sábado, 9 de março de 2013

Sempre sonhos

Sonhos são sempre sonhos
Sonhos apenas...
Não se explicam
Nem se justificam
Apenas são sonhos.

Sonhos que embalam
Sonhos que encantam
Que me embalam... e me encantam!

Adoro sonhar, pois:
Sonhar é prenúncio de estar
Sonhar é precedente de amar
Sonhar é um verbo eterno
Excelentemente regular
Tão regular quanto AMAR!
Adoro sonhar...

Euclides Riquetti
09-03-2013

Viva Nosso Campeão!

Num domingo bem festivo
Dia de sol, de céu azul
Ouro foi do brilho vivo
Campeão em Rio do Sul.

As meninas altaneiras
Lutaram pelas nossas cores
Foram fortes as guerreiras
Merecem a coroa de flores.

Ouro foi ouro na quadra
Foi luta, foi boa condição
Foi o esforço de uma esquadra
Que não poupou preparação.

Nossas jovens vitoriosas
Levantaram o troféu
Com jogadas portentosas
E a proteção de Deus no céu.

Foi conquista emocionante
Foi sucesso, foi a glória
O que deu-se num instante
Vai ficar por toda a história.

As atletas aguerridas
Jovens belas, aplicadas
Merecem ser enaltecidas
Pelas glórias conquistadas.

E que o sucesso se repita
Que haja comemoração
E a verdade seja dita
Nosso handebol é um timão.


Parabéns ao handebol
Parabéns pra todo mundo
Que Ouro brilhe como o sol
É nosso desejo profundo.

Que todos possamos gritar
Nosso clamor de emoção
Como é bom poder vibrar
Viva o nosso Campeão!

Euclides Riquetti
06-11-1995
Homenagem à equipe de Ouro-SC, Medalha de Ouro nos
Jogos Abertos de Santa Catarina em Rio do Sul - SC








Parabéns, Fabrício!

          Naquela manhã de  28 de novembro de 1987, depois de algumas horas de espera numa sala do Hospital São José, em Capinzal, me aparece, todo sorridente, vibrando,  o Dr. Paulo Jefferson Mendes, obstetra,  e me diz, exultante: "Riquetti, eu me enganei, não é menina. É um baita menino! E eu vibrei também. Era um menino. Já tínhamos as gêmeas, Michele e Caroline e agora veio um menino! Por que o engano? Ora, comemoramos juntos, eu e ele. O ultrassom fora no início da gravidez, não fizemos outros.

          No pré-natal, no ultrassom, veio a informação de que seria uma menina. Já tínhamos até o nome: Gabriela. Preparamo-nos para que assim seria. Tudo estava bem, o bom acompanhamento médico, o parto normal. Não fizemos mais do que cuidar da saúde e preparar o enxoval. Dessa vez não seríamos pegos de surpresa, como da primeira vez, que vieram duas. (Naquele tempo, ultrassom só em grandes cidades). Então, o nome escolhido: Fabrício Guilherme. Fabrício foi o nome que minha esposa escolheu. Guilherme fui eu que escolhi e ela concordou. Era o de uma pessoa que muito nos apoiou, Guilherme Brancher.

          Depois veio a infância, a opção pelo Palmeiras e pelo Vasco da Gama, influenciado pelo tio Ironi e pelo pai. Até ensaiou umas de sãopaulino. Fui ao Mater Dolorum com o bolo, os doces, os refrigerantes, e levei-lhe um uniforme completo do São Paulo: camisa dez, calção dez e meia 10.  Fazia seis anos.  Tudo com a assiinatura do Raí, irmão do Doutor Sócrates, seu ídolo. Mas, adiante, veio de presente uma camisa do Palmeiras/Parmalat, dada pelo  tio, e foi por aí mesmo. No último Natal, dei-lhe aquela camisa especial do Vasco, a azul com a faixa vertical branca e a cruz-de-malta. Ficou felicíssimo.

          As quatro séries finais do Ensino Fundamental no CNEC, o Ensino Médio no Colégio Marista Frei Rogério de Joaçaba e, depois, três anos e meio, 7 fases,  de Engenharia de Produção Mecânica, na Unoesc, em Joaçaba. E a proposta: "Pai, não quero mais estudar Mecânica. Não gosto, não me adapto". Gosto de negociar, quero mudar de curso. Quase morri de susto. Fiquei muito contrariado, mas procurei entender isso.  Então, mais quatro anos e meio de Comércio Exterior. Em novembro último, o término do curso. E, hoje, neste sábado muito chuvoso, a formatura. E, dentro daquele espírito: A formatura é do filho, ele decide quais amigos convidar. Os amigos dele, não os nossos...

          Um longo  filme retroage na minha cabeça: aproveitou a vida, jogou todos os tipos de esportes, é forte, saudável, resoluto. Tem Medalhas de Ouro no futebol, futsal, handebol, hae-kon-dô. Joga tênis de quadra, gosta de pescaria, tem seu trabalho, está casado com sua Luana, têm a vida independente, ela ainda está cursando Psicologia.

          Pedir mais a Deus? Não! Apenas saúde para ele e para todos os da família. Desejar que a cada dia encontre mais alegrias em seu caminho. E continue com sua costumeira energia.

          Tímido, embora falante como o pai. Leitor,  como todos os da família. Agora, escolhido Orador da Turma. Sei que está com o discurso pronto, não me mostrou. Mas imagino que seja algo mesclado com sensiilidade e irreverência, próprio do jeito dele.

          Então, parabéns, Fabrício Guilherme!

Euclides Riquetti
09-03-2013


         

sexta-feira, 8 de março de 2013

Palavras Mágicas de Amor

Três palavras mágicas:

Querer
Beijar
Amar

Uma frase mágica:

Eu te amo!

Euclides Riquetti
08-03-2013

Reverenciando as Mulheres

          A mulher sempre teve muito poder ao lado do homem e, por muitas vezes, esse poder sobrepôs-se ao dele. Mas, historicamente, em razão de uma suposta supremacia dos homens, passou a maior parte da história da Humanidade relegada a uma figura de decoração. Poucas, ao longo do tempos, conseguiram ocupar importantes espaços e marcar grandemente suas posições.

          É sabido que persas, egípcios, gregos e romanos  tiveram suas rainhas, mas quase que sempre vinculadas a um Rei ou Imperador. Porém, Cleópatra Théa Filopátor, a Cleópatra Rainha do Egito, que viveu de 69 a 30 A.C., tornou-se rainha aos 18, casou-se com Júlio César e depois Marco Antônio, suicidando-se aos 39 anos, teve uma presença extraordinária no círculo de Poder do Mundo Conhecido de sua época. Aliava sua astúcia e intelegência à sua beleza e charme para conseguir o que queria, e tinha sucesso na maioria de seus intentos.


          Ainda Garibaldi, a catarinense que é conhecida como a  Heroína de Dois Mundos, nascida em 30 de agosto de 1821, possívelmente em Laguna (Lages também reivindica esse fato para si), que casou-se aos 14 anos e foi deixada pelo marido aos 17, quando este alistou-se para combater na Revolução Farroupílha, e aos 18 anos juntou-se a Giuseppe Garibaldi, italiano, tem importante registom histórico no Brasil, Uruguai e na Itália.   Um filho gaúcho, três uruguaios e um Italiano, morreu de parto no Quinto, em Mandriole, na It´palia em 04 de agosto de 1949. Combatia, junto seu marido, em terra e água, defendendo ideais revolucionários e libertatórios.

          Evita Perón, que viveu por 33 anos, falecendo em 1952, da condição de filha bastarda chegou a transformar-se em apresentadora de novelas de rádio, atriz e, sobretudo, casou-se com o Coronel Juan Domingo Perón, transformando-o em Presidente da República da Argentina. Antes de morrer de câncer, idealizou e tonou realidade diversos programas sociais em seu país, sempre contmplando os trabalhadores e "descamisados". Conseguiu o direito do voto para as argentinas.  Determinada, na infância, disse que haveria de "casar-se com um príncipe ou um presidente". Fez mais que isso: casou-se e transformou seu marido em Presidente.

         Benazir Bhutto, nascida em 21 de junho de 1953, no Paquistão, estudou o Ensino Médio em Harward, nos Estados Unidos,  e Filosofia, Ciências Políticas, Economia, Direito Internacional e Democracia em Oxford, na Inglaterra. Governou o Paquistão, na condição de Primeira-ministra, de 1988 a 1990 e de 1993 a 1996. Seu pai foi executado e dois irmãos assassinados.  Ela também foi assassinada em 27-12-2007, quando estava em comício para as eleições de seu país, novamente candidata ao cargo. Sua família sofria grande repressão dos militares de seu país e foi morta por um terrorista. Combatia o terrorismo e defendia a democracia, colecionando inimigos. Mas foi uma das figuras mais notáveis de seu país e é uma das mulheres mais marcantes da História Mundial.
Temos muitas outras que se destacaram por defenderem  causas nobres: Irmã Dulce, na Bahia; Madre Teresa de Calcutá, na Índia,  e a catarinense Dra. Zilda Arns, com que tive o prazer de conviver algumas horas, e que pode ser considerada a maior defensora da infância brasileira.

       Também, quero ressaltar algumas professoras que marcaram minha vida e que me ajudaram muito:  Judite Marcon, Marilene Lando, Marli Sartori, Vanda Meyer,Vanda Bazzo, Olga Brancher, Vera Lúcia Bazzo, todas em Capinzal. Fahena Porto Horbatiuk, Abigail, Rosa Maria da Maia Filha, na FAFI, em União da Vitória. Foram mulheres que contribuíram para que  eu obtivesse meu conhecimento e minha formação na área da Literatura.

        Hoje, felizmente, as mulheres, em especial no Brasil, já ocupam a maior parte das vagas nos cursos de ensino superior, e nas escalas de pós-graduação como mestrado, o doutorado e o pós-doc. Ao contrário  do que acontecia há três décadas, atuam em todos os setores de atividades, não apenas como Professoras ou Enfermeiras. E, esse fato, mostra que a sociedade evoluiu muito, pois elas estão deixando a condição de "cuidadoras" para adentrar, efetivamente, na de executoras. Assim, Engenheiras, Arquitetas, Designers,  Farmacêuticas, Psicólogas, Fisioterapeutas, Advogadas, Promotoras, Juízas, Médicas, Dentistas, Contadoras, Publicitárias, Administradoras, Biólogas, Veterinárias, Agrônomas, Motoristas de táxi, ônibus ou caminhão, e uma infinidade de tantas outras ocupações, mostram que a mulher, com sua inteligência, conhecimento,  habilidade e  determinação, conseguiram ocupar o espeço que realmente deve ser seu.

          Mas há ainda muito preconceito a ser eliminado. Ainda há quem pense que o trabalho da mulher tenha que ser remunerado menos que o do homem, pelo mesmo serviço. E que as tarefas domésticas sejam de responsabilidade delas. E os que, quando os filhos choram, à noite, viram-se de costas... Mas isso tudo ainda vai ser superado, pois, a cada ano, a força da mulher mais se agiganta!

          Um grande abraço e um beijo no coração de cada uma de minhas leitoras e das que conviveram comigo no trabalho e nas lides comunitárias.

Euclides Riquetti
08-03-2013

quarta-feira, 6 de março de 2013

Palmeirinhas - a amizade de meio século

          Como preservar uma amizade de meio século? Tenho certeza de que você, leitor (a) madurão (ona), que já está pré-idoso, tem muitas amizades assim. São aquelas de que nunca nos esquecemos, aquelas que ficaram internalizadas em nós e que, mesmo que não estejam constantemente alimentadas, estão guardadas no fundo de nosso coração. Uma amizade verdadeira, mesmo que seja em alguns momentos abalada por percalços, a esses sobrevive quando ela é autêntica, não surgiu como fruto de algum interesse.

          Resgatar amizades tem sido meu afazer favorito  neste novo ano. E como me sinto contente em poder fazer isso, ter tempo disponível para tal! E uma arma fortíssima a me apoiar é o Mr. Google! Esse cidadão merece meu reconhecimento e meu aplauso, pois me tem possibilitado chegar a endereços que eu jamais imaginei que pudesse.  E, nesses endereços eletrônicos, quantos amigos já revi!  Que felicidade, quanta alegria isso já me trouxe!!!

         Simples recados, uma mensagem curta enviada e uma resposta obtida, por mais sintética que seja, sempre nos reaproxima de alguém que queiramos. Não sei como que se operam as artimanhas da comunicação digital, mas, por alguma razão, recebo solicitações de amizade. Aceito todas, porque sempre que algum pede minha amizade, o mínimo que posso fazer é retribuir aceitando. E, de minha parte, procuro buscar pessoas com quem algum dia convivi, mais antiga ou mais recentemente. Quando envio uma solicitação é porque alguma razão me diz que é uma pessoa confiável e que merece minha amizade. Ou porque algo me diz que é uma pessoa confiável e de quem posso aprender algo novo.

         Nesta semana, reencontrei um amigo que, desde 1965, quando saiu ali do Ouro para Araruna, no Paraná, eu só o vi uma vez, há quase 30 anos: Severino Mário Thomazoni. Éramos vizinhos, moradores da Rua da Cadeia naquela época. Fundamos um time de futebol, entre vizinhos, nenhum distante mais de que 1 Km da Cadeia. Todos pessoas humildes, que gostavam de jogar bola nos campinhos. Em 13 de dezembro de 1964 fundamos o Palmeirinhas. E nosso campinho, justamente, ficava ao lado da cadeia. Primeiro, no próprio terreno desta. Depois, com a sua construção, foi deslocado um pouquinho ao lado.

           Tínhamos uma sede, numa sala no porão da casa do Sr. José Thomazoni, junto à sua fábrica de vassouras. Passamos a jogar no Campo de Futebol Municipal, em Capinzal, que pertencia à Rede Ferroviária. Obtínhamos muitas vitórias jogando nas comunidades rurais. Tínhamos jogadores habilidosos. Nosso principal rival era o Juvenil do Grêmio Esportivo São José. Tínhamos jogadores da mesma faixa de idade. Em Capinzal havia o Botafoguinho, de jovens. Os aspirantes deles tinham idade compatível com a nossa. Os times existiram enquanto as pessoas estavam por lá. Ficando adultos, foram jogar para outros e os times sumiram. Muitos foram estudar fora e isso prejudicou nosso futebol. Eu fui para o juvenil do Arabutã, depois para Porto União. Lá foram anos de estudo e bola só am brincadeiras.

          Na segunda-feira, 04, depois de contato via facebook, liguei para o cellular do Mário. Grande surpresa teve ele. E muita alegria tivemos. Falamos mais de duas horas, entramos na madrugada. Quantas belas lembranças, ele me perguntando sobre as pessoas daqui e eu perguntando sobre seus pais, que faleceram, sua irmã Nina e o irmão Arlindo. Falamos de família, de esposas, de filhos, de netos. Que alegria!

          Lembrei-o de uma vez que fomos tarrafear, à noite, ali abaixo da barragem do Rio do Peixe, no lugar que chamávamos de "ladrão" de água. Acendemos um fogo ao lado de uma corrente de água para clarear  e os lambaris saíam do rio e se metiam no meio das pedrinhas por onde escorria um pouco de água. Nós os pegávamos com as mãos, enchíamos as sacolas. Diz que quando conta isso em Araruna falam que é "conversa de pescador". Mas é pura verdade.

          Lembrei-o de que quando saímos para casa, altas horas da noite, ao passar por sobre uma árvore tombada no valo, que servia de ponte de passagem, ele caiu na água. Estava com casaco, de "conga" e com uma sacoleta pendurada com a tarrafa dentro. De um ímpeto, muito ágil, o Ademir Miqueloto (falecido em Porto Alegre), atirou-se na água e o salvou. Coisa para nunca mais se esquecer. E ele foi dando-me deltalhes sobre isso...Foi um susto para nós.

          Nossa sessão saudosista terminou quando ele me passou as fotos dos times antigos, de 1964 e 1965, de Capinzal e Ouro: Do nosso Palmeirinhas (da Rua da Cadeia), do Botafoguinho (de Capinzal), do Arabutã e do Vasco. Ver essas fotos me dá uma nostalgia dolorosa, pois verifico que muitos  dos viventes da época já foram pro céu...

          Como não é meu propósito publicar fotos no blog, as que ele mandou estão no meu facebook, quem quiser vê-las, busque por lá e sintam-se à vontade para compartilhar. Ele, inclusive, descreveu os nomes dos atletas e dirigentes. Tem tudo bem organizado, coisa de quem gosta muito de futebol.

          Uma das fotos, de dezembro de 1964, traz os seguintes atletas: Ivanir Souza (Coquiara), Ironi Riquetti (o Foguete, falecido), Cosme Richetti (Joaçaba), Djair Pecinatto (Lages?), Juventino Vergani (Bicicleta ou Bichacreta,  Água Doce/Joaçaba), Romário de Vargas (Caçador),  Nereu de Oliveira (Curitiba), Moacir Richetti (Joaçaba), Ademar Miqueloto(Ouro), Altevir Souza (Joaçaba) Valdir Souza (Joaçaba), Luiz Alberto Dambrós, (o Tratorzinho, Goiás), Severino Mário Thomazoni (Araruna-PR), e Euclides (Pisca) Riquetti (Joaçaba). Nós arrumamos umas camisetas brancas, regatinhas, cada um,  e tingimos de verde. Bordamos um "P" do Palmeiras com ponto corrente.  Fizemos isso tudo nós mesmos. Foi o único jeito de termos uniforme. E quem não tinha chuteira, jogava de conga ou descalço. Foi nosso primeiro time.

          Uma segunda foto, mostra nosso time já evoluído, tínhamos A e B. Incorporamos o Fluminense do Rogériol Caldart e ficamos com a seguinte formação: Rogério Caldart, Sílvio Dorini, Arli Silva, Vicente Gramázzio, Rubens Flâmia, Severino Mário Thomazoni, Paulo Zuanazzi, Sérgio Baratieri, Valdir Souza, Altevir Souza, Dejair Pecinatto e o mascote Cleverson Richetti, que faleceu 15 dias antes de completar 18 anos, em 1976. O time usou a camisa do Fluminense.

          Uma terceira, da inauguração de um jogo de camisas mangas longas, brancas, teve: Nereu de Oliveira, Antônio Gramázzio  (Pítias), Vicente Gramázzio, Romário Vargas, Severino Mário Thomazoni, Nilton Segalin, Ricardo Baratieri, Antoninho Carletto, Valdir Souza e Djair Pecinatto. O Ricardo Baratieri atuou no lugar do Celito (Bandito)  Baretta, que entrou depois. Foi a única partida do Ricardo.  Quando se substituía um jogador, este pagava a camisa do que estava em campo, pois não tínhamos camisa de reservas...
         
          Fico contente em poder, junto com o Mário Thomaoni, resgatar um pouco de nossas histórias. Foram tempos em que, para comprar uma bola, fizemos uma rifa americana de um Ferro Elétrico, vejam bem. E era o único jeito de democratizar o futebol, pois se aceitássemos jogar com a bola de alguém, esse iria querer ser titular e jogar  tempo todo. Então, melhor do que aceitar isso, era vender os números da rifa do ferro elétrico...

Euclides Riquetti


   

    

   

         

terça-feira, 5 de março de 2013

Infinito Como o Céu

Distância?
Saudade...
Lembrança?
Eternidade...

Quando me atiro em pensamentos conturbados
E em sonhos atormentados
Que me afundam em seu corpo tão  desejado
Amado...
E, quando me perco em sentimentos proibidos
E vejo-me abandonado e esquecido...

Eu passo a não mais articular as palavras ditas
A não combinar as frases escritas.

Então me esforço para trazer a mim o seu olhar
Reconquistar!

Queria tanto os seus lábios provocar
Beijar...
Ver seu rosto sorrindo
Lindo
E bonito. E beijar...

Repito:
Quero apenas lhe tocar:
Para amenizar
Minha saudade
Nossas saudades (Ou você nega?....)

E nos meus versos
Diversos - apenas em meus versos
Poder me expressar:

Meu amor é, sim, muito bonito
Bonito porque é... infinito:
Tão grande como o céu!!!

Euclides Riquetti
05-03-2013

segunda-feira, 4 de março de 2013

Navegar em outro mar

O amor flutua no ar
E vem embalar
Meus pensamentos e meus sonhos.

O amor me acalma
Acalenta minha alma
Bane meus defeitos medonhos.

O amor vem cantado nas canções
Colado em sentimentos e emoções
Escrito nos versos das manhãs.

Mas, se não o alimentamos, vai embora!
Vai acampar em  almas que não choram
E não se apega nas  promessas vãs.

O amor é assim:
É um sentimento sem fim
Que procura um galho firme para pousar.
Ao contrário,
Vai navegar em outro mar!

Euclides Riquetti
04-03-2013




domingo, 3 de março de 2013

Memórias de Cadichon

          Quando estou a pensar no passado, e isso me inspira a escrever, procuro lembrar de situações que marcaram minha vida ou a de outras pessoas de minhas relações  e amizade. Entrei para o primeiro ano do antigo primário com 8 anos feitos, tinha vergonha por ser mais velho do que os outros. E passei por três professoras, Judite Marcon, que foi substituída por Mariza Calza, e depois Noemi(a) Zuanazzi, pois mudaram-me de sala, colocando-me numa turma um pouco mais adiantada.

          Na nossa condição e capacidade de julgar, da época, fazíamos a separação: Primeiro Ano Fraco e Primeiro Ano Forte. Neste, os alunos que cursaram o jardim da Infância. Naquele, "nosotros". Então, após alguns meses de aula, eu já estava razoável em leitura e escrita, então fui para a turma que estava além do a, e, i, o, u. Nós não estávamos errados em nossos conceitos...

          No segundo ano, em 1962,  lá pela metade do ano letivo, eu já lia bem, com alguma fluência, sem solavancos. Eu era muito privilegiado,  tinha professor em casa, meu pai, que estudou no Seminário São Camilo em São Paulo, até o primeiro ano de Folosofia. Então, eu já olhava as velhas revistas Cruzeiro, mais as figuras do que as matérias. E, para as férias, as freiras, (provavelmente a Irmã Firmina ou a Terezinha)   disseram que quem fora bom aluno poderia levar um livro da Biblioteca para ler.

          Seriam  dias de encantamento ter um livro para ler. Retirei um volumoso para minha idade: 256 páginas, uma versão brasileira de uma obra da Condessa de Ségur, nascida em São Petersburgo, na Rússia, em 1799, com o nome de Sophie Rostopchine, mas que aos 18 anos foi para Paris, onde só publicou seu primeiro livro aos 58 anos de idade, em Francês. E adotou o sobrenome de seu marido.Eu peguei a nossa versão  de "Les Mémoires d´un âne", "Memórias de Um Burro".

           Fui para casa de meu padrinho, no Leãozinho, então município de Capinzal, para passar minhas férias de inverno, e com a ajuda das filhas dele, Catarine e Delcia, consegui ler tudinho. Elas me ajudavam a entender as sílabas complexas. Lembro que a personagem principal era um Burrinho, Cadichon, muito injustiçado no início, mas que ao longo da trama salva a menina Paulina e consegue ralizar outrs feitos, ganhando respeito e notoriedade, até.

          Quinze anos depois, em 1977, quando eu já lecionava em Duas Pontes, hoje Zortea, ao participar de um encontro de formação lá no Mater Dolorum entrei na Biblioteca e vi que todos os livros antigos tinham sido encapados. Havia centenas deles. Pedi se tinham "Memórias de Um Burro" e disseram-me que não sabiam. Pedi licença, fui para a prateleira, apanhei um daqueles com capa em papel pardo e abri: Era o primeiro livro que eu li. Fiquei emocionado, retirei-o, li e reli, contei pra todo mundo.
          Cadichon me ensinou que o dinheiro tem alguma  importância no contexto da vida, , mas não é a salvação para tudo. Ainda, que ter amor e amizade são itens fundamentais para vivermos bem. Ser honesto nos garante respeito e o respeito abre-nos as portas com facilidade. Vale a pena ser honesto. Era mais ou menos isso que me ensinava. E eu morria de pena dele porque fora muito maltratado.

          Deste este primeiro livro lido, o  hábito pela leitura colou em mim. Leio de tudo. Não costumo ler modismos, leio a literatura que me dê interesse. Revistas, jornais, folhetos e jornaizinhos de igrejas, rótulos de produtos, placas de sinalização, legendas de noticiários, textos nos sites. Cadastrei-me e tenho senha de alguns sites da grande imprensa nacional. Comento, sempre que julgo conveniente, nos sites locais. Comento. Sou moderado, sigo a linha socrateana que me deu a frase que está no do epitáfio de meu pai: "In médio virtus".

          Hoje, eu o indicaria para muitas pessoas:  gestores públicos,  agentes políticos, profissionais liberais, ambientalistas, engenheiros, veterinários, agrônomos, psicólogos, estudantes e meus colegas professores. E a todos aqueles que acham que a formação acadêmica já lhes deu tudo de que precisam.

         Principalmente, recomendo para pessoas sensíveis. Estas têm, nelas, um pouquinho de Cadichon.

Euclides Riquetti
04-03-2013