva e terceira mulher do General Presidente providenciou para que o corpo de Evita  fosse trasladado para Buenos Aires, onde ficou exposto um tempo numa urna de vidro, perfeito, como se houvesse morrido há poucos dias. Depois, foi sepultado no Mausoléu da Família Duarte, no Cemitério da Recoleta, em Buenos Aires. A comovente e apaixonante história da jovem Primeira Dama, após sua morte, é tão envolvente como a de seu tempo em vida.

          A vida de Evita foi revivida num drama musical biográfico dirigido por Alan Parker em 1996, sendo que seu papel foi vivido pela cantora Madonna, contracenando com Jonathan Price, no papel de Peróm, e Antônio Banderas no de Che. Madonna, ao saber da intenção de Parker em produzir Evita, dirigiu-se uma carta praticamente implorando pelo papel. Cher, Meryl Streep, Maria Conchita Alonso e Michele Pfeiffer também estiveram cotadas para o papel, que coube a Madonna.

          A música de Andrew Lloyd Webber, Don´t cry for me Argentina, com letra de Tim Rice foi gravada inicialmente, em 1978, por Julie Covington, para a Peça "Evita".  Em Italiano, por Rita Pavone, e no Brasil por Cláudia, com o título de "Não chores por mim, Argentina". E em muitos outros idiomas. É um trabalho lírico tão envolvente que, em qualquer língua, desperta emoções indescritíveis. "Santa Evita", de quem já existem até intenções de canonização, merece o louvor dos argentinos e de nós que somos seus seguidores.

          Em 25 de julho de 2012, por ocasião do aniversário de 60 anos da morte de Evita, a cédula de 100 pesos argentinos passou a ter estampada a efígie de Evita Perón, substituindo a de um ex-Presidente. Ela mora no coração do sofrido povo argentino, sempre às voltas com seus problemas políticos e econômicos. Mas ainda inspira os romancistas, os cantadores e os poetas. Inclusive eu...

....

Euclides Riquetti
10-12-2012

"Na tua janela..."

 


 


 





Tento colocar flores amarelas
Na tua janela
Que se esconde de mim
E que se oculta na rua, na estrada sem fim...

O aroma do perfume amargo da arruda
Embalsama as sempre-vivas
Formosas, elegantes, desnudas
Nas doces  manhãs coloridas...

A sinfonia da noite tinge os galhos das plantas
Que sombreiam o jardim onde tu cantas
E a lembrança de teu olhar envolvente
Vem-me com o vento que sopra,  levemente...

E eu mergulho nos pensamentos que me embalam
E me embriagam
No doce frescor das últimas noites de outono
Em que me falta o sono...

E eu me entrego a conceber-te os versos certos
Diversos
Enquanto escrevo sobre as flores amarelas
Que sonhei deixar
Na noite de luar
Na tua janela...

Euclides Riquetti

quinta-feira, 20 de março de 2025

Sabem os deuses

 


 


 

Sabem os deuses

Cada vez que olho para o céu estrelado

Sua imagem se sobrepõe na imensidão

Por noites e dias eu fico aqui inspirado

Calmamente, buscando em ti inspiração

Pois meu ser a procura como anjo alado,


Sabem os deuses de sua real grandeza

Lua e sol refletem seus raios sublimes

Fazem os anjos um coro a sua realeza

Faz a manhã com que seu rosto brilhe

Procurando a felicidade tão merecida.


Toda a honra possível lhe é oferecida

Mais do que versos, tem o meu poema 

Leva em si toda a elegância concebida

Primeira rosa na floreira mais colorida

Canção deste poeta, indolor, como tema

Uma centelha de amor e nenhum dilema!


Euclides Riquetti


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Obrigado por me amar

 


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Obrigado por me amar, por dizer que me quer
Obrigado por me deixar feliz, ser um sonhador
Obrigado por dizer que também quer meu amor
Que estará comigo quando nossa velhice vier!

Obrigado por me escrever palavras sedutoras
Obrigado por olhar o céu nas noites estreladas
Obrigado por tornar as manhãs encantadoras
E fazer com que as tardes sejam abençoadas!

Obrigado por me amar, me desejar, me querer
Obrigado por tudo o que você ainda me fizer
Obrigado por me inspirar a criar e a escrever.

Agradeço a Deus pelo amor que você me deu
Agradeço por seus beijos e afagos  de mulher
Agradeço por eu ter você e eu poder ser seu!

Euclides Riquetti

Evita Perón - A História de um Mito

 




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Evita Perón - A História de um Mito

          Quatro décadas após sua morte, Maria Eva Duarte de Perón, a Evita (07-05-1919 - 26-07-1952), ainda fascina poetas, escritores e diretores do cinema mundial. O fato de ela ter morrido de câncer, aos 33 anos, quando era a Primeira Dama da Argentina e estava no auge de sua popularidade,  muito contribuiu para a propagação de seu nome. Evita foi tema recorrente nos noticiários radiofônicos e televisivos do mundo pelo menos por duas décadas após a sua morte. E, até hoje, seus fãs, como eu, lembram dela com emoção.

          Em minha infância e juventude, muito ouvia falar de "Evita", a "Santa Evita", protetora dos descamisados e das mulheres da Argentina. Evita, que fora esposa do Presidente Juan Domingo Perón, tornou-se um mito, mais pelo seu carisma e talento político do que por seus dotes artísticos. Mas, até hoje, o povo argentino chora sua morte... Meu primeiro contato efetivo com sua história ocorreu em 1979, quando recebi a incumbência de um amigo e patrão, Lourenço Brancher,  de traduzir a ópera-rock que foi produzida em sua homenagem. Era um álbum com disco de vinil e a letra impressa de "Evita". Encantei-me com sua história, comecei a pesquisar sobre sua vida e fui lendo tudo o que pude encontrar sobre ela. Mais adiante, com o sucesso de uma música em sua homenagem, passei a emocionar-me em todos os momentos que a ouvi. Evita era bonita, mas muito mais bonita era sua história...

          Eva Duarte era filha de Juana Ibarguren, a bela amante de um fazendeiro do povoado de Los Toldos, localizado ao sul de Junin, Província de Buenos Aires. Juana fora adquirida pelo estancieiro, a troco de uma carroça e um jumento...Ela e mais quatro irmãos, um menino e três meninas,  foram criados na fazenda, ao mesmo tempo que seu pai, Juan Duarte, vivia com sua família e seus outros seis filhos legítimos, em Junin. O pai dava assistência aos filhos que teve com Juana, até que ele morreu. E os filhos de Juana eram constantemente humilhados por serem bastardos. Depois, a família, desprotegida, quando Eva tinha 11 anos, foi morar em Junin.

          Evita era obstinada em tornar-se atriz famosa e,  aos 15, com seu irmão Juancito, a  sonhadora foi trabalhar em Buenos Aires, levada pelo cantor de tangos Agustín Magaldi, onde pretendia fazer carreira como atriz de teatro e cinema.
          Desde criança, Eva sonhava em ser atriz, inspirando-se em Norma Shearer, americana. Queria ser igual a ela, ter as mesmas coisas belas que ela tinha, morar em casas como ela morava. Evita era uma sonhadora, tando que, ainda menina, dizia: "Só me casarei com um príncipe ou um presidente!"

          Conseguiu um papel no filme "Segundos Afuera", em 1937, e passou a integrar elencos de radionovelas, fazendo com que, aos poucos, fosse tornando-se conhecida em Buenos Aires.

          Seu conto de fadas, no entanto, começou a ganhar corpo em 1944, quando o então Coronel Juan Domingo Perón, Vice-presidente da República da Argentina, e Ministro do Trabalho e da Guerra, promoveu um evento artístico no Ginásio Luna Park, em, Buenos Aires,  para angariar fundos para as vítimas de um terremoto. Eva aproveitou-se da situação em que uma atriz que acompanhava o Coronel levantou-se e sentou-se em seu lugar, ao seu lado. Encantada que era com seu ídolo, disse-lhe, francamente, e do fundo de seu coração: "Coronel, obrigada por existir!"

          Dali para seu casamento com ele, no ano seguinte, foi apenas uma questão de tempo. Apaixonaram-se e, aos 25 anos, tornara-se esposa do político de grande influência em seu país, por defender as classes operárias. Ela, igualmente, defendia os pobres e as mulheres. Sofrera humilhações na infância e não queria o mesmo para seus compatriotas. Perón, em razão de suas posições fortes em favor dos operários, foi preso pelos militares conservadores. No entanto, a luz de Evita começa a brilhar mais fortemente, liderando comícios e manifestações em favor do amado, e ele é libertado.  E, em 1946, é eleito Presidente da Argentina, com o incondicional apoio de sua Evita.

          Evita consegue o direito de voto às mulheres e luta pelos seus "descamisados". Torna-se um mito. É idoltrada e venerada pelos argentinos,  e suas aparições na sacada da Casa Rosada atraem uma grande massa de seguidores. O sonho de mocinha que queria ser atriz é substituído pelo carisma e habilidade política. Suas palavras alentam e dão esperança de dias melhores para todos os que a admiram e ouvem. E, em apenas sete anos, a menina de Los Toldos transforma-se numa poderosa líder, a Líder Espiritual dos Argentinos, tornando-se parte integrante de sua vida e de sua história...



Euclides Riquetti
17-11-2012

A música da noite...

 


 


 



A música da noite
Veio embalando a brisa suave
Entrou em meu quarto
E pousou junto de mim.

Foi algo assim
Indescritível
Incrível

A música da noite
Trouxe-me uma mensagem de amor
Uma mensagem de paz
Uma mensagem muito singela
Que veio pela janela
E me deu uma flor.

A música da noite
Trouxe-me a doce lembrança
De minha infância
E de  um rosto com traços suaves.

Ah, quantas saudades
Dessa mulher criança!

Trouxe-me o céu estrelado
A lembrança do passado
Dos anos dourados e dos sonhos sonhados
Mas não realizados.

A música da noite me trouxe você!
E eu me apaixonei...

Euclides Riquetti

No primeiro dia outonal

 



No primeiro dia outonal

O céu se azulou logo cedo

Havia aquela  euforia matinal

Havia poesia no meu enredo.


Na  primeira tarde outonal

Ouvi canções de antigamente

Isso foi de forma natural

No entardecer da Catarinense.


No primeiro entardecer

lembrarei com alguma saudade

Meu coração não pode esquecer

Das alegrias da minha mocidade.


Sim, uma nova bela estação

E toda a harmonia da natureza

Um amor que nem cabe no coração

E, para me inspirar, a sua beleza!


Euclides Riquetti

20-03-2025

www.blogdoriquetti.blogspot.com 






Não há tempo que possa apagar...

 


 



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Não há tempo que possa apagar
Algo que possa ter existido
Algo que se queira lembrar
Não importa quando  tenha acontecido
Mas que até hoje nos faz sonhar...

Não há tempo que apague
Memórias que estão registradas
Como não há luz que não se propague
Pela imensidão das estradas
Quando a saudade nos invade...

Nada há  que possa impedir
Que os corações pulsem eternamente
Enquanto ainda houver um sentir
Ou uma lembrança latente
Que nos resgate um pequeno sorrir...

Nada há que extinga da nossa  mente
Bons momentos que nós vivemos
Que estarão  sempre presentes
Nos sentimentos que ainda temos
Doces, ternos e envolventes...

Euclides Riquetti