O Kokiara foi um grande goleiro. Meu primo, fui professor de um de seus filhos, o Fabrício. O Ânderson perdeu a vida em acidente com motocicleta num fim de domingo, ali numa curva da Rodovia da Amizade, uma curva perigosa ali no São Cristóvao, em Lacerdópolis. Na época eu era multisecretário na Administração de Sérgio Durigon e José Camilo Pastore, e na ocasião estávamos realizando o evento com a Orquestra Sinfônica de Santa Catarina, a OSCA, regida sob a batuta do maestro José Nilo do Valle. numa apresentação em grande palco que instalamos na confluência das ruas Governador Jorge Lacerda, Presidente Kennedy e Felip Schmidt. em Ouro,. Em minha infância e adolescência, fomos vizinhos no Distrito de Ouro, que pertencia a Capinzal. A Família viera da Barra do Leão, mas foi em Linha Santa Bárbara que o pai dele, Viriato, foi professor na escola local e casou-se com Dona Aurélia Póggere. O Kpokiara faleceu na madrugada desta quinta-feira, 20-03-2025.
O seu Viriato, depois, trabalhou na Prefeitura de Capinzal, era o administrador das estradas e obras. Cidadão muito sério, discreto e honesto. A melhor lembrança de seu Viriato: "Comprei uma geladeira. Agora não precisamos cozinhar todos os dias. Guardamos a comida na geladeira e é só aquecer para comer"! Como é bom poder falar assim, saudosamente, com alegria, de pessoas com quem convivemos e a quem aprendemos a respeitar...
Não sei por que razão, mas o Ivanir Almeida de Souza recebeu o apelido de Kokiara. E assim chamamos seu irmão Valdir, casado com uma prima minha, de Kokiarinha. O último, o Altivir, faleceu durante a Pandemia aqui em Joaçaba e nem pudemos nos despedir dele. Considero que ele e o Moacir Richetti foram meus melhores e mais longevos amigos da infância.
Conheci o Kokiara quando jogávamos bola num campinho de futebol que tínhamos ali no vasto terreno de Augusto Masson, onde hoje se localiza a cadeia pública no Município de Ouro. Com a construção da cadeia, mudamos para outro campinho, na mesma propriedade, mas estre a rua e o Rio do Peixe, no leito abandonado de uma antiga estrada que ligava Capinzal e Joaçaba, e que teve seu curso alterado. O Kokiara era um excelente goleiro. Seis anos mais velho do que eu, uma vez fiz um gol nele, e isso era a glória para qualquer criança, pois ele era imbatível.
O Kokiara fundou, com amigos, o Flamenguinho do Kokiara. Usavam camisas lim listras horizontais pretas e vermelhas. Os jogadores estavam entre a adolescência e a juventude. Os Zortéa, filhos do Ernesto Zortéa, dono do VCine Glória, fundaram o "Vasquinho dos Porco-ladro"! O Rogério Caldart, o Fluminente. Os Baratieri e o Pimba (Márcio Rodrigues), o Ameriquinha. Os Bazzo, Colombo, Zaleski e Baretta e ouros, o Juvenil da São José. Meu irmão Ironi e o Mário Thomazoni fundaram o Palmeirinhas da Rua da Cadeia. Os Gramázio, o Operário, de Capinzal, que começou como "Pedreiros Futebol Clube. Havia o Capinzalense, no Nego Rossetti, e o Frigorífico Ouro, liderado pelos Golin, Bertaiolli, Carelli e outros. O Ginásio Padre Anchieta detinha o EGO - Esporte Ginasial Olímpico, em nível juvenil.
Daquela tropinha, havia os do andar um pouco acima, Kokiara, Ironi, Irineu Miqueloto, Aquiles e Felix Masson, Gomercindo Pronner, Irineu de Oliveira. No andar intermediário, Olino Neis, Errmindo Masson, Rosito Masson, No andar restante, os já adolescentes e os aspirantes a rapazote: Rogério Pronner, Ademar Miqueloto, Goleiro Bernardo (filho do relojoeiro) Luiz Alberto Dambrós, Euclides (Eu) Riquetti, Adélcio e Adelto Miquelotto, Heitor Masson, Irenito e Neri Miqueloto, Nereu de Oliveira, o Nico. O Zé Raul Masson e o José Aníbal Dambrós eram meininhos ainda. Quando a bola caía para baixo do campinho, quem a chutou ti nha que ir buscar e entregar ao adversário, sem reclamar.
O tempo passou e o jovem goleiro conseguiu emprego na Marcenaria Sçao José, onde se tornou goleiro. Quatro anos depois, em 1967, atuou nos aspirantes do Arabutã FC, chegando à titularidade, posição que garantiu por muitos anos. Depois jogou na Associação Esportiva Vasco da gama, de Capinzal, e no Arabutã Futebol Clube, já na condição de veterano, quando atuei com ele.
Por muitos anos, Kokiara jogou, paralelamente, em times de menos expressão, de comunidades rurais, onde realizavam torneios. As partidas que terminavam em empate era decididas dos pênaltis. Pois o Kokiara era um exímio defensor e também cobrador de pênaltis. Dificilmente, no País, alguém defendeu tantos pênaltis e fez tantos gol, que seja no futebol amador, que seja no profissional, onde o destaque foi o Goleiro Rogério Ceni, em magníficas atuações pelo São Paulo FC.
Partida memorável foi a que o Arabutã jogou contra o São Cristóvão, do Rio de Janeiro, no estádio do Arabutã, na Baixada Rubra, em Ouro,
Na maturidade, jogou nos veteranos do Arabutã. Joguei com ele, eu era lateral direito. Uma vez fomos a Concórdia, onde ganhamos deles. Almoçamos juntos e relembramos de coisas do passado. De campinhos, de jogos e pessoas, do nosso Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, por quem torcíamos.
À filha Andrea, ao Fambríco e aos netos, às irmãs Nair (Andrioni) e Lidia (Garcia) , ao Valdir, e a todos os seus sobrinhos, as mais sentidas condolências.
Euclides Riquetti e Família