quinta-feira, 19 de junho de 2025

Diamante cor de rosa

 






As mais belas flores desabrocharam
Na manhã ensolarada e juvenil
Quando já era outubro primaveril
E as rosas vermelhas me encantaram.

Surpreendeu-me a roseira bem viçosa
Engalanada em seu vestido escuro
Espalhando seu encanto mais puro
Com seu fulgor de diamante cor de rosa.

Esse mesmo diamante que admiro tanto
Me anima, me instiga, me desperta
Poe minha alma negra bem alerta
Devolve-me as lágrimas de meu pranto...

Ora, eu não quero apenas te contemplar
Prefiro-te basalto do que diamante
Quero-te mais amada do que amante
Quero-te ao meu lado e não num altar!

Euclides Riquetti

Morre o ator brasileiro Francisco Cuoco

 



       Francisco  Cuoco, ator de novelas, cinema e teatro, faleceu ao fim da tarde desta quinta-feira, Dia de Corpus Christi, aos 91 anos. Lenda, mito, galã, o Cristiano de Selva de Pedras, que contracenou com a namoradinha do Brasil, Regina Duarte, acaba de nos deixar para ir morar no Plano de Deus. 

       O Carlão, apaixonado pela Lucinha, Bety Faria, de Pecado Capital, cujo tema musical era: dinheiro na mão é vendaval, na vida de um sonhador, o taxista que morre ao final da trama da bem aplaudida novela global, vinha com movimentos limitados e sobrepeso nos últimos meses. Vi algumas de suas últimas entrevistas e lamentei que um ser como ele tivesse envelhecido e estivesse acometido de comorbidades.  

       Cuoco era mais do que um rosto bonito, era a personificação de um homem versátil, talentoso e que fez parte de uma ger ação que teve grandes astros, como Tarcísio Meira e Glória Meneses, Antônio Fagundes, Toni Ramos, Susana Vieira e outros. 

       Fique com Deus e fique bem. Colha os benefícios por tudo o que plantou aqui na terra como pessoa de bem,. Carinhoso abraço,


Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com

19-06-2025

Que haja vida em todos os meus versos

 



Que haja vida em todos os meus versos, haja

E que eles brotem do fundo do meu coração

Que de meus canteiros saiam cravos e rosas

E no meu céu eu possa ver as nuvens airosas

E que de minha alma floresça a divina paixão!


Que haja amor em todos os meus versos, haja

Sejam eles todos românticos como as canções

Que possam te encantar, pelo terno conteúdo 

Não sei se tu me queres ou apenas eu me iludo:

Procuro o amor puro, que desafia as emoções. 


Que haja reciprocidade para o que escrevo, haja

Para os poemas que eu costumo te encaminhar

Sejam eles mensageiros da minha mais pura paz

Se os receberes bem, serão tua vida que se refaz

Que me chegue teu belo sorriso navegando no ar...


Euclides Riquetti

Amanhecer de 19-06-2025

www.blogdoriquetti.blogspot.com 






Quando o inverno chegar

 



Quando o inverno chegar

(E faltam apenas algumas horas)

Eu já terei pensado

E até me encorajado

De dizer que te amar

De um jeito de pecado

É mais do que um simples sonhar:


Quando o inverno chegar

( E isso será daqui a poucas horas)

Ter-te-ei imortalizado

Num poema de amor exacerbado 

E no meu sonho quererei te desejar.

Então, já ter-te-ei eternizado

Beijado tanto em meu sonhar!


Euclides Riquetti

Madrugada de 19-06-2025

(Porque o ano vai indo...)

www.blogdoriquetti.blospot.com 





Você é meu sol, o sol de minha vida


 


Resultado de imagem para imagens sol de canasvieiras




Você é meu sol, é o sol de minha vida
Que brilha e me dá o ânimo necessário
O sol que se estende na praia comprida
Onde caminho em meu trajeto diário...

Você é o sol que doura aqueles corpos
Que os deixa mais bonitos, desejáveis
Que ilumina galés paradas nos portos
Onde eu lembro de momentos afáveis.

E você sendo meu sol, me dá um norte
Um rumo seguro em que possa trilhar
Um aroma exalado, um perfume forte.

E eu, sendo um ser que precisa de amor
Preciso do sol que você está a irradiar
Absorver seu carinho, seu suave calor!

Euclides Riquetti

Ginásio padre Anchieta (Capinzal-SC) - uma escola de feras - crônica de memórias

 


 


                                  Nossa antiga Rio Capinzal

          Estudei no Ginásio Padre Anchieta, em Capinzal, nas suas duas primeiras séries, em 1965 e 1966. Funcionava no período da manhã. Meu irmão mais velho, Ironi, também fizera as duas primeiras séries lá. Depois transferiu-se para o Juçá Barbosa Callado, mas não deu sequência aos estudos. Fui para o Juçá em 67 e 68, onde concluí meu ginásio.

          No Padre Anchieta tínhamos um Diretor muito enérgico, Giovani Tolu, nosso saudoso Frei Gilberto. Era natural da Itália, lecionava Matemática e Ciências. Conhecia de tudo, até Engenheiro prático era. Fez a planta de nosso sobradão. Construiu o prédio onde funciona a Casa da Fé, que na época comportava nosso Colégio. Na entrada principal, há arcos de concreto armado, estilo da arquitetura romana. Eles utilizaram taquaras e bambus para moldar e sustentar a estrutura de concreto, no tempo de que não se dispunha de ferro de construção à vontade. Madeiras foram usadas com múltiplas finalidades, antigamente, Disse-me o Hélio Bazzo, meu dentista, que os primeiros pinos para a implantação dos pivôs dentários foram feitos com madeiras. Também tínhamos  as professoras,  excelentes educadoras: Dona Vanda Meyer, de Inglês  e Desenho; Waldomira Zortéa, de  Geografia; Vanda Bazzo, de Português; Lorena Moraes, de História.

          No Anchieta, sob a responsabilidade dos padres, funcionava o Ginásio para os meninos. À noite, no prédio, havia a Escola Técnica de Comércio de Capinzal, que depois mudou o nome para Colégio Capinzalense Flor do Vale e, adiante, Colégio Cenecista Padre Anchieta. Formava Técnicos em Contabilidade. Fiz parte da turma de 1971. As garotas não podiam estudar nas mesmas escolas que os meninos. Então, estudavam seu Ginásio no Colégio Mater Dolórum, controlado pelas irmãs da Congregação Servas de Maria Reparadoras.  Sem meninos junto. Pela manhã, ali funcionava a Escola Normal Mater Dolórum, que formava professoras. Meu pai formou-se professor em 1963. Era o Bendito Fruto entre as Mulheres.

          Questões de moral e de religião ensejavam essa separação dos alunos naquela época.  Somente mais tarde, com o fechamento do Ginásio Padre Anchieta,   meninos e meninas passaram a fazer seu segundo ciclo secundário no Mater, na mesma escola, na mesma sala de aula. Funcionava o curso Científico ali. Havia um conceito, na região, de que o científico era melhor que os cursos profissionalizantes, pois prEparava as pessoas para o vestibular. De fato, alguns professores originários da própria região, que haviam estudado fora e retornado, passaram a lecionar no novo curso. Dessa forma, ocorreu uma leve mudança de comportamento com relação a estudar fora, sendo que alunos faziam as duas primeiras séries na cidade e depois iam para Curitiba para o Terceirão.

          Na verdade, o ensino em Ouro e Capinzal era de alto nível. Poucos professores tinham curso superior na área da Educação, mas havia ótimos autodidatas  na cidade. Os profissionais de Odontologia e Medicina se ocupavam das área biológicas. Os de Engenharia eram bons em Matemática e Física. Os funcionários do Banco do Brasil iam bem nas exatas. Advogados davam sua contribuição em Historia e Geografia. Ex-seminaristas que voltavam para casa atuavam nas áreas humanas. E, assim, conseguíamos ter uma boa base de formação para que, depois, as pessoas fossem cursar o Ensino Superior em outras cidades, principalmente nas capitais.

          Os egressos do Padre Anchieta espalharam-se pelo Brasil. Um dos destinos muito efetivo para a continuidade foi Ponta Grossa. Nas décadas de 1960 e 1970 dezenas de capinzalenses e ourenses foram para ali. Dizem que a formação em nível técnico,  no Colégio Augusto Ribas, equivalente ao atual Ensino Médio, na área da agropecuária, aproximava-se ao nível dos cursos superiores da área atuais. Oportunamente, vou abordar sobre os muitos amigos que foram ali estudar. Por conta disso, vários deles acabaram fixando residência naquela cidade e região paranaense.

          A geração que fez seus estudos em Capinzal nessas duas décadas que se espalhou pelos quatro cantos do Brasil foi muito determinada. Os pais investiram nos filhos porque já acreditavam que o conhecimento era o melhor caminho para sua autonomia. E foram participando dos vestibulares, cursando faculdades e seguindo em frente, alguns galgando a privilegiada condição de pós-doutores. Hoje, quando recebo e-mails, telefonemas ou mesmo reencontro meus contemporâneos, sinto muito orgulho, minha estima sobe. Numa época em que não tínhamos facilidades em comunicações e  nossas cidades só conheciam asfalto através dos documentários que precediam as sessões de cinema no Cine Farroupilha ou no Cine Glória, nossos jovens tiveram a coragem de sair de casa para construir sua autonomia. E continuam, agora os filhos e netos de nossa geração, deslocando-se para os mais distintos lugares do globo, mas sempre  representando bem seu  lugar de origem.

Euclides Riquetti

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Te amar, te querer, incessantemente!

 


 




Resultado de imagem para imagens escrevendo com giz  te amo



Apenas dizer "te amo" e nada mais
Dizer isso do fundo de meu coração
Dizer palavras simples, naturais:
Escrever no muro com giz ou carvão!

Dizer "te amo" tantas vezes quantas
Quantas vezes isso for preciso
Com palavras doces e sacrossantas
Desejar-te uma vida de pleno paraíso!

Além de "te amo", dizer "eu te quero"
Dizer-te isso com toda a sinceridade
Seja no verão, ou no intenso inverno
Dizer que te amo com sinceridade!

Além das palavras já ditas e escritas
Dizer-te da forma mais convincente
Dizer-te com as palavras mais bonitas
Te amar, te querer, incessantemente!

Euclides Riquetti

Meu pai, meu professor: Guerino (Richetti) Riquetti - uma história real!

 




    

Alunos da Escola Municipal Professor Guerino Riquetti - Ouro - SC

Meu pai, meu professor: Guerino (Richetti) Riquetti - uma história real!

           Fui privilegiado, sim! Quando eu nasci, em 23 de novembro de 1952, em Linha Leãozinho, então município de Capinzal, (hoje Ouro - SC), meu pai, Guerino Riquetti,  era professor numa escola de ensino primário.  E estava lendo "Os Sertões", de Euclides da Cunha. Ele havia estudado até o primeiro ano de Filosofia, pouco antes da Segunda Guerra Mundial, no Seminário São Camilo, em São Paulo. Ali, hoje, funciona o hospital denominado Instituto São Camilo.

         Meu pai era leitor contumaz. Aos 40 anos, já não lia clássicos da Literatura, mas o Pato Donald, o Mickey, o Tio Patinhas.... Vidrava-se nas criações de Walt Disney. E passou o costume para nós, os filhos. Somos leitores e até escrevemos....
         Ao voltar para a casa dos pais, depois de quase que uma década fora, casou-se e voltou a estudar. Como não tinha documentos, em razão de haver "desertado" do Seminário, teve que fazê-los de novo. Então, abandonou a grafia de "Ricchetti" e mudou a sobrenome para Riquetti, que adotamos até hoje, embora nosso original, de descendência italiana, seja diferente. E, para obter documentos de escolaridade, frequentou o ensino complementar e o antigo "Normal", que equivale ao Magistério, em nível de Ensino Médio, hoje.
           Para quem já tinha estudado o início do curso superior, com formação em Latim e Francês, tocado piano e órgão ainda no Seminário, aulas de línguas e música eram diversão. E começou a lecionar em escolas "isoladas", como Leãozinho, Pinheiro Baixo, Linha Caçador, Barra do Pinheiro, Nossa Senhora da Saúde, Linha Savóia. Depois lecionou no Grupo Escolar Belisário Pena, em Capinzal e no Escolar Joaquim D´agostini, em Lacerdópolis, em 1964. Em 1960, quando lecionava na Savóia, levou-me junto com ele  algumas vezes nesta e aprendi a escrever algumas letras e palavras. Em 1961, com 8 anos de idade, entrei para a escola, efetivamente, no Colégio Mater Dolorum, no primeiro ano.
          Meu pai foi meu primeiro professor, informalmente. E, mesmo quando eu cursava o primário, no Mater, me dava lições d uso dos pronomes oblíquos e aritmética. Aprendi a fazer cálculos para trabalhadores da roça que vinham em nossa casa pedir ajuda a ele. Empreitadas de roçadas ou carpidas eram pagas por "quartas de terra", ou seja, 6.050 m2, um quarto de um alqueire, que tem 24.200 m2. Me ensinava que se multiplicava a base pela altura e se obtinha a área roçada ou carpida.
Para triângulos, fazíamos base vezes altura, divididos por 2. Toda essa prática me ajudou muito na vida. Até hoje gosto de fazer cálculos enquanto faço minhas caminhadas diárias. Ou crio poemas enquanto caminho. Coloco minha mente para funcionar....
          Meu pai me ensinou muitas coisas. Como professor e como pai. Então hoje, lembrando dele, do Ebenezer  Brasil, que lecionava em Linha Bonita, do Thomás (Thomasin) Pilatti, que lecionava em Leãozinho e Linha Bonita, rendo minha homenagem a todos os meus professores, vivos ou de saudosa memória. Grande abraço em todos, aos que foram uma oração sincera e sentida, e aos que restam uma saudação muito carinhosa.

Deus abençoe todos os professores!

Euclides Riquetti
15-10-2016

Há 48 anos perdi meu pai...

 


 


   

 Resultado de imagem para fotos flores brancas


          Há exatos 48  anos  perdi meu pai... Ele tinha 55 anos e foi acometido de doença muito grave. Minha mãe estava com 53. Ficamos os seis filhos sem o querido pai. Quase perdemos o rumo!
       
          Agora, tanto tempo já passado, nossa vida mudou muito. Ele teria hoje, dez netos e 5 bisnetos.  Não conheceu nenhum deles. Perdemos um ótimo pai, pessoa de muita cultura e conhecimento. Líder, nos dava bons exemplos e ensinamentos. Colocou-nos no caminho do bem e isso foi o maior legado que nos deixou.

         Parece-me que tudo foi ontem. Lembro-me de cada detalhe dos últimos tempos de vida dele. Eu estava com 24 anos de idade e vivera metade deles longe da família. E isso me entristece, pois quando eu estava em condições de entender bem a vida, de buscar mais informações sobre a vida dele, eu o perdi. Por isso mesmo, quando tenho oportunidade de estar perto de meus filhos, faço-o com muita alegria.

          Amar e valorizar os familiares é dignificante e prazeroso. Mesmo tendo muitas saudades, lembro com carinho de todos os momentos que vivi com o Guerino. Fomos até contemporâneos na Fafi, em União da Vitória. . Eu cursava Letras e ele Geociências. Em 1974 parou seus estudos porque adoecera e em 1975 faleceu.

          Agora, com a mesma saudade intensa e o mesmo carinho, procuro propagar sua memória. Mais do que ter virado nome de rua, de escola, de biblioteca e de museu, o professor Guerino Riquetti foi meu pai, a quem muito admirei, por quem nutri muito amor, e de quem tenho muito orgulho.

Um carinhoso beijo na testa, um abração a você, lá no céu, da mesma forma que meu filho me abraça hoje.

Carinhosamente,

Euclides
Reeditado em 18-06-2025

Ao meu pai...



                              


Homenagem a meu pai, Professor Guerino Riquetti,
Falecido em 18 de junho de 1977, aos 55 anos

Dias sem pássaros, noites sem estrelas
Dias de densas nuvens, o vento a volvê-las
Noites tão escuras, luar contido, ausente
Fazem dos meus sonhos futuro sem presente...

Dias de chuva forte, sem sol, sem luz no céu
Dias sem esperança, cinzento mausoléu
De alguém que foi distante, buscando seu destino
Tombando para sempre, subindo ao céu divino.

Conforto-me em saber que fez o bem na terra
Que pela sua bondade fará novos amigos
No céu que é manto azul, é flor da primavera
Verá,  mais uma vez, seus entes tão queridos.

E entre dias sem lindas noites, noites sem dias lindos
Eu fico recordando, pensando nos já findos
Em que você se foi, naquele longo inverno
Buscando nova vida, buscando o Pai Eterno!

Euclides Riquetti
Composto em julho de 1993.

Você é meu sol, o sol de minha vida


 


Resultado de imagem para imagens sol de canasvieiras




Você é meu sol, é o sol de minha vida
Que brilha e me dá o ânimo necessário
O sol que se estende na praia comprida
Onde caminho em meu trajeto diário...

Você é o sol que doura aqueles corpos
Que os deixa mais bonitos, desejáveis
Que ilumina galés paradas nos portos
Onde eu lembro de momentos afáveis.

E você sendo meu sol, me dá um norte
Um rumo seguro em que possa trilhar
Um aroma exalado, um perfume forte.

E eu, sendo um ser que precisa de amor
Preciso do sol que você está a irradiar
Absorver seu carinho, seu suave calor!

Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com 

Um horizonte azul cor do céu

 


 


 




Há um horizonte azul a nos esperar
E corpos que  flutuam embalados em canções
Nas ruas da terra , através das gerações.
No azul da cor do céu, no  azul da cor do mar.

Há um horizonte azul  a nos amparar
Em todas planícies verdes deste mundo
Nos mares que cobrem do sol  rotundo
E ombros que me esperam pra chorar.

Havia um horizonte azul no teu olhar
Que me buscou entre os andantes do universo
E um doce abraço teu a me chamar:

Agora, em cada nova manhã de invernos e verões
O Poeta   te exalta  em prosa e verso
Ó  musa de meus encantos e paixões!

Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com 

terça-feira, 17 de junho de 2025

No silêncio do amor e da paz

 

 


 



No silêncio do amor e da paz
A vida se refaz
Em passos gigantes caminha
A vida tua, a vida minha
A vida que me seduz e apraz!

No silêncio da noite, a paz do dia que passou
A alegria de momento que marcou
A oração rezada com devoção
Extremada meditação
Sobre quem eu, de fato, sou!

Na agitação de cada uma das nossas horas
A vontade de não ir embora
De ficar te amando
Ou apenas te cortejando
Como te teria cortejado outrora!

Na agitação do meu coração e da minha cabeça
O medo de que desanoiteça
Sem que tenha te amado o suficiente
Por causa do risco iminente
De que meu corpo desfaleça!

Mas, no silêncio ou no turbilhão ruidoso
Navego num rio caudaloso
Para buscar-te em algum lugar
Seja por aqui, seja no mar
Eu, com meu instinto desejoso!

No silêncio do amor
No silêncio da paz!

Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com 

Soberano Vale do Rio do Peixe


 





Soberano Vale do Rio do Peixe
A névoa alva nivela os montes no vale soberano
Torna-se  uma imensidão de algodão desfiado
Como se Deus o tivesse num sopro criado
Para que os anjos pudessem caminhar sobre o  plano.

O Rio do Peixe  se oculta calmo e sinuoso
Até o  ruído das aves some , esconde-se nas plantas
As mães protegem  seus filhotes com as asas  santas
A natureza repousa seu  concerto mudo, silencioso.

Vale encantado de nosso Rio do Peixe, que orgulho!
Venho do planalto e te contemplo  em todas as  manhãs
Mergulham  em ti os vindos  das paisagens  chãs
E eu também mergulho,  nesta tenra manhã de junho.


Euclides Riquetti

Deixe que o vento leve as folhas

 


 






Deixe que o vento leve as folhas embora
Mas que não leve junto o seu belo sorriso
Deixe que eu acarinhe seu cabelo liso
E que ele acalme meu coração que chora.

Deixe  que o vento leve as folhas já caídas
Aquelas que secaram e se desprenderam
As que eram verdes e, de dor, já feneceram
As folhas marrons e aquelas amarelecidas.

Que leve as folhas,  mas não leve a vida
Que nos deixe o tempo que nos envelhece
Que  reanime a voz quando ela emudece
Que reacenda a chama do amor esquecida.

E,  que quando os anos já tiverem passado
Quando a história for maior que o porvir
Que nossas almas  possam sempre sentir
Que o amor vivido possa ser relembrado!

Euclides Riquetti

O primeiro vento...

 




Resultado de imagem para fotos homem olhando pro mar

O primeiro vento que roçou meu rosto
Trazendo-me um doce bálsamo floral
Veio para se impregnar no meu corpo
Na manhã de sol e de um mar colossal.

Veio suave e  me trazendo as gaivotas
Com seus gemidos e os seus planares
Olho, no oceano, as distantes ilhotas
E voa meu pensamento sobre os mares.

O mesmo lufar que me traz saudosas
As lembranças que me fazem feliz
Traz-me também a energia prazerosa
Que me impele a te querer e sentir.

Então, enquanto contemplo a calmaria
E me transponho pelo azul celestial
Eu me perco na nave da nostalgia
E busco te encontrar no espaço sideral!

Euclides Riquetti


Transcendendo

 





 

 
 
Transcendo
Saio do conforto daqui
Liberto-me de meu céu imaginário
Navego no mundo, solitário
E vou pra perto de ti., de ti, de ti...

Transcendo
Busco as respostas que ainda não tenho
Volto no tenro  passado
Projeto-me o  futuro desejado
Viajo, vou e venho...

Transcendo
Porque acomodar-me é covardia
Porque omitir-me  é vergonhoso
Não combina com meu ser impetuoso
Há a desafiar-me, sempre, a ousadia.

Transcendo
É a maneira que tenho para estar contigo
De tocar tuas mãos e beijar teus lábios
De dizer-te os versos mais raros
De chorar em teu ombro amigo.

Transcendo
Para exercitar minha rebeldia
Para dizer-te de meu encantamento
Para, com todo o arrebatamento
Abrir-te minha  alma, guria...

Transcendo...

Euclides Riquetti

Mimosa, potranca, buenaça!






Mimosa, potranca, buenaça
Baita chinoca, macanuda, conservada
Tu me levas a afundar-me na cachaça
Mimosa, potranca, buenaça.

Tu que jogas no meu corpo o vil cansaço
Tu que espantas a tristeza do galpão
Espreitas o manejo de meu laço
Mas recusas entregar-me o coração.

Tu bem sabes que és a dona do pedaço
Sabes ser de qualquer taura a perdição
Teu olhar reprovador é um talagaço
Fere mais do que o tapa de tua mão.

Gauchona, pra ti olho e te tenteio
Gauchona, olha pra mim, deixa de estória
Vem me abraçar, vem pra mim sem mais rodeio
Vem me querer, ou te pego qua gibóia.

Sou um cabra atucanado e provocado
Pelos olhos da gaúcha mui viçosa
Essa potranca vai levar todo o meu gado
Vai me deixar coçando a pança essa mimosa.

Vai embora, vai mulher de tentação
Vai te  fartar com outro trouxa que não eu
Suma, te percas na cinzenta imensidão
Deixa que a paz venha seivar meu coração.


Euclides Riquetti

Lembranças do Mater Dolorum



 

 
 
          O Mater Dolorum chegou há 7  décadas e pouco...  Chegou antes de mim. E, quando me dei por gente, estava ali, no alto do mesmo morro, impondo-se, sutilmente, sobre Capinzal. Um casarão de madeira com dois pavimentos, um sótão e um "porão". Um edifício muito estiloso, de elevado padrão de arquitetura para a época.

          Em 1961,  adentrei pela primeira vez pelas portas do Mater. Conhecia muitas histórias sobre ele. Meu irmão mais velho e meus primos me contavam sobre isso. Era um educandário particular, de posse e administração das Irmãs Servas de Maria Reparadoras. Justamente naquele ano, iniciara convênio com o Governo Federal, e eu pude entrar ali como aluno, com 8 anos feitos já. Viera de "Linha Leãozinho", que na época ainda pertencia a Capinzal. E, tão logo aprendi a ler, identifiquei uma placa enorme, em que se podia ver: "Plano de Metas do Governo''. Era o plano do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, que tinha como slogan "50 anos em cinco", ou seja, estava dando uma sacudida no País para que deixasse de "dormir em berço esplêndido". Atacava na indústria e na educação. Começavam a fabricar carros e nós a frequentar boas escolas, gratuitamente.

          Minha primeira professora foi Judite Marcon, uma interna do Convento das Irmãs, que havia em anexo. Ela foi embora para continuar seus estudos e veio, em seu lugar, Noemia Zuanazzi. Adiante, passei pelas mãos generosas de Marisa Calza,  Marlene Matos, Tarsila Boff, Marli Sartori,  Marilene Lando e outras. Pelo menos estas foram as mais presentes, pois as outras atuavam temporariamente. Havia a Almeri Pasin, que lecionava para outra turma, onde estudava um primo.

          Algumas lembranças tenho bem claras na memória: Ao lado do casarão de madeiras, edificava-se o prédio do  Mater Dolorum  em seu corpo principal. Lembro-me bem que um dos mestres da obra era o Sr. Valdomiro Viganó.  Adiante, o casarão deu lugar ao auditório, que na nossa memória ficou registrado como "palco". Daquele velho casarão, os medos que vinham com os rumores: No sótão, numa sala bem aos fundos, haveria o fantasma de algumas freiras já falecidas. As histórias que nos contavam eram horripilantes. E nós nos pelávamos de medo das assombrações. Acho que queriam assustar-nos para que não fôssemos meter o nariz onde não devíamos. E nós éramos tão xeretas quanto são os adolescentes de hoje, talvez piores que eles.

          Uma grande expectativa na cidade foi com a chegada do Caminhão "Caçamba" das Irmãs para ser utilizado na remoção de terras das escavações, que foram muitas e geraram grande volume de material a ser retirado para a construção do prédio novo e os pátios, inclusive o a quadra, que exigiu muito trabalho. Trator e carregadeira de esteiras da Prefeitura, que davam apoio. E o caminhão com carroceria basculante, amarelo, Ford F 600 novinho e brilhoso, enfim chegou. Eu nem era aluno ainda quando isso aconteceu. Dizia meu irmão Ironi, que ali estudava, que seria dirigido pela Irmã Terezinha. Mas, na verdade, o motorista acabou sendo o Sr. Loid Viecelli. Este, além de motorista do caminhão, muitas vezes animava as festas juninas com sua gaita para que dançassem a quadrilha.

         Irmã Fermina, Irmã Marinella, Madre Prisciliana são algumas das freiras que muito marcaram a minha vida e a história dali. A primeira, moreninha , franzina, delicada. Marinella, alta, jeito de italiana, dócil. Prisciliana era chamada somente de "Madre", uma mulher magra, de média estatura. e a Irmã Terezinha tinha fama de "braba".  Era bonitona, pele do rosto bonita, usava óculos clássicos. Bem, nunca ninguém viu nenhuma que não estivesse envolta em seu hábito preto e branco, que deixava mostrar apenas o rosto e as mãos. Sapatos pretos com meias. Ninguém nunca lhes viu os pés. Ficávamos imaginando como podiam passar calor nos dias de verão. Mas, não muito tempo depois, mudaram as convenções da Igreja católica e padres e freiras passaram a vestir-se como os cidadãos comuns. Aliás,  a população ficou dividida em relação a isso, pois uns achavam que estavam certos e outros de que deveriam manter-se com as vestimentas características, para facilmente serem identificados e não serem confundidos.

          Muitas histórias boas de meus quatro anos de estudos no Mater Dolorum ainda estão em minha cabeça. E também de minha atuação como professor de Inglês nos seus últimos anos de funcionamento enquanto escola particular, da Congregação Servas de Maria Reparadoras. O educandário legou-me uma educação de alto nível. Aprendi muito do primeiro ao quarto ano, entre 1961 e 1964.  E, sobretudo, aprendi muito em termos de educação e formação pessoal. Mais do que aprender a ler, escrever e calcular, aprendi a ser gente ali! E isso me orgulha muito!

Parabéns, Mater Dolorum, palco de grandes acontecimentos, memórias, eventos, lembranças!

Euclides Riquetti
31-08-2014
Reedição em 17-06-2025

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Balada para o Anjo Azul

 


Nossos céus já estão cantando

A Balada para o Anjo Azul

As brumas vão se alevantando

Pelos vales da América do Sul...


Minha vida eu vou levando

Por todos os invernos e verões

A primavera vem chegando

E nosso outono já se foi...


Meus poemas vou compondo

Pra aquela musa é inspiradora

Depois que a noite vai se pondo

Vem a hora redentora...


Aceite, então,  esses meus versos

Que compus com devoção

E que mando pro universo

Pra que se tornem canção!


Euclides Riquetti

Madrugada do dia 17-06-2025

www.blogdoriquetti.blogspot.com 



Vasco - apenas Vasco! Na alegria e na dor...

 



Resultado de imagem para imagens cr vasco da gama


Vasco
Apenas Vasco
Na alegria e na dor
Sempre Vasco!

Vasco do meu coração
Minha grande paixão!
Vasco que me faz sofrer
Algo que faz doer...

Vasco é palavra exclusiva
Que me inspira
É meu preferido tema
Para um novo poema!

Mas, paixão é sempre assim
Acontece pra você
Acontece pra mim
É amor que permanece
É amor sem fim!



Euclides Riquetti - Poeta e cronista Vascaíno  - Administrador do
Blog do Riquetti - www.blogdoriquetti.blogspot.com 

História de alfaiates de Rio Capinzal



Blog dos Alfaiates: Alfaiates: arquitetos da elegância (I)


          Os alfaiates tiveram grande importância, ao longo a História, na vida do homem. Mãos habilidosas, prática obtida com o tempo de exercício da profissão, talento nato e herança de conhecimentos levaram profissionais "oficiais" a viverem tempos de bonança e a deixarem os homens mais elegantes. Dentre meus familiares, muitos oficiais. Os "meio oficiais" eram aqueles que não tinham, ainda, o domínio total do metier, como, por exemplo, os que sabiam costurar mas não sabiam fazer o corte dos tecidos.

           Perceber o "caimento", promover a combinação dos tecidos, ter o domínio da tesoura, da agulha e da máquina se coser, a habilidade e a precisão na obtenção das medidas do corpo do cliente, e até saber conversar com o cidadão ajudava, ou eram requisitos indispensáveis para que o alfaiate tivesse sucesso em sua profissão.

          Em minha infância e adolescência, algumas alfaiatarias funcionavam no município de Capinzal e no Distrito de Ouro. Havia, em Capinzal, o Valdomiro e os Vicari, o Franchini, que era torcedor do Fluminense, e a do Vilson Dambrós  (marido da Ruth Baretta)  e do Angelin Sfredo marido da Stela Flâmia), que se localizava em anexo ao Posto Ipiranga, no lado de Capinzal. Ali era uma espécie de "Embaixada do Vasco da Gama, uma vez que estes jogavam no Vasco de Capinzal. Trouxeram o Vanderlei, um moreno alto e magro que jogava o fino da bola, para trabalhar na alfaiataria e jogar no time.

          No lado do Ouro, havia a Alfaiataria Baretta, do meu primo Chascove, (Ludovino Baretta), em que trabalhavam meus primos Sérgio Riquetti e seus irmãos Hélcio e Ovídio. Também meu tio Ivo Baretta, o Ulisses Vergani e acho que o Sadi Dalposso. Adiante, cada um foi tomando seu rumo: Os Riqueti passaram a ter sua própria alfaiataria, primero no Ouro e depois em Capinzal, o Vergani a sua em Capinzal, onde ensinou o Celso Calegari, da Loja Calegari, o Dalposso manteve-se por longo tempo no Ouro, tendo costurado meu terno de posse como prefeito daquela cidade, na minha juventude. O Tonini, que hoje faz fretes com uma Kombi, trabalhou com familiares no Novo Porto Alegre, onde também havia uma delas. Outros amigos de que me lembro, foram o Alduino Thomazoni, que trabalhou com o Ivo Baretta; o Nílton Nora e o Alcides Faccin, que trabalharam com o Chascove em nossa época de juventude.

          Hoje, restam poucos alfaiates exercendo a profissão. Normalmente, trabalham para lojas que vendem ternos e estão instaladas nos shoppings das grandes  e médias cidades.

          Neste dia 6, domingo, comemoraremos o Dia do Alfaiate. Deixo um grande abraço em todos os que conheci e que tornaram meus amigos.

Euclides Riquetti
04-09-2015

Você me seduz

 


 


 



Você me seduz
Com o seu jeito imponente e importante  de ser
Você me reduz
A um ninguém maltratado, largado outra vez.

Você é assim
A mais bela mulher que eu já vi  por aí
Você é pra mim
A mais formidável senhora que já conheci.

Procuro compor
Um poema com lindas palavras e rimas para lhe agradar
E sinto uma dor
Quando percebo que busco e não tenho o que encontrar.

Procuro pensar
Que você já sentiu quanto amo seus olhos castanhos
E me conformar
Pois não há como ser de você, que me vê como estranho.

Você  me seduz
E maltrata o meu coração perdido e incontido em desejo
Você me reduz
A um frangalho, um  rejeito sem coragem de olhar-se no espelho.

Você é assim
Eu não sei se é maldade, se é medo, ou pura vaidade
Você é pra mim
A deusa distante que finge e me esnoba assim sem piedade.

Procuro compor
As canções mais sensíveis com com letra romântica e melhor  melodia
E sinto uma dor
Que faz com que eu sofra por não receber nem um simples "bom dia"!

Um bom dia
Um aceno
Um olhar...

Apenas um olhar
Disfarçado que seja.
Como a noite sem luz
Você me seduz!


Euclides Riquetti

Quadrinhas lá da roça...

 


Resultado de imagem para fotos de sítio caipira


Lá na roça tinha muito
Tinha muito do serviço
Mas dava cebola e batatinha
Tinha até porco-ouriço!

Lá na roça também tinha
Tinha melão e melancia
E altos pinheiros com pinhas
Onde fazíamos estrepolia!

Lá na roça tinha boi
Tinha vaca, tinha ovelha
Naquele tempo que já  foi
Tinha até caixa de abelha!

Tinha casa lá na roça
Coberta de tábua ou telha
Até chiqueiro com fossa
Uma porcada bem parelha!

Bem pertinho de uma taipa
Tinha em belo de um paiol
Um cavalo muito baita
Que não tinha medo do sol.

Tinha uma horta bem plantada
Com alface, tomate e almeirão
E era muito bem cercada
Pra não entrar a criação.

Dá saudade do leite morno
Tirado do ubre das vacas
Do pão de trigo no forno
Quentinho nas formas de lata.

Ah, sim, me dá muita saudade
Dos amigos da vizinhança
De criança e da mocidade
Trago as melhores lembranças.

Os anos passaram  ligeiro
Mas de nada eu esqueci
Foi-se o tempo prazenteiro
Da  roça onde eu vivi.

Deus abençõe o roceiro
Que teimou em lá ficar
Dê forças pra que trabalhe faceiro
Para a família sustentar.

Agora, já bem madurinho
Divido com você minha história
Daquele belo tempinho
Com muita alegria na memória!

Euclides Riquetti