Santa Catarina – marcas que nos orgulham – marcas que nos envergonham
Tenho muito
orgulho de meu estado! Gente ordeira e que trabalha, estuda, produz. Atividade
agropecuária intensa, desde as grandes granjas de soja, passando pelas lavouras
de milho e trigo, até o gado bovino de corte e leite, as aves e os suínos. Muita
evolução genética, pesquisa pela EMBRAPA, CIDASC e EPAGRI. Boa produtividade
nas lavouras e nos pomares, mas sempre sujeitas a danos pelas intempéries. Na
criação de animais, boa rentabilidade, muita produção para as indústrias
catarinenses, as quais distribuem pelo território nacional e ainda contribuem
grandemente com as exportações brasileiras.
Temos bons
parreiras para uvas de mesa e viníferas, bons vinhos, maçãs, pêssegos, ameixas,
tomates, batatas, laranjas, bergamotas, ponkans, caquis, kiwis e conservas.
Óleos vegetais, queijos e outros
derivados do leite, sucos e bebidas, carnes e derivados, calçados, tecidos,
malhas e confecções. Cerâmicas, motores,
refrigeradores e componentes mecânicos para automóveis, caminhões e embarcações.
Nossas praias
são excelentes, verdadeiros paraísos. Balneários de águas termais, hotelaria,
gastronomia, eventos importantes que atraem turistas não apenas os brasileiros,
mas também dos outros continentes. Posso dizer que os catarinenses, como eu, se
orgulham de seu estado.
Mas há algumas coisas
que me envergonham! Já são 19 ocorrências
de feminicídios neste início de ano. E ainda há assassinatos de crianças,
jovens, adultos e idosos. Isso não é normal, é preocupante. Acidentes com
veículos, estradas mal conservadas e as calamidades são notícias frequentes nos
noticiários. O caso do assassinato
brutal de quatro crianças e o ferimento de outras cinco, por um maluco, em
Blumenau é a pior coisa que já nos aconteceu. Famílias sofrendo, professores e
alunos aterrorizados.
Várias medidas
estão sendo propostas por políticos e por agentes de segurança pública. Alguns
municípios, como Chapecó e
Florianópolis, já vinham colocando em prática ações para garantir maior
segurança nas escolas daqueles municípios, antes mesmo da fatalidade de
Blumenau. Agora, as atenções se voltam para as escolas, pelo monitoramento das
redes sociais, pera a observação mais estreita do comportamento dos alunos nas
escolas. Porém, a observação das atitudes dos filhos, pelos pais, é de suma
importância para evitar que tragédias venham a acontecer.
As falas
(falhas) dos Presidentes - As falas de Lula causam os mesmos estragos que causavam as falas de
Bolsonaro e seus filhos. Agora, a opinião de Lula sobre os conflitos entre
Rússia e Ucrânia causaram muitos protestos. Aqui no Paraná, por exemplo,
residem milhares de descendentes de ucranianos. Gente muito digna e que tem
sofrido com o que acontece em seu País de origem. Também as referências do
Presidente com relação aos negócios com a China e os Estados unidos criaram
alguns embaraços diplomáticos. A diferença entre o atual e o anterior, é que a
imprensa é mais condescendente com o atual. Os Estados Unidos têm reclamado de
que Lula não marca posição de neutralidade diante do conflito entre Rússia e
Ucrânia. Bolsonaro se aproximou de Putin e Lula está se aproximando. Sabemos
que ambos estavam defendendo os interesses do Brasil, que é grande comprador de
petróleo e fertilizantes da Rússia. Mas, se quisermos autonomia política,
precisamos formar autonomia econômica, principalmente fugindo da condição de
dependentes de produtos de países que têm confrontos com outros, por questões
políticas ou econômicas.
IPTU de
Joaçaba fora da curva - A reclamação continua, sendo geral em relação aos valores cobrados pelo
IPTU aqui em Joaçaba. Os contribuintes têm a constatação que, por um imóvel de
mesma área, pagam bem menos IPTU em Itapema e Balneário Camboriú do que aqui.
Lá atrás, na administração de Rafael Laske, a Câmara aprovou um projeto de
redifinição dos valores dos imóveis. Foi cruel! Até seria palatável para outros
tempos em que a inflação galopava e a arrecadação municipal ruía.
Os aluguéis
comerciais estão pela hora da morte, o IPTU dos Imóveis também. Vejam quantas
salas “de rua” estão fechadas na área central. Nos bairros não é diferente. Renunciar
a receitas é questionável, mas o Legislativo deveria buscar uma maneira de dar
legalidade a uma situação em que os valores fossem congelados por pelo menos
uns 3 anos. Sem atualização monetária. Todas as decisões serão questionáveis,
mas a população, e refiro-me à classe média, está sofrendo muito por ter que
gastar parte da renda com elevados tributos. É o Imposto de Renda, o IPTU, o
IPVA, e assim por diante!
Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogsspot.com
Minha coluna no Jornal Cidadela - Joaçaba - SC
Em 21-04-2023