sábado, 6 de abril de 2024

Entre o tudo e o nada




Foi assim, foi bem assim

Um possível reencontro

Algo vindo na madrugada

Pelas pedras da estrada

Sob as sombras e o luar

E o leito já pronto.


Entre o tudo e o nada

Nem barulho do mar

Eu a as palavras jogadas

Na composição do soneto

Duas quadras e dois tercetos

A poesia que nos encanta

Enquanto nossa alma canta!


E, como de fossem diamantes

No entusiasmo juvenil

Dois olhos brilhantes 

Na noite cintilantes

Deste sonho de abril

Me procuram

E não me encontram.

Porque as horas não contam

E eu e minhas loucuras

Transformadas em doçura

Benditas

Aqui descritas

Para você...


Euclides Riquetti

06-04-2024





Compondo meus sonetos na beira do mar...

 


 



Desconecte-se, completamente,  da sua realidade
Saia pra  fora de si, de seu mundo real
Embarque  no seu pensamento e viaje
Navegue pelo espaço sideral...

Vá, em nau imaginária, para os outros planetas
Tente encontrar neles os poetas e escritores
Abrace-se aos satélites e aos cometas
Mergulhe nos seus perfumes e colores.

E, em cada porto celestial, em cada estação
Em cada lugar em que estiver me procurando
Deixe-se entregar pela desmedida paixão

E, se outros poetas,  você não encontrar
Volte para mim, pois estou aqui esperando
Compondo meus sonetos na beira do mar.

Euclides Riquetti

Abra bem os olhos

 



Abra bem os teus belos olhos e veja

Há uma realidade que precisa ser percebida

Uma canção romântica que precisa ser ouvida

Uma tarde de outono e teus lábios de cereja.


Abra-os para ver o movimento dos ventos

Que na sua transparência as movem ao chão

Não são vistos, mas são físicos elementos

Sentidos no rosto ainda queimado de verão. 


Abra esse teu coração fechado e não desperto 

Deixa-o receber os aromas de uma paixão

Deixa que entre o amor que te busca inquieto.


E, depois de tudo bem resolvido e acordado 

Viva com intensidade uma deliciosa emoção

Comemore com alegria o amor reencontrado!


Euclides Riquetti

06-04-2024





Feche os olhos





Feche seus belos olhos e navegue
Viaje pelos mares da ilusão
Feche seus  olhos distantes  e imagine
Estar trilhando os caminhos da paixão.

Feche seus olhos e pense, pense
Busque voltar para seus tempos de criança
Traga  tudo  do passado até o presente
E veja se eu estou em suas lembranças.

Se você notou-me um dia,  estarei entre os demais
Resgatado de um passado bem  remoto
Então,  valeu-me esperar, eu e meus ais
Ou não me passei de um pobre  moço, assim  ignoto?

E agora, poeta e sempre sonhador
Resta-me eternizar você em meus  pobres  versos
Viver as ilusões, propagar cantos de amor
Espalhar os meus poemas pro universo.

Euclides Riquetti

Taca-le pau, Marco Véio! 0 Dez anos depois

 

       Marco, agora com 22 anos.


Replay:


 

 
 
 
           Há algumas semanas, num almoço em família, meu filho Fabrício mostrou-me, em seu celular, um vídeo que vem se tornando um hit nas redes sociais. As personagens são dois meninos, primos, de Gaspar e de Rio do campo, Santa Catarina, que filmaram uma brincadeira com seu celular e jogaram na rede. O viral catarinense, postado no início do ano, em pouco tempo passou de um milhão de visualizações apenas no seu original.  Eu me diverti vendo aquilo e passei a acompanhar o caso.

          Leandro Benincá, 9 anos, que é de Gaspar,  filmou seu primo,  Marcos Martinelli descendo o morro próximo à casa sua da Vó Salvelina Lorenzetti Lenzi, em Passo Manso, interior de Taió. Marco dirigia um carrinho artesanal, de madeiras, com volante de madeira e acionado por cordas, pneus, e eixos de metal,  feito por um tio deles. Marcos Martinelli, o Marco, 12 anos, é o piloto. A habilidade na condução do carrinho, vencendo uma curva,  não é o que gera o interesse e o sucesso, mas sim a maneira como o primo fala, com seu sotaque regional. E bota emoção na narrativa! Marcos costuma vir de Rio do Campo para encontrar-se com o primo nas férias, na  casa da avó. O conjunto "piloto+narrador" é que faz com que venha o sucesso!

          Postado no YouTube,  começaram a produzir memes e todo o que é tipo de coisa engraçada, satirizando, inclusive o Rubens Barrichello. Os jogadores do Grêmio de Porto Alegre usaram o vídeo para fazerem suas próprias brincadeiras.  O vídeo chamou a atenção de pessoas de todo o mundo e, em consequência, já foi criado um jogo para computadores. Ainda, o Grupo Tradicionalista Fogo de Chão, aqui de Curitibanos, na onda e embalo da fama dos garotos, gravou uma música com o título "Taca-le pau, Marco Véio!", que já está fazendo muito sucesso aqui no Sul do Brasil. Leandro faz sua narrativa dentro da música, muito divertida. No dia 30 de junho, Leandro, Marco e a avó Salvelina estiveram participando do Programa "Encontro com Fátima Bernardes"- na TV Globo. Andaram com o carrinho no Projac para a produção da participação.

          Claro que haverá quem ache defeito no que estão fazendo, mas, em termos de folclore e tradição, nada vamos dever às  milhares de porcarias que são gravadas nesse Brasil. Tomara que eles ganhem muito dinheiro e possam continuar a estudar, já que inteligência e criatividade não lhes faltou ao terem a bela e oportuna ideia de filmarem a brincadeira com seu celular e postarem na net.

          A lição que os meninos nos dão:  As brincadeiras convencionais, aquelas que fizeram a alegria de nossa geração, e ainda são cultivadas nas pequenas cidades, bairros e zonas rurais, serão eternamente vivenciadas. E, hoje, as tecnologias podem ser grandes aliadas para a preservação das tradições e das brincadeiras que, saudosamente, ficaram em nossa memória.

Valeu, Leandro! Toca-le pau, Marco Véio!

Euclides Riquetti
23-07-2014

Um abraço eterno

 






Um abraço eterno

Um poema romântico extraordinário

Algo assim, com palavras escolhidas

Escrevê-lo e guardá-lo num sacrário

Palavras singelas por você ouvidas...


Versos perfeitos, muito bem rimados

Estrofes harmonicamente organizadas

Pensamentos nossos tanto combinados

Almas gêmeas há muito encontradas...


Tão valiosos versos quanto um afago

Um passar de mão num rosto moreno

Por você eu me perco e me embriago...


Um poema de amor, algo até fraterno

O seu olhar sutil e meu amor sereno

Um beijo ardente, um abraço eterno.


Euclides Riquetti

Na noite em que choveu...

 


 

Na noite em que choveu...


Na noite em que choveu, perdi o luar
Perdi as estrelas, perdi a estrada
Só não perdi a madrugada
Que ficou para me afagar...

Afagaram-me o miados da gata
Os latidos da fêmea desconsolada
Os  relinchos da zaina domada
Na noite chuvosa e... ingrata!

Afagou-me a mulher sem nome
Que me desejou bons sonhos
Leves, coloridos, risonhos
Que falou-me ao telefone

Mas, sobretudo, afagou-me quem me acariciou
Me abraçou, beijou, amou
E me fez feliz!


Euclides Riquetti

O sol que nasce

 


O sol que nasce é o mesmo que desaparece
Depois de reinar, absoluto, sobre o planeta
Ao final da tarde, no horizonte me enternece
Com a sua indescritível e natural silhueta...

Vem de além do mar, impondo-se, dourado
Nas águas mansas matinais de um alvorecer
Naquele cenário Divinal, habilmente pintado
Para registrar na mente e nunca o esquecer.

Até as plantas se curvam à natural majestade 
Do meu coração terno brota um saudosismo 
Lembrança que se aviva diante da divindade.

O sol do entardecer que se apaga lentamente
Me enche de inspiração e  tácito romantismo
Que venha a noite e o teu corpo envolvente!

Euclides Riquetti
06-04-2024







Nos dias depois das chuvas

 




 
Sol de uma manhã esperançosa



                                                Águas que lavam a alma e as mágoas...
 
 

Nos dias depois das chuvas


Dissiparam-se as turbulências
Foram-se embora as águas  turvas
Perderam-se nas corredeiras e nas curvas
Foram banhar outras querências.

Rebrilhou meu sol e meu  céu revestiu-se de azul
A natureza nos devolveu os seus encantos
Recoloriu-se o mundo aqui no Sul
Enxugaram-se as lágrimas dos prantos.

A euforia e os ânimos se repuseram
Nos sorrisos dos rostos róseos, dentes brancos
Nas almas que já não se desesperam...

Nos dias depois das chuvas eu te busquei
E deliciei-me em admirar os  seus encantos
Nos dias depois das chuvas... eu te reencontrei!!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Imaginação fervilhando

 


 


(Imagem de Anahid Kolanian)

Imaginação fervilhando

Chove chuva fina lá fora

Tenho que ir embora!


Chama-me a noite escura

Peca-se a alma impura

E os anos passando...


Componho para ti a poesia

(Busco um porto para ancorar)

Inodora, simples fantasia.


Procuro um lugar

Ali, bem perto do mar

Onde haja porto seguro...


Procuro voar no escuro

Com todos os riscos

Para te encontrar!


Euclides Riquetti

25-08-2021

Depois da chuva


 


 

Depois da chuva

Desarme seu coração, abra-o com doçura
Deixe-o receber o carinho que lhe proponho
Permita-lhe receber, com amor e com ternura
Um cesto de belas flores, um turbilhão de sonhos.

Desarme seu coração, dê-lhe asas para voar
Deixe-o navegar pelas vagas da calmaria
Permita-lhe conquistar o direito de sonhar
Viver sonhos de vida, de amor e de alegria.

A vida é imperfeita e os seres também o são
Temos nossos erros, guardamos muitas virtudes
Vivemos a realidade, mas também nossa ilusão.

Porém, depois da chuva, volta-nos o sol bonito
Volta com sua beleza, energia e magnitude
Para  animar nossa vida e dourar o azul do infinito.

Euclides Riquetti

Busque o equilíbrio para seu coração

 






Busque o equilíbrio para seu coração


Busque o equilíbrio para seu coração
A leveza necessária a sua alma
Torne sua vida tranquila e calma
Mesmo que com todas  as turbulências
Tenha paz e enfrente-as com paciência
Dê a cada fato a devida atenção...

Se Deus não nos evita a tormenta
No dia seguinte nos dá a calmaria
O tempo certo para recuperar a alegria...

Procure encarar tudo com maestria
Filtre o que ouve, analise o que vê
Nem tudo o que parece pode não ser...
Não rejeite a mão que lhe é estendida
Respire o ar puro que lhe dá a vida
Aja com desenvoltura e sua sabedoria!

Se Deus não nos evita a tormenta
No dia seguinte nos dá a calmaria
O tempo certo para recuperar a alegria...

Apenas isso...
Bem assim!

Euclides Riquetti

Como uma bomba!

 






Como uma bomba!


Há coisas que caem como uma bomba
E nos dão sustos aterradores
Faz estragos aquilo que tomba
Deixa cenários de medo e assustadores...

O cair de uma rosa danifica suas pétalas
O cair de uma estrela causa-nos emoção
O levantar do sol nas manhãs discretas
Colore o céu em sua azul imensidão...

As quedas são a precedência das vitórias
O renascer depende de nossas atitudes
Se nem tudo é êxito, nem tudo vitórias
À ingratidão responder com solicitudes...

Nas gangorras da vida, buscar a felicidade
Recolocar as coisas em seu devido lugar
Que Deus nos proteja em nossa humildade
E tenhamos lugares onde ter que chegar!

Euclides Riquetti
18-04-2020

Gradação romântica







Janela quadrangular, vidro escuro
Roseiras, plantas, calçadas
E, o que haverá além do muro
Atrás da alva parede levantada?

Quem sabe um corpo desnudo
Ou um mistério indecifrável
Uma voz suave, um olhar mudo
Um coração frágil, ou inabalável?

Quem sabe uma rua bem rústica
Ou uma via ricamente pavimentada
Quem sabe uma celestial  acústica
Na mágica imensidão azulada?

Ou montes de concreto armado
Cimento, aço, madeiras e azulejos
Tudo simetricamente desenhado
Em que escondes sonhos e desejos.

Mas que, mesmo assim, ali vicejam
Plantas bem acarinhadas e vistosas
Que tuas mãos delicadamente regam
Com flores multicores e perfumosas!

Euclides Riquetti

Sombras da alma inquieta

 


 

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Sombras da alma inquieta

Afastai-vos, sombras negras, da alma inquieta
Ide atormentar outras freguesias
Afastai-vos, sombras negras, do pobre poeta
Deixai-o livrar-se de suas melancolias.

Afastai-vos, ide, galopai sobre os pampas
Buscai outras almas para mutilar
Afastai-vos, sombras negras, todas tantas
E deixai meu espírito para levitar.

Afastai-vos, mantos negros da noite de breu
Buscai outros planetas, outros universos
Deixai que me corpo busque encontrar o teu
Para que eu te possa sussurrar  meus versos!

Euclides Riquetti

Inocente coração

 






Inocente coração, coração inocente
Mergulhado na doce melodia matinal
Decente coração, coração decente
Navega em tênue harmonia celestial.

Valente coração, coração valente
Busca a outra  metade com valentia
Ardente coração, coração ardente
Arde na chama do amor com ousadia.

Coração inspirado, coração inspirador
Dá ao poeta a inspiração pretendida
Falte sol, haja frio, nos exala o calor
Traz-nos o ânimo na noite comprida.

Ah, coração alegre, coração contente
Que torna a vida mais bela e colossal
Guardai, Deus, nossa alma e a mente
Levai o bem a triunfar sobre o mal!

Euclides Riquetti

Além de ti há o mar...

 

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Além de ti há o mar
Uma imensidão azul que te desafia
Um sol que te agride com ousadia
E que tu não o podes enfrentar.

Além de ti há o mar
Majestoso, atrevido e valente
Misterioso, voraz e imponente
E  que tu não o podes dobrar.

Além de ti há o mar
Cujas águas voláteis te cortejam
Como meus olhos que te devoram e desejam
E que te quer para te embalar.

O mar, apenas o mar...
O mar de milhões de anos
Que lava teus medos e teus enganos
E que alimenta teu sonhar.

O mar, simplesmente um mar
A te fazer pensar
A sentir saudades
De eu querer te amar...

Apenas te amar!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 4 de abril de 2024

Desafie-se




Desafie-se

Busque novos horizontes

Alce os voos que ainda não alçou

Desafie-se!


O tempo passa para todos

Não para nunca.

Então urge que corras

Que vá em busca de um tesouro

Quem sabe num lugar muito especial.


Desafie-se

Não ignore o passado, mas abrace o presente

Olhe ao seu redor e procure perceber

Há um mundo de possibilidades para você...

Portanto, desafie-se!


Você tem muito potencial...

Desafie-se!


Euclides Riquetti

05-04-2024


 

Todos os mares do mundo

 


Todos os mares do mundo


Todos os mares do mundo são seus
Desde os calmos aos mais bravios
Os que nascem nas geleiras e são frios
Todos os seus mares buscam os meus!

O mais perto de você, o mar Atlântico
Um oceano de águas e das paixões
De areias claras, de nítidas sensações
Que animam o poeta no tom romântico.

Os mares que povoam as madrugadas
Que ocupam seu pensamento jovial
São todos seus no seu espaço natural.

Então, sempre que estiver acordada
Fortaleça-se em mim, leia as estrelas
Que na noite escura você pode vê-las!

Euclides Riquetti

Amadamente!

 



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Amadamente!



Conquistar...  conquistar, certamente!
Desejar... desejar, perdidamente!
Valorizar...  valorizar, permanentemente!
Cuidar... cuidar, constantemente!
Amar...  amar, firmemente!

E, se perder, lutar!

Lutar...lutar, infinitamente!
Jamais fraquejar!
Jamais se afastar!

Apenas ouvir, sem deixar de sonhar!
E buscar...
Reconquistar...  reconquistar, sempre!

Para poder, de novo, amar:

AMADAMENTE!

Euclides Riquetti

Apenas me abrace



 
 
 
 

 
 
 
 

Apenas me abrace
E,  se quiser, me beije
Mas não me deixe
Me abrace, me abrace...

Apenas me abrace
E diga que me ama
Que seu coração... me chama
Me abrace, me abrace...

Apenas me queira
Me deseje, me beije
Me beije , me deseje
Me queira, me queira...

Apenas me diga
Me sinta, me minta
Me minta, me sinta
Mas me diga, diga:

Faça-me acreditar
(Faça-me pensar)
Que vale a pena sonhar
E amar... amar... amar!

Euclides Riquetti

Nasci para ser poema, ser canção

 







Nasci para ser poema, ser canção
Vivi para ser poesia
Para te levar alegria
Afagar teu coração...

E, nascendo poema, cresci em versos
Nascendo poema, versos espalhei
E, pelas estradas onde andei
Deixei-te poemas dispersos...

Nasci para ser livre, voar
Com as asas de minha imaginação
E, em algum momento a emoção
Me fez por tua causa chorar...

Nasci poema, poema morrerei
Nasci poema, poemas escrevi
E neles, disse tudo o que eu senti
E, para ti, todos eles dediquei!

Euclides Riquetti

Quando os cisnes brancos voltarem...

 




Quando os cisnes brancos voltarem... 


Traz-nos, o pós-verão, as plantas entristecidas
Temerosas pelo rigoroso inverno que há de vir
E os medos das incertezas já se fazem sentir
Afugentando as pessoas das praças e avenidas.

Quando, depois do outono, o inverno vier
E os pássaros já buscarem onde se esconder
As noites ficarão mais longas até o amanhecer
Pois o universo segue a lógica que precisa e quer.

Quando chegar a primavera, toda prazenteira
E as flores tingirem os campos com seu colorido
E a calmaria retornar depois do risco temido
A vida nos voltará a ser bela e alvissareira...

Então, quando os cisnes brancos voltarem
Mais um ano de nossas vidas já terá passado
As folhas que foram caídas já terão rebrotado
Quando os cisnes brancos, de novo, voltarem!

Euclides Riquetti 

No Splendour of the seas (Inglês - língua universal) - uma dúzia de anos depois!

 


 




          Cedric Gayasso é um stateroom attendant, originário de  Bluefields, Nicarágua. Valentin é natural da Romênia.  Tatiana Kataeva é russa. Thalassa Travascio é carioca e, como eu, vascaína da gema. Estes, são waiters, têm curso superior e alguma especialização.

         Naiana Santana é de Xaxin, é uma guest services officer. Suellen é mineira de Varginha, casada com um jovem da Macedônia, há seis anos, ambos waiters. Cada um tem sua história, sua origem, sua família. De comum, todos falam Inglês fluentemente e fazem parte da tripulação do navio de cruzeiros "Splendour of the Seas", considerado o mais fabuloso das américas. O navio tem capacidade para mais de 2.000 passageiros, tem mais de 800 tripulantes, originários de 135 nacionalidades. São muitas línguas num mesmo local, mas todos eles entendendo pelo menos um pouco de Inglês, a língua universal. O suficiente para se virarem nas tarefas que lhes são conferidas pelo comando do Splendour, de uma empresa das Ilhas Bermudas e que realiza cruzeiros pela Costa Brasileira e, no nosso inverso daqui, e verão lá, lá na Europa.

          Aprender uma língua estrangeira é um desafio. Hoje, muitos jovens brasileiros, meus antigos alunos, estão morando no exterior. Estados Unidos, Alemanha, Canadá,  Áustria, Suíça, Argentina e outros países. De vez em quando algum se manifesta, ou descubro com seus pais o seu paradeiro. Pais sentem, sempre, muito orgulho de seus filhos. Hoje mesmo uma mãe, que havia sido minha aluna há duas décadas, ligou-me para contar que a filha passara no vestibular e que estava realizando matrícula: vai ser enfermeira.

          Temos, sempre, que admirar pessoas que buscam conhecer, que perseguem encontrar uma base profissional. Mas, hoje, apenas o curso superior é pouco. Alguns diferenciam-se com uma especialização, outros buscam o mestrado ou o doutorado. E há os mais corajosos ainda que,  em plena juventude, cursam pós-doutorado.  E todos buscam conhecer a língua inglesa, que utilizam para acessar textos que dificilmente encontrariam na língua portuguesa. Meu afilhado, Fábio Xavier, Doutor em Engenharia Mecânica, aprendeu falar Alemão , mora na Alemanha, doutorou-se naquele país, onde está, casado e com uma filha. O Fábio é o orgulho da Alias e do Ticão, assim como a Pollyana e a Fernanda.

          Mas, como eu me referia anteriormente, conheci alguns jovens no Splendour, na semana passada, quando estivemos navegando pelo Atlântico. Muita simpatia, gentileza, educação, hábitos virtuosos. Gente bonita por dentro e por fora. E me possibilitaram exercitar um pouco de meu Inglês, que já estava guardado lá, no fundo de meu velho baú. Senti-me um adolescente deslumbrado, como nos tempos da FAFI e do Yázigy, em União da Vitória. E lembrei-me de milhares de alunos a quem tive o prazer de iniciá-los em seus primeiros passos no inglês básico...

Euclides Riquetti
23-02-2012

Uma semana de tristes despedidas - Élis Dambrós - Moacir Richetti e Joce Pereira

 

       A semana foi de muita turbulência para minha alma e de grandes e sentidas  perdas para as comunidades de Capinzal, Ouro, Joaçaba e Herval d ´Oeste. Perdemos, já no domingo, a "Tia Élis", Dambrós Baretta, e na quarta, Moacir Richetti e Joce Pereira. Todas pessoas de muito carisma, por quem nutri afeto e grande amizade.

                                            Tia Élis, coma sobrinha Aldete (Boaretto)

        A Tia Élis, assim era conhecida por todos nós, seus muitos sobrinhos, das famílias Riquetti, Baretta, Dambrós e Boaretto, esteve internada na UTI do HUST por mais de um mês. Faleceu aos 87 anos. Muito querida e amada por todos, sua partida foi comovente e muito sentida. Mãe do Marcos Antônio (Marquinhos da Prefeitura), e do Marcel Luiz, foi casada com Juventino Baretta, irmão de minha saudosa mãe Dorvalina. Ele foi vice-Prefeito em Ouro e tinha como profissão a alfaiataria. A tia era costureira e trabalhou com ele logo depois do casamento. Com o tempo, tornou-se professora de Arte Aplicada e Corte e Costura, na Escola Profissional Feminina Madre Fabiana de Fabiani, em Capinzal. Também confeccionava artesanato e produzia pintura em telas e bordados. Muito prendada, marcou época em Ouro e Capinzal. 

       Minhas lembranças vão desde as festas de aniversário de seus filhos gêmeos, nascidos em 1962, quando reunia meus irmãos Hiroito, Vilmar e Edimar, os primos Aldete, Leonir e os outros filhos do Hercílio Boaretto, seu cunhado, os vizinhos Bazzo, Dambrós e Zanini, e realizava festinhas rigorosamente organizadas, com bela decoração e deliciosos docinhos e salgadinhos. Tinha as mãos mágicas para tudo o que fosse fazer. Dedicação, amor, cainho, capricho.

       Lembro bem de uma feita, em 1965, quando morávamos na Felip Schmidt, perto da Praça Pio XII, em que ela e o tio Juventino apareceram lá em casa para um jantar em que estavam conosco os tios Elza (Dambrós) e Arlindo Baretta. Minha mãe caprichava num jantar e a parte melhor era a conversa agradável em que aqueles cunhados e cunhadas costumavam entabular. Tia Élis sempre usava um penteado bem elaborado, igual aos que as misses nos mostravam em suas fotos nas revistas Manchete,  O Cruzeiro e Capricho. Na Escola Profissional, trabalhou coma a Mirian e elas cultivaram uma grande amizade. 


                                                   Joce com sua idolatrada mãe!

       A Jocirlei Pereira, conhecida como Joce Pereira, foi uma jornalista muito ativa aqui no Vale do Rio do Peixe por mais de 30 anos. Conheci-a em 1989, quando fui Prefeito em Ouro. Ela trabalhava na Televisão, era repórter de campo, fazia externas tendo seu irmão Osmar como cinegrafista. 

       Sempre muito competente, simpática e bonita, a a loirinha do cabelo com corte surfista e de olhos claros chamava muito a atenção por onde atuasse. Corajosa, buscava as notícias que relatava com precisão e fidelidade, na TV Barriga-Verde, e redigia para o Jornal A Notícia, de Joinville. Como assessora de imprensa da AMMOC, também mantivemos uma bela relação de amizade. Como falei para os presentes na cerimônia de despedida, foi sempre uma cidadã muito respeitosa e respeitada, digna, dedicada ao trabalho e à família. Preocupações com a mãe, com o irmão Osmar, com a filha Fernanda, que se formaria Engenheira Química, que precisava de lugar para seu estágio, que  queria ver bem sucedida como profissional.

       Também atuou nos jornais Expresso e Pauta, na agência Nativa, como assessora de Imprensa da Câmara de Vereadores de Herval d ´Oeste,  da Ammoc e do Sebrae. Seu falecimento deixou um rastro de tristeza em todos os lugares por onde passou e, com sua simpatia, conseguiu angariar muotas e grandes amizades. 

       A Joce nos deixou aos 60 anos, vitimada por doença grave. Fica no registro da história das cidades, em especial as que fazem parte da microrregião da AMMOC, os trabalhos que realizou como repórter de televisão, a lealdade para com os colegas de profissão, sua apurada ética e a torcida que fazia para que todos ficassem bem. Aos seus familiares, meu afeto e o de minha família.



       O Moacir Richetti, filho do Tio Vitório e da tia Gelmina (Muraro), foi o primo e amigo que mais marcou minha infância e adolescência. Perfeu a mãe num incêndio quando era bem pequeno, quando sua casa queimou em Linha Bonita, Ouro. Ficaram ele e o Cosme, que acabaram criados pela Tia Maria (Lucietti), com que meu tio se casou. Foi uma festa grande e memorável, em Linha Bonita, com banquete na casa nova da propriedade. Lembro de que eu e ele brincamos muito no dia do casamento do pai. Marcou-me também o fato de que comemos deliciosa maionese preparada pela Tia Maria. 

        Quando eles vieram morar na cidade, em Ouro, na área central, e depois no casarão que ainda hoje é de sua família, e tiveram ali a Indústria de Bebidas Prima, e depois restaurante, continuamos nossa amizade, jogando bola nos campinhos, andando na charrete que era pilotada pelo meu irmão Ironi ou pelo Cosme, com a qual íamos a pescarias. Alguns fatos relembrei e relatei ontem na sua despedida:

a) No Mater Doloum, comprou uma briga em meu favor com a professora e a direção do Colégio, porque eles deram merenda (uma banana e uma bolacha) para um colega nosso e não para mim. Argumentou que eu precisava mais do que o outro e que eu é que deveria ganhar a merenda. b) Quando fui hospitalizado no Nossa Senhora das Dores, ele me emprestou seu boné de couro de Jacaré para que eu não sentisse fio. c) No dia 19 de agosto de 1965, por ocasião da neve, ele me me emprestou sua chuteira para eu ir fazem compras para a mãe dele, porque eu só tinha um par de sapatos e este estava molhado. d) Sonhava ser baterista e eu seria o guitarrista quando tivéssemos nossa banda. e) Só queria chogar com a camisa número 9 e de centro-avante, porque queria fazer gols. f) Arrumou-me emprego de lavador de carros nos Posto Dambrós, onde ele trabalhava, porque eu ganharia o salário mínimo, seria registrado e ainda aprenderia a dirigir. 

       São muitas as histórias por nós compartilhadas. Registro o seu casamento com a Blandina, na Catedral de Joaçaba, quando usava um terno bege, confeccionado pelo primo Sérgio Riquetti. Sempre nutrimos grane amizade e trocamos ideias sobre mecânica. Era, como eu, vascaíno e palmeirense. Jogamos juntos no Palmeirinhas, em Ouro na nossa adolescência. Guardarei sempre as melhores lembranças dele e sentirei saudades...

Euclides Riquetti

04-04-2024


No silêncio da madrugada

 




No silêncio da madrugada


Recolho-me ao silêncio da madrugada
Espero, calmamente, pelo novo dia
Por uma intensa e harmoniosa jornada
Para  que ela me traga paz e alegria.

Traga-me em pequenas doses o sucesso
E pitadas de êxito nos meus intentos
Porções de vitórias, mas sem excesso
E a medida certa em todos os eventos.

E que todos os que comigo partilham
Seus anseios e vontade de crescer
Saiam-se bem naquilo que imaginam
Se deem bem em seu desejo de vencer.

E que, em toda a madrugada silenciosa
Haja motivo para dias mais promissores
Que nossa bandeira seja toda vitoriosa
 E que a vida se pinte em belas cores.

Euclides Riquetti