sábado, 12 de setembro de 2015

Sentimentos ocultos

 
Sentimentos ocultos, protegidos
Sutilmente velados e escondidos
Na manhã cinzenta
Sonolenta...

Imagens que se perdem na sintonia
Na sincronia do Universo
Sem um trilho aparente, sem um rumo certo.

A vida é mais que um sistema, um dilema
Um conflito abstrato
E uma bela mulher num retrato.

A vida é o encontro
Que repele o que está pronto
E que, ousadamente, corajosamente
Busca encontrar a felicidade autêntica
Na parceria idêntica
Com o sorriso de luz
Que a melodia da orquestra conduz.

É a água bebida
A energia absorvida
E a flor da rosa, do gerânio e do cravo
Lindo, másculo, que eu trago
Na lapela de meu casaco.

A vida condiciona os sentimentos
Coleciona os momentos
E adiciona elementos.

Sentimentos que você teima em esconder
E que não quer deixar que transpareçam.

Porque num outro ser
Há um delicioso querer
Há um desejar
Há um sempre buscar
Um desejo ardente... de buscar você!

Euclides Riquetti
26-09-2014

O seu sorriso, o meu sorriso...

 
          Tenho muitas amigas, conheço muitas pessoas. Vou a muitos lugares, converso com muita gente. De todos os tipos e comportamentos. Sou muito observador, tiro minhas conclusões sobre elas. Cada ser é um ser, cada pessoa é uma pessoa. Fico imaginando se são felizes, infelizes, se o que aparentam ser é o que realmente são. Não sou psicólogo, nem filósofo. Sou um cidadão comum, que sente, pensa, tem opinião sobre as coisas, escreve.

          Assim, procurei lembrar de pessoas e de como elas sorriem. Algumas, nem as conheço pessoalmente. Mas minha imaginação me permite até criar personagens com características que, se eu tivesse o domínio da arte de desenhar ou pintar, poderia dar-lhes o devido retrato. Então, estou propondo a meus leitores que tentem se enquadrar num dos tipos de sorriso que estou sugerindo. Mas não escolha a primeira opção, simplesmente. Procure ler todas e,  depois,  escolha as três que mais combinam com você. Então, dentre estas, escolha a primeira, aquela que "fecha" com seu perfil de sorrir. É uma atividade que pode empolgar, pois você pode até "classificar", pelos dados apresentados, pessoas que você conhece ou com quem mantém relações de trabalho, amizade, ou mesmo pessoais:

1. angelical: sorriso terno, mas não ingênuo, de moça que tem uma luz oculta na expressão de seus olhos e de seu rosto.

2. felino: sorriso de gata, normalmente nos olhos verdes e azuis, sobrancelhas bem delineadas, cílios
vistosos, jeito de quem está sempre pronta a dar o bote, unhas bem afiadas.

3.sutil: olha com graça, os músculos do rosto se movimentam levemente, há um charminho escondido propositalmente, como se fosse uma criança a sorrir.

4. provocador: o mesmo que provocante, a gatona sabe o que quer, sabe atrair o outro, vem e vai, ora olha, ora finge que não vê, mas quando olha procura chamar a atenção. O seu sorriso se alia a repentinos e estudados movimentos  do corpo.

5. praia-sol: sorrisão aberto, olhos escondidos por um óculos grande, de belo desenho. A condição dos cabelos ajuda a compor o quadro visual e a definir o conceito de mulher poderosa.

6. terno-apaixonado: muito tender, dócil, cordato, sem no entanto ser submisso. Olhares e sorrisos dirigidos somente para o amado.

7. loucamente apaixonado: tipo saia de perto que esse cara é meu, entusiasmado, arrojado, combina com movimentos rápidos do corpo em mulher desenvolta e que sabe defender o que é seu.

8. rebelde: mostra contrariedade se algo lhe é subtraído, quer exclusividade do outro e se vê que há perigo de concorrência mostra as garras e se rebela.

9. lascivo: olhar pecaminoso, sorriso que atrai, quer, deseja ardentemente possuir, não importa onde e quando e nem quais as consequências que podem advir.

10 - pecaminoso: cheio de pecado, convida a pecar ainda mais, esbanja desejo, perfuma o ar do entorno, está disposto a levar o outro à perdição.

11. clear eyes: muito atraente, encanta mesmo sem provocar, na dele, sabe que tem muito poder, mas demonstra ingenuidade e desproteção. Porém, é uma arma que pode tanto fazer feliz quanto destruir.

12. tímido: ligeiramente acanhado, dá a impressão de fragilidade, mas não de fraqueza, parecendo de bebê ingênuo, mas tem alto poder de contaminação de almas e corações.

13. ousado: capaz de arrasar quarteirões, parte para a ofensiva, não está preocupado com as consequências, o que importa é o resultado imediato.

14. debochado: muito dirigido à concorrência, demonstrando que a bela é muito segura de si, não permite que ousem sequer chegar perto do que é seu.

15. dissimulado: o disfarce está sempre presente, há perigo na área, muita culpa no cartório, a mentira é uma arma poderosa e ferina.

16. diabinho: sempre pronta a levar para o inferno, a queimar a alma de alguém, não sem antes tirar proveito do corpo da vítima, é uma tentação que deleita, mas que pode dar dor de cabeça depois.

17. namoradinha apaixonada: características  de estreante nas lidas do coração, alto índice de fidelidade, muito carinho e amor a dar, mas há um longo caminho a percorrer ainda.

18. cínico: reveste-se de intolerância, com olhar de desdém, faz qualquer coisa para mostrar insatisfação com a situação presente, é uma agressora em potencial.

19: abundante: largo sorriso, generoso, encantador, abre espaço para a chegada, mas isso não significa entrega. está mais para simpatia do que para convites...

20. generoso: o sorriso de quem costuma agradecer, de quem dá e recebe, de quem valoriza pequenas coisas, por mais simples que sejam.

21. anjo azul: sorriso de sereia, cheio de mistérios, mas inspira alguma confiança e até ingenuidade, fragilidade e necessidade de proteção.

22. sedutor: reúne muitas qualidades num único sorriso, sensualidade constante, movimentos do corpo que atiçam os olhos e instigam as mentes.


          Bem, agora minha parte está feita. Faça a sua: complete a lista, veja quais deixei de mencionar e escreva em algum lugar onde as pessoas possam ver.

Grande abraço! Sorria, ame, seja feliz sorrindo e recebendo sorrisos em troca dos seus!

Euclides Riquetti

O luar da madrugada

Quando o luar da longa madrugada
Cobrir de prata toda esta  imensidão
Se eu estiver percorrendo uma estrada
Mesmo que sem rumo ou direção
Meu inefável pensamento e minha alma
Buscarão em ti o prazer da perdição.

Buscarei  encontrar caminhos que conduzem
Para além de onde se possa imaginar
Buscarei encontrar corpos que seduzem
Talvez jazendo na beira do mar...

Quando os primeiros raios de sol fulgurarem
E adentrarem pelas portas e pelas janelas
Banhando os seres nas ruas a desfilarem
Energizando as florinhas brancas e  amarelas
Será hora de nossos pensamentos se buscarem
E andarem de mãos dadas nas íngremes ruelas.

Buscarei encontrar-te onde quer que estejas
Não me importa a distância nem o tempo
Buscarei encontrar teus doces lábios de cerejas
E sentir teu perfume que me traz o vento!

Euclides Riquetti
10-09-2015










sexta-feira, 11 de setembro de 2015

O Onze de Setembro de 2001 - 14 anos depois

         O mundo relembrou, hoje, o atentado terrorista que culminou com a queda das duas torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2001, quando 2.749 pessoas perderam a vida. Mas adiante, chegou-se ao número de 2.753, pela perdas de outras vidas em decorrência de males adquiridos em razão das consequências do evento. 80% eram homens, dentre eles centenas de bombeiros e policiais. O ataque suicida matou todos os passageiros que se encontravam nos aviões  comerciais sequestrados, os terroristas e a maior parte das pessoas que se encontrava nas torres. Adiante, confirmou-se que os atentados foram praticados pelos terroristas que fazem parte da organização Al-Qaeda, uma organização fundamentalista islâmica.

          Naquela manhã estava trabalhando na Prefeitura do Município de Ouro quando meus colegas me chamaram para uma sala ao lado da minha. Tinham tomado conhecimento do atentado e ligaram um aparelho de TV para que todos pudessem acompanhar os noticiários que sucederam a tragédia. Imagens impressionantes foram propagadas ao mundo através da TV e da internet.  Era uma realidade muito cruel. Os terroristas, utilizando 4  aviões da American Airlines que sequestraram atingiram primeiro, a Torre Note e, pouco depois, a Torre Sul, com 17 minutos de espaço de tempo. Um terceiro avião foi arremessado contra o Pentágono, a sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O quarto avião sequestrado caiu num campo aberto, na Pensilvânia. Os fatos assim se sucederam naquela manhã:

  • Às 8h46 um avião da América Airlines, que ia de Boston a Los Angeles, atingiu a torre norte do World Trade Center;
  • Às 9h03 um avião da United Airlines, que ia de Boston a Los Angeles, acertou a torre sul;
  • Às 9h37 uma aeronave da American Airlines, que ia de Dulles, na Virgína, para Los Angeles atingiu o prédio do pentágono em Washington;
  • Às 9h59 a torre sul despencou;
  • Às 10h03 um avião da United Airlines, que ia de Newark para São Francisco, bateu em um campo perto de Shanksville, na Pensilvânia;
  • Às 10h28 a torre norte despencou.

  •           Nesta sexta-feira, 11, pela passagem dos 14 anos do ocorrido, o presidente dos EUA Barack Obama participou de um minuto de silêncio em homenagem às vítimas dessa tragédia e os nomes das vítimas foram lidos em voz alta numa cerimônia no memorial World Trade Center, onde, ainda, lhes prestaram outras homenagens.

              Infelizmente, razões religiosas, fanatismo ou mesmo a tirania e ganância de pessoas que querem o poder ainda fazem vítimas diariamente em todo o mundo. O grande remédio para tudo é a defesa da democracia, da livre manifestação, do respeito ao estado de Direito e ao ser humano. Algo que ainda soa utópico.

    Euclides Riquetti
    14-09-2015
             

    Cinco Tons Multicores x 50 de Cinza

    Replay... 

              Se eu tivesse que escrever, obrigatoriamente, um romance, eu já teria o título: "Cinco Tons Multicores". Criei a expressão ao mandar uma mensagem para uma garota que me propôs tornarmo-nos amigos  no facebook, há uns instantes. Aceitei e convidei-a para que se tornasse leitora habitual em meu blog. O blog me tem permitido que  leve meu pensamento a muitos leitores do Brasil e de diversos lugares do mundo, desde os Estados Unidos até a Rússia.

              O que  chamou minha  atenção foi  a configuração visual de minha amiga Gislaine Leal da Silva no seu facebook. Sua foto e, na lateral, uns partilhamentos coloridos, de uma outra  foto dela, em sequência, como se fossem cortinas em tons articulados e harmonizados, bem dispostas.   Foi algo bem criativo. E isso me remeteu a  menções sobre o badalado livro "50 tons de cinza", do E.L. James. O mesmo que escreveu "50 Tons de liberdade" e "50 tons mais escuros. Senti que ela não fechou muito com a ideia trazida pelo livro, um best-seller... Foi mais criativa, teve imaginação. Não me digam que a geração jovem não é bem criativa, que não tem ideias. Podem não pensar como os mais "adiantados na idade", mas têm seu potencial.

             Na família, o volume "grey" andou na mão da turma da "ala girl" e não senti aprovação. Uma das leitoras aqui de casa me disse que foi até um tanto, menos de metade dele,  e que há muita coisa melhor para ser lida, de autores menos badalados e que nos dão entretenimento melhor. E, como ela lê todos os dias, dezenas e dezenas deles por ano, acatei sua opinião. Como sempre gostei de ser diferente dos outros, na idade adulta  optei por ler livros de consistência, mesmo que simples, de autores pouco conhecidos. Diversos de autores que me dão o prazer  de sua amizade e os tenho autografados.  Aliás, emprestei para alguém o da Dona Holga Brancher e não voltou pra mim. (Por favor, quem estiver com ele me devolva, que quero ler mais uma vez...). Então não pretendo ler o badalado livro do E.L. James. Mas, no futuro, quem sabe, depois que a onda passar.

              De comum com o "50 tons de cinza"  tenho a gravata da capa. No guarda-roupas, aqui atrás, está uma que comprei no Floripa Shopping há pouco tempo, na mesma cor, no mesmo ton, um cinza/chumbo metalizado, com linha em negro. Acho até que já usei uma vez, não lembro quando. Mas só isso!

             Busquei na internet para sentir o que os leitores diziam a respeito. Carlos Rodrigo é um cidadão que escreve e também compartilha resenhas de livros na rede. Faz uma crítica ao livro e diz que é perda de tempo ler. Alguns de seus  seguidores concordam com ele, os masculinos. Mas algumas  femininas, poucas, acham "o máximo".

              Até anotei o comentário de uma delas: " concordo com você pois, as pessoas só lê o 1º livro e fica falando do que não sabe. É melhor que leiam os outros e depois coloque sua opinião ai você não iram falar besteiras".  Bem, não sei se uma pessoa que se diz leitora e comete tantos erros de pontuação, concordância verbal, nominal e acentuação gráfica pode ser levada em conta. Parece-me que seja apenas mais uma das que lê para ter o que dizer nas rodas de amigos. Outras leitoras escreveram que não gostaram, que só menciona sexo e que, como romance é muito fraco. Até dizem que se for transformado em filme tem que ser pornô, não dá para fazer um romance porque resultaria vazio.

              Mas, voltando à nova amiga "do face", Gislaine, parabenizo pela apresentação de sua página inicial. Bem bolada, alegre, criativa. Postou sua foto pessoal em cinco belos tons coloridos. E, como sempre me diz a minha netinha Júlia: "Tive uma ideia". Escrevi esta crônica. E, do mesmo modo que dizem por aí: Amei!!!

    Euclides Riquetti
    03-06-2013

    A maciez de tuas mãos

    Quando toco a maciez de tuas mãos
    E enlaço teus dedos longos e finos
    Respiro fundo, são momentos divinos
    Em que minha alma chega ao teu coração.

    Quando  as sinto me fazendo carícias
    Me mantendo vivo, firme e atento
    Me deliciando em cada movimento
    Me perco em devaneios e delícias.

    Se  me tocas com tua leveza e magia
    Ou se me acenas de longe a me sorrir
    Teu gesto me anima e me contagia
    Me entusiasma pelo novo que há de vir.

    É bem assim: mãos de real divindade
    Realeza que me encanta e motiva
    Energia forte e altamente positiva
    Minha luz e norte, minha felicidade.

    Euclides Riquetti
    11-09-2015








    quinta-feira, 10 de setembro de 2015

    Terceiro e quarto cantos

                 Terceiro canto
    Sonhei contigo, sonhei , sonhei,  amei
    Sonhei  contigo, amei,  sonhei, sonhei
    Sonhei contigo, nas noites em que as estrelas adormeceram...
    E nas noites em que elas reviveram:
    Sonhei contigo, sonhei, amei, sonhei!...

                   Último canto
    Há uma cumplicidade entre nós dois
    Uma palavra que rima com felicidade
    Há uma pequena distância que não conta
    Porque depois, depois da saudade
    Vem sempre o reencontro, o amor de verdade

    Euclides Riquetti

    Primeiro e segundo cantos

               Primeiro canto
    Preciso roubar um beijo teu
    Por isso eu quero estar perto de ti
    Quero que tu sintas o beijo meu
    Quero te sentir, sentir, sentir...

                 Segundo canto
    Beijar-te-ei com ardor, eternamente
    Perder-me-ei  em ti,  perdidamente
    E em ti me inspirarei para compor
    Por ti exaltarei o meu amor
    Para  ti escreverei por hoje e sempre...
     
    Euclides Riqueetti

    Décima Oitava Crônica do Antigamente

    Décima Oitava Crônica do Antigamente
              Já me referi, anteriormente, aos périplos de meu pai, Guerino, no final da  década de 30 e início da de 40 do Século Passado, em São Paulo, depois de ter fugido do Seminário São Camilo, onde era noviço e cursava Filosofia, já usando batina.

              Bem, como relatei, um mascate português prometeu-lhe que, se reunisse algum dinheiro, o traria de volta a Santa Catarina, ao Distrito de Ouro, em Linha Bonita, onde seus pais deveriam estar residindo. Conseguido o dinheiro para a viagem, vieram de trem, pela Rede Viação Paraná Santa Catarina, atravessaram o Rio do Peixe em balsa existente na Estação Avaí, 10 Km ao Sul da Estação  Rio Capinzal. Foram a pé, carregando suas malas, retangulares, duas para cada um. Atravessaram o Passo do Rio do Peixe, passando pelas propriedades dos Teixeira Andrade, de Victório Baretta (que mais tarde se tornou meu avô), Serafim Baretta, Ambrósio Baretta, Francisco Zanini, Constantino Bressan, Abramo Colombo, Joaquim Casara, Angelim Baretta, Elias Baretta e, finalmente chegaram à de Frederico Richetti, seu pai, depois  meu avô paterno. As pessoas olhavam curiosas para aquele mascate e o rapaz, que parecia conhecido, um moço de olhos castanhos esverdeados, magro, alto, de caminhar firme, gestos elegantes. Algumas informações buscadas com pessoas que encontrava, das quais nem mais lembrava direito, e os locais não se atreviam a perguntar-lhe quem era, embora imaginassem ser  Guerino, o seminarista.

              E então, 11 anos depois de ter saído de casa, chegam ao portão da propriedade cercada de taipas capichosamente feitas com pedras irregulares manualmente assentadas e alinhadas, que seguiam pelo plano próximo ao riacho e se estendiam morro acima, perdendo-se por entre as árvores verdes de um capão ao alto, onde os animais costumavam franquear-se, fazendo inveja aos mortais que tinham que trabalhar de sol a sol. O portão de madeiras falquejadas, com ferragens malhadas numa  ferraria colonial da Coxilha Seca, foi transposto com expectativa, com os olhos do jovem buscando descobrir algum familiar, possivelmente Dona Genoveva Píccolli Richetti, a mãe. Após uns 150 metros caminhados,  foi possível visualizar sua mãe, magra, rosto  sofrido, olhos fundos, meigos,  lenço amarrado na cabeça, protegendo os cabelos castanhos. Foi de muita  emoção o encontro dos dois: o abraço, as lágrimas de alegria, " l´era lo figlio perduto que a casa ritorneva". Alegria incontida,  a "corneta" berrando para atrair para casa o pai e os irmãos que estavam na roça, os gritos de alegria ecoando pelo vale e chamando a atenção da vizinhança.

              A "Mama Genoeffa", que era a pronúncia italiana para Genoveva, mal pode acreditar que o filho  retornara, pois quando este  figiu do seminário e dele não mais teve notícias, julgava que estivesse ido para a Itália, na Força Expedicionária Brasileira, e que lá tivesse perecido. Uma vez lera uma reportagem  n´O Correio Riograndense, jornal que ainda hoje circula no meio rural, editado em Caxias do Sul, sobre um "figlio perduto", em que uma  mãe chorava sua perda na Guerra. Ela pensara que o mesmo havia se sucedido com seu Guerino.

              Foi uma semana de festa na propriedade, lá onde hoje mora o primo Nelson Baretta, irmão do Chascove. Ninguém trabalhou naqueles dias, apenas tiravam o leite das vacas e alimentavam os animais. Abateram-se porcos, ovelhas e até bois. A comunidade foi convidada a festejar a volta do filho. Muito vinho e muita gasosa. Dizem que por lá esteve uma filha do Victório Baretta, comerciante, de olhos bem verdes, bonita, dois anos mais jovem do que ele, e que foi "amor à primeira vista". Foi, sim, minha mãe, Dorvalina, casou-se com ele um ano depois, e tiveram seis filhos, sendo eu o segundo deles. Ah, posso parodiar um renomado escritor e dizer: "fui fruto de uma marretada  que um  noviço deu no dedão do pé de um colega de seminário"...  Ainda bem!

    Euclides Riquetti
    19-06-2012

    quarta-feira, 9 de setembro de 2015

    Pensa em mim...


    Pensa em mim, que eu pensarei em ti
    Escuta minha voz, que escutarei a tua
    Reza por mim, que eu rezarei por ti
    E te ouvirei ao sol e te ouvirei à lua...

    Pensa em mim, vê os versos que te escrevo
    Sente  meus poemas como eu sinto os teus
    Quando penso em ti, me empolgo e me atrevo
    A querer te levar todos os beijos meus.

    Pensa em mim, com toda a força do teu sentimento
    Abre teu coração em toda a tua singeleza
    Que eu penso em ti, com a força de meu pensamento.

    Pensa em mim, com toda a tua energia
    E eu te direi, com todo o carinho e sutileza
    Que eu te amo em todas as horas de meu dia.

    Euclides Riquetti

    Para as mulheres

    Escrevi isso uma vez, há 3 anos. Li e eu mesmo gostei!
                 "A mulher foi concebida naturalmente tão perfeita, que se fosse uma árvore e perdesse as flores ainda continuaria charmosa; se perdesse as folhas,  tornar-se-ia  um corpo sublime; se perdesse os galhos, permanceria sendo mulher; se lhe tomassem as raízes, restaria como um anjo, divina,  flutuante, elegante, frágil mas  forte,  exalando  amor e esperando respostas. Almas não se destroem: recompõem imagens, corpos, seres. Mulheres serão sempre perfeitas. Mulheres serão sempre mulheres, acima de tudo. E de todos!"

    Minha homenagem a você, mulher!

    Euclides Riquetti

    Geração Jovem Guarda

    Relembrando...   
           
       No início da década  de  60, o então jovem município de Capinzal, no Baixo Vale do Rio do Peixe, era composto também pelos territórios de seus distritos de Ouro, Dois Irmãos e Barra Fria. Em 1963, no dia 23 de janeiro, Ouro emancipou-se de Capinzal, abrangendo em seu território os outros dois distritos.  No mesmo ano, no dia 11 de novembro, concedeu emancipação aos mesmos, que se tornaram, respectivamente, Dois Irmãos e Lacerdópolis, sendo que o primeiro, adiante, passou a chamar-se Presidente Castelo Branco.

              Naquela metade da década, logo após esses acontecimentos políticos, surgia no Brasil  a Jovem Guarda, começando a aparecer  no cenário musical Roberto Carlos (o "Brasamora"),  Erasmo Carlos ( o "Tremendão") , Vanderléa ( a "Ternurinha"), Vanderley Cardoso (o "Bom Rapaz"),  Jerry Adriani (o "Coração de Cristal"), e Martinha, como principais expressões. Havia o Agnaldo  Rayol (o "Rei da Voz"), o Agnaldo Timóteo, que fazia sucesso com "Meu Grito", o Caetano Veloso, que adiante saiu-se bem com "Alegria, Alegria",  o Chico Buarque, com "A Banda", e o Ronie Von (o "Pequeno Príncipe"), com "A Praça". O Sérgio Reis, também da mesma geração, projetava-se com "Coração de Papel". Depois, virou cantor sertanejo. Havia outros, os preferidos pelos adultos, que nós, teenagers, chamávamos de "Velha Guarda".

             A Juventude e os teens curtiam muito as feras daquela hora, deixávamos os cabelos bem compridos, usávamos calças "boca-de-sino", uma camisas xadrez, de gola bem alta. As mulheres usavam "bomlon", arrumavam os cabelos à La Doris Day, e a charmosa Leila Diniz saiu para a praia grávida usando biquini, uma afronta aos costumes da época. Ah, leitor (a), tu deves ter sabido de todos esses acontecimentos, ou tomastes conhecimento deles algum dia. Foi uma época marcante de minha vida e da maioria de meus amigos.

              Pois bem, naquela época, o Colégio Mater Dolorum apresentava o seu novo e imponente prédio. Nós estudávamos lá, a sua quadra de esportes era um terrão com pedras, onde se jogava caçador e vôlei. Lembro bem que o colega Milvo Ceigol, irmão do Neivo, perdeu parte de seus dedos numa serra elétrica, na Marcenaria de seu tio Orestes Albino Fávero e, com os dedos cheios de mercúrio, gaze e esparadrapo, teimava em ser escalado para jogar vôlei. Depois, havia uma mesa de pingue-pongue, onde estrelavam a Vênus Siviero, a Marlene de Lima, a Ana Shiley Bragatto (agora Fávero, que quando perdia uma jogada esboçaba um sorrisinho delicado e afastava-se suavemente da mesa). Havia uma interna, a Rita, que era muito bonita, e que o pai a visitava de vez em quando, com um jipão. Os alunos de primário usavam calça de cor cáqui e camisa azul, as meninas saia e blusa dessas cores.  As alunas do Normal usavam saias bordô e camisas marfim. No Padre Anchieta, estudavam somente rapazes, camisa branca e calça azul. E a onda, na época, erta ouvier "iê, iê, iê". No ginasial, os rapazes no Anchieta e da garotas no Mater. É, não podia misturar menino com menina. E, no primário, quando alguém fazia bagunça, a primeira pena era ser colocado a sentar-se ao lado de uma menina.(Que humilhação, que vergonha...). E, os casos mais graves, eram levados para terem seu nome registrado no "Livro Negro" (Que medo!...). E diziam que os mais "fortes e disciplinados", iriam assinar o "Livro de Ouro". Nunca vi nem um nem outro, mas acho que existiam, não sei se sob as chaves da Irmã Marinela, da Irmã Fermina, da Irmã Terezinha. Esta, diziam que iriam dirigir a caçamba Ford, amarela, comprada para o transporte do material da construção do novo prédio. Mas o motorista acabou sendo, mesmo, o Lóide Viecelli.

              Enfim, nós, que vivemos e nos encantamos com nossos ídolos da época, também fizemos parte da história de nossas escolas, de nossas cidades. E, agora, espalhados pelo Brasil, vemos a geração que nos sucedeu buscando espaços também em outros países. Cada um vai fazer sua história onde acha que deve fazer. O mundo mudou mais do que podíamos imaginar. Mas as tecnologias permitem que nos aproximemos.

              É impossível esquecer de uma época tão boa de minha vida. E, certamente, também tua, leitor (a)!

    Euclides Riquetti
    15-06-2012

    terça-feira, 8 de setembro de 2015

    Poetas e escritores - pessoas muito especiais

     Existem pessoas muito especiais
    São os  poetas e os escritores
    Que conseguem sentir muito mais
    Que gostam de gente e de flores
    De crianças delicadas
    E de senhoras abençoadas:
    Têm olhos no braços e nas mãos
    Têm a alma no coração!

    Poetas e escritores são assim:
    Fazem crônicas, contos e versos
    E poemas de amor sem fim.
    Legam-nos,  com generosidade
    Para os seres mais diversos
    De toda uma sociedade.
    Poetas vendem a ilusão
    Escritores navegam... na imensidão!

     O que seria do mundo se não houvesse
    Que contasse as histórias
    Quem não avivasse as memória
    Que a lembrança fortalece?
    O que seria se o papel ficasse apenas branco
    Sem palavras, sem tinta, sem grafite
    Sem o escrito muito franco
    Que a beleza nos transmite.

    Ora, escritores e poetas
    Poetas e escritores
    Sonhadores ou profetas
    Profetas ou sonhadores
    Nosso mundo precisa deles
    Pois, o que seria sem eles
    Que, na noite serena e calma
    Alimentam nossa alma?

    Euclides Riquetti

    A paixão que entorpece

    A paixão que entorpece
    É aquela que inebria
    O amor que incandesce
    É aquele que delicia...

    A volúpia que atiça
    É aquela que entusiasma
    Mas como areia movediça
    Engole o que não se acalma...

    O sangue que corre quente
    É aquele que enrubesce o rosto
    A saudade do amor ausente
    Faz padecer a alma e o corpo...

    A vida mundana
    É aquela que embriaga
    A atitude profana
    Nos expõe e nos deprava...

    O pecado cometido
    É o que nos faz pedir perdão
    O beijo proibido
    Vale mais que um  milhão.

    O teu olhar fatal
    É aquele que me atrai
    Tua beleza descomunal
    É o que em ti mais me atrai...

    O canto que enternece
    É aquele que gosto de ouvir
    A harmonia de cada prece
    Me faz te querer, te sentir.

    A distância abissal
    É aquela que nos traz mais saudade
    Nos mostra o sentimento real
    Nos aproxima da realidade!

    E minha realidade´
    Posso dizer, nada me afeta
    A não ser uma grande verdade:
    Tenho alma de poeta!

    Euclides Riquetti
    08-09-2015





    Nosso Sete de Setembro - memoráveis lembranças


              Fui dar uma olhadinha no desfile cívico do Dia da Independência em Joaçaba. E acompanhei os acontecimentos na região e o País pela internet e TV. Em Joaçaba, um belíssimo desfile pela XV de Novembro, com as pessoas que fazem parte das entidades locais se apresentando, com garbo, perante o palanque oficial, onde estavam as autoridades: Prefeito, Vice, Vereadores, representantes das instituições militares. 

              Na oportunidade, reencontrei o amigo Elói Corrêa, nosso conterrâneo. Estava lá, som a marquise de uma loja, olhando a beleza das alas que passavam. Abordei-o: "Então, Elói, matando saudades?" - senti que esse sentimento estava presente e bem forte no coração do amigo. Havia uma jovem ao lado dele, também contemplativa. Falei: "O Elói sabe tudo de desfiles. Foi maestro de fanfarras em Capinzal e Ouro durante toda a vida". E começamos a relembrar. A gentil senhora, professora de música, também falou, saudosamente, do tempo em que os desfiles por aqui eram bem maiores, com muitas fanfarras e bandas. Hoje, apenas duas restando...

              O Elói, (a exemplo do Edgar), foram muito importantes para minha cidade natal. Tinham no sangue o amor pela causa: as fanfarras executando os ritmos apuradamente, com belíssimas coreografias. Lembramos dos filhos: O Ed Wilson e o Elanderson, que herdaram dele o dom de organizar grandes e exitosas fanfarras. A Michele, uma verdadeira "borrachinha", entortava o corpo com habilidade e colocava as pernas atrás do pescoço. A Carol tocava pratos e bumbo....

              Na adolescência, aos 11 anos, eu tocava na banda do Mater Dolorum. Nos ensaios, ia com o  Pedro Perotto dar ritmo aos ensaios durante as aulas. No Sete de Setembro e nos dias que o antecediam, memoráveis jornadas com ensaios. Bons tempos!

              O irmão do Elói, o Mídio, de nome Sérgio, também se constituiu num maestro de fanfarras, atuando em Capinzal, Ouro (e, recentemente, no Distrito de Barro Preto). Quem tem isso no sangue, não esquece nunca. Por isso mesmo, quero aqui homenagear a família Corrêa pelos bons serviços prestados ao civismo e à cultura. Também ressaltar a importância do Elói para com nossa Paróquia de São Paulo Apóstolo, onde ele e os familiares participaram, por muitos anos, de nossos grandes eventos, principalmente da organização da sua festa. E no Vasco da Gama e no Arabutã, tendo sido vitorioso presidente deste, além de exímio lateral direito.

               Mas, voltando ao desfile cívico, tive informações ( e vi as fotos na internet), sobre o acontecido em Capinzal: uma verdadeira maravilha. Uma estupenda diversificação cultural, o enaltecimento aos diversos estados brasileiros, às entidades representativas da sociedade e empresarial, um verdadeiro espetáculo cívico. Que não morra o civismo...

               Nossa Pátria merece nosso respeito, mesmo que haja quem a maltrate. As pessoas passam, mas a história registra o bem feito e o mal feito. Tenho orgulho de ser brasileiro. Faço minha parte, procuro registrar, para a história, os feitos das pessoas simples, que deram algo, de graça, pelas cidades.

    Parabéns, brasileiros!

    Euclides Riquetti

    As maravilhas do passado..

    As maravilhas do passado ... pessoas de Ouro e Capinzal (sempre é bom lembrar):
              Não tenho as habilidades digitais que muitos de meus amigos têm, mas procuro pessoas e informações no Doctor Google regularmente. Foi assim que redescobri o colega Francisco Samonek, que atua junto aos seringueiros, no Norte. É o Chico Mendes da hora. A comadre Vitória Brancher, madrinha da filha Caroline, no Mato Grosso do Sul. Até ex-alunos no exterior. E, de cada pessoa, sempre tenho uma lembrança.

              Neste feriado do Corpo de Cristo, entrei no facebook e comecei a ver algumas fotos da turminha Capinzal-Ouro. Fiquei maravilhado com as mudanças das pessoas. A maioria  nós, antigos magricelos, restamos um pouco maiores, com nossas nossas pretuberâncias abdominais, nossas calvícies ou cabelos agrisalhados (aqueles que ainda os têm). As colegas antigas, hoje senhoras, conseguem um desempenho sempre acima da média, pois cuidam-se melhor que os homens, investem mais nos cuidados com sua presença pessoal. Têm os belos cabelos, o rosto mais liso, a leveza de seu olhar mais suave, o corpo mais privilegiado. Parabéns a elas, todas. E, nós homens, que precisamos reconhecer que elas têm talentos e habilidades profissionais imedíveis, precisamos aplaudi-las.

              Mas, pela ordem das fotos que vi, vou mensionar a característica que mais me faz lembrar de cada um (a):
              Eluíza Andreoni (Santana), morava ali acima do Belisário Pena, tinha os cabelos bem encaracolados e me dizia que não tinha mais pai. Ela devia ter uns 8 ou 9 anos de idade e me perguntava porque eu carregava aquelas sacolas pesadas, até a casa do Bazzi, seu viznho.
              Márcia Dambrós (Peixer): andava no banco de trás do DKW, do Olávio, no banco traseiro, ajudando a carregar a máquina fotográfica e o flash, incomodada pelo Romulado (Momo) e o Renato. A Dona Iolanda, ´no banco da frente. Também, antes, andavam no fusquinha.
              Silvinho Santos: tinha uma bicicleta Monark, sem paralamas. Era um privilegiado. Poucos tinham uma Monark daquelas que o pedal não estragava. Jogava futebol n´Os Porcos.
              Hilarinho Zortéa: era goleiro, jogou até no Loanbra (Lourenço Antônio Brancher), mas as pessoas achavam que era muito franzino e por isso deveria jogar na linha. Os grandalhões não gostavam de chutar bolas de futsal contra um goleiro mini-jovem.
              Rubens Estêvão Bazzo: jogava futebol  no juvenil da São José e chamavam-no de "Tevo". Batia pênaltis para seu lado esquerdo e direito do goleiro. Nós éramos do Palmeirinhas e dizíamos para meu primo Cosme, nosso goleiro: Ele bate o pênalti na sua direita. O Cosme ia para a esquerda,  e o Rubens fazia gol.
              Eloí Elisabeth Santos, agora Bocheco: poderia ter virado protética, mas gostava de poesias. E virou escritora bem conhecida. Carregava seus cadernos na frente do peito, como se fosse  para se proteger, ou proteger suas poesias, contos, crônicas.
              Paulo Eliseu Santos: jogava no Juvenil do Vasco, cabeça de área, com a camisa nº 5. Tirava os óculos para jogar, pois, nas outras horas, sempre o víamos de óculos.
              Edi Pecinatto, esposa do Paulinho: a ruivinha, que veio da Carmelinda,  estudava no Mater Dolorum e era muito agitada. E tinha forte espírito de liderança.
              Denize Sartori: era fortinha, jogava bem caçador. Na hora de escolherem para o caçador e o volei, era a primeira a ser escolhida. Ajudou a pintar as camisetas SMR50. Fiz sucesso com uma dessas camisetas quando estudei em Porto União da Vitória.
              Maria Luíza Morosini: jogava vôlei no Floresta, era tímida. No Baile da Formatura da CNEC, em 1971, estava de conjuntinho xadrez.
              Meire Pelegrini, era a mais delicada ( e dedicada)  aluna do Segundo Grau Magistério no Mater. Virou professora lá mesmo, cheia de moral com a Irmã Ignez, depois foi para Curitibanos. Era uma fera.
              Sônia Módena: coitada daquela  Brasília verde do Américo Módena. Todos dirigiam, mesmo sem habilitação...  Fazia sucesso nos JECOs. Até fisgou o Polaco. Seria pelo futebol ou pelo violão?
              Idnei Baretta: quietinho, falava pouco, mas pensava muito. Seu pai tinha uma Ford F-100 azul, que está lá na casa do Pedro Rech, em Linha Sagrado. 
              Jane Serena: Por trás daquela menina delicada sempre havia uma grande fera. Casou-se com o rapaz que veio fazer o cadastro imobiliário das prefeituras. Não sei qual era mais podferosa, se ela ou sua irmã Inelvis.
              Darcy Callai: quando trabalhava no BB era sempre muito atencioso. Uma vez encostei um pouquino meu carro na lateral de seu Monza e fiquei preocupado. Nem estragou, mas eu lhe disse que arrumaria e ele falou: Nada disso. Não foi nada, amigo. Foi um gesto bonito de parte dele e passei admirá-lo. Aconteceu bem ali na frente da ótica do Callai, seu irmão.
            Antônio Carlos Belotto: No Mater, eu nunca sabia se era ele ou o irmão gêmeo dele que estava na minha frente. Ajudou-nos na implantação do curso de Informática no Colégio Sílvio Santos. Ensinou-me o CDir (Change Directory) e o MD (make Directory. É que naquele tempo não havia sequer o mouse e só quem viveu a informática dos anos 80 sabe bem o que isso representa.
              Ah, e tem a Vera C.B. Zortéa: ela era a "Moça Bradesco", usava camiseta branca com o nome do Banco escrito em vermelho no peito e calça comprida ou saia, ambas de um "vermelho ferrari". Tinha os cabelos escuros com franjas e casou-se com o Caio, grande amigão que nos deixou antes da hora.

              Ah, lembrar dos costumes das pessoas é, para mim, motivo de alegria. Espero que compreendam que meu objetivo não é expô-las, mas sim homenageá-las. Foi bom, um dia de minha vida, tê-las conhecido. Abraços...

    Euclides Riquetti
    07-06-2012.

    segunda-feira, 7 de setembro de 2015

    Nuvem cinzenta


    Não quero ser uma nuvem cinzenta
    A confundir teu pensamento
    Quero apenas diluir-me no firmamento
    Vagar na atmosfera turbulenta.

    Não quero ser apenas um relâmpago
    A rabiscar a infinita escuridão
    Apenas ser a relva a cobrir  o chão
    Aparando a chuva que vem em cântaros.

    E, mesmo no pisoteio dos passantes
    Restar amassada para ressurgir
    E, feita uma fênix emergir
    Liberta do peso dos pisantes.

    E, sorvendo a energia do sol que haverá de vir
    Dizer-te: Vem e pisa em meu coração
    Só não mates minha grande paixão
    O grande amor que guardo dentro em mim...

    Por ti, pra ti, para ti!

    Euclides Riquetti

    Lembranças de Sete de Setembro

    Mais uma vez, para relembrar...
              Meu imaginário saudosista me leva de volta à infância em Capinzal. Anos: 1961 a 1964 - Os ensaios de marcha lá no Mater Dolorum, pela Rua Carmelo Zóccoli, em direção ao Sul, para os lados da Pagnoncelli & Hachmann, até as imediações da Fundição. Muitos ensaios, não havia professores de Educação Física ainda. As professoras nos orientavam e as freiras comandavam. E havia o José Carlos Souza que não pisava com o pé esquerdo na batida do Bumbo. A Irmã Terezinha ia à loucura, a professora Marilene Lando tentava insistir para que ele aprendesse. Acho que ele fazia de propósito para zoar com elas...

              Desfile pela Rua Felip Schmidt, no Distrito de Ouro, saindo do Posto de Gasolina que se localizava no meio da Rua da Praia, que depois virou Governador Jorge Lacerda. Indo em direção à Ponte Nova. Havia calçamento apenas até defronte à casa do Amélio Dalsasso. Depois, marchávamos no pó (ou no barro): Soldado que se prezava e amava  o Brasil era corajoso, valente,  e com muito garbo e peito firme marchava, sem olhar para os lados, sem piscar os olhos: "A fronte erguida, o olhar brilhante..." - como no Hino a Capinzal!

              Passávamos pela ponte, dobrávamos à direita defronte ao Cine Glória e íamos até o Campo de Futebol. Ali, um palco especialmente feito com tábuas cedidas pelos Hachmann, os alunos ouvindo os discuros. Uma menina magrela, cabelos escuros, saia azul e camisa social branca com uma logomarca à esquerda, na posição do bolso: BP, de Beliário Pena! A jovem Inelvis, filha do Joanin Serena, lia um texto enaltecendo nossa Pátria, pela qual deveríamos morrer se necessário fosse... E, garbosamente, cantávamos o Hino Nacional.

              Os alunos do Belisário Pena com seu uniforme azul e branco. Num daqueles anos fizeram-lhes umas camisas de brim Santista, azul marinho, com aquelas "golas de padres". O Rosito Masson, o Ademar Miqueloto, O Irenito, o Olino Neis, todos  com aquelas camisas bonitas. Nós, do Mater, também no azul e branco. Mas as Normalistas, ah, essas, sim, com aquelas saias bordô e as camisas marfim/beje, encantadoras. Meu pai, único homem em meio a elas, calça social preta e camisa branca... Mas, muito bonito, era o uniforme do Ginásio Padre Anchieta, com calça social preta ou azul marinho (bem escuro), e aquele uniforme paramilitar, com uns babados na frentes, umas franjas, e  quepe igualmente em azul-marinho. Simplesmente espetacular!

              Todos os estudantes eram obrigados a marchar. Nos anos anteriores ao Governo Militar e também durante. O espírito cívico era algo sagrado que havia em nós. Claro que isso não era unanimidade. Mas havia o respeito pela Pátria em cada um de nós. Podíamos não concordar com os governos, mas queríamos o melhor para nosso país... E querer o melhor para o Brasil era querer o melhor para nós mesmos, nossas famílias.

              E os alunos do Ginásio Normal Juçá Barbosa Callado: Calça de Tergal verde e camisa branca. A maioria pessoas já adultas, que viram no ginásio noturno a oportunidade de estudar. Ah, para todos os uniformes, de todos os colégios, sapatos pretos. Em algumas situações, congas brancas, para algumas alas, especificamente.

              Minhas últimas lembranças de desfiles como estudante me remetem ao ano de 1971, quando concluí meu Técnico em Contabilidade pela então Escola Técnica de Comércio Capinzal: calças pretas e camisa social manga longa vermelho royal. A escola não costumava desfilar, mas convidada que foi, não queria recusar e a sugestão do Diretor Professor Antônio Maliska foi aceita: "Se é para aparecer, então vamos aparecer". E fomos com aquela roupa bem chamativa. Orgulhosos!

              E as fanfarras, muito bem ensaiadas, com os bumbos, caixas, taróis, pratos e cornetas. Lembro, com muita saudade. E, quando vejo fotos antigas daqueles tempos, sinto uma inefável saudade... não sei se dos sentimentos cívicos ou... da força de nossa juventude!

    Euclides Riquetti

    Eu queria ser o sol da manhã

    Eu queria ser o sol da manhã
    Na primavera verde e florida
    Numa vila  calma e colorida
    E beijar teus lábios sedutores
    Sentir todos os teus sabores
    O perfume da grana da romã.

    Eu queria ser o sol ardente
    Que bronzeia a pele no verão
    E alimenta o corpo e o coração
    Que põe energia nos animais
    E nas plantas dos belos florais
    Ser o calor que vives e que sentes.

    Eu queria ser um sol bem gostoso
    Para animar-te incessantemente
    Para te acalantar agora e sempre
    E desejar que te apaixonasses
    E que de mim muito gostasses
    E m desses um abraço carinhoso.

    Eu queria ser um sol apenas pra ti
    E que tu fosses um sol só pra mim!

    Euclides Riquetti
    07-09-2015









    domingo, 6 de setembro de 2015

    Lembrar do Passado

              Ah, relembrar do passado é coisa que muito me  atrai. Todo dia, quando saio de Joaçaba para o Ouro, onde trabalho, bem cedinho, dirijo devagar e vou escutando o rádio, noticiários. Ou escutando meus MP3s, com  The Beatles, Bee Gees, Lobo, Nazareth, Credence, Clearwater Revival e muitos outros de minha geração, também sua, leitor(a). E, escutar músicas do passado, leva meu pensamento para os tempos já idos...

              À tarde, na volta, venho escutando o Rádio Saudade, na Rádio Catarinense, onde ouço muitas músicas boas, que me trazem as melhores lembranças, da época em que era "fininho", magricela, cabeludo. E, à noite, entro em meia dúzia de sites que trazem notícias da região: vejaovale.com.br (de amigos, alguns meus ex-alunos de Capinzal e Ouro, como o Júnior Gotardo e o Marlon Matiello, o Vilmar Rebelato, cantor de Rock, e outros amigos); o ederluiz.com (o Éder foi nosso aluno no Sílvio Santos, em Ouro, e depois estudou no Belisário Pena, em Capinzal, trabalhou nas TVs Record e  RBS, em Santa Catarina, e atua em Joaçaba); o radiocatarinense.com.br (Joaçaba);  o rcidade.fm.br (de Ouro, comandado pelo amigo Alex, junto à Cidade FM, da Associação de Difusão Comunitária Prefeito Luiz Gonzaga Bonissoni).

              Tem também o radiobarrigaverde.am.br e o radiocapinzal.am.br (conectado com o Jornal A Semana); e o jornalotempo.com.br, estes de Capinzal. Bem, se você acessar uma parte deles,  já fica sabendo tudo o que acontece no Baixo e Médio Vale do Rio do Peixe. Mas, o que tem isso a ver com "lembrar do passado?" Ah, tem sim! É que um dia as pessoas que organizam esses sites ou fazem parte dos noticiários que se lê neles,  de uma ou outra forma, fizeram parte de nossa vida. E, hoje, de alguma maneira, nos ajudam, mesmo na ausência, sabermos de como vão as coisas em nossas ciddes.

             Mas, quando entro nesse caminho de lembrar dos meios de comunicação, remeto-me ao tempo da Rádio Clube, sucessora da Rádio Sulina Ltda., de Capinzal:  do Márcio Rodrigues ( o Pimba), do Chaves, do Vilmar Matté, do Lourenço de Lima, do Válter Bazzo, do Aderbal Meyer (Barzinho), da Alda Viecelli (Meyer), da Mariza Calza (que atuava na Administração), que no ano de 1971971, rodavam aqueles bolachões de vinil, pretos ( e que a  professora Valdomira Zortéa dizia que eram feitos, muitos deles, com cera de Carnaúba...). E até o Ênio Bonissoni fazia, de vez em quando, uns comentários no Jornal do Meio Dia.

              Depois, vinha aquele sargento da PM com a "Ronda Policial", usando, ao final, o bordão: "Se você não que que apareça, não deixe que aconteça!!! E, todos nós, nos comportávamos na "Cabana", no "Primeiro de Maio", ou no "Clube União, de Piratuba", para que nossas baladas fossem normais e não caíssemos na Ronda. E, no final da tarde, o Terto (Tertolino Silva), com aquelas saudosas gauchescas em sua gaita. Naquele tempo eu achava isso "cafona". Agora, alguns diriam que isso é "brega". Hoje, acho que é uma página de nossa cultura que merece ser lembrada, até mesmo dos recados que o Joanin Rech mandava na "Hora dos Avisos", ao meio dia, para a esposa, lá da Linha Sagrado: "João Rech Sobrinho avisa sua esposa, em Linha Sagrado, que volta para casa só de tarde e que vai ficar almoçando na Churrascaria do Chascove". Tenho lembrado. E tenho dito.

    Euclides Riquetti

    Na tua janela

    Tento jogar flores amarelas
    Na tua janela
    Que se esconde de mim
    E que se oculta na rua, na estrada sem fim...

    O aroma do perfume amargo da arruda
    Embalsama as sempre-vivas
    Formosas, elegantes, desnudas
    Nas doces  manhãs coloridas...

    A sinfonia da noite tinge os galhos das plantas
    Que sombreiam o jardim onde tu cantas
    E a lembrança de teu olhar envolvente
    Vem-me com o vento que sopra,  levemente...

    E eu mergulho nos pensamentos que me embalam
    E me embriagam
    No doce frescor das últimas noites de outono
    Em que me falta o sono...

    E eu me entrego a conceber-te os versos certos
    Diversos
    Enquanto escrevo sobre as flores amarelas
    Que sonhei deixar
    Na noite de luar
    Na tua janela...

    Euclides Riquetti

    Sonhos de setembro

    Pensamentos  diamantados repousam
    Nos meus sonhos dourados
    E vêm se juntar aos meus pecados
    Nas noites de meu setembro formoso...

    E me trazem teu sorriso fácil
    Que teu rosto grácil
    Projeta em minhas sensações...

    Pensamentos pecaminosos sobrevoam
    Os telhados das casas
    Os tetos dos palácios
    Os palheiros dos barracos
    No mundo todo...

    Vão tentar te encontrar
    Te seduzir, te buscar
    Para trazer-te de volta...  para mim!

    E eu me perco,  deliciosamente
    Nos pensamentos mais frequentes
    Nos meus sonhos quase que sem fim:

    Mergulho, prazerosamente
    Nos meus mais singelos pensamentos
    Enquanto relembro
    E me transporto, deliciosamente
    Até  meus sonhos de setembro!


    Amorosamente...
    Sutilmente...
    Perdidamente!

    Por tua causa... por teus lábios... pelos teus beijos mais doces
    Pois quero apenas viver
    Meus sonhos de setembro!

    Euclides Riquetti

    Inglês - língua universal


              Cedric Gayasso é um staterrom attendant, originário de  Bluefields, Nicarágua. Valentin é natural da Romênia.  Tatiana Kataeva é russa. Thalassa Travascio é carioca e, como eu, vascaína da gema. Estes, são waiters, têm curso superior e alguma especialização.

             Naiana Santana é de Xaxin, é uma guest services officer. Suellen é mineira de Varginha, casada com um jovem da Macedônia, há seis anos, ambos waiters. Cada um tem sua história, sua origem, sua família. De comum, todos falam Inglês fluentemente e fazem parte da tripulação do navio de cruzeiros "Splendour of the Seas", considerado o mais fabuloso das américas. O navio tem capacidade para mais de 2.000 passageiros, tem mais de 800 tripulantes, originários de 135 nacionalidades. São muitas línguas num mesmo local, mas todos eles entendendo pelo menos um pouco de Inglês, a língua universal. O suficiente para se virarem nas tarefas que lhes são conferidas pelo comando do Splendour, de uma empresa das Ilhas Bermudas e que realiza cruzeiros pela Costa Brasileira e, no nosso inverso daqui, e verão lá, lá na Europa.

              Aprender uma língua estrangeira é um desafio. Hoje, muitos jovens brasileiros, meus antigos alunos, estão morando no exterior. Estados Unidos, Alemanha, Canadá,  Áustria, Suíça, Argentina e outros países. De vez em quando algum se manifesta, ou descubro com seus pais o seu paradeiro. Pais sentem, sempre, muito orgulho de seus filhos. Hoje mesmo uma mãe, que havia sido minha aluna há duas décadas, ligou-me para contar que a filha passara no vestibular e que estava realizando matrícula: vai ser enfermeira.

              Temos, sempre, que admirar pessoas que buscam conhecer, que perseguem encontrar uma base profissional. Mas, hoje, apenas o curso superior é pouco. Alguns diferenciam-se com uma especialização, outros buscam o mestrado ou o doutorado. E há os mais corajosos ainda que,  em plena juventude, cursam pós-doutorado.  E todos buscam conhecer a língua inglesa, que utilizam para acessar textos que dificilmente encontrariam na língua portuguesa. Meu afilhado, Fábio Xavier, Doutor em Engenharia Mecânica, aprendeu falar Alemão , mora na Alemanha, doutorou-se naquele país, onder está, casado e com uma filha. O Fábio é o orgulho da Alias e do Ticão, assim como a Pollyana e a Fernanda.

              Mas, como eu me referia anteriormente, conheci alguns jovens no Splendour, na semana passada, quando estivemos navegando pelo Atlântico. Muita simpatia, gentileza, educação, hábitos virtuosos. Gente bonita por dentro e por fora. E me possibilitaram exercitar um pouco de meu Inglês, que já estava guardado lá, no fundo de meu velho baú. Senti-me um adolescente deslumbrado, como nos tempos da FAFI e do Yázigy, em União da Vitória. E lembrei-me de milhares de alunos a quem tive o prazer de iniciá-los em seus primeiros passos no inglês básico...

    Euclides Riquetti
    23-02-2012

    Eu quero ser teu sol


    Eu quero ser teu sol
    Morenar teu corpo levemente
    Dourar teus cabelos  infinitamente
    Eu, apenas eu, teu sol...

    Eu quero ser teu sol
    Beijar teus lábios docemente
    Acariciar tua pele suavemente
    Eu, apenas eu, teu sol!

    Quero me perder em ti e que tu te percas em mim
    Quero me abraçar a ti e que tu te abraces a  mim.

    Quero ser teu sol novamente
    Beijar-te, ter-te, perdidamente
    Brilhar  pra ti e que tu brilhes pra mim com afã
    Em todas as  tardes  e em cada manhã
    (Quero dar-te o que buscas incessantemente)
    Apenas eu, teu sol...

    Euclides Riquetti