sábado, 23 de agosto de 2025

Voa, pensamento...

 




Voa, pensamento

Sagaz inspiradora de palavras e  versos
Mergulha-se  em devaneios e ilusão
Escravos pensamentos estão despertos
Companheiros na  sua solidão.

Olhos brilhantes e meigos que  censuram
As palavras nos seus lábios pronunciadas
As mãos graciosas outras mãos seguram
O sonho que rouba as  madrugadas.

Vaga pisoteando pedras entre a verde relva
Vaga sem cuidados, sem limites, sem reservas.
Entre sucessos, tropeços  e conquistas.

Voa o pensamento entre as nuvens alvas
Voa no firmamento sua dileta alma
Enquanto a névoa lhe embaraça as vistas.

Euclides Riquetti

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Preciso do vento que vem do mar

 


 


 




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Eu preciso do vento que vem do mar
Preciso da lembrança para me embalar
Preciso do sol nas tardes e manhãs
Preciso de ti nas tardes e manhãs
E no sonho tenro que a noite me traz.

Preciso afirmar minhas convicções
Rever conceitos que me vêm e apago
Conter meus impulsos e frear emoções
Preciso do alento de teus afagos...

Sou como a mão que alinha tijolos
Dispondo-os simetricamente
Como o profeta que prediz os sonhos
Sonhadamente
Como poeta que empilha versos
Livremente, harmoniosamente!

Mas preciso de ti para formatá-los
E só para ti lê-los decerto
E só tu os ouças por certo.
Preciso...

Euclides Riquetti

A chuva da tarde de sábado

 


  




A chuva  da tarde de sábado
Veio fria, em meio ao  vento
Veio para expiar meus pecados
(Os que ainda não estavam  confessados).
Veio trazer-me de volta os alentos
A chuva que escondeu o firmamento.

Fugiram os pássaros assustados  
E foram juntar-se às  borboletas
Migraram por todos os lados
Ficaram tristes  e acanhados
Enquanto que a água enchia  as valetas
Das ruas estreitas!

Mas, bem no final da tarde
O céu se recompôs
Sem nenhum alarde!

Então, o coral do passaredo voltou
O céu reazulou
E o sol se redourou
Sábado, bem no fim da tarde!

Euclides Riquetti

Eu, você e o sol




Apenas eu, você e o sol
Uma ilha em meio ao mar azulado
Sob um  céu divinamente abençoado 
É um infinito de um azul bem anilado
Éramos eu, você e o sol.

Apenas nós dois e ninguém mais
Sem nenhum afazer, apenas caminhar
De mãos dadas, ao longo do caminho
Nossa alma a ns levar.

Talvez um passado turbulento
Maltratou o seu rosto moreno
E seu olhar sereno. 
Então, de encontro ao vento 
Apenas nós dois...

Então um beijo roubado 
Seu sorriso lindo e cabelo molhado
Fio lisos e de cor de graúna.
Camiseta branca, short vermelho
Corpo moldado com esmero
Numa uma primeira vera
Depois do inverno severo.

Sem preocupações
Melhor que em todos os verões
Só você e eu:
Desejo, sensualidade
Inspiração e vontade
Muito desejo... e vontade de você!

Euclides Riquetti
23-08-2021

Quando a esperança renascer das cinzas





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Quando a esperança renascer das cinzas
E então o  verde corar todos os gramados
Quando as florinhas amarelas voltarem
Nos campos do Sul de céu azulado...

Quando os seus cabelos forem sacudidos
Pelo vento fresco da manhã de solidão
Quando sua voz movimentar os sentidos
E eu poder ouvir a sua doce canção...

Quando no horizonte eu puder vislumbrar
A silhueta imaginária de seu corpo elegante
Quando na noite, de novo,  puder recordar
As linhas doces  e a beleza de seu semblante..

Eu saberei que valeu a pena!

Euclides Riquetti

Bons Tempos de Juventude em Porto União da Vitória

 

Bons Tempos de Juventude em Porto União da Vitória

 

                                         1, Vilson Villanova; 2. Carlos Roberto Clausen (saudoso); 3. Japonês do Bamerindus; 4. Euclides Riquetti (o mais alto de todos); 4. Jair Ferencz (saudoso e caro amigo ); 5. Uma colega a  identificar; 6 - Suely (Teixeira). Aos fundos, Silvestre Schepanski. 
  
       Na minha adolescência, inspirava-me em grandes vultos nacionais, notadamente escritores e juristas. Lia as suas biografias, eram formados em letras ou Direito. Seus feitos poéticos foram sendo passados através das gerações, dos amantes da literatura, por seus poemas e romances. Assim, ao completar 18 anos e estando a concluir meus estudos em nível de Colegial e formado em Técnico de Contabilidade, pela Escola Técnica de Comércio Capinzal, prestei meu vestibular para o curso de Letras-Inglês da Fundação Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras daa cidade de União da Vitória. Morei em ambas as cidades gêmeas do Iguaçu. 

             Morei em Porto União e União da Vitória de março de 1972 a fevereiro de 1977. Foram cinco anos de muito trabalho, estudo e também diversão. Na foto, alguns de meus colegas de trabalho comigo. Éramos funcionários da sessão de peças e do departamento de vendas da concessionária da Mercedes-Benz, Álvaro Mallon e Filhos. Na metade da década de 1970, confraternização de final de ano com festa na Churrascaria Dois Estados, na época a churrascaria mais frequentada de União da Vitória. Na "Mercedes", iniciei em junho de 1972 e fiquei até fevereiro de 1977, quando pedi demissão e vim morar em Duas Pontes, hoje Zortéa, na época pertencente a Campos Novos, na divisa com Capinzal. Iniciei-me como professor da Escola Básica Major Cipriano Rodrigues de Almeida e em atividades burocráticas no Departamento Financeiro da Zortéa Brancher S/A - Compensados e Esquadrias. 

      Guardo saudosas e memoráveis lembranças de Porto União da Vitória, onde trabalhei, estudei e vivi muito bem minha vida. Festas juninas e outros eventos nas escolas, muita dança nos clubes "25" e "Apollo", pescas no Rio Iguaçu, futebol nos campos São Bernardo e do Ferroviário, futsal em algumas quadras, inclusive na do 5º BE, até basquete e vôley, pela FAFI, no Túlio de  França. Sim, eu também nadei nas águas do Iguaçu, compus poemas andando,à noite, na Matos Costa e na Manoel Ribas, vi filmes nos cines Ópera, Odeon e Luz. 

       Trabalhar na Mercedes-Benz me deu mais experiência e maturidade para os négócios, fui responsável (gerente) da filial de peças localizada na Manoel Ribas, número 990, prédio do Alceu Daniel Ochove, antiga Transiguaçu. Tive como auxiliares, entre outros, Sérgio da Silva, Carlos Roberto Clausen, Carlos Roberto Kominski e outros. Meu chefe imediato era o Silvestre Schepanski e o primeiro da oficina mecânica o Solon Carlos Dondeo, depois o Carlos Konart. Na venda dos caminhões, o fera era o Romeu da Silva, secundado por Elói Cachoeira, Jarson Rodrigues de Melo, Jair Ferencz, e outros de permanência mais curta.

      Guardo, com carinho, as melhores lembranças de meus colegas. Vilson Villanova e seu irmão Osni, Justino Polzin e um irmão seu,  Dionízio Horodeski, Miguel Semianko, Alcir Teixeira, Pedro Padilha, Ilmo Ritter, Francisco Becker, Pedro e seu genro Airton, que erra ferreiros, Seu Luiz e Sampaio, que eram chapeadores, Mário, que era torneiro, Sandra Pprobst (Bogus), Margareth Luci Bianco (Bahr) e Edith Whorrel, do escritório, Ronald Roberto Reali, da contabilidade, Admindo Checozzi, contador, Ivonete Lopes e Alvina Nunes Lell, do Cardex,

Mauro Iwanko e Altamiro Becker, da sessão de peças. Todos os mencionados eram os com quem eu tinha maior contato e relação de trabalho. Muito bem é relembrar, carinhosamente, e render minha homenageem a todos. 

       Pessoas com muita energia, vitalidade, desejo de vencer! 


Euclides Riquetti

18-02-2023

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Espero, sutilmente, pelo amanhecer

 


 

                                

                                            Minha casa, janela do meu quarto...

Espero, sutilmente, pelo amanhecer

Espero, sutilmente, pelo amanhecer
Para admirar as plantas e  gramados
As flores das roseiras a resplandecer
Canteiros verdes de chuva molhados.

Olho pela janela da contemplação
Transponho os vidros goticulados
Tenho um cenário na imaginação
A perfeição do dia tão esperado.

Ouço o cantar do alegre passaredo
Anunciando a chegada do novo dia
E inspirado na manhã e nos segredos
Mergulho-me no sonho e na poesia.

Um novo dia, novas expectativas
Que venha o sol depois da chuva
Que venha energia e força positiva
A harmonia que a vida nos arruma.

Euclides Riquetti

Blog  do Riquetti
Vai pelo google...

Nós vamos ficar bem...

 





Nós poderemos voltar a ficar bem
Se buscarmos pequenas soluções
Poderemos  resolver tudo e ir além
Se controlarmos nossas emoções.

As vidas das pessoas são sujeitas
A percalços que as atormentam
A muitos conflitos e turbulências
Às  situações que as alimentam.

Calma, muita calma é preciso
Mesmo que isso pareça impossível
Mas poderá voltar-nos o sorriso
Se acontecer-nos algo imprevisível.

Diálogo, coração muito aberto
Franqueza e muita determinação
A solução pode estar muito perto
Desde que abrandemos o coração!

Apenas isso!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Uma folha de papel na areia

 


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Perdi uma folha de papel na areia
Que alguém encontrou e me devolveu sorrindo
E, a manhã que poderia tornar-se feia
Deu lugar a um indescritível horizonte infindo...

Um pedaço de papel com uma das faces em branco
O espaço ideal para um poema de teor inefável
Descrevendo venturas ou simplesmente um pranto
Uma declaração de amor ou uma mensagem amável.

E, na manhã do sorriso largo, de tanta gente bonita
As galés flutuam, deliciosamente, sobre as águas
Decorando o mar azul na sua beleza infinita.

E, enquanto eu relembro de outras manhãs como esta
Quando  as horas apagam os ressentimentos e mágoas
Eu contemplo as ondas que me trazem o vendo que refresca...

Euclides Riquetti

Quero ser o poema perfumado

 


 




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Quero ser o poema perfumado que você devora
A rima preferida que me abandonou
O soneto alexandrino que se foi embora
A alça da blusinha que a gente rasgou...

Quero ser o poema inspirado que você deseja
Ou a canção romântica que você cantava
Que escrevo e apago antes que você o veja
Ou as toalhas enroladas que você guardava...

Quero ser o sonho doce  que nós dividimos
A ousadia vivida, o perigo iminente
Não quero acreditar que nós  desistimos
Que lutamos muito, mas não o suficiente.

Quero ser o futuro que sorri muito contente
Que ri do passado sem lógica ou explicação
Quero ser o reencontro que volta neste presente
Que me embala no sonho das notas de sua canção.

Euclides Riquetti

Jeans apertados (pele cheiro de paixão)


 




Jeans apertados
Pura sensualidade
Corpo bem moldado
Fatal casualidade!

Jeans índigo blue
Rosto fascinação
Maravilha azul
Mulher, corpo, coração

Jeans marcam silhueta
Fantástica atração
Branca ou preta camiseta
Divina é a combinação

Roupa muito apertada
Nas linhas da perfeição
Pele morena, bronzeada
Pele cheiro de paixão!

Euclides Riqueti

O perfume da rosa bordô

 


 



O perfume da rosa bordô

Me encantou 

Pois ela jazeu ali discreta

Para inspirar este poeta

Cujas mãos a acarinhou!


O perfume veio bailando

No ar que o trouxe até mim

Até pousar de um jeito, enfim

Em tua pele de morena jambo

E aromatizar meu jardim!


É um perfume indescritível

Não sei se adocicado

Ou talvez de cedro amadeirado

Que ao me persuadir foi incrível

E me fez enamorado...


Rara fragrância de inefável odor

Que se impregna na veste nubente

E que refresca todo o ambiente

Decorado pela cândida cor

Da rosa bordô ali silente!


E eu me perco em divagações...


Euclides Riquetti

Um novo tempo, a bela vida

 




 Um novo tempo, a bela vida



Buscar um novo tempo, viver a bela vida
Sem traumas, sem tropeços, com alegria
Rejeitar os infortúnios e toda a dor sentida
Sorver, deliciosamente,  o sol do novo dia.

Buscar a paz pra nossa alma, buscar o alento
Jogar para o alto a tristeza, a dor que angustia
Viver intensamente em cada bom momento
Livrar-se de tudo que nos preocupa em cada dia.

Dar lugar apenas àqueles que já mostraram
Que são nossos amigos, amigos verdadeiros
Não se esquecer daqueles que nos amaram
Daqueles que já foram leais e companheiros.

Dar vida à vida dos que nos estendem a mão
Olhar com olhos justos os seres que merecem
Nunca rejeitar quem sabe amar de coração
Viver a alegria sem as dores que entristecem!

Euclides Riquetti

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Turbulência da alma

 


 



Turbulência da alma



Deixa-se abalar uma alma em turbulência
Conflitada pela desavença de seu exterior
Deixa-se abater diante da maledilência
E do pranto que se desnuda de seu interior.

Se se abala a alma, abala-se o corpo frágil
Somatiza-se a dor da mente em febre ardida
Reveste-se de inconstância seu rosto grácil
O sorriso se oculta atrás de sua pele dorida.

Alma intranquila em corpo cambaleante
Corpo debilitado numa alma turbulenta
Alma que se aniquila pela dor constante.

Alma que sofre, corpo padecente em dor
Corpo a buscar água para a alma sedenta
Enquanto eu espero pra lhe dar meu amor!

Euclides Riquetti

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Fez-se noite o dia de tempestade

 



 
 
 

 

Fez-se noite o dia de tempestade
Em que escureceram no céu as nuvens cor de asfalto
Fez-se noite a manhã, perdeu-se a claridade
A negritude tomou a tarde como que de assalto
Choveu, à noite, no campo e na cidade.

Fez, Deus, que chovesse a chuva dos justos
A chuva que lavou as almas dos pecadores
Que energizou os gramados e os arbustos
Que regou as terras da plebe e dos senhores
A chuva que inspira os sábios e os incultos.

Fez, a chuva violenta,  os danos e os estragos
Pôs pânico nos canários, pardais e nas andorinhas
Veio em gelos esféricos, ovais ou alongados
Maltratou os espinhos  e as ervas daninhas
Estraçalhou as flores nos jardins florados.

A chuva calma e amena, gentil e  reparadora
Parceira do sol, abençoada, chuva leve e  divina
Que cai doce e serena , fresca e redentora
Poe as cores de volta e a  paisagem  recombina
Cumpre seu papel na natureza sedutora...

Euclides Riquetti

Lembranças...

 








É fácil falar do vento, que rima com o pensamento
Do ar, que vem do mar
Da flor, que revela o amor
Do sentimento, que remete no tempo...

É fácil falar do inverno, do amor eterno
Da desmedida paixão
Que explode no coração
E que leva do céu ao inferno!...

É fácil falar da terra, da alegria da primavera
Da planta que cresce
Do broto que floresce
Dos longos anos de espera!

É fácil falar de um porto e de um olhar absorto
Do dia do verão quente
Que queima a pele da gente
E do cansaço que mata o corpo!

É tudo muito belo !!!
Formosa inspiração !!!

Difícil
É lembrar de cada estação
Dia, mês, ano...
De cada beijo profano
De cada momento mundano
De corpo e alma em profusão...

E em cada olhar
Em cada pensar
Em cada lembrar
Querer que tu voltes
E não te ver voltar!...

Euclides Riquetti

Balada do Lenhador (para mim mesmo!)

 



Balada do Lenhador


Corta lenha o lenhador

Com machado afiado 

Bate firme, com vigor

Mais um pedaço é lascado.


Um poeta lenhador

Com as rimas bem boladas

Pra você, caro leitor

Minhas lenhas  encantadas.


Vende lenha o lenhador

Para ganhar uns trocados

Um dinheiro, por favor

Por cada metro cortado.


Compra sushi e sorvetes

O lenhador indomável

Em pedaços ou roletes

Só madeira sustentável.


Eucalipto do melhor

Para fogo é consistente

Nada pode ser pior

Que fogão frio e dormente.


Busque ali no marketplace

Vai comprar por celular

Lenhador Cride Riquetti

Sempre pronto pra entregar.


Lenha boa de eucalipto

Metro forte, só vantagem

Bom negócio, sem ter riscos

Passar frio, pura bobagem!


Euclides Riquetti

20-08-2025








terça-feira, 19 de agosto de 2025

Atrás da luz do sol

 



Atrás da luz do sol está o seu sorriso
Estão seus olhos meigos e brilhantes
Uma mulher muito doce e cativante
Com rosto de fada, com cabelo liso

A luz do sol me provoca e me atiça
Com seu inefável fogo de esplendor
Traz  essências de perfume e de flor
Cheiro de mulher, de mulher noviça.

Luz que se esconde atrás da luz solar
Luz que se embaralha no astro-rei
Luz que vem a mim para me beijar...

Atrás do astro sol há uma outra luz
Muito mais forte do que eu imaginei
Uma luz eu me atrai e que me seduz!

Euclides Riquetti

Neve de 20 de agosto de 1965 - Uma paisagem europeia em Capinzal e Ouro - Parece que foi ontem!


Há  60 anos, uma nevasca atingiu os estados do Sul do Brasil.  Reedito, aqui, a crônica que está publicada em meu livro "Crônicas do Vale do Rio do Peixe e outros Lugares - abril 2020:



Ouro - SC - Neve 1965 - foto arquivos RC -
Vista da Ponte Pênsil - antes do Rio, alojamentos
da Empresa Castello Branco S/A - que estava
restaurando a RFFSA


Capinzal SC - Neve 1965 - foto arquivo RC
Rua XV de Novembro - aos fundos OURO SC
antes do povoamento do Morro de Navegantes


          Quando se fala em épocas em que as pessoas viveram, ou mesmo para estimar quantos anos viveram, muitos têm o hábito de dizer:  "A fulana (ou o fulano), viveu mais de 100 anos, porque sempre me dizia que tinha presenciado x florações das taquaras".  Bem, uma pessoa que deve ter vivido muitas florações das taquaras foi o "Caboclo Estevão", que morou em Pinheiro Baixo, Ouro, e era homem de confiança de um de nossos pioneiros, o Veríssimo Américo Ribeiro, carroceiro. O Estêvão teria vindo com o colonizador da região de Vacaria-RS, trabalhou com os Ribeiro e depois foi para Bonsuecesso, e os que o conheceram dizem que ele era uma  pessoal leal e bondosa. Guardo comigo uma foto dele, cedida pelo amigo João Américo Ribeiro, que cuida da propriedade da família em Pinheiro Baixo. Ele deve ter vivido mais de 100 anos...  O caboclo tinha uma mão enorme. (O Benito Campioni, irmão da Márcia, minha colega de trabalho, também tem uma mão daquelas de segurar e derrubar boi no chão). Quando o encontro, brinco muito com ele sobre isso,  meu ex-vizinho, gente boa.

          Esse intróito todo, fi-lo para chegar ao assunto do título: as neves que tive o prazer de presenciar, e que marcaram, de alguma forma, a minha vida. Mas, diferentemente das florações das taquaras, ela não tem um ciclo definodo para vir.

          O inverno de 1965 foi muito forte no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Eu tinha doze anos, estudava no Ginásio Padre Anchieta, e começou a fazer muito frio naquela estação. Tínhamos uma casa nova, de madeira, bem desenhada, ali na Felip Schmidt, ao lado da Indústria de Bebidas Prima, onde produziam refrigerantes e engarrafavam vinhos e outras bebidas. Quando fizeram o "engarrafamento", escavaram o terreno e deixaram um barranco, que com as chuvas que precederam o inverno foi desmorronando, pondo nossa casa em risco de desabamento. Na noite do dia 19 para 20 de agosto, fazia muito frio. De manhã, meu pai, Guerino, acordou-nos cedo para vermos e espetáculo que se desenhava à nossa frente: Ali onde hoje há o Posto da Combustíveis da Família Dambrós, havia uns gramados e umas plantinhas sobre as terras que eram jogadas para formar um aterro, e tudo estava coberto de neve. A Ponte Nova estava recoberta por um manto alvo, e o mesmo era contemplado nos telhados das casas, a maioria de madeira. Até os cabos de aço de sustentação da ponte pênsil acumulavam camadas de neve. As ruas de Ouro e Capinzal pareciam aqueles caminhos que se veem em filmes,  numa autêntica paisagem europeia. Os poucos carros que havia, e as carroças e charretes, estavam todos recobertos pelo branco brilhante. Os telhados do Hospital São José, do Hotel Imperial, do Hotel do Túlio, do Cine Glória, do Cine Farroupilha, da Distribuidora de Peças e Acessórios, da Casa do Ernesto Zortéa, do Marcos Fortunato Penso, do Pedro Surdi, da Dona Dileta da Silva, do Adelino Casara, do Adelino Beviláqua, e de muitas outras edificações, era possível vê-los por nós, que observávamos a paisagem com nossos olhos originários do Ouro.

          O peso da neve mexeu com a estutura de nossa casa. Tivemos que abandoná-la. Fomos distribuídos nas casas dos parentes, dos tios Arlindo Baretta,  Adelino Casara e Victório Riquetti. Eu, fui para a casa da Tia Maria, do meu primo Moacir. Lembro-me bem, que à tarde, precisei ir à Comercial Baretta fazer umas compras para a tia, e meu único par de sapatos estava molhado, gelado. Fui com as chuteiras do Moacir, que tinha as traves altas , e que minha ingenuidade fazia-me pensar que a sola ficaria mais alta que a neve. Só ilusão: congelei os pés. Aulas suspensas. O Frei Gilberto (Giovani Tolu), suspendeu nossas aulas, estava muito feliz, porque via, aqui na América do Sul, a mesma nostálgica paisagem que sua mente trazia de sua infância na Itália.

          O Joe e a Bunny,  eram  norteameriacanos que atuavam junto aos Clubes 4-S no interior do Ouro, havendo um clube pioneiro em Linha Sul ( o primeiro de Santa Catarina),  moravam de pensão na casa do Sr. Guilherme e da Dona Mirian Doin.  Eles eram dos 4-H, clubes dos Estados Unidos da América que tinham as mesmas funções e objetivos que os 4-S do Brasil:  Head,  Hands, Heart, and Health, que em português entndíamos como: Saber, Servir, Sentir e Saúde.  Acostumados com a nove do Norte, fotografavam, faziam bonecos e esculturas. O Joe, que jogava basquetebol na quadra do Padre Anchieta com o Dr. Leônidas Ribeiro, o Rogério Toaldo e outros, era alto e usava óculos ( até para jogar). Ficou maravilhado com a neve. E, nós, tivemos que demolir nossa casa, da qual tenho muitas saudades...

         Como resultado do frio, houve perdas e animais nos sítios e fazendas. Lembro que houve muita mortandade de abelhas. Até mesmo o mel que vinha de Abdon Baptista, não veio mais. Não vinha mais o caminhãozinho carregado, com as latas de 20 Kg, com que estávamos acostumados. E o produto encareceu. AlIas, ficou sumido pelos anos seguintes, até que os enxames e as colmeias foram-se recompondo.

          Além dos eventos climáticos que resultaram na enchente de 1983, penso que a neve de 1965 seja o outro fenômeno que mais nos marcou.

          Ah, acho muito bonitas a neve e a geada. Mas, agora, com ar quente no carro, é muito mais fácil de encarar o frio. Viva a bela lembrança do passado!  E viva a moderna tecnologia!

Euclides Riquetti
15-07-2012

Corações de areia

 


 


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Corações de areia se despedaçam
Com um simples sopro de vento
Mesmo quando destinos se traçam
E teimam em lutar contra o tempo...

Corações aflitos são fragilizados
Perdem toda a sua força e energia
Sofrem os tormentos desalmados
Perdem de ver o sol e sua alegria.

Os  seres que buscam na utopia
E no imaginário toda a solução
Afogam-se no mar da melancolia.

Pois há uma lógica a pautar a vida:
Seres precisam de amor com razão
E a vida só existe para ser vivida!

Euclides Riquetti

Dona Noemia Sartori - uma mãe, uma marca, uma grande história - replay

 


 

Dona Noemia Sartori - uma mãe, uma marca, uma grande história - replay


      As comunidades de Ouro e Capinzal perderam, nesta semana, Dona Noemia ( Eva Calliari) Sartori, 101 anos, cidadã longeva que carregava em sua mente e em seu coração mais do que os anos possam carrregar, mas imedíveis atributos agregados, por um século, num coração e numa alma revestidos de pura generosidade. Procurar-se-a, muito, mas nunca se encontrarão os adjetivos suficientes para qualificar aquela senhora simpática e elegante que marcou as cidades pela sua vivência, história, conhecimento, maturidade e despreendimento. Dona Noemia parte merecedora de nosso aplauso, carinho, reconhecimento, gratidão e muitas orações. Deixou-no ao final da terça-feira,  dia 14 de fevereiro de 2023,

       Dona Noemia, nas últimas 5 décadas, a segunda  parte de seu centenário vitorioso, passou a ser tratada como a "Mãe da Denise", embora amada por todos os seus filhos. Mas, o grande registro que lhe podemos atribuir, a sua grande marca, além de toda a sua capacidade afetiva e o bom exemplo para toda a população da comunidade, é a maneira como ela tratava as pessoas, a atenção que dispensava aos que a procuravam para relatar sobre a história local, as experiências vividas, os grandes fatos que marcaram a sua e a nossa História. Em sua casa, ali na frente da Prefeitura Municipal de Ouro, presenciou os principais fatos políticos acontecidos, tendo seu lado e sua opinião, mas jamais ofendendo ou deixando de respeitar as convicções de todos. Viu a antiga Rio Capinzal ser transformada em município, em 1949, e apenas 14 anos depois, em 1963, o Distrito de Ouro ser emancipado para se tornar município. E ver as Municipalidades instaladas em prédio que fora propriedade da família. 

       Dona Noemia testemunhou a construção dos hospitais Nossa Senhora das Dores e São José, da Igreja Matriz São Paulo Apóstolo,  das prefeituras de Ouro e Capinzal, da emancipação de Lacerdópolis e Presidente Castello Branco. Viu construírem a Ponte Pênsil PadreaMathias Michelizza, viu as águas furiosas e os vendavais distruí-la, a nova ponte em concreto armado construída no Governo de Irineu Bornhausen, a balsa e os botes de Afonsinho da Silva transportarem as pessoas, animais e veículos de uma margem para a outra do Rio do Peixe, as águas levarem a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes e depois a sua recuperação, os incêndios do Cine Farroupilha e da Gasosaria da família Brambilla e de nossa capela. Sua casa suportou as enchentes de 1939 e de 1983, vendavais e tormentas, mas sempre resistiu e restou ali, sólida em sua alvenaria e na estrutura familiar que gerou. 

       Dona Noemia viu as cidades perderem seus filhos em acidentes, como o do neto Leandro e muitos outros jovens que partiram prematuramente. E em tragédias de figuras marcantes como Frei Crespim Baldo, o Doutor Vilson Bordin, Ido Pedro Lamb, João D´Agnoluzzo, Tercílio Surdi e muitos outros. Mas também viu as gerações jovens que foram buscar seus estudos em Ponta Grossa, Curitiba, São Paulo, Porto União, Erechim, Passo Fundo, Porto Alegre, Blumenau, Joinville, Florianópolis, tornando-se profissionais que engrossaram as fileiras das áreas do direito, das engenharias, da medicina, do social,  e da educação. Viu os leitos de barro das estradas e ruas serem macadamizados, pavimentados e asfaltados. Sofreu com as agruras da Segunda Guerra Mundial, aplaudiu seu Flamengo em suas conquistas e nossa seleção canarinho conquistar cinco campeonatos mundiais. Acompanhou centenas de eventos no Ginásio de Esportes André Colombo, onde viu seus filhos e netos atuarem. Presenciou as solenidades cívicas em frente de sua casa, os memoráveis desfiles de sete de setembro e os embates esportivos entre Arabutã e Vasco da Gama, e viveu com paixão as cores azul a branca do Grêmio Esportivo São José. 

       Dona Noemia é nossa História, é o exemplo da mulher que, durante metade de sua longa vida, cuidou dos filhos após perder o marido. Tive o prazer e a alegria de desfrutar de sua amizade e de ouvir suas histórias. De testemunhar o quanto seus filhos e netos lhe dispensaram cuidados e carinho. De sua religiosidade, da sua imponente figura de mãe, na humildade de seu sorrisinho inesquecível e de sua mão sempre estendida para os amigos. 

       Nossa querida personagem foi morar no céu e, como diz a Miriam: "Ela é uma lenda, uma pessoa amada e merece descansar em Paz"!. 

        Com todo o meu carinho e o de minha família. Fique na merecida Paz de Deus e em nossa grata memória, Dona Noemia!

Euclides Riquetti e Família

16-02-023

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Porque o tempo passa...

 

 


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Porque o tempo passa
É preciso nascer
E é preciso crescer
Porque o tempo passa..

Porque o tempo passa
É preciso estudar
E é preciso trabalhar
Porque o tempo passa...

Porque o tempo passa
É preciso viver
É preciso dar e receber
Porque o tempo passa...

Porque o tempo passa
É preciso caminhar
É preciso amar
Porque o tempo passa...

Porque o tempo passa
Será inevitável sofrer
Será inevitável morrer
Porque o tempo passa!

Euclides Riquetti

Quero que a luz de seu sorriso volte


 







Quero que a luz de seu sorriso velho volte
Quero que a luz de seu sorriso novo brote
Quero que você sorria em todas as horas
Quero que comece a sorrir bem agora...

Apenas quero pra você o melhor
Apenas quero ajudar você
As palavras a dizer já sei de cor
Apenas quero ajudar você.

Quero que a luz de seu sorriso velho volte
Quero que a luz de seu sorriso novo brote
Quero que você sorria em todas as horas
Quero que comece a sorrir bem agora...


Apenas quero pra você o melhor
Apenas quero ajudar você
As palavras a dizer já sei de cor
Apenas quero ajudar você.

Euclides Riquetti