sexta-feira, 21 de outubro de 2016

E, se eu te abraçasse





E, se eu te abraçasse
Impetuosamente
E tu me quisesses
Perdidamente
E eu te beijasse
Ardentemente...

E, se você me abraçasse
Deliciosamente
E se eu te quisesse
Adoidadamente
E tu me beijasses
Docemente...

Eu me perderia em teus aromas
E tu te perderias nos meus
Certamente!

Euclides Riquetti
21-10-2016


Sopa quente - ah, que delícia!




          De vez em quando me vêm à mente algumas situações muito agradáveis que vivi durante minha infância. Sinto que a bela fase pela qual todos nós passamos está sempre presente em meu imaginário e me volta constantemente. Dizem que a mente deleta as coisas ruins e nos traz à tona as coisas boas. Concordo plenamente que seja assim.

          Quantas e quantas vezes, ao degustar uma sopa, lembro-me, com muitas saudades, das sopas que,  carinhosamente,  preparava minha madrinha, Raquel, e sua filha Ladires, lá no Leãozinho. E que a Nona Baretta, a Severina, e as tias Iracema (Baretta Mazera) e Ivani (Baretta Dal Cortivo), com muito carinho, preparavam para os sobrinhos, muitos que éramos a visitá-las, em nossas férias escolares, lá na Linha Bonita. Também, de algumas que "devorei", na Casa do Tio Valentin (Baretta) e minha adorável Tia Marietina, irmã de meu pai,  ou na Tia Joana (Dambrós - Riquetti)  lá perto da Linha dos Frigo, onde meu pai tinha sua colônia de terras. E as sopas que minha sogra, Dona Ana (Anzolin Carmignan) , me oferecia lá em Porto União, naqueles tempos tão difíceis de estudante...  Sempre sopa de feijão, geralmente com macarrão ou arroz, tempero vegetal, muito gostosa. Eu adorava isso.  E as que minha mãe, Dorvalina,  nos preparava, com muito carinho, ali no Ouro. Saudades de todas...

          A simplicidade e o carinho com que faziam as sopas, uma maneira fácil, prática e econômica de alimentar mais de uma dezena de bocas, a cocção em fogão aquecido com lenha, esmaltado e floreado, deve estar também em sua lembrança, amigo leitor. Não nascemos em "berço de ouro", todos tinham que trabalhar, eram muitos em cada família. E a sopa, além de suprir tudo isso, era uma maneira de aquecer-nos no início das noites mais frias do inverno. Às vezes, umas colheres de vinho tinto misturado à sopa de feijão, davam-lhe um sabor especial e ajudavam a aquecer. E aquela tigela de queijo ralado, envelhecido, para sobrepor numa deliciosa camada, cheirosa, que nos atrai. Com generosas fatias de pão caseiro e uma rodelas de salame colonial bem curado, um copinho de vinho... ah, que delícia!

          Nossa vida não precisa de muitos "luxos" para ser boa. Alimentos preparados com muito carinho, com os temperos que a Nona ou a Mamma souberam combinar, e que foram ensinando às filhas, podem fazer nossa alegria todos os dias. Sopas, macarronadas, risotos, carnes assadas ao forno, saladas, tanta coisa boa, enfim. Comia boa e saudável, que enseja longa vida!

Euclides Riquetti
08-11-2013

Na manhã em que o sol se escondeu





Na manhã em que o sol se escondeu
Porque foi brilhar em outro lugar
Meu coração ferido em dor emudeceu
Queria andar com você naquele mar....

Na manhã do céu do azul cinzento
Os pássaros nos galhos se aquietaram
E eu busquei você no firmamento
Onde as nuvens negras se espalharam...

Na manhã da primavera renegada
Até as flores mais bonitas feneceram
Rezei por elas, por você na madrugada
Não sei por que vocês se esconderam!

Espero que o sol volte prazenteiro
Espero dar sentido a este novo dia
Espero por um recado alvissareiro
Que me devolva a paz e a alegria!

Euclides Riquetti
21-10-2016




quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Uma "invenção" que ainda ninguém inventou..






         De vez em quando me vejo na situação de imaginar algumas coisas que ainda não foram inventadas. A inventividade vem em razão da necessidade. Quando preciso de algo, fico imaginando se poderiam inventar algum bregueço que resolvesse isso, que me desse uma resposta. Por necessidade, ou ocasião, já inventei algumas palavras. Nem me lembro de quais, mas já inventei. Quando tenho uma ideia serpela, mas estou com o problema do inefável, como diria meu professor Francisco Filipak, acabo inventando alguma palavra...

          Acho que já relatei sobre quando era jovem e fui ao Supermercado Dona Amália, dos D´Agostini, em Capinzal, e vi lá que o Tio Arlindo Baretta, açougueiro,  já dispunha de uma balança que pesava e já calculava o valor da carne que era colocada na balança. Muitas vezes, antes, eu imaginara uma engenhoca que cumprisse essa função.

          Ao longo dos anos, fui cuidando de coisas que foram inventando para facilitar a vida do cidadão, principalmente ferramentas utilizáveis por pedreiros, marceneiros, carpinteiros e mecânicos. Mas há algumas coisas que ainda me incomodam, senão vejamos; Há pelo menos três décadas começaram a introduzir, por aqui, restaurantes em que as pessoas se sevem num bufete. Também passaram a oferecer  a opção para o pagamento pelos gramas consumidos, na modalidade "em quilo".

         Mas, com relação aos restaurantes, ainda há algo que me intriga: Aqueles garçons, todos, recolhendo pratos e talheres das mesas e levando para  as cozinhas. Em alguns restaurantes, principalmente nos das praças de alimentação dos shopping centers, há aquelas bancadas em que o consumidor coloca todas as tralhas, como bandeja, talheres e pratos, não precisando de gente para recolher.

         Imagino uma invenção que poderia ajudar nos restaurantes e que eu me sentiria muito menos incomodado se fossem colocadas em execução: Ao centro de cada mesa,  deveria haver um orifício redondo e, sob ele, uma esteira adaptada numa coluna de elevação, em que o cliente colocasse o prato e os talheres sujos e esta os conduzisse até a cozinha, onde tudo seria lavado. E poderia haver uma tampa para o orifício, sendo que, quando não em uso, o local poderia ser utilizado para colocar alguma coisa em cima. E, mais perfeito ainda, seria se houvesse um sistema virtual de solicitação em que, se precisássemos de algum utensílio ou bebida, isto viria pela esteira e chegaria até a mesa.

         Você me dirá: "mas daí vai diminuir o emprego para garçons"! E Eu lhe direi: "Mas vão precisar de mais profissionais para fabricação, instalação e manutenção de todos esses equipamentos. E você dirá: "Vai consumir energia!". E eu direi: "Pois que se instalem equipamentos para o uso da energia  solar ou eólica para alimentar os motores dos equipamentos", e assim por diante...

         Hoje, pela manhã, minha filha Michele procurava a chave do carro. Falei: Deveriam inventar uma chave com dispositivo de localização, em que se discasse um número no telefone e a chave fizesse algum barulho onde estivesse e a gente a encontrava"! Ela achou a ideia boa...

        Quando ela foi embora, disquei no google: "chave para carro com dispositivo de localização". E vi que já inventada, que está disponível no mercado um chaveiro que custa de R$ 8,95 até R$ 29,90. Que bom que já o tenham inventado! Pois que, agora, a indústria automobilística fabriquem os carros com um dispositivo na própria chave. Ou será que já estão fazendo isso também?!

E você, já inventou o que na sua vida?

Euclides Riquetti

Vendavais de paixão





Vendavais destroem cidades
Arrasam prédios e praças
E, em tempos de saudades
Arrasam almas onde passam.

Vendavais de amor e paixão
Da força mais descomunal
Arrasam também o coração
Como fossem inimigo fatal.

Vendavais fortes, violentos
Com sua força impetuosa
Arrasam meus pensamentos
Com sua sanha tão belicosa.

Vendavais, ambos, destroem
Destruição física ou moral
E nada mais reconstroem
Nos legando a dor e o mal.

Quiçá o tempo possa reparar
Refazer tudo o que é perdido
Nossas lembranças carregar
Espalhar pelo céu infinito.

Euclides Riquetti
20-10-2016












quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Poetas e escritores - pessoas muito especiais




Existem pessoas muito especiais
São os  poetas e os escritores 
Que conseguem sentir muito mais
Que gostam de gente e de flores
De crianças delicadas
E de senhoras abençoadas:
Têm olhos no braços e nas mãos
Têm a alma no coração!
Poetas e escritores são assim:
Fazem crônicas, contos e versos
E poemas de amor sem fim.
Legam-nos,  com generosidade
Para os seres mais diversos
De toda uma sociedade.
Poetas vendem a ilusão
Escritores navegam... na imensidão!
 O que seria do mundo se não houvesse
Quem contasse as histórias
Quem não avivasse as memória
Que a lembrança fortalece?
O que seria se o papel ficasse apenas branco
Sem palavras, sem tinta, sem grafite
Sem o escrito muito franco
Que a beleza nos transmite.

Ora, escritores e poetas
Poetas e escritores
Sonhadores ou profetas
Profetas ou sonhadores
Nosso mundo precisa deles
Pois, o que seria sem eles
Que, na noite serena e calma
Alimentam nossa alma?
Euclides Riquetti

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Com o calor de seu corpo



Quero que me aqueça com o seu calor
Que me alegre com suas palavras amáveis
Que me abrace com seus braços adoráveis
Que me ame com volúpia e com ardor.

Quero que me beije com beijos de cereja
Que me afague com a mão suave e  macia
Que me olhe com seus olhos de alegria
Que me diga que me quer e me deseja.

Quero ainda que nunca se esqueça de mim
Que reze por mim nas noites enluaradas
Que me envolva em seus pijamas de cetim.

Que aqueça,  com seu calor,  o corpo meu
Que viaje nas nuvens esbranquiçadas
Porque eu, docemente,  aquecerei o seu!

Euclides Riquetti
04-09-2015

Quando a chuva impiedosa destrói as rosas





Quando a chuva impiedosa destrói as rosas
Ela também desmonta os cravos vermelhos
Então me lembro que diante de um espelho
Há  perdições de amor tensas e impetuosas.

Quando os ventos desfolham as caneleiras
Trazem-nos a mais tristonha das melancolias
Causando as mais temidas das estrepolias
Que fazem balançar os galhos das amoreiras.

Quando você não compreende o ser humano
Não sabe avaliar os verdadeiros sentimentos
Não consegue distinguir o sacro do profano.

E, se não vestir as sandálias da humildade
Se não distinguir da natureza os elementos
Perderá seus encantos e toda a jovialidade.

Euclides Riquetti
18-10-2016









A paixão que entorpece


A paixão que entorpece
É aquela que inebria
O amor que incandesce
É aquele que delicia...

A volúpia que atiça
É aquela que entusiasma
Mas como areia movediça
Engole o que não se acalma...

O sangue que corre quente
É aquele que enrubesce o rosto
A saudade do amor ausente
Faz padecer a alma e o corpo...

A vida mundana
É aquela que embriaga
A atitude profana
Nos expõe e nos deprava...

O pecado cometido
É o que nos faz pedir perdão
O beijo proibido
Vale mais que um  milhão.

O teu olhar fatal
É aquele que me atrai
Tua beleza descomunal
É o que em ti mais me atrai...

O canto que enternece
É aquele que gosto de ouvir
A harmonia de cada prece
Me faz te querer, te sentir.

A distância abissal
É aquela que nos traz mais saudade
Nos mostra o sentimento real
Nos aproxima da realidade!

E minha realidade´
Posso dizer, nada me afeta
A não ser uma grande verdade:
Tenho alma de poeta!

Euclides Riquetti
08-09-2015

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Novo Tour para Biturna/Faxinal do Céu e Porto União da Vitória - roteiro






Lagos e natureza exuberante no Jardim Botânico de Faxinal do Céu - Pinhão - PR

 Casarão antigo (museu) da vinícola Sanber, em Bituruna - PR - a Terra do Vinho

 

 Porto União da Vitória (SC e PR) - cidades gêmeas

CR Tur – Facilitadores de Turismo Cultural – Proj.  Maravilhas do Iguaçu
Destino: Bituruna, Faxinal do Céu, União da Vitória (PR), Porto União (SC)
Dia: 03 de dezembro de 2016 (sábado):
6,00 h – Saída da Praça da Catedral – Joaçaba – SC
7.45 h – Parada para Café no Posto Horizonte Líder 4 (não incluso)
9,30 h – Chegada Hotel Grezelle ( Bituruna) e City Tour – Rota do Vinho
12,00  h –Almoço Restaurante Massas Beponi (italiano)- (incluso)
13,30 h – Check in no Hotel
15,00 h – Saída para Barragem Foz do Areia e Faxinal do Céu
19,30 h – Chegada de volta ao Hotel
20,30 h – Jantar no Empório Italiano  (incluso)
Dia: 04-de dezembro de 2016 (domingo):
6,30 h – Café da manhã, colonial, no Hotel. (incluso)
8,00 h – Saída para União da Vitória
9,30 h – City Tour em União da Vitória e Porto União:  Ponte do Arco, Divisa de Estados de Paraná e Santa Catarina, Via Sacra, visita ao Mirante do Morro da Cruz e ao Pocinho do Monge João Maria, Batalhão do Exército, Steinhagger, Avenida Perimetral, Ponte de Ferro e Estação,  Ferroviária, com Parada na Praça Coronel Amazonas (Catedral).
12,00 h – Almoço no Restaurante X Burguer – buffet -   (incluso)
13,30 h – Passagem pelo Marco Zero e parada na loja da Havan para compras.
14,30 h – Início do retorno, com parada em Ervateira de General Carneiro
19,00 h – Chegada em Joaçaba, na Praça da Catedral
Sugerimos levar calçado confortável e agasalho para o Faxinal do Céu.
Contatos: 49 – 35224874 – 99222188 – 98327275  - (Tim)  E. Riquetti
                                                  98355239 (Tim)  – (c Whatts) – Miriam
Apartamento Standard – R$ 290,00 por pessoa

As Biclicletas em Minha Vida

 



            Qual menino não sonhou em ter uma bicicleta na adolescência? Pois não fui diferente! Costumo chegar atrasados em algumas coisas, nem todas. Na escola, entrei no Mater Dolorum, em Capinzal, com oi anos feitos e terminei o ano já com 9. Um varapau compridão em meio aos petiços. Acho que tinha até vergonha... Rádio, na minha casa, chegou quando em tinha uns 13 anos. E, na época, ninguém tinha TV ainda em minha cidade. Mas, bicicleta, a gente tinha, sim. Tínhamos uma Monark Marathon, importada. 
          Meu pai deve tê-la comprado de segunda mão, imagino. Mas era bem conservada, em um tom esverdeado. Tinha um distintivo metálico, na frente, com um maratonista correndo. Eu via meu pai vindo com ela, na ponte Irineu Bornhausen de Capinzal para o Distrito de Ouro e ficava maravilhado. Meu irmão, cinco anos mais velho do que eu, andava faceiramente montado na nossa  Monark. O Alfredo Casagrande, da Livraria Central, tinha uma novinha. Ambas aro 28. O Isalino Baretta, meu primo, lá da Linha Bonita, tinha uma aro 26. Que inveja!
          Comecei a aprender a andar ali na Rua Felip Schmidt, no Ouro, em meados da década de 1960. Eu não conseguia sentar no selim e pôr os pés no chão. E tinha medo de cair. Então, eu colocava meu corpo meio entortado dentro do quadro da mesma e ia me soltando na declividade da rua. Assim, fui aprendendo a me equilibrar. Feito isso, comecei a tentar a andar, mas não conseguia pedalar. Acho que essa dificuldade todos têm no início, foi assim com a neta Júlia, nossa Jujubinha, que já está com 6 anos e já aprendeu a guiar sua bike. Disse-me ela: "Vovô, já caí uns 5 tombos e esfolei a barriga e o joelho, mas aprendi a andar de bike. Ninguém aprende sem cair uns tombos!" Acho que ela tem razão...
         Mas, para minha decepção e de toda a nossa família, nossa bicicleta criou asas... Alguém passou no porão de nossa casa e levou-a. E meu pai não comprou outra, porque estava economizando para fazermos uma outra casa.maior. Foi uma tristeza geral! Passei os anos seguintes sonhando que a polícia a havia recuperado. Também ficava olhando todas as que visse na rua para ver se não seria a nossa. Porém, nunca mais nos voltou...
         Aos 15 anos, depois de ter economizado durante 2 anos, consegui comprar uma usadona. Ruim de pneus e de câmaras. Era um mosaico de remendos. Eu amarrava os pneus com tiras de borracha de câmara de caminhão para que não estourassem. Era verde, fora pintada recentemente. E tinha outro problemas: o pedal não era daqueles inteiriços da Monark  e sim "com chavetas". Mais uma decepção. Vivia me incomodando com ela. Uma vez, vindo para casa da aula, quando estava na quarta série do Ginásio Juçá Barbosa Callado, no escuro, por sobre a ponte nova, ouvi vozes e desviei. Bati na mureta lateral e ainda bem que não caí no rio do Peixe. Fui socorrido pelo Sr. Vitor Bazzo e a Dona Vanda, que eram os pais de minha professora de Português, Vera.
          Então, muito incomodado, troquei o primeiro bem de minha propriedade por um rádio a luz, com o Alcides Venâncio. o Cidinho. O rádio até que funcionava mas eu acabei vendendo também.
          Então, só aos 19 anos, quando fui trabalhar na Mercedes-Benz, em União da Vitória, consegui ter uma para meu uso. Na verdade, era da empresa onde eu trabalhava e eu a usava para ir buscar peças na São Diego, no Alfredo Scholze, na Mecânica Unidos  e na Auto Real.  E também para visitar clientes.
           Há uns 12 anos ganhei uma dessas com marchas, numa rifa. Era meio porqueira. Vendi por não mais que R$ 100,00. Acho que foi por uns 60. Ou 50. Quem sabe uns 40. Me livrei dela  também.
Agora, estou pensando em comprar uma outra. Conversei com uns vizinhos e descobri que eles têm bicicletas guardadas e que não usam há um tempão. Vou comprar uma e deixar novinha. Tomara que meu entusiasmo continue e eu não desista desse projeto logo. Tomara que eu encontra uma Monark Marathon igualzinha à que nos roubaram. Ficaria muito feliz e ter uma daquelas. Será que ando saudosista?

Euclides Riquetti
16-10-2016


domingo, 16 de outubro de 2016

A canção da madrugada chuvosa



Na madrugada, enquanto chovia
Eu te abraçava
Porque esperava o dia
E, mais uma vez
Reviver o sonho
E a poesia!

Na madrugada, enquanto chovia
Eu apenas pensava
E também escrevia
Um novo poema
Uma nova canção
Com tua melodia!

Era a melodia do encantamento
Que gravei em meu pensamento
Quando você cantou...
Era a canção do momento
Que veio junto com o vento
Quando você cantou!

A canção da madrugada chuvosa
É a mesma da tarde gostosa
Da tarde do abraço e do beijo...
É a canção da alma dengosa
Que canto em verso e prosa
Pra dizer que eu te desejo!

Euclides Riquetti
03-09-2015

"O Texaco e o Gasolina"



 
          Apelido, quem já não teve um, pelo menos?  Há algum forma de esquecê-los?  Duvido!

          Para que esqueçam os apelidos da gente, só tem um jeito: mudar de cidade, voltar somente um bom tempo depois, bem mudado. Fiz isso e quase que se esqueceram dos meus. Embora tenha ficado conhecido pelo meu sobrenome, ainda há os que me identificam por eles. Na semana passada fiquei muito contente ao reencontrar os amigos lá de União da Vitória e ouvir eles me chamarem de "Alegria".

          Porém  havia uns que me chamavam de "Sorriso". E eu me acostumei com isso, à época. Ser reconhecido pelo sorriso ou por estar sempre em franca alegria era muito massa. Com os incômodos da vida muitas vezes viramos tristes. Mas sempre encontramos uma maneira de voltar a ser "alegria".

          E lembro que,  na minha adolescência,  o cara que não tivesse um apelido razoável ( se é que ter apelido possa ser  coisa razoável...) era fora do contexto. Começava pelos colegas de Colégio, isso se estendia para o campinho de futebol e ia parar lá na catequese. Não tinha jeito mesmo, e quanto mais o cidadãp esbravejava, mais o apelido pegava!

          No final da  década de 1950 havia dois postos de gasolina que eu conhecia, um em Capinzal, bem ali na Rua XV de Novembro, pouco antes do início da subidinha para o alto da XV. Não havia nem calçamento na rua ainda. No Distrito  de Ouro havia um bem no meio da Rua da Praia, onde ela se encontrava com a Felip Schmidt e, dali, havia uma subida para a Coxilha Seca. A  Rua do Comércio, hoje, chama-se  Presidente Kennedy. A Rua da Praia se transformou em Governador Jorge Lacerda na década seguinte, uma homenagem ao Governador que contruiu a Ponte Irineu Bornhausen, que liga Capinzal e Ouro, e aquela defronte à propriedade do Marcos Penso e do João Flâmia, na hoje Rua Ernesto Hachmann, centro de Capinzal. Mais tarde fecharam os dois e o João Flãmia abriu um com a bandeira da Ipiranga. Trabalhei lá em 1971, meu chefe era o Ivan Ramos, que está em Floripa. Éramos nós dois,  mais o Dário Novello, o Tonico Flâmia, O Alcides Venâncio, o Valêncio de Souza, o Antenor Rodrigues, o Nego, irmão do Ivan, o Mingo Barbina e o Tio Nica, o borracheiro.

          O Posto localizado em Capinzal pertencia às famílias Sartori e Lancini e tinha como atendente o Gasolina. O do Ouro  era atendido pelo conterrâneo lá do Leãozinho, o Texaco. Herdou o apelido por causa da Bandeira do Posto, que pertencia às Indústrias Reunidas Ouro.  O outro, acho até que era da Esso, por causa da cor das bombas.

          Essas lembranças me voltaram hoje pela manhã quando estava no centro de Joaçaba. Encontrei o Gasolina sentado num banco no Ponto de Táxi. Eu sempre o via e achava que ele era taxista. Não é. É representante da Bitter Águia, de Capinzal, há uns 35 anos.  O bitter da família do "Laco" tem muita história, tradição e qualidade. Perguntei-lhe se estava aposentado, disse que estava. E passei a perguntar sobre o Posto em que trabalhava. Disse-me que foi da Barra do Leão para Capinzal com 15 anos, em 1955. E que trabalhava dia e noite.  Perguntei-lhe sobre óleo diesel e disse-me que os caminhões eram todos a gasolina, então só vendiam gasolina. À noite vinham muitos caminhões para abastecer. Eram os das madeireiras que levavam tábuas e toras. E os porcadeiros.

          O Texaco, após trabalhar no posto,  virou caminhoneiro. Tinha um Mercedes LP 321 "cara chata". Depois foi trabalhar na Prefeitura do Ouro até se aposentar. Era uma pessoa muito honesta e bondosa. Dirigia um FORD F 13000 plataforma, para transportar máquinas pesadas. Uma vez fomos para  União da Vitória  buscar areia, isso em 1990. Estávamos construindo o Centro Comunitário de Novo Porto Alegre. Estourou um pneu a atrasamos a volta. Chegamos em casa tarde da noite. Íamos e voltávamos contando histórias e relembrando de passagens da vida. Era, realmente, um bom papo.

          Hoje, ao encontrar o Gasolina, muitas lembranças me vieram à mente. Ah, ele tinha o nome do Ivo Faccin. O Texaco, Itacir Oneido Reina. E, como trabalhei no Posto Dambrós e no Ipiranga, não posso deixar de dizer meu apelido da época, que também foi o de escola, do campinho de futebol, da catequese, da Boate Cabana. Até porque estaria sendo injusto com os que me leem no blog e não lembram quem eu era:  Eu era o "Pisca"!

Euclides Riquetti
14-02-2013