A eleição para
Presidente da República está com todas as características de plebiscitária. Nos
últimos dias antes do pleito de 07 de outubro, configura-se um confronto entre
o ex-Capitão do Exército Jair Messias Bolsonaro e o candidato do PT, Fernando
Haddad. Haddad tem sobre suas costas os 13 anos de Governo do PT, de Lula e
Dilma. É a contenda da direita contra a esquerda, a novidade contra o velho. E
Bolsonaro se apresenta como o único candidato capaz de demolir o viciado sistema
político no País, o que vem governando desde que a redemocratização foi
instituída, após o regime militar que se iniciou a partir de 31 de março de
1064. Tudo indica que Bolsonaro e Haddad estarão na contenda do segundo turno.
Até se cogita de que nem segundo turno haja em razão de um provável “efeito
manada”!
Os discursos
projetados por intelectuais, e repetidos por influenciadores a partir da
eleição de Fernando Collor de Mello, perdem-se no vazio da existência, estão
fragilizados, não têm mais razão de ser. Todo o trabalho ideológico realizado
através das escolas públicas, especialmente de algumas universidades, pela
primeira vez confronta-se com exércitos de reacionários de direita, que querem
varrer do Poder a classe política, rejeitando centro e esquerda. E, a maneira
mais fácil, o caminho mais curto, é começando por votarem em Bolsonaro. Dizem
as pessoas mais simples que se “votarem em Bolsonaro, as coisas podem mudar, ou
não. Mas se voltarem nos demais, têm a certeza de que nada vai mudar”! Agora, o
antipetismo e o conservadorismo se agiganta e favorece o ex-Capitão do Exército
Brasileiro. Os brasileiros querem disciplina na sociedade, nas escolas, no
ambiente de trabalho, e em todos os lugares. Ele passa essa mensagem à
população, que está se sentindo insegura.
Na política,
colhemos o que plantamos! O brasileiro viu e ouviu as notícias de tanta gente,
de direita e de esquerda, que se aproveitou do Poder Público para fazer o que
bem entendesse com o dinheiro dos contribuintes. E não aguenta mais as
promessas que não são cumpridas, as mentiras e a ladroeira, a falta de
atendimento na saúde, a omissão governamental em questões de segurança e a
inércia diante de um sistema educacional duvidoso, as estradas esburacadas, e o
dinheiro sumindo pelo ralo. Nem a inconstância do Judiciário, em especial do
STF, onde os juízes do Supremo tomam decisões que os brasileiros não aceitam.
Não existe uma linha de conduta próxima do singular, mas uma divergente, que
causa espanto nos mais simples dos viventes. O tratamento dispensado a umas
figuras é bem diferente do dispensado a outras por crimes muito parecidos.
Em nível de
Estado de Santa Catarina, não vejo favoritismo de ninguém. Mas o segundo turno
deve ficar entre Mauro Mariani e Gelson Merísio. O primeiro herda a força de
Luiz Henrique da Silveira no Norte, e do MDB na grande Florianópolis. Merísio
tem favoritismo no Oeste, Meio Oeste, Planalto e Sul do Estado. Merísio pode
ser favorecido por ter declarado seu voto a Bolsonaro há poucos dias. Ao meu
ver, eles são muito parecidos: são egressos da iniciativa privada, fizeram
carreira política, fizeram parte do um mesmo governo desde 2002 até abril deste
ano. Décio Lima, embora conheça bem a
administração pública e a política, tem nas costas o desgaste de seu partido, o
PT. Os demais candidatos, mesmo com ideias lúcidas, não dispõem de estrutura
partidária capaz de alavancar suas candidaturas.
De qualquer
forma, mesmo com as suas imperfeições, a democracia nos leva ao pleito deste
final de semana com tranquilidade e acreditando no funcionamento de todas as
instituições. E esperamos que os eleitos possam aplicar, em suas gestões,
aquilo que pregam em suas campanhas, o que é sempre muito difícil de acontecer,
pois se semeia o sonho, mas a realidade é sempre muito diferente do que este.