sábado, 12 de junho de 2021

Beijar seus pés... com sedução!

 






Eu queria beijar seus pés com devoção
Acariciar sua pele com sedução
Causar-lhe desejo e emoção
Sim, desejo e sedução
Apaixonadamente!

Eu queria ser aqueles grãozinhos de areia
Que se grudam em seus pés
E os massageiam
Num ritual terno e suave
Que se juntam aos demais
Para pousar nas praias colossais...

Eu queria, docemente, beijar seus pés
Fazer-lhes carinho
E, devagarinho
Acariciá-los!


Sim, docemente
Suavemente
Desejosamente...
Com muita sedução!

Euclides Riquetti

O vento que move as folhas

 


O vento que move as folhas das aroeiras arredias
É o mesmo que me acaricia com seu dileto açoite
Que me traz as estrelas e o frescor da noite
Após as chuvas ditosas do final do dia...

O vento que beija teus lábios de vermelho maçã
É o que me inspira na noite sedutora
Que me acalma com sua aragem redentora
E alenta meu corpo e minha alma sã.

Ah, noite de verão que meus medos esconde
No aguardo do outono que derruba a folha
Noite para pensar em quem está longe.

Pensar, sim, viajar pelo ignoto  firmamento
Que essa seja a nossa melhor escolha
Buscar-te  na noite, embalado ao vento...

Euclides Riquetti

A histórica arte de assentar pedras

 




Pousada Cantelli - Bento Gonçalves - RS

          A pedra foi, historicamente, um elemento muitíssimo importante na construção da História do mundo. É comum, quando pessoas passem por locais em que há construções feitas com pedras, de qualquer tipo, admirarem-se pela excelência do trabalho das mãos humanas. Em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, conheci o Caminho das Pedras, em que as casas construídas há mais de 100 anos, basicamente em pedras trabalhadas, foram recuperadas recentemente. Dizem, lá, que as casas foram rebocadas no século XX, pois os proprietários tinham vergonha em morar em casas assim. Morar em casa de pedra era sinônimo de atraso, de pobreza... Então, rebocavam as paredes para esconder as pedras, parecendo alvenaria de tijolos de barro.

          Agora, depois que viram que isso é motivo para orgulho e não para vergonha, retiraram  os rebocos e mostraram  a beleza daquela arquitetura. Numa delas, inclusive, filmaram O Quatrilho, há duas décadas, com a participação da Patrícia Pillar e da Glória Pires. Aliás, a respeito disso, ressalte-se que a verdadeira História de O Quatrilho, filme que foi indicado para o Oscar na década de 1990,  aconteceu envolvendo 4 famílias que têm descendentes em nossa região atualmente: Baretta, Dalri, Trentin e Tessari (ou Tessaro). A personagem Pierina, vivida por Glória Pires, representava a Maria Baretta real, a traída na verdadeira história e no enredo. Há descendentes dela morando em Ouro:  em Pinheiro Alto, Linha Caçador e Pinheiro Baixo. Há outros em Joaçaba.

Casa de Pedra da Cantina Ztrappazon - Bento Gonçalves - RS - um dos cenários de "O 4trilho"


         Sempre que o Egito é referido, lembramo-nos da arte das pedras, enormes, maravilhosamente assentadas pelo homem  na construção das pirâmides de Quéops Quéfren e Miquerinos,  quando não se dispunha dos maquinários que possuímos hoje.

          Ontem pela manhã, ao dirigir-me ao centro de Joaçaba, ali defronte ao local onde a 50 anos se instalava a garagem dos ônibus da atual Reunidas, no início da subida para o Aeroporto, vi que demoliram um velho casarão (sepultou-se mais uma história...), e restou um muro de pedras-de-obra aparentes, que certamente será substituído por uma contenção de concreto armado, para suportar, imagino, o estacionamento de um novo edifício. E comecei a perguntar-me o que farão com as pedras que serão retiradas dali...

          Na Praça Pio XII, em Ouro, havia um muro desses para a canalização do Rio Coxilha Seca, que passava por debaixo da área da mesma. Uma enchente, há cerca de uma década,  derrubou-o. Foi substituído por tubulação de concreto de 2 metros de diâmetro.

          Na área do antigo Ginásio Padre Anchieta, dando sustentação ao acesso ao Hospital Nossa Senhora das Dores, há um muro com pelo menos 5 metros de altura. Aos fundos do Hospital, outros, ainda maiores.

          Se andarmos nas cidades colonizadas pelos descendentes de italianos no Vale do Rio do Peixe, veremos milhares de quilometros de taipas remanescentes, com pedras irregulares habilmente empilhadas em firme amarração, a maioria com um século de existência. E estão ali, resistentes. Quem não se lembra de ter ido ao sítio do vovô ou do titio, um dia, e corrido em meio aos potreiros gramados e cercados por taipas,  atrás de terneiros?



          As taipas tiveram duplas  funções quando da colonização: Primeiro, fazer os cercados para que os animais não invadissem outras propriedades e fossem causar estragos nas plantações dos vizinhos, ou até como forma de proteção desse patrimônio; depois, porque a retirada das pedras das áreas que haviam sido desmatadas melhorava o terreno para o plantio, facilitando o trabalho do homem, principalmente no arado, evitando acidentes aos homem e aos animais.  E também para que o trabalho rendesse. Vale registrar que a maioria das nossas taipas foram construídas por lajeanos, que vinham do Planalto para trabalhar nas colônias, em empreitadas. Hoje, a profissão praticamente se extinguiu.

          O último taipeiro de que tenho notícia (podem haver outros, no entanto), é o capinzalense chamado de  Lajeaninho. Fez um muro para mim, na subida para minha casa. Não sabia ler nem escrever. Não usava metro para medir. Ele cortava uma rama de árvore, reta,  do comprimento de seu braço mais o equivalente a uma medida obtida entre o dedo polegar e o indicador  com uma abertura de 90 graus, o obtinha seu metro. Media o comprimento e a altura de sua empritada e multiplicava "de cabeça", dando-me o cálculo certo da quantidade de metros quadrados que executava.

          Outros desses autênticos pedreiros (hoje o termo pedreiro vem para pessoas que não utilizam mais pedras para trabalhar), construíram os muros de contenção dos porões, das frentes e dos fundos da maioria das casas edificadas até a década de 1960 nas cidades do Vale do Rio do Peixe. Conheci alguns deles, como Sr. Matiollo, o Bugre, seu cunhado Mingo Barbina, os Bonadiman, o Adami,  o Leonel, que fizeram muros até essa época. Mas, pelas obras remanecentes, é possível ver-se que nossa região contou com grandes artífices práticos em nossa História. E os calçamentos nas ruas das cidades também contaram com o habilidoso trabalho da mão humana.

          Mas, o que me leva a voltar meu pensamento ao passado, é considerar a magnitude da arte no assentamento das pedras quando na construção de nossa Estrada de Ferro (hoje desativada, abandonada, açoitada...,) desde Marcelino Ramos até Porto União. Dezenas de vezes passei em todo o trajeto utilizando o trem para ir e vir entre Capinzal e o Porto, e o mesmo fizeram meus amigos que foram para o Colégio Agrícola de Ponta Grossa, e os que acompanhavam bovinos e suínos desde nossa Estação do Trem até Sorocaba e São Paulo.



          Há maravilhosas obras de arte ao longo da ferrovia. Só para citar, menciono as  situadas proximamente ao perímetro urbano de Capinzal, nas imediações das residências dos Rossetti, Miquelotto e Costenaro; também aquela sobre o Rio Capinzal, no Centro da cidade; e aquela do Lajeado Residência, na confrontação de Linha Residência com Galdina, onde na margem direita do Rio do Peixe situa-se o Parque e Jardim Ouro, antiga SIAP, nas proximidades do estádio do Arabutã. E, no Rio Leão, não distante do Balneário Thermas Leonense, há uma maior. Em Herval D ´Oeste, é possível divisar-se uma ao sul da cidade.

          Em Pinheiro Preto, o túnel histórico da ferrovia, é emoldurado por um belo trabalho em pedras-de-obra. As pedras, na maioria das construções, tinham uma altura de 40 centímetros e o comprimento  variável. E isso possibilitava uma excelente amarração.  Era uma convenção que não sei por quem foi instituída, mas era nessa altura que saíam das pedreiras.

Túnel RFFSA  - Pinheiro Preto - SC
          A pedra é um símbolo da resistência humana. Parece que dominá-la, com arte, era a glória e a materialização dos sonhos das pessoas. Em Machu Pichu, está presente com toda a maestria da mão humana.  Soberanos, na História do Mundo, fizeram usá-la para edificar suas cidades, suas muralhas para proteção contra o inimigo e para guardar seus domínios e territórios, ou para sua tumba. A custa do suor e do sangue dos escravos. Foi assim nos primórdios das civilizações. Foi assim até recentemente.

Euclides Riquetti
24-01-2013

Poema cor-de rosa

 







De rosa e de santa vi
Vi seu rosto de santa, rosa
Vi seu roso de rosa de santa
Seu rosto de santa eu vi rosa.

De rosa seu corpo vi
Vi seu corpo vestido de rosa
Vi vestido de rosa de santa
Seu corpo de santa vi rosa.

De rosa-morango eu a vi
Vi seus lábios morango-rosa
Vi seus lábios de rosa-morango
Seus lábios morango eu vi rosa.

De rosa de amor eu a vi.
Vi seu coração cor-de-rosa
Vi de rosa-amor seu coração
Seu coração de amor eu vi rosa.

De rosa e de flor eu vi
Vi você de flor e rosa
Vi você de rosa flor
Seu ego de flor e de rosa.

No dia dos namorados vi
Vi seu sorriso de rosa
Vi, menina, seu sorriso
Seu sorriso vi de rosa.

Pois foi tão bom que eu a vi
Com sua roupa cor-de-rosa
Com sua roupa de rosa-cor
Com todo o esplendor de uma rosa.

E do pouco que eu a vi
Ficou-me a lembrança rosa
Ficou-me a rosa lembrança
Do amor que vivi, cor-de-rosa.


(Dedico este poema a todas as pessoas
sonhadoras que veem no amor a cor das rosas)

Euclides Riquetti

O botão da rosa




O botão da rosa tremeu
Quando você passou
Acho que foi seu perfume
Que o contagiou
(E seu balançar o  emudeceu)...

O botão da rosa era vivo e galante
Portava-se como um príncipe virtuoso
Bonito, formoso!

O botão da rosa era predestinado
A tornar-se uma rosa encantada
Talvez branca
Talvez vermelha
Ou rosa matizada.

Mas quando você passou
Bonita e deslumbrada
Jogando sorrisos pra todo lado
Intimidou-se o rapagão
Que via-se ficar apenas botão.

Mas passou a tarde e a noite chegou
E caiu sereno na madrugada.

Então, na manhã azul chegou a fada
Com sua varinha abençoada
E o botão sentiu-se revigorado
E ficou todo prosa:
Um toque da varinha mágica
Era tudo de que precisava.

Então  virou uma bela de uma rosa
Esplendorosa
Perfumada!
Que foi por você beijada
E levada...

O botão  virou uma moça
Bela, risonha, cobiçada
Muito amada
Como você...
Euclides Riquetti

Ferrovia do Contestado - Uma história, uma causa a defendermos

 

!

Sete anos e meio depois e...nada! 


Estação de Rio Capinzal - 1930 - presença do Presidente Getúlio Vargas em minha terra natal.

          O último domingo amanheceu muito frio. As pessoas não se encorajavam em sair de casa.  Mas eu estava determinado, tinha planejado participar da ação "Pela trilha dos trilhos"! Tinha compromisso ao meio-dia, um almoço. Podia conciliar as duas coisas e assim o fiz. A alegria e a satisfação de encontrar pessoas que podem tornar-se novos amigos e reencontrar outros,  faz parte de meu ser. Sou inquieto, gosto de buscar a satisfação de minhas curiosidades.

          O desconhecido me amedronta. O misterioso me desafia e me fascina. Andar, a pé, por um lugar onde, há meio século costumava passar de trem, me traz belas e deliciosas recordações. E emoções...

         Como fora marcado, cheguei alguns minutos antes da hora da saída: 9 horas, defronte à desativada Estação Ferroviária de Herval d´Oeste, com o objetivo de seguir rumo ao Norte, até onde se situava a antiga Estação Luzerna. Soube que, bem cedo, antes de clarear o dia, o Ninho e mais dois havia partido, devendo chegar em Ibicaré.  Como nos fora recomendado pela amiga Edna Faganello, calçados com proteção por causa da relva úmida. Na verdade, havia chovido muito nas horas anteriores e os trilhos e dormentes, que há mais de 30 anos ali repousam praticamente sem uso, estavam cobertos de água, barro, capins e muito "beijos". Uma das aventureiras, a Sandra (Emmerich), natural de Erechim, relatava que, quando foi construída a ferrovia, foram jogadas toneladas de sementes de "beijos" ao longo da obra. E suas sementes, após a devida dormência,  em cada ano, reflorescem maravilhosamente.

         O Elias Zampirão e a esposa, Suzete Mott, têm conhecimento da história de cada lugar por que passávamos: "Ali é o Poço Rico", e contava uma história de que era um lugar fundo e que dizem que há uma espécie de "pote de ouro" ou algo assim, que ali uma vez foi jogado. Mais adiante, mostra um lugar e se posiciona sobre ele: "Aqui, há 32 anos, tirei uma foto!" Nascido em Herval d ´Oeste e filho de ferroviários, conhece muito de nossa estrada-de-ferro. O professor Rogério, que serviu no 5º BE - em Porto União, fala de suas idas de trem para aquela cidade. A esposa, Célia Reni (Barcella),  que sempre o acompanha nessas aventuras, lhe dá total apoio. Sabem, ambos, da importância deste bem. De qualquer forma, uma caminhada em que se experimentou o medo ao atravessarmos uma ponte danificada, o riso pelas histórias e causos que a turma contava, e a emoção refazermos um caminho que fiz, há 4 décadas, pela última vez, no trem.

          O Henrique Glaser, que foi Gerente da Caixa em Capinzal, é um entusiasta de causa e até levou uma faixa alusiva, com a inscrição: REATIVAÇÃO FERROVIA DO CONTESTADO JÁ!,  de cujas fotos estamos repercutindo no facebook. Lembramos de quando nos conhecemos, em 1977, ocasião em que  me atendeu na agência de Joaçaba, em que eu fora transferir uma conta da agência de União da Vitória, uma vez que viera morar em Zortea e esta era a agência mais próxima. A Fátima de Souza, dizia que gosta de escrever poesias, que é do Barro Preto, ali de Capinzal. A Mercedes do Nascimento esteve lá para apoiar nossa saída. As irmãs Sinclair e Maria Helena Biazotti, que são naturais nde Tangará, muito entusiasmadas, eram crianças quando o trem parou de andar por aqui. Através delas, fico sabendo que meu colega de Letras da Fafi, em União da Vitória, Lodovino Pilatti, está morando em Tangará. Não o vejo há exatos 40 anos...

          Quase duas horas admirando os paredões de pedras, os muros de contenção e as artes correntes que foram confeccionadas pelos trabalhadores na primeira década do Século XX. Muitos conflitos, mortes, desentendimentos e entendimentos. Uma obra com derramamento de sangue e secundada pela Guerra do Contestado. Um ferrovia que foi privatizada e que foi desativada. Uma estrada abandonada que corta todo o Vale do Rio do Peixe, desde a divisa com o Rio Grande do Sul, em Marcelino Ramos, para nos levar a União da Vitória. Uma ferrovia que originou histórias e romances. Algo que marcou a vida de milhares, quem sabe de milhões de pessoas que por ela transitaram nos mais de 70 anos em que esteve em operação.

          Agora, a pergunta: "Por quê? Por que, em tempos em que as BRs estão apinhadas de veículos, não de recupera para finalidades turísticas ou então se moderniza para o transporte da produção regional?"  Certamente que a resposta, alguma hora virá. É uma patrimônio histórico, cultural e econômico fantástico.

          Sabemos que já há decisão judicial irrecorrível de que os proprietários devem recuperar a ferrovia e deixá-la em condições de operação comercial. Sim, porque quando a adquiriam, essa era a condição legal. Se deixaram que chegasse à condição atual, é problema deles que não cuidaram do que era seu de direito mas também de dever. De nossa parte, estamos juntos para defender nossa história e nossa cultura. Muitas vidas foram sacrificadas e muitos conflitos gerados para sua implantação. Entendemos que, agora, não é justo que todo esse sacrifício fique relegado a "não ter importância".

Euclides Riquetti
26-05-2014

No dia dos namorados...

 







No dia dos namorados:

Venha pra perto de mim
Chegue aqui, bem pertinho
Me abrace devagarinho
Bem assim...

Venha e me afague
Me acarinhe e me queira
A vida inteira...

Fuja do frio da madrugada
Do vento da tarde outonal
Fuja do que lhe faz mal
Na manhã de geada...

Venha e me embriague
Me acaricie e se entregue inteira
De qualquer maneira...

Venha pra me dizer que sempre me quis
E que quer ser feliz
Quer ficar junto de mim
Bem assim!

Euclides Riquetti

Vem beber do cálice da paixão - Feliz Dia dos Namorados

 



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Vem beber no cálice da paixão
Vem beber do vinho que nos excita
Vem beber de minha alma e de meu coração
Vem beber-me  com tua boca bonita...

Vem, e traz com ela teu corpo sedutor
Os teus olhos amendoados
Delicados...
A tua pele macia
E tua  voz de poesia...

Traz também as tuas mãos carinhosas
As tuas pernas formosas
O teu rosto divinal
O teu corpo colossal.

Vem beber de meus sonhos
De meus lábios risonhos
Vem banhar-te em meu suor
Declamar-me versos de cor.

Vem. Te espero...
Vem beber no cálice da paixão!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Choveu no início da noite

 





Choveu no inicio da noite e a chuva que lavou minha alma
Veio dócil, suave, fresca e calma!

Choveu para dar alento aos corações aflitos
Para dar muita paz aos seres em conflito!

Choveu com pingos que pareciam gotas de cristal
E que se desmancharam  na pele de teu corpo escultural!

Choveu quando eu buscava a melhor das inspirações
Para compor-te um poema e expressar minhas emoções!

Choveu! ... e a chuva fina que molhou teus cabelos macios
Chamou-me a acariciar teus ombros belos e esguios!

E, enquanto chovia, e eu viajava pela imensidão do universo
Compus-te este poema simples, com estes meus versos...

Para ti!

Euclides Riquetti

De mãos e de braços dados com seu sorriso

 





Dize-me que me amas e eu direi que te amo
Dize-me que me queres e eu direi que te quero
Dize-me que precisas de mim e direi que preciso de ti
Porque, na noite longa,  eu te procuro e te chamo
No dia claro eu te busco  e com saudades te espero
Adoro quando vibras, quando, alegre, me sorris!

Dize-me que não há espaço para as lamentações
E que em cada novo dia esperas por mais uma vitória
Dize-me que nossas almas e nossos corações
Já têm um caminho juntos, compartilham uma história
Dize-me que nossos caminhos levam-nos sempre a um lugar
Onde possamos nos termos e nosso desejo saciar.

E, se tudo o que desejarmos se tornar verdadeiro
Se nossos sonhos puderem  ser compartilhados
Se nos pudermos entregar  um ao outro por inteiro
E nossos ideais puderem,  sempre,  serem alcançados
Viveremos ainda dias muito animados e prazenteiros
E caminharemos  juntos, de mãos e de braços dados.

Euclides Riquetti

Vasco - apenas Vasco! Na alegria e na dor...

 


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Vasco
Apenas Vasco
Na alegria e na dor
Sempre Vasco!

Vasco do meu coração
Minha grande paixão!
Vasco que me faz sofrer
Algo que faz doer...

Vasco é palavra exclusiva
Que me inspira
É meu preferido tema
Para um novo poema!

Mas, paixão é sempre assim
Acontece pra você
Acontece pra mim
É amor que permanece
É amor sem fim!



Euclides Celito Riquetti - Poeta e cronista
Vascaíno Catarinense - Administrador do
Blog do Riquetti 

Obrigado por me quereres

 





Obrigado por me quereres
Por me deixares que te queira
E também por me dizeres
Que me amaste a vida inteira.

Obrigado por existires
Por fazeres parte de meu mundo
E por comigo dividires
Um sentimento tão profundo.

Obrigado por me escreveres
Um poema, um recado
Tens-me crédito, tens haveres
 Por me teres felicitado.

Obrigado por me aceitares
Do jeito assim como eu sou
Quero a tua felicidade
Pelo que me proporcionou.

Obrigado por estares comigo
Sempre bonita e formosa
Por me deixares estar contigo
Mulher doce e carinhosa!

Euclides Riquetti

Revisitando o Deus Negro - reedição




          Não sei o porquê de hoje ter-me voltado à década de 1970, uma das mais produtivas de minha vida. Mas algo me impeliu a retornar a ela e, por conseguinte, relembrar de como era a vida dos jovens. Eu queria estudar, fazer uma carreira, construir uma vida digna, ter confortos que não tive antes, "ser alguém". E então  lembrei-me de pessoas que me apoiaram, me ajudaram... e também dos que me jogavam na vala da "ninguenzada".


           Quanta coisa contabilizei naquela década: Fiz 18 anos, terminei o curso de Técnico em Contabilidade, passei no vestibular, mudei de cidade, de estado, de trabalho, badalei muito, namorei,  terminei meu curso de Letras/Inglês, casei-me, tirei carteira de motorista, comprei meu primeiro carro, fiz concurso para professor, fiz minha casa, tive duas filhas, gêmeas. Ah, e escrevi algumas poesias que acabei jogando no lixo. Como gostaria de reavê-las! Apenas duas salvei, porque foram publicadas num livro, em União da Vitória e me restaram "Tu" e "Uma Oração para Você", esta muito significativa, que compus no verdor de meus 20 anos...


          Naquela década,  usávamos cabelos compridos, calças boca-de-sino e mais adiante pantalonas, camisa xadrez ou com estampas florais,  meias vermelhas, perfume Lancaster ou Pretty Peach. E, quem conseguia obter,  calça Lee ou Levi´s importada, indigo-blue. Era bacana ter jaquetas Lee ou então verde-oliva, a cor do Exército Brasileiro. Comprávamos distintivos "US Army" ou "Marinner", que aplicávamos nos ombros das jaquetas,  e isso era marca de prestígio perante a galera. Alguns conseguiam umas camisetas de malha de algodão que tinham a inscrição: "University of Californy" ou "Columbus University". Isso significava sucesso garantido.


          E as mulheres? Bem, a maioria delas também usava roupas assim, unissex. E a minissaia dos anos 1960 e as saint tropez  acabaram  substituídas  por shorts curtos, aquelas meias "cabaret" e botas de cano médio ou longo. E, a partir de 72,  aquela onda de, no inverno, usar blusa de tricô e meia da mesma lã e das mesmas cores.


          Nos cinemas Guiliano Gemma fazia o Ringo derreter os corações das mulheres e as músicas italianas e  francesas que vinham nos compactos simples ou duplos e nos long-pays imperavam nas rádios.  A onda "inglês" veio meio junto, com  "The Beatles" em seu rock.


          Mas a grande onda da década veio por conta de uma ofensiva da Igreja Católica no sentido de mobilizar as novas lideranças jovens e reanimar as já maduras para suas lides religiosas.  Começaram com o cursilhos, obra iniciada na Espanha bem antes do que no Brasil.  Nunca participei de um, mas muitos amigos meus fizeram parte de ações cursilhistas. Jovens que optaram por deixar o seminário passaram a atuar como professores ou engajando-se nas atividades da Igreja. Inteligentes e com boa formação,  eram bons exemplos a serem seguidos.


         Foi nessa época que o corumbaense que foi para São Paulo aos 16 anos, Neimar de Barros, deixou o trabalho de junto à TV do Sílvio Santos, onde dirigiu os programas "Cidade Contra Cidade" e "Boa Noite Cinderela" e converteu-se de ateu para Católico Apostólico Romano. Tornou-se escritor poeta e pensador,  e passou a ter forte liderança dento da Igreja Católica. Visitou mais de 4.000 comunidades religiosas e vendeu mais de 4 milhões de exemplares de seus mais de 10 livros que escreveu nas línguas portuguesa e espanhola.


          Em 77, quando eu me iniciava efetivamente no Magistério Catarinense, na Comunidade de Duas Pontes, hoje município de Zortéa, em Santa Catarina, a moda  era ler "Deus Negro", de Neimar de Barros. Logo depois surgiram outros livros dele e o que mais chamava  atenção era "O Diabo é Cor-de-rosa". Todos liam, recomendavam, iam passando adiante a ideologia, o pensamento do convertido autor. E, em seu rastro,  também vinha o Artur Miranda, que conheci lá na Casa Paroquial de Capinzal.

          Em 1986 Barros concedeu uma entrevista à Revista Veja que fez grandes estrondos nos meios religiosos brasileiros. Declarou que estava infiltrado na Igreja a serviço da maçonaria ( o que nunca foi comprovado, acho que foi invencionismo dele), que estava descobrindo os podres da mesma e disposto a revelá-los para o mundo. E declinou diversas "vergonhas" que estariam acontecendo nos meios eclesiásticos. A repercussão foi das piores.


         Eu tinha lido justamente os dois livros que mencionei, entrei na onda da época, era imaturo, não tinha propriedade sobre minha opinião ainda. Fiquei muito revoltado com ele e mesmo os comentários que li sobre ele, oriundos de seus admiradores internautas, não me fizeram mudar em relação ao péssimo conceito que formei a seu respeito. Acho que ele foi ou oportunista, ganhando muito dinheiro e se promovendo em cima da de nossa Fé, ou  um baita enganado,  que usou de meios pouco legítimos para atingir  seus nebulosos objetivos.


          Acho que de bom alguma coisa restou nessa história:  muitos jovens, na época, foram surgindo como lideranças nas cidades, alguns que se conheceram nesses encontros até constituíram família, tornaram-se importantes gestores públicos e privados, empreendedores, educadores. Enfim, essa geração teenager que tornou-se adulta  naquela década, deixou filhos com elevado nível de formação pessoal e intelectual que estão espalhados pelo Brasil e pelo mundo,  fazendo sua parte no contexto de nossa história.


          No ano passado, dia 06 de maio, bastante debilitado em função do Alzheimer de que estava acometido, Neimar de Barros veio a falecer. Sua morte passou em branco. Não pela doença, mas por ter sido rejeitado pelos eus fãs em razão da falta de coerência entre o que pregou e o que deixou de concreto como exemplo. Caiu no ostracismo e os brasileiros o esqueceram. Só lembram de seu nome os pré-idosos que viveram em seu tempo. Os outros, só conhecem o Neymar que joga no Santos, baita craque de bola!


Euclides Riquetti

27-02-2013

Quando o sol voltou

 







Quando o sol voltou
Depois das nuvens e das tormentas
Todo o oceano se acalmou
Ausentaram-se as águas violentas.

Quando a tarde serenou
E as nuvens alvas voltaram
E o céu, de novo, se azulou
Apenas saudades restaram.

Porque, depois das turbulências
Volta a paz
E a normalidade se refaz.
Porque, depois dos conflitos
Tudo de apazigua no infinito!

Euclides  Riquetti

Poemas e crônicas de Euclides Celito Riquetti - ver no Blog do Riquetti
pelo google!

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Um pedacinho de teu coração

 


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Quero que me dês
Um pedacinho de teu coração
Ou, quem sabe, talvez
Um amor com ilimitada paixão.

Quero que tu leias
Alguns dos poemas que te fiz
Os que escrevi nas areias
E os que viraram canção raiz.

Quero que tu me digas
Que tudo valeu muito a pena
E que tudo nesta vida
Não é ficção, nem cinema.

Quero que acredites
Em tudo o que quero dizer:
Viver para amar sem limites
Viver a vida com prazer!

Então, me dá um pedacinho
Um pouquinho de teu coração
Para eu guardar com carinho
Com carinho, amor e paixão!

Euclides Riquetti
19-03-2019

Rememorando: Fábio Dresch - homenagem

 


      
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Fábio Dresch - Diretor do Laticínio
Tirol, de Treze Tílias

       Perdemos no  sábado, 16-03-2019,  no Hospital Santa Terezinha, em Joaçaba, o Sr. Fábio Dresch, diretor Administrativo e Financeiro do Laticínio Tirol, de Treze Tílias, aos 47 anos. Dresch vinha lutando contra uma doença grave há pouco mais de um ano, procurou os melhores tratamentos, mas não resistiu. Lamentamos muito o seu falecimento e desejamos que a família enlutada encontre a força necessária à superação da dor da perda na Proteção Divina.

       Fábio Dresch era uma pessoa muito querida por todos os que dividiam com ele a amizade ou o ambiente de trabalho. Tinha semelhança física e modos muito parecidos com os do seu pai, o saudoso amigo Afonso Dresch, que foi prefeito de Treze Tílias e de Joaçaba, além de Secretário de Estado da Habitação e Ação Social na Administração estadual de Vilson Kleinubing.

       Fábio herdara os gostos do pai, participava dos eventos culturais de sua cidade, era uma pessoa de grande credibilidade não apenas em Treze Tílias mas também no âmbito nacional, em razão de seu trabalho como gestor da empresa em que era diretor e como propagador da cultura austríaca.

Resultado de imagem para fotos de Fábio Dresch com o pai Afonso       Que Deus o tenha em sua Eterna Glória e que a paz reine nos corações de todos os que sentem pela sua partida tão prematura. Deus os abençoe!



Euclides Riquetti
17-03-2019





Saudoso Afonso Dresch -  meu amigão, ardoroso defensor da
cultura e do turismo em Treze Tílias.

Euclides Riquetti

Cá estou eu de novo!







Bom dia....um ano mais velho!
Mais velho, sim
Hoje é meu aniversário...
Obrigado por me desejar
Bons presságios.

Preciso de você
De seu apoio incondicional
Preciso de seu bom dia
Do seu beijo matinal.

Doce, quente
Ardente
Mas bem real
Nada de virtual!

Ontem, mais novo
Hoje, um ano a mais
A contar nas minhas contas
Não tem como voltar atrás.

Então, só me resta agradecer
Ao Deus todo Poderoso reconhecer
Pela saúde que me dá
Pela minha força que se refaz
Pelos anos que me deu
Pelos aniversários que me ofereceu.

Bom dia!
Feliz aniversário pra mim!
Divido a alegria de estar vivendo
De poder estar aqui escrevendo
Com bom sangue na veia
Para que você leia!

Você faz parte de minha vida
Obrigado...
Beijo gostoso
Muito carinhoso!
Até...

Euclides Riquetti

Nas brancas areias das dunas

 




Vêm as ondas verde-esmeralda banhar meus pés
Enquanto o vento atiça as brancas areias das dunas
Lá nas águas jazem as negras galés
Quando as vagas se requebram em alvas espumas.

Nas cinzentas manhãs do pré-verão
As verdades rebatem à minha porta
E uma dor leve açoita meu coração
Que já não tem certeza de que você se importa.

E em cada grãozinho de areia trazido
O despertar de um sentimento já adormecido
Reanimado pelas águas que balançam.

E em cada corpo que baila, bronzeado
Está você em seu presente e seu passado
Enquanto os anos avançam...

Euclides Riquetti

Beijo com gosto de café coado

 


Beijo com gosto de café passado

Em coador, com a água fervente

É sempre um convite de bom grado

Que muito anima a alma da gente!


Pode ser café Melita ou Tropeiro

Três Corações ou mesmo Iguaçu

É bom todo o café bem brasileiro

De Minas, São Paulo, ou do Sul.


O tão saudoso Sevezani, ou o Pilão

O Guidalli e o antigo Café Santini

Fossem eles cafezinho ou cafezão

Tomados no Barison ou no Lancini!


Café, que não gosta de um bom café

Com açúcar, melado, ou adoçante

Se não gostar,  deve ser doido, lelé

Café, o mais natural estimulante!


Então, me dá um beijo bem gostoso

Café com leite, preto ou Capuccino

Café quente, doce,  forte, saboroso

Alma de poeta, coração de menino!


Euclides Riquetti

10-06-2021











Sorriso de criança

 


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Nada é mais autêntico que o sorriso da criança
Pois nele há singeleza, beleza, ingenuidade
Suas palavras simples  denotam sinceridade
Tempo do qual se guarda a mais saudosa lembrança.

Gestos muito simples, modos sempre delicados
Olhar sutil, bondade no seu coraçãozinho
A proteção materna que a atende com carinho
A segurança ao ter sues pais presentes e dedicados.

Sorriso de criança,  enternecedor e contagiante
Belíssima transpiração de inocência e de docilidade
Sorriso de criança, encantador e  deslumbrante.

Sorriso de criança, dos sorrisos o mais risonho
Inspiração para o poeta, para os pais felicidade
Sorriso de criança, um mundo de amor e de sonho.

Euclides Riquetti

Chuvas de outono

 


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Caem, no meu Outono, chuvas torrenciais
Molham a terra e verdejam as paisagens
Protegem-se, as pessoas, dos ventos fatais
Que fazem tombar plantas e pastagens.

Esconde-se, o passaredo sob folhas planas
Buscam ocos nos troncos os animaizinhos
E nas velhas árvores frondosas e soberanas
Agazalham-se os sabiás e os passarinhos.

Espantam as chuvas as pessoas das praias
Afugentam os homens que aram os campos
Já não correm os cavalos zainos nas raias
O balido das ovelhas assemelha-se a prantos.

Riem, os idosos, do medo dos meninos
Não se abalam com fenômenos conhecidos
Não temem as intempéries e os desatinos
As marcas da vida os deixaram fortalecidos.

Enquanto isso, penso nos anos que se vão
Penso em você e nas tormentas da sua vida
Rezo a Deus para que lhe dê Sua proteção
Mas chora a minha alma débil e sofrida...

Euclides Riquetti

A chuva da manhã de outono

 




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Na manhã chuvosa de outono me chega a canção
Que me vem trazida pelo vento
Pousa, suavemente, em meu pensamento
E se aloja em meu frágil  coração.

Vem, num carrossel de anjos que vêm
Com sua melodia indescritível
Canção de sabor aprazível
Vem me deliciar também.

Na manhã chuvosa de outono vem a canção que me afaga
A canção da noite, que você repete
E que me acalenta, me confunde e me embriaga.

Na manhã chuvosa de outono meu coração silencia
Enquanto se acalma, pensa, reflete:
Quer esperar você, cheio de uma doce  nostalgia.

Euclides Riquetti

O homem que matutava e os ombros da Letícia Sabatella

 




          O Apolinário matutava. Não era jeca, não era analfabeto. Tinha até pós-alguma coisa, acho que graduação, mas matutava. De vez em quando matutava e falava, baixinho, que era para que ninguém percebesse e não o achasse louco. Louco não era. Era normal como todos os outros meio anormais que estão por aí, matutando. Pensava no seu time que andava perdendo muitas. Não havia treinador que desse certo. O caso era de pouco sebo nas canelas. E a gurizada não quer mais saber de por o sangue nos olhos. Todo mundo quer sombra e água fresca, mesmo que seja à noite.
 
          Matutava o Apolinário. Não que matutar fosse sua predileção. matutava por matutar. E, enquanto matutava, contava. Não era o "contar causo", era o contar de fazer contas, contas "de mais" como a professora ensinou muito bem na primeira série. Na segunda, já as contas eram bem maiores, com mais algarismos. Algarismos são aqueles pequenos desenhos que hoje chamam de dígitos. E, matuta vai, matuta vem, e nada de respostas para suas indagações. Pensava na novela do horário das sete, "Sangue Bom". E constatava em sua matutice que pouco havia de bom no sangue daquela tropinha chamada elenco. Não nas pessoas deles, mas de suas personagens. Ah, que vontade de dar uma surra na Damáris. Podia ser na Gládis, aquela desavergonhada da irmã dela que está tentando o Lucindo...Não! Esses três fazem a parte boa, a engraçada da novela. Não merecem nehum castigo. Seria um sortilégio fazer isso, Santo Deus!

          Estava o Apolinário a matutar. Não havia outra coisa a fazer enquanto caminhava. As moçoilas e os rapazotes passavam, iam pra frente, pra trás. Certamente que não matutavam, não precisavam disso, nem tinham tempo para isso, tinham que falar ao telefone celular: " E aí, mano?! Vamos fazê umas quabrada na náite?! O Apôli não entendeu nada. Nem queria entender aquela falação sem graça. As "mâna", então, grudadas no seu Infinity-pré, também de nhém nhem:  "Oooooiiiii, lindaaaaa! Como cê tá massa!  - e o Apolinário, definitivamemente, nem queria ficar perto de gente assim. Continuava a pensar na novela: Quanta gente aquela Maiara/Amora, Amora/Maiara enganou antes de descobrirem todas as sacanagens que aprontou na novela! Pior que ela, só a mãe dela, a Bárbara Hellen. Elas são duas tranqueiras, bem que se merecem. Bonitinhas, mas ordinárias, como diria o Nélson Rodrigues... Mas tem o Bento que é gente boa. Tem sangue bom!

         Tendo matutato já um tantão,  o Apolinário pensou em virar o pensamento para outro lado. Uma psicóloga, uma vez, dissera para sua namorada que,  quando ela tivesse um pensamento runho,  era pra tentar pensar num pensamento bom, algo que deleitasse, que desse prazer. Então, ele começou a pensar nas personagens boas da novela e fixou-se na Verônica. A verônica, pra quem não sabe, é a mesma Palmira Valente que deixa seus afazeres de publicitária para exercitar seu hobby, cantar no Cantaí. E como ela canta! Com certeza seu vídeo vai bombar na internet. Mas a parte melhor, mesmo, a que mais toca o coração desapegado do amigo fica por conta dos ombros da Letícia Sabatella. Ah, que ombros! Você já reparou? Não? Então veja a novela e depois você vai ver se o Apolinário não tem razão. É um navio de areia para o seu caminhãozinho. Ah, se é! Como são belos os ombros da Letícia Sabatella.

Euclides Riquetti

Mar - uma arte de amar

 






A ação do mar que vem sobre a areia
É uma obra natural e da maior arte
Ele apara o chão quando se incendeia
Que então se aplaina por toda a parte.

Majestoso e forte nosso mar bravio
Se enfurece com a reciclagem do luar
Sobre ele balançam barcos e navios
Que saem, garbosos, para navegar.

Ah, mar!, doce mar das águas sulinas
Doce mar das ressacas e das calmarias
Mar de meus encantos, de ondas salinas.

Ah, doce mar dos dias mais adoráveis
Doce mar de todas as minhas alegrias
Mar das manhãs e tarde memoráveis!

Euclides Riquetti

Belas manhãs de outono





O outono nos trouxe suas belas manhãs
Acanhadas, tímidas, ventosas
Levemente chuvosas
Mas também manhãs.

E nos trouxe as tardes amenas
As nuvens claras e cautelosas
Quietinhas , dengosas...
Apenas nuvens, nuvens apenas...

O outono nos traz lembranças
Das pessoinhas  agasalhadas
Luvas nas mãos, jaquetinhas bordadas:
Adoráveis e belas crianças.

O outono nos leva ao passado
Aos momentos mais sentidos
Aos abraços mais comovidos
Recebidos e dados: lembrados!

Ah, outono, quantas e quantas saudades...

Euclides Riquetti