O palco teatral da CPI nos apresenta uma
peça muito cômica. O mais destemperado dos senadores da Comissão Parlamentar de
Inquérito se chama Renan Calheiros. Aquele mesmo que, junto com Fernando Collor
de Mello e Paulo César Farias, foram protagonistas nos noticiários quando do
impedimento do ex-Presidente, há três décadas. Era conhecido como o chefe da
tropa de choque de Collor. Não conseguiu blindá-lo e o seu padrinho foi
cassado. De lá para cá, teve sua imagem e nome relacionados a diversos escândalos
na política, dentre eles o caso que tinha com a jornalista Mônica Veloso, por
quem se apaixonou e com quem teve uma filha fora de seu casamento, e lhe dava
guarida usando bens públicos, ou dinheiro público, inclusive transporte aéreo. É certamente o senador mais controverso de
nossa República. Tudo o que disser e fizer não terá nenhum efeito perante
grande parte da população brasileira porque ele não tem nenhuma credibilidade.
Deviam ter colocado em seu lugar uma pessoa que tivesse o passado razoavelmente
limpo. Escolheram o pior deles. Mas, se votam sempre nele em Alagoas, deve
fazer muito pelo seu estado...
Quando jovem, Calheiros morou de favor
em casa de amigos. Agora é fazendeiro multimilionário. Alguns seres têm uma
capacidade muito maior de administrar bem seu patrimônio!
É filiado ao MDB e Senador pelo estado
de Alagoas e está em seu quarto mandato, tendo sido presidente do Senado por
três ocasiões já. Presidente do Senado por três vezes, na última renunciou por
causa das denúncias de corrupção contra ele. Teve vitórias e derrotas no STF.
Mas vai sobrevivendo!
Aprovada a convocação de parte dos
governadores para depor na CPI da Covid, alguns já estão buscando no Supremo o
direito de não comparecer ou apenas irem na condição de convidados e não de
convocados. Mas a realidade é que a CPI vinha visando a apenas desmontar o
pessoal que serviu ao Governo Federal, notadamente o General Eduardo Pazuello,
para que este viesse a incriminar o Presidente da República. Até as baratas mais
tontas sabem que quem é fiel ao chefe jamais vai entregá-lo aos leões. Agora,
crescem as notícias, verdadeiras ou não, sobre os malfeitos de Renan Calheiros
em sua vida pública. A presença de governadores de estados onde ocorreram
investigações pela Polícia Federal é de suma importância. E mesmo que prefeitos
que são usados de darem destino diferente ao qual se destinavam recursos
recebidos da União para ações de combate à pandemia. Nem nosso estado de Santa
Catarina deveria ficar de fora, pois muitas ações aqui só foram interrompidas
porque houve efetiva intervenção do Ministério Público e do Tribunal de Contas
do Estado, o TCE.
Enquanto isso, um assunto bombou no meio
político e nos meios de comunicação: a Possibilidade de realização da Copa América
no Brasil. Como sempre, apareceram os contra e os a favor. Até em nível local há posições divergentes
dentre nossos comunicadores. Como tudo, o assunto está altamente politizado.
Mas vale lembrar que duas competições internacionais envolvem clubes brasileiros
aqui a América do Sul: a Copa Libertadores da América e a Copa Sul Americana,
chamada de Sula. E a movimentação de equipes de nove países que disputariam a
Copa América, sem público, seria menor do que a de diversos clubes que estão
disputando as duas competições.
A mim, tanto faz! É um torneio de pouca
importância e deveria ser tirado do calendário do futebol Sul Americano. E,
para a Seleção Brasileira, uma mera ilusão. Já vimos o Brasil vencer a Sul
Americana e depois dar vexame na Copa do Mundo. Os clubes europeus estão com um
nível de futebol bem acima do nosso. Nossos clubes, quando conseguem conquistar
a libertadores e vão, em dezembro, disputar o mundial de clubes, seja qual for
o nome que deem a essa competição, só têm amargado derrotas. Então, para não
vivermos a ilusão do futebol, o bom seria que a competição em questão nem mais
deveria ser realizada nos anos futuros, para o bem do futebol brasileiro. Mas,
como o futebol é uma atividade de relevância econômica, porque envolve estruturas
de eventos mesmo quando acontece sem público, que proporcionam trabalho a
diversas categorias de profissionais. As próprias transmissões, por qualquer
meio que aconteçam, envolvem muita gente e muito dinheiro.
Em meio a isso tudo, a economia brasileira
apresentou um crescimento de 1,2 % no PIB do primeiro trimestre, impulsionada,
principalmente, pela produção da agricultura, da pecuária, e nossa grande
capacidade produtiva. Os agropecuaristas continuaram produzindo, a indústria
transformou ou beneficiou, os caminhoneiros transportaram, mesmo com altos
valores do diesel e dos vergonhosos pedágios. O Brasil real está aqui. O Brasil
fantasia se concentra, principalmente, em Brasília.
Euclides Riquetti – Escritor – Publicado no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC - 04-06-2021
Richetti, a Copa América em si é uma boa coisa, ela aproxima países latino americanos hoje tão distantes, pelo óbvio interesse político e econômico do decadente Imperio americano.
ResponderExcluirHoje, entendo que não deveria ser realizada, não só pela pandemia, mas porque, neste momento, só beneficiará o uso mais deletério da política, por gente que não pensa o bem do Brasil. É vergonhoso que assim procedam. São coisas dignas de ditadores asquerosos como Videla e Garrastazzu...
Na CPI o problema não é Calheiro e sim jair messias bolsonaro e seu entorno, motivo do inquérito.
Roberto Jeferson e não Calheiro foi o líder da tropa de choque de Collor. Aliás, coincidentemente hoje, também o é de bolsonaro. Vive ameaçando, fazendo arma e arminha tal qual seu protegido. Cosa feia!
A CPI é um circo por expor as mazelas do poder. Nessa peça quem dá os maiores shows são os atores bolsonaristas com suas mentiras descaradas. Chega a ser risível.
A CPI tem a vantagem de mostrar ao povo aquilo que a mídia corporativa esconde. Só por isso ja valeria a pena, porque desnuda essa tremenda hipocrisia do sistema.
Entendo que o Brasil, mais do que nunca, ´precisa da verdade.
Os mais esclarecidas precisam, sem medo, contar essas verdades àqueles que tanto sofrem...