sábado, 14 de agosto de 2021

Liberte sua alma

 





Liberte sua alma das incertezas
Das mazelas que afligem seu ser
Não deixe que suas dores se somatizem
Dê-lhe a paz necessária e a leveza
Para que suas angústias se cicatrizem.

Liberte-a daquilo que lhe fez mal
Recupere o que a posa tornar feliz
Não vire as costas para o viver!

Liberte sua alma das impurezas
Das cinzas  que possam atingir seu ser
Permita que nossos sonhos se realizem
Que possam navegar nos mares das singelezas
Veja o que meus versos cantam e predizem.


Liberte-a daquilo que lhe fez mal
Recupere o que a posa tornar feliz
Não vire as costas para o viver!

Euclides Riquetti

De pinheiros, trigos, laranjeiras e laranjais - (Ouro - do sol e dos trigais...)

 

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          Ouro do sol e dos trigais/ Ouro dos  nossos laranjais  - são os dois primeiros versos do Hino ao Ouro, composto e musicado pela Dona Vanda Faggion Bazzo e o Egídio Balduíno Bazzo, o Titi. Referem-se à abundância do trigo plantado, anualmente,  naquele lugar do Baixo Vale do Rio do Peixe. E dos laranjais existentes nas propriedades rurais e quintais das casas da cidade. Os descendentes de italianos vindos da Serra Gaúcha, nas três primeiras décadas do século passado, trouxeram com eles as sementes de trigo e as mudas de laranjas e outros cítricos.

          Com relação ao trigo, todas as 1.200 famílias ainda o cultivavam até a década de 1970. Depois, a atividade foi sendo substituída, por diversos  motivos: As sementes não eram mais tão resistentes e férteis, o trigo importado da Argentina e da Rússia era muito barato, o trigo importado pelos moinhos era  subsidiado pelo Governo Brasileiro para que o pão fosse barato,  a mão-de-obra familiar já não era tão abundante, e as pequenas áreas, principalmente em Ouro e Lacerdópolis, não comportavam economicamente a atividade. Já as laranjeiras, que foram plantadas pelos colonizadores, estavam envelhecendo e as árvores precisavam ser substituídas.

          Em 1989 intituímos dois programas oficiais em Ouro. O Ouro dos Trigais e o Ouro dos Laranjais. Dávamos um saco de sementes de trigo para cada um adquirido pelo agricultor. Na época ainda tínhamos 918 famílias trabalhando na agricultura e 680 voltaram a plantar o cereal nobre. Já havia melhores sementes e tínhamos parceria com uma empresa local que as produzia. Mas essa onda não durou muito nos anos adiante. Acho que as condições topográficas não estimulavam o produtor.

          Com relação aos cítricos, passamos a adquirir mudas em Esteves Júnior, município de Piratuba, e em Laurentino, próximo a Rio do Sul. O caminhão da Prefeitura fazia a busca, a Epagri e a Secretaria Municipal de Agricultura compravam e organizavam a distribuição, e para cada 10 mudas adquiridas o produtor levava mais três de bonificação. Conseguimos obter as das bonificações porque realizamos uma grande quantidade de compras. Não tivemos custos para o Município. Depois organizamos o Programa Ouro dos Ervais em que, da mesma forma, o agricultor ganhava três mudas de erva-mate para cada dez que comprasse e plantasse. Com isso, hoje, a maioria das proprieades estão repletas de laranjas de diversas  variedades, principalmente a  Valência, além de Morgotas e Ponkans.

          Mas o que me leva a voltar ao tempo são duas simples histórias que presenciei ali:

          Contou-me o Moisés teixeira Andrade, morador da Linha Bonita, que em 1902,  quando seus avôs  chegaram ali plantaram duas laranjeiras que resistiram por 100 anos. E uma delas está lá, ainda hoje, com 110 anos, produzindo laranjas. Eu mesmo a vi carregada de belas laranjas comuns, recentemente. É motivo de muito orgulho para a família Teixeira Andrade, que chegou ali ainda antes dos italianos.

          Outra quem  me contou foi o Américo Faé, morador da Linha Carmelinda. Em sua propriedade, eles têm ainda muitos pinheiros, grande parte  com de 50 anos de idade. É que, quando eram criança, ele e seus dois irmãos costumavam "fazer artes", como ele mesmo diz. E, quando o pai descobria, dava a cada um um vasilhame com um quilo de pinhão e mandava que fossem plantar em suas terras. Era o seu castigo. Foi o castigo mais ecológico de que tenho notícia.

          Plantar árvores, ter filhos e escrever um livro, como citou o Ademir Belotto no lançamento de um livro da Dona Olga Maria Siviero Brancher, lá no Centro Educaional Celso Farina, em Capinzal, há alguns anos, são três realizações que todas as pessoas deveriam ter feito em sua vida. Não lembro  quem é o autor da frase e nem se ela tem o texto dessa forma, mas é uma verdade incontestável. Se, pelo menos, todos puderem desenvolver duas dessas, terão feito sua parte e ajudado a construir, positivamente, a história da Humanidade. De minha parte, cumpri duas integralmente e uma delas parcialmente.

Euclides Riquetti
06-01-2013.

E o mar excita ...

 





O balanço das águas banha um porto

E o mar excita...

As areias finas acariciam seu corpo 

E a  Terra orbita!


O mar dos portos e das areias

Reflete a cor dos seus olhos claros

É o mar dos centauros e das sereias

Que inspira os poetas enamorados. 


O balanço das águas banha um porto

E o mar excita...

E as areias finas acariciam seu corpo 

E a  Terra orbita!


O mar dos sons e dos ventos bravios

Leva as areias e move as algas

E, mesmo no inverno de rigoroso frio

Balança com maestria as suas águas.


O balanço das águas banha um porto

E o mar excita...

E as areias finas acariciam seu corpo 

E a  Terra orbita!


O mar ousado das aventuras inglórias

É o mesmo que nos conforta no calor

É o mar das mil, das milhões de histórias

Em cada capítulo um toque de amor.


O balanço das águas banha um porto

E o mar excita...

E as areias finas acariciam seu corpo 

E a  Terra orbita!


Euclides Riquetti

14-08-2021

Nosso Frei Bruno da Fé - Romaria em Joaçaba





Frei Bruno da Fé, da energia do caminhante
Frei Bruno das sandálias e da velha bengala
Homem santo, padre santo, o santo viajante
Que andou pelas ladeiras e ruas de Joaçaba.

Frei Bruno do carisma, simpatia e bondade
Frei Bruno, o sacerdote da conduta ilibada
Seguidor de Cristo, exemplo de santidade
Que a todos estendia sua mão e abençoava.

Nas ruas aqui de Luzerna, Joaçaba e Herval
Seus sábios conselhos pelos ventos levados
Santo pregador de uma história tão colossal
Homem dos sentimentos puros e sagrados.

Nossa homenagem ao Homem Santo da Fé
Da humildade presente em todos os altares
As lembranças do sacerdote que andava a pé
Propagando as bênçãos em todos os lugares.

Euclides Riquetti

A fuga da alma

 




A fuga da alma não tem estradas
Não tem espaço onde se esconder
Não há como deixar de se viver
Aquilo que já se sentiu na caminhada...

Se se foge do corpo, não se foge dela
Se se foge do pensamento que persegue
Não se foge da lua nem mesmo da estrela
Não há força que nos carregue...


A fuga da alma não tem estradas
Não tem espaço onde se esconder
Não há como deixar de se viver
Aquilo que já se sentiu na caminhada...

Se se busca um porto e não se encontra
É porque não temos o rumo certo
O mundo novo que nos amedronta
É o mesmo que nos inspira a novo verso...


A fuga da alma não tem estradas
Não tem espaço onde se esconder
Não há como deixar de se viver
Aquilo que já se sentiu na caminhada...

Euclides Riquetti

Nas profundezas do mar

 



Nas profundezas do mar

Ou no anilado do céu

Buscarei te encontrar

Mesmo envolta em véu.


Duas raras esmeraldas

Adornavam o semblante

Da menina encantada

Com seus cintilantes.


As naus do pensamento

Me levam pelo universo

Me carregam no tempo

Faço o caminho reverso.


Procuro no tempo o nada

Procuro o nada concreto

Até me perco na estrada

Mas eu nunca me liberto.


Mas, mesmo que procure

Eu e minha doce saudade

Nada encontro que mude

A minha vã realidade!


Houve apenas uma alma 

Que habitou um belo corpo

Branca como uma palma

Mas ancorou em outro porto. 


Euclides Riquetti

14-08-2021






Num sábado de sol e de cor







Sábado de sol e de cor
Dia de alegria desmedida
De andar livre na vida
Nada de tristeza, nem dor.

Sábado com muita euforia
Dia das doces sensações
De dar asas às emoções
Nada de melancolia.

Sábado dos corpos sarados
Dos corações atirando setas
Dos corações sendo flechados.

Dia de comemoração
Nas almas de todos os poetas
Que escrevem com amor e paixão!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Busque a paz

 





Busque a paz...

Evite magoar as pessoas amigas
As de hoje, as de ontem, as antigas.

Busque a paz, onde quer que esteja
Procure  paz, quando quer que seja!

Seja cordial com quem lhe quer bem
Seja gentil e terá gentilezas também.

Busque a paz, onde quer que esteja
Procure  paz, quando quer que seja!

Acalme seu coração conflitado
E reencontre o seu mundo sonhado.

Busque a paz, onde quer que esteja
Procure  paz, quando quer que seja!

Não vale a pena radicalizar
A vida premia quem sabe sonhar.

Busque a paz, onde quer que esteja
Procure  paz, quando quer que seja!

Euclides Riquetti

Palmeirinhas - a amizade de meio século - Homenagem ao aniversariante Severino Mário Thomazoni

 



          Como preservar uma amizade de meio século? Tenho certeza de que você, leitor (a) madurão (ona), que já está pré-idoso, tem muitas amizades assim. São aquelas de que nunca nos esquecemos, aquelas que ficaram internalizadas em nós e que, mesmo que não estejam constantemente alimentadas, estão guardadas no fundo de nosso coração. Uma amizade verdadeira, mesmo que seja em alguns momentos abalada por percalços, a esses sobrevive quando ela é autêntica, não surgiu como fruto de algum interesse.

          Resgatar amizades tem sido meu afazer favorito  neste novo ano. E como me sinto contente em poder fazer isso, ter tempo disponível para tal! E uma arma fortíssima a me apoiar é o Mr. Google! Esse cidadão merece meu reconhecimento e meu aplauso, pois me tem possibilitado chegar a endereços que eu jamais imaginei que pudesse.  E, nesses endereços eletrônicos, quantos amigos já revi!  Que felicidade, quanta alegria isso já me trouxe!!!

         Simples recados, uma mensagem curta enviada e uma resposta obtida, por mais sintética que seja, sempre nos reaproxima de alguém que queiramos. Não sei como que se operam as artimanhas da comunicação digital, mas, por alguma razão, recebo solicitações de amizade. Aceito todas, porque sempre que algum pede minha amizade, o mínimo que posso fazer é retribuir aceitando. E, de minha parte, procuro buscar pessoas com quem algum dia convivi, mais antiga ou mais recentemente. Quando envio uma solicitação é porque alguma razão me diz que é uma pessoa confiável e que merece minha amizade. Ou porque algo me diz que é uma pessoa confiável e de quem posso aprender algo novo.

         Nesta semana, reencontrei um amigo que, desde 1965, quando saiu ali do Ouro para Araruna, no Paraná, eu só o vi uma vez, há quase 30 anos: Severino Mário Thomazoni. Éramos vizinhos, moradores da Rua da Cadeia naquela época. Fundamos um time de futebol, entre vizinhos, nenhum distante mais de que 1 Km da Cadeia. Todos pessoas humildes, que gostavam de jogar bola nos campinhos. Em 13 de dezembro de 1964 fundamos o Palmeirinhas. E nosso campinho, justamente, ficava ao lado da cadeia. Primeiro, no próprio terreno desta. Depois, com a sua construção, foi deslocado um pouquinho ao lado.

           Tínhamos uma sede, numa sala no porão da casa do Sr. José Thomazoni, junto à sua fábrica de vassouras. Passamos a jogar no Campo de Futebol Municipal, em Capinzal, que pertencia à Rede Ferroviária. Obtínhamos muitas vitórias jogando nas comunidades rurais. Tínhamos jogadores habilidosos. Nosso principal rival era o Juvenil do Grêmio Esportivo São José. Tínhamos jogadores da mesma faixa de idade. Em Capinzal havia o Botafoguinho, de jovens. Os aspirantes deles tinham idade compatível com a nossa. Os times existiram enquanto as pessoas estavam por lá. Ficando adultos, foram jogar para outros e os times sumiram. Muitos foram estudar fora e isso prejudicou nosso futebol. Eu fui para o juvenil do Arabutã, depois para Porto União. Lá foram anos de estudo e bola só am brincadeiras.

          Na segunda-feira, 04, depois de contato via facebook, liguei para o cellular do Mário. Grande surpresa teve ele. E muita alegria tivemos. Falamos mais de duas horas, entramos na madrugada. Quantas belas lembranças, ele me perguntando sobre as pessoas daqui e eu perguntando sobre seus pais, que faleceram, sua irmã Nina e o irmão Arlindo. Falamos de família, de esposas, de filhos, de netos. Que alegria!

          Lembrei-o de uma vez que fomos tarrafear, à noite, ali abaixo da barragem do Rio do Peixe, no lugar que chamávamos de "ladrão" de água. Acendemos um fogo ao lado de uma corrente de água para clarear  e os lambaris saíam do rio e se metiam no meio das pedrinhas por onde escorria um pouco de água. Nós os pegávamos com as mãos, enchíamos as sacolas. Diz que quando conta isso em Araruna falam que é "conversa de pescador". Mas é pura verdade.

          Lembrei-o de que quando saímos para casa, altas horas da noite, ao passar por sobre uma árvore tombada no valo, que servia de ponte de passagem, ele caiu na água. Estava com casaco, de "conga" e com uma sacoleta pendurada com a tarrafa dentro. De um ímpeto, muito ágil, o Ademir Miqueloto (falecido em Porto Alegre), atirou-se na água e o salvou. Coisa para nunca mais se esquecer. E ele foi dando-me deltalhes sobre isso...Foi um susto para nós.

          Nossa sessão saudosista terminou quando ele me passou as fotos dos times antigos, de 1964 e 1965, de Capinzal e Ouro: Do nosso Palmeirinhas (da Rua da Cadeia), do Botafoguinho (de Capinzal), do Arabutã e do Vasco. Ver essas fotos me dá uma nostalgia dolorosa, pois verifico que muitos  dos viventes da época já foram pro céu...

          Como não é meu propósito publicar fotos no blog, as que ele mandou estão no meu facebook, quem quiser vê-las, busque por lá e sintam-se à vontade para compartilhar. Ele, inclusive, descreveu os nomes dos atletas e dirigentes. Tem tudo bem organizado, coisa de quem gosta muito de futebol.

          Uma das fotos, de dezembro de 1964, traz os seguintes atletas: Ivanir Souza (Coquiara), Ironi Riquetti (o Foguete, falecido), Cosme Richetti (Joaçaba), Djair Pecinatto (Lages?), Juventino Vergani (Bicicleta ou Bichacreta,  Água Doce/Joaçaba), Romário de Vargas (Caçador),  Nereu de Oliveira (Curitiba), Moacir Richetti (Joaçaba), Ademar Miqueloto(Ouro), Altevir Souza (Joaçaba) Valdir Souza (Joaçaba), Luiz Alberto Dambrós, (o Tratorzinho, Goiás), Severino Mário Thomazoni (Araruna-PR), e Euclides (Pisca) Riquetti (Joaçaba). Nós arrumamos umas camisetas brancas, regatinhas, cada um,  e tingimos de verde. Bordamos um "P" do Palmeiras com ponto corrente.  Fizemos isso tudo nós mesmos. Foi o único jeito de termos uniforme. E quem não tinha chuteira, jogava de conga ou descalço. Foi nosso primeiro time.

          Uma segunda foto, mostra nosso time já evoluído, tínhamos A e B. Incorporamos o Fluminense do Rogériol Caldart e ficamos com a seguinte formação: Rogério Caldart, Sílvio Dorini, Arli Silva, Vicente Gramázzio, Rubens Flâmia, Severino Mário Thomazoni, Paulo Zuanazzi, Sérgio Baratieri, Valdir Souza, Altevir Souza, Dejair Pecinatto e o mascote Cleverson Richetti, que faleceu 15 dias antes de completar 18 anos, em 1976. O time usou a camisa do Fluminense.

          Uma terceira, da inauguração de um jogo de camisas mangas longas, brancas, teve: Nereu de Oliveira, Antônio Gramázzio  (Pítias), Vicente Gramázzio, Romário Vargas, Severino Mário Thomazoni, Nilton Segalin, Ricardo Baratieri, Antoninho Carletto, Valdir Souza e Djair Pecinatto. O Ricardo Baratieri atuou no lugar do Celito (Bandito)  Baretta, que entrou depois. Foi a única partida do Ricardo.  Quando se substituía um jogador, este pagava a camisa do que estava em campo, pois não tínhamos camisa de reservas...
         
          Fico contente em poder, junto com o Mário Thomaoni, resgatar um pouco de nossas histórias. Foram tempos em que, para comprar uma bola, fizemos uma rifa americana de um Ferro Elétrico, vejam bem. E era o único jeito de democratizar o futebol, pois se aceitássemos jogar com a bola de alguém, esse iria querer ser titular e jogar  tempo todo. Então, melhor do que aceitar isso, era vender os números da rifa do ferro elétrico...

Euclides Riquetti

O "Zico Show" -

 



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          Nos primeiros anos da década de 1980, apareceu lá em Ouro um jovem muito dinâmico oriundo da cidade de Tubarão-SC. O Prefeito da época, Ivo Luiz Bazzo e eu, seu Secretário, o recebemos em seu Gabinete. Moço simpático, aquele rapaz de tez morena, cabelos escuros e olhos um tanto claros mostrava bons modos ao falar e na postura das mãos. Viera à cidade para exercer a função de Exator da Fazenda Pública Estadual, concursado que fora. Seu nome: Selézio Guido Lopes.

          Pois que o Selézio enturmou-se nas cidades gêmeas em pouco tempo. Além de sua comptência profissional, tinha algumas  habilidades que o destacavam: Tocava muito bem o seu violão, cantava e jogava futebol, de campo e de salão. Praticava tênis. Nós o convidamos para jogar em inaugurações de quadras de futsal e campos de futebol e ele ia, entusiasmado. Depois, passou a disputar os campeonatos no Ginásio Municial de Esportes e a atuar no Penharol Esporte Clube, um time amador local,  mas que costumava ir às finais do estadual. E, a outra paixão, o violão e a voz, o tornavam conhecido em toda a região. Construiu sua casa ali na Rua Senador Pinheiro Machado. Branca, com janelas de madeira,  venezianas de arco, estilo colonial, pintadas de verde. As portas,  idem. Casou-se com uma bela jovem de Tangará, mas diferentes estilos de vida não combinaram e veio o divórcio.

          Já na chegada,  fez grande amizade com os Riquetti da Alfaiataria e da Churrascaria, o Sérgio, o Ovídio e o Hélcio, conhecido como o "Fantasma". Meu primo Sérgio, costumava chamar todos os rapazes de "Zico". Era o vocativo que empregava para chamar qualquer pessoa de que não conhecesse o nome. Com o tempo generalizou e passou a usar esse nome como se quisesse significar: "Cara!, Moço!, Amigo! e equivalências. E o Selezio era o cara certo pra ser mais um "Zico", até porque isso poderia representar uma corruptela de seu nome. E o Selézio virou nosso "Zico".

          E o Zico animou-se com sua popularidade como bom cnator e aprendeu a cantar em italiano. Cantava todas, os boleros românticos, as marchas, as valsas,  e até os vanerões em dialeto vêneto.  E começou a fazer pequenos shows pelo Vale do rio do Peixe. Mandou até imprimir cartazes em "off set", coloridos, a melhor tecnologia da indústria gráfica na época.

         Frequentemente, no início dos anos de 1990, o cantor Valdir Anzolin, de Veranópolis - RS, que tinha um vozeirão e gravava LPs em italiano, autor e intérprte de "Filton", era contratado para realizar bailes por aqui. Animou pelo menos duas Noites Italianas no Centro Educacional Celso Farina, em Capinzal. Com exceção de Capinzal, ele trazia uma equipe que preparava os jantares italianos nos bailes. Vinha com uma carreta enorme e um ônibus trazendo a banda e os cozinheiros. Fui a bailes em que ele tocou em Treze Tílias, Tangará e Campos Novos. Em Tangará, quando lá fomos, tivemos uma bela surpresa: O Show de Abertura de seu baile era protagonizado pelo amigo Selésio, nosso Zico. E o locutor, animadamente, anunciava: "E agooooora, Senhoras e Senhoooreeesss: Zico Show".  E ele fazia um show muito bonito, cantando as músicas em italiano.

          Nessa época, nosso Zico pediu transferência e veio morar em Herval D´oeste. Comprou um  terreno, fez nova casa e aquilo que mais gostava e queria ter: uma quadra de futsal, com iluminação. Angariou uma nova legião de amigos e ainda convidava os da nossa cidade para lá jogar.

          Fatalmente, após um desses jogos, ao desligar a chave da iluminação da quadra, eletrocutou-se e morreu...E seu corpo foi levado para sua cidade natal, Tubarão.

          A lembrança desse rapaz,  que se tornou nosso amigo e companheiro em muitas de nossas jornadas esportivas e políticas, nunca mais me saiu da cabeça. E, há dez anos, uma vez em que eu passava por Tubarão, conversei com um senhor que me perguntou de onde e eu era e,  ao saber, falou-me que tinha perdido um amigo aqui na região, o Selésio. Era vizinho deles, amigo dele e de sua famíla. Levou-me para conhecê-los: estavam lá sua mãe, uma irmã e um sobrinho.

       Ficaram emocionados quando lhes falei que não poderia passar pela cidade e, sabendo que ali residiam os familiares de um amigo que se foi, deixar de visitá-los. Sua mãe abraçou-me carinhosamente, jamais esquecerei disso. Aquele senhora simpática, meiga e de olhar benevolente e marejados  mostrava-me,  nas paredes, orgulhosamente, fotos do filho, com as camisas dos times em que jogou, ali de Capinzal e Ouro, Penharol, Arabutã, CME. Lá estavam muitos rostos de amigos nossos que conosco jogaram uma bolinha. E, bem ao meio de uma parede da sala, um daquele cartazes em que aparecia  caracterizado para cantar em italiano e a sua marca grafada:  "Zico Show".

          Não sei por que hoje me veio à mente as lembranças do Selézio. Tive vontade de chorar. Não poderia deixar de homenageá-lo, amigo Zico.   Zico foi, realmente, muito show!

Euclides Riquetti
09-05-2013

Meus sonhos são teus e os teus são meus...

 




Meus sonhos são teus e os teus são meus
Descobri isso agora, não faz muito tempo
Teus sonhos são meus e os meus são teus
Não deixe que sejam levados pelo vento.

Quando meus sonhos aos teus se misturam
E, juntos, caminham na mesma estrada
Perceba que eles se fortalecem e maturam
Na busca da paz e da felicidade desejada.

Nossos sonhos se somam e se completam
São uma combinação harmônica e perfeita
Entre eles se degustam e se  locupletam.

Sonhar com você, simplesmente adoro
É o momento em que minha alma é refeita
Quando também me refaço e me enamoro!

Euclides Riquetti

Por que sinto saudades?

 




Sinto saudades porque minha vida teve bons momentos
Sinto saudades porque eu a sinto, simplesmente
Porque tenho um passado
Porque tenho um presente.

Sinto saudades porque sou um ser humano
E, por isso mesmo, tenho sentimentos
Sinto saudades porque,  na longa caminhada
Para chegar a este instante e a este lugar
Tive muita estrada a percorrer, muitos lugares por quais  tive que passar.

Sinto saudades porque já sonhei demais
E porque, sonhando, realizei aquilo que almejei, que desejei
Porque, lutando, tudo o que eu queria  eu conquistei
E, se houvesse sido frustrado, isso não me motivaria a sentir saudades.

Sinto saudades porque pessoas bonitas passaram em minha vida
Algumas se foram e me deixaram marcas e registros
E cada uma delas me deixou algo que me faz delas lembrar.

Sinto saudades porque tive uma infância bem vivida
Alegre, difícil, mas divertida!

Sinto saudades porque  a distância existe
Uma distância abismal ou temporal, mas existe
E, se houver distância sem haver saudades
É porque faltou-nos algo na composição de nosso ser.

Sinto saudades porque eu a sinto, simplesmente...
Sinto saudades
Muitas saudades... de você!

Euclides Riquetti

Revisitando o Deus Negro

 


          Não sei o porquê de hoje ter-me voltado à década de 1970, uma das mais produtivas de minha vida. Mas algo me impeliu a retornar a ela e, por conseguinte, relembrar de como era a vida dos jovens. Eu queria estudar, fazer uma carreira, construir uma vida digna, ter confortos que não tive antes, "ser alguém". E então  lembrei-me de pessoas que me apoiaram, me ajudaram... e também dos que me jogavam na vala da "ninguenzada".

           Quanta coisa contabilizei naquela década: Fiz 18 anos, terminei o curso de Técnico em Contabilidade, passei no vestibular, mudei de cidade, de estado, de trabalho, badalei muito, namorei,  terminei meu curso de Letras/Inglês, casei-me, tirei carteira de motorista, comprei meu primeiro carro, fiz concurso para professor, fiz minha casa, tive duas filhas, gêmeas. Ah, e escrevi algumas poesias que acabei jogando no lixo. Como gostaria de reavê-las! Apenas duas salvei, porque foram publicadas num livro, em União da Vitória e me restaram "Tu" e "Uma Oração para Você", esta muito significativa, que compus no verdor de meus 20 anos...

          Naquela década,  usávamos cabelos compridos, calças boca-de-sino e mais adiante pantalonas, camisa xadrez ou com estampas florais,  meias vermelhas, perfume Lancaster ou Pretty Peach. E, quem conseguia obter,  calça Lee ou Levi´s importada, indigo-blue. Era bacana ter jaquetas Lee ou então verde-oliva, a cor do Exército Brasileiro. Comprávamos distintivos "US Army" ou "Marinner", que aplicávamos nos ombros das jaquetas,  e isso era marca de prestígio perante a galera. Alguns conseguiam umas camisetas de malha de algodão que tinham a inscrição: "University of Californy" ou "Columbus University". Isso significava sucesso garantido.

          E as mulheres? Bem, a maioria delas também usava roupas assim, unissex. E a minissaia dos anos 1960 e as saint tropez  acabaram  substiuídas  por shorts curtos, aquelas meias "cabaret" e botas de cano médio ou longo. E, a partir de 72,  aquela onda de, no inverno, usar blusa de tricô e meia da mesma lã e das mesmas cores.

          Nos cinemas Guiliano Gemma fazia o Ringo derreter os corações das mulheres e as múscas italianas e  francesas que vinham nos compactos simples ou duplos e nos long-pays imperavam nas rádios.  A onda "inglês" veio meio junto, com  "The Beatles" em seu rock.

          Mas a grande onda da década veio por conta de uma ofensiva da Igreja Católica no sentido de mobilizar as novas lideranças jovens e reanimar as já maduras para suas lides religiosas.  Começaram com o cursíhos, obra iniciada na Espanha bem antes do que no Brasil.  Nunca participei de um, mas muitos amigos meus fizeram parte de ações cursilhistas. Jovens que optaram por deixar o seminário passaram a atuar como professores ou engajando-se nas atividades da Igreja. Inteligentes e com boa formação,  eram bons exemplos a serem seguidos.

         Foi nessa época que o corumbaense que foi para São Paulo aos 16 anos, Neimar de Barros, deixou o trabalho de junto à TV do Sílvio Santos, onde dirigiu os programas "Cidade Contra Cidade" e "Boa Noite Cinderela" e converteu-se de ateu para Católico Apostólico Romano. Tornou-se escritor poeta e pensador,  e passou a ter forte liderança dento da Igraja Católica. Visitou mais de 4.000 comunidades religiosas e vendeu mais de 4 milhões de exemplares de seus mais de 10 livros que escreveu nas línguas portuguesa e espanhola.

          Em 77, quando eu me iniciava efetivamente no Magistério Catarinense, na Comunidade de Duas Pontes, hoje município de Zortéa, em Santa Catarina, a moda  era ler "Deus Negro", de Neimar de Barros. Logo depois surgiram outros livros dele e o que mais chamava  atenção era "O Diabo é Cor-de-rosa". Todos liam, recomendavam, iam passando adiante a idologia, o pensamento do convertido autor. E, em seu rastro,  também vinha o Artur Miranda, que conheci lá na Casa Paroquial de Capinzal.
          Em 1986 Barros concedeu uma entrevista à Revista Veja que fez grandes estrondos nos meios religiosos brasileiros. Declarou que estava infiltrado na Igreja a serviço da maçonaria ( o que nunca foi comprovado, acho que foi invencionismo dele), que estava descobrindo os podres da mesma e disposto a revelá-los para o mundo. E declinou diversas "vergonhas" que estariam acontecendo nos meios eclesiásticos. A repercussão foi das piores.

         Eu tinha lido justamente os dois livros que mencionei, entrei na onda da época, era imaturo, não tinha propriedade sobre minha opinião ainda. Fiquei muito revoltado com ele e mesmo os comentários que li sobre ele, oriundos de seus admiradores internautas, não me fizeram mudar em relação ao péssimo conceito que formei a seu respeito. Acho que ele foi ou oportunista, ganhando muito dinheiro e se promovendo em cima da de nossa Fé, ou  um baita enganado,  que usou de meios pouco legítimos para atingir  seus nebulosos objetivos.

          Acho que de bom alguma coisa restou nessa história:  muitos jovens, na época, foram surgindo como lideranças nas cidades, alguns que se conheceram nesses encontros até constituíram família, tornaram-se importantes gestores públicos e privados, emprendedores, educadores. Enfim, essa geração teenager que tornou-se adulta  naquela década, deixou filhos com elevado nível de formação pessoal e intelectual que estão espalhados pelo Brasil e pelo mundo,  fazendo sua parte no contexto de nossa história.

          No ano passado, dia 06 de maio, bastante debilitado em função do Alzaimer de que estava acometido, Neimar de Barros veio a falecer. Sua morte passou em branco. Não pela doença, mas por ter sido rejeitado pelos eus fãs em razão da falta de coerência entre o que pregou e o que deixou de concreto como exemplo. Caiu no ostracismo e os brasileiros o esqueceram. Só lembram de seu nome os pré-idosos que viveram em seu tempo. Os outros, só conhecem o Neymar que joga no Santos, baita craque de bola!

Euclides Riquetti
27-02-2013

Quero beijar teus olhos sedutores

 



   
Quero beijar teus olhos sedutores
Apalpar as maçãs de teu rosto, avermelhadas
Quero  fitar teus lábios tentadores...
Acariciar as tuas madeixas onduladas.


Quero que cada beijo seja como o da primeira vez
E mergulhar no teu corpo que me alenta 
Mordiscar o perfume de tua tez
E cheirar tua pele doce  que me tenta.

Quero, sobretudo, ver teu belo sorriso
E sentir que sou amado, sou correspondido
Porque és tudo o que há de bom e de que eu  preciso!

Quero te querer, te desejar,  te quero
Quero te flechar e ser o  teu cupido
Quero te entregar todo o amor sincero!

Euclides Riquetti

História do Xixo ... coisas de Porto União da Vitória

 


Reprise... escrevi em 2012:


Resultado de imagem para fotos da festa do xixo em porto uniao sc



          O xixo é um alimento produzido basicamente com carne e muito popular na região Sul do Brasil. Em muitas cidades chamam de espetinho, ou espetinho de carne. Tem origem em países como a China, o Japão e a Russia, com 800  anos de história. Em cada lugar é feito com um tipo de carne, dependendo da preferência do consumidor, inclusive há casos de que misturam legumes em meio aos pedaços .Pejorativamente, chamam de "espetinho de gato" aquele que é vendido em praças públicas ou nas entradas de estádios. Mas é comum tendo gente vendendo xixo ao lado dos portões de cemitérios, em dias de finados.

          A ideia de escrever sobre o xixo me veio ontem à noite, quando meu filho Fabrício, o Gustavo Andrade, (Filho da  Nice, neto do Ivo Luiz Bazzo; e o Thiago Fagundes dos Passos, de Ibicaré,  com suas respectivas noivas, estiveram preparando peixes recheados na nossa garagem/churrasqueira de mnha casa, em Joaçaba. Discutiam sobre como fazer um bom xixo.

          Em minha infância, quando acompanhava meu pai, Guerino Riquetti, e seu inseparável e confidente sobrinho Rozimbo Baretta, nas festas em Ouro e Capinzal, percebia que os fabriqueiros (fabriccieri), dirigentes das capelas da Igreja Católica, retiravam os "miúdos", como coração e rins, dos animais, cortavam em pequenos pedaços e os assavam nos espetos para comer enquanto espetavam o churrasco e o punham ao fogo. Chamavam isso de aperitivo, que era ingerido junto com uma cachaça artesanal ou caipirinha de limão.

          Em minha juventude, quando fui para a Faculdade, em Porto União da Vitória, conheci o vedadeiro XIXO.  Deliciei-me. Era bom demais

          Meus amigos Leoclides Fraron, Odacir Giaretta e Osvaldo Bet, meus companheiros na "República Esquadrão da Vida", convidaram-me para ir à  Festa de São Pedro, no Bairro do mesmo nome, onde, em 1972, iam acender uma fogueira com 39 metros de altura, com circuito acionado por controle remoto (um par de fios e um interruptor de luz). Lembro que o Grupo de Jovens do Bairro, liderados pelo Fernando Crestani, alguns anos, levantavam a grande fogueira. E o Sr.  Carlos Ewaldo Unterstell, comerciante e benemérito,  foi foi o que acendeu a fogueira, cujo fogo começaba lá no alto, e depois vinha descendo. Ao longo as pessoas viam aquele clarão que iluminava aquela parte de Porto União.

          Mas, como nosso escopo é falar do xixo, digo que foi nessa festa que  conheci. Faziam até 20.000 espetinhos, usando 2.000 Kg de canes. Era composto por coxão mole de bovinos, pernil de porco e coração de porco. Mas tinha um sabor inigualável. Os espetinhos eram de um arame de aço, assado em calhas de latao, e havia umas ripas na horizontal,defronte äs barracas, onde pregos sustentavam as argolas dos espetos, e íamos retirando os pedacinhos e devorando. Os espetos eram reutilizados. Você os podia comprar nos supermercados Passos e Unterstell, a bom preço.

          Dez anos depois, quando morava em Ouro, meu cunhado Nei me visitou e propôs-me a fazermos um xixo. Utilizou, junto, filé de carne de frango.Eu não sabia que isso era possível. Mas ficou muito bom.

          No início da década de 1980, o Fernado Crestani veio de Porto União para trabalhar no Bradesco, em Capinzal, e retomamos a amizade. E eu lecionava também na CNEC, que estava com problemas financeiros para pahar aluguel e salários de nós, professores. Sugerimos fazer uma fogueira e vender xixo. Antes, numa festa junina do Mater Dolorum, o Ruites Andrioni, da APP, mandou o Zó Boico com o gol azul da Jarp buscar100Kg de xixo em Porto Uniao, pois se entendia que só lá sabiam prepará-lo. E ele conhecera o xixo na casa do irmão dele, meu amigo Urtenilo Andrioni, o Nilo, que morava no Porto.

          Na metade da festa, não havia mas xixo.

          O Crestani ensinou-me a fórmula do xixo para vender nas promoções e ter lucro. Depois ensinei-a para o  Guiomedes Proner,  Neivo Ceigol  e o Albino Baretta. E ficava uma delícia, todos elogiavam o tempero. Hoje muitos continuam a fazer  xixo com uma única espécie de carne, de bovinos ou de suínos. Mas á outras fórmulas de composição.

          Então, vejamos nosso procedimento: para terem-se 100 Kg de xixo e produzir de 900 A 1.00O espetinhos, utilizam-se:

- 35 Kg de carne bovinha de coxão mole,  macia;
- 35 Kg de carne de pernil suíno,  pura;
- 45 Kg de carne de coração de porco (retiras nervuras e gorduras);
- 3 litros de óleo comestível;
- 3 litros de vinho branco, seco;
- 3 Kg  de sal fino;
- 3 pacotes de orégano;
- salsa, folhas de cebola, manjerona, hortelã -pimenta ou outros temperos verdes compatíveis.

Corte tudo e tempere. Com estas quantidades obterás um mínimo de 100 Kg de xixo, próprios para 1.000 espetinhos.

          Lembrar das festas juninas deOuro, Capinzel e Porto União me remetem aos tempos e isso às saudades. Era muito bom levar as crianças para se deliciarem com o xixo, o cachorro-quente, os pés-de-moleque, cocadinhas, doces de batata ou de  abóbora, e ver as danças das quadrilhas.

Euclides Riquetti
28-10-2012

Final de noite

 








Final de noite, prenúncio de um belo dia
O silêncio toma conta de meu parco universo
Procuro entender as palavras do antigo verso
Procuro afastar de mim a tediosa  letargia.

Final de noite, a espera de uma nova manhã
Quando estrelas cintilam  nos espaços do infinito
Brandos  passos  trilham  um caminho  restrito
E minha alma se ancora  na esperança vã.

Final de noite, de apenas mais uma noite que veio
Quando escritos antigos, perdidos,  recomponho e releio
Poemas com versos diversos,  livres e brancos.

Final de noite, de renovadas e animadoras esperanças
De canções que se ouvem e que embalam saudosas lembranças
De melodias que atiçam meus pensamentos francos.


Euclides Riquetti

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Caçar Pokémon

 






Turíbio saiu por aí
Saiu pra caçar pokémon
Deixou o cérebro em casa
Mas levou celular na mão.


Turíbio foi caçar pokémon
Ali defronte à catedral
Subiu as escadas da Ammoc
Aquela besta animal.

Turíbio saiu por aí
Saiu pra caçar pokémon
Deixou o cérebro em casa
Mas levou celular na mão.


Turíbio costumava assistir
O tal Big Brother Brasil
Embestado que me faz rir
Porque tem cara de imbecil.

Turíbio saiu por aí
Saiu pra caçar pokémon
Deixou o cérebro em casa
Mas levou celular na mão.


Turíbio é uma alma perdida
Um seachão que se acha sarado
Vai caçar  pokémon  na avenida
Sujeito a ser atropelado.

Turíbio saiu por aí
Saiu pra caçar pokémon
Deixou o cérebro em casa
Mas levou celular na mão.

Euclides Riquetti

Anjo de luz

 





Um raio de luz riscou o céu na noite estrelada

Deixou ali um rastro, uma silhueta longilínea
Como que de seu corpo, a imagem desenhada
De algo muito  real, uma verdadeira insígnia.

Era uma luz poética, uma propulsão de versos
Que os poetas escrevem e distribuem nos céus
Era um corpo esbelto, com atributos diversos
Que porei em tela branca, da alvura dos véus.

Era um anjo de luz, um ser com alma e dores
Com braços, pernas, cabeça, olhos, coração
Era um anjo de luz divina, de múltiplas cores.

Era um risco no céu, vagando no meu espaço
Aquele que reservei para descrever toda a paixão
Inspiração para meu verso, o risco de um  traço!

Euclides Riquetti

Nas brancas areias das dunas

 






Vêm as ondas verde-esmeralda banhar meus pés
Enquanto o vento atiça as brancas areias das dunas
Lá nas águas jazem as negras galés
Quando as vagas se requebram em alvas espumas.

Nas cinzentas manhãs do pré-verão
As verdades rebatem à minha porta
E uma dor leve açoita meu coração
Que já não tem certeza de que você se importa.

E em cada grãozinho de areia trazido
O despertar de um sentimento já adormecido
Reanimado pelas águas que balançam.

E em cada corpo que baila, bronzeado
Está você em seu presente e seu passado
Enquanto os anos avançam...

Euclides Riquetti

Sábado memorável em Bituruna e Faxinal do Céu - para relembrar

 

 

    
Nossa turma defronte ao Hotel Grezelle, em Bituruna - PR

           Estivemos com um grupo de amigos aqui de Joaçaba, Luzerna e Lacerdópolis,  visitando a cidade de Bituruna, e o Distrito de Faxinal do Céu, em Pinhão, no Paraná. Bituruna é a Terra do Vinho e da deliciosa comida italiana, e Faxinal do Céu é um parque florestal em que se situa um Jardim Botânico, mantido pela Copel, onde praticamente todas as espécies vegetais existentes no mundo estão ali plantadas.

          Na parte da manhã, fomos recebidos pelo Jairo Ravanello e sua esposa Rosane, na sua agência de Turismo, a Bitur, que tem filial em Porto União. A empresa é muito bem conceituada em seu meio de atuação, tanto no Centro Sul do Paraná quanto no Centro Norte de Santa Catarina. Jairo pé presidente do Conselho Municipal de Turismo e não mede esforços para que a atividade se desenvolva naquela região, Nossos parceiros e apoiadores. Recebem com muita hospitalidade as pessoas que incentivo a irem para lá. Em Bituruna fazem a maior polenta do mundo. Em Bituruna produzem vinhos, sucos e espumantes da melhor qualidade.

          Deixamos o ônibus da Zarpellon, de Herval d´Oeste, conduzido pelo amigo e parceiro Dalvino, que é extremamente cuidadoso e muito atencioso para com os passageiros que utilizam os coletivos da empresa da família Zarpellon, e tomamos outro da Bitur para cumprirmos o roteiro de visitação que incluiu as vinícolas Di Santi, Sanber e Dal Mont. Degustação de vinhos, queijos e vinhos, com palestra especial sobre vinhos pela enóloga Michele, da Sanber, e visitação ao casarão (museu), construído por seus avôs há mais de 70 anos. Almoço no Restaurante Massas Beponi, do amigo José Masiero, o Bépi, situado na área rural em lugar muito aprazível, ao lado de seus açudes de criação de peixes. Deliciosa comida italiana com polentas, salames, queijos, canelones, tilápias, lasanhas, maccarrônis e outras.

          Na hora do almoço, uma surpresa inimaginável para mim e a Miriam. Apareceu lá nosso querido e abençoado filho, Fabrício Guilherme, que mora em Maringá e estava vindo para Santa Catarina a trabalho, com a esposa Luana Fagundes dos Passos, a Psicóloga natural de Ibicaré, filha do João Maria e da Dona Maria, gente muito simpática e amiga.  Ficaram conosco não mais do que 15 minutos, mas foi uma alegria intensa ter a presença deles por lá.

        Ingressamos no Hotel Grezelle próximo das 14 horas, e depois partimos rumo ao Faxinal  do Céu. Lá, fomos recebidos pela Neusa e pelo Engenheiro Mário Torres, que sabe tudo de botânica e conhece profundamente o Horto daquela grande área florestal. Segundo ele, praticamente todas as espécies de plantas no mundo estão plantadas no horto. Mostrou-nos, com a ilustração de seu conhecimento, centenas de árvores americanas, asiáticas, africanas e europeias, despertando nossa curiosidade.




         O Mário, muito competente e atencioso, dispensou a atenção a todos nós e satisfez a curiosidade de todos. O Gabriel Dapper dos Santos, neto de nossa amiga Olírica Dapper, fez muitas perguntas. A admiração esteve estampada nos rostos e olhos da Dona Noely e do Jacó Ungericht, do Engenheiro João Ungericht e da esposa Édina, da Miriam, do seu Zeno e da Ione Gauze, da Clarice e do Maicon Emmerich, com sua princesinha Maria Isabel, de seis anos, do Rogério Pereira e do Gilmar Leoratto, da Gema Bonamigo e de sua neta Beatriz Lazzarini, do Primo Cordazzo, do Gilberto Barra Verde Almeida (Herval Velho), e do caro primo Jurandi Riqueti e sua esposa Neiva, com o jovem Júnior.


       No fim da tarde, paramos num mirante para admirar a barragem da Usina de Foz do Areia, uma obra de engenharia e arquitetura portentosas, chegando ao hotel ainda em dia claro. Depois, visitamos a Cantina da Vinícola Bertoletti, onde houve nova degustação de vinhos e jantamos no Empório Italiano, com comida muito deliciosa, ótimo ambiente e bom atendimento.

        O sono reconfortado veio no hotel Grezelle, coberto pelo silêncio inspirador da noite biturunense. Obrigado a todos os que nos possibilitaram um ótimo sábado. 


Euclides Riquetti
05-12-2016

Morre o ator Tarcísio Meira - um dos mais talentosos do teatro, da televisão e do cinema brasileiro

 


Tarcísio Meira com a esposa Glória Menezes. 


       Morreu, há poucos instantes, o ator Tarcísio Meira, nascido em 05 de outubro de 1935.

       O eterno galã da televisão, do teatro  e do cinema brasileiro, uma dos mais renomados atores nacionais, casado com a também atriz Glória Menezes, faleceu hoje, vitimado pela Covid 19. São pais do ator Tarcísio Filho. 

       Os brasileiros perdem um ator experiente, talentoso, e que foi exemplo para milhares de outros que surgiram para a vida artística, inspirados em Tarcísio Meira.


Condolências aos familiares e a todos os seus fãs brasileiros espalhados pelo mundo.


Euclides Riquetti

12-08-2021



Turismo em Porto União da Vitória - Mais Maravilhas do Iguaçu

 

Vale a pena relembrar!

   



                                 Ponte da Ferrovia. Aquém da ponte, União da Vitória - PR
                                                     Além da ponte, Porto União - SC




                                               Ponte do Arco, sobre o Rio Iguaçu


          Na terça, 09 de agosto, estivemos em União da Vitória e Porto União. Foi a primeira vez que lá fui para "fazer turismo". Saímos cedo de Bituruna, entramos em União pela estrada que na década de 1970 chamávamos de "Estradinha dos Camargo", aquela que vai dar na entrada da Ponte do Arco, a centenária ponte sobre o Rio Iguaçu, pela qual passei, diariamente, por três anos, quando morei li e trabalhava na Mercedes-Benz, da família Mallon.


                                Monumento do Cristo Redentor, desde 1968 abençoando as
                                                            Cidades Gêmeas do Iguaçu

         Fomos ao alto do Morro do Cristo, onde uma enorme imagem Dele abençoa as cidades gêmeas. Lá do alto, é possível ver as grandes mudanças nas cidades. O que se conversa igual é o desenho do leito que porta as águas do Rio Iguaçu, uma espécie de ferradura de cascos de cavalos. As duas cidades cresceram muito desde 1972, o ano em que lá ui residir para estudar na FAFI. Para a esquerda, a vista mostra os condomínios residenciais ao longo do Bairro São Cristóvão, nas áreas mais elevadas, portando sem risco de serem atingidas pelas enchentes do Grande Rio. À frente, é possível ver o crescimento de Porto união, tanto pelos lados do Santa Rosa quanto pelos do São Pedro.

                                                 
                                              Catedral de União da Vitória - PR

           Depois nos dirigimos ao centro da cidade, passando pela antiga Rodoviária, pela Fafi, Praça Coronel Amazonas, Catedral e aportamos no Restaurante X Burguer, de propriedade de meu cunhado, Luiz Fernando Ghidini e minha irmã Iradi Lourdes, onde almoçamos e pudemos conversar com os familiares deles. Depois, saímos por um passeio pelas ruas centrais das cidades. Rua Professor Cleto e Professora Amazília (onde moramos em nossa "República Esquadrão da Vida", no início da década de 1970.Vimos a estação Ferroviária, os antigos hotéis e cinemas, relembramos de muitas e boas passagens de nossa juventude li. Seguimos para o Morro da Cruz, acima do Colégio Cid Gonzaga.

                                      Escultura do Monge João Maria - Poto União

          Foi emocionante passar pelo educandário onde lecionei em 1976, subir até o belíssimo  mirante recentemente construído, com quadros de "via-sacra" nas laterias, forjados em concreto, acho. Do mirante, lugar onde o Monge João Maria esteve em 1896, é possível admirar toda a beleza e exuberância da paisagem das cidades gêmeas, que juntas reúnem pouco mais de 90.000 almas. No "pocinho" de João Maria, muita beleza e encantamento. Foram implantados decks de madeira, o que possibilita que as pessoas, com segurança e conforto, cheguem até a "fonte" de onde brota a água e se assenta uma escultura do Monge.


                                                         Steinhagger - Porto União

           Na sequência, passamos pelo Batalhão do Exército Brasileiro, fomos à loja da Steinhagger Doble W, onde conversamos com um rapaz da família do proprietário, degustamos e compramos doces caseiros e a bebida tradicional da cidade.






Mirante do Morro da Cruz do Monge - Porto União - SC



                                Acesso ao Morro da Cruz - Via Sacra - Porto União

         O retorno ao centro pela Avenida Perimetral, que eu ainda não conhecia. Uma belíssima estrada, que se desvincula da Avenida Santa Rosa, por detrás do morro, e nos conduz à proximidade das estações rodoviárias de ambas as cidades. Ao longo da Avenida, belíssimas estátuas, esculpidas em enormes troncos de madeira, por artistas locais. No centro, esculturas metálicas, igualmente belas e criativas, com aproveitamento de material de sucata.  Nossas cidades gêmeas melhoraram muito, o povo evoluiu, mas o encanto e o aconchego continua o mesmo. Voltei para passear e visitar meus familiares de lá. Foi um dia aprazível, momento inesquecíveis.

                                     
                                             Portal Porto União - SC



                                Estação Ferroviária - à esquerda, Porto União - SC
                                             À direita - União da Vitória - PR
          Porto União da Vitória está em nosso foco de interesse para as parcerias de turismo que pretendemos estabelecer entre nossa micro-região (Joaçaba/Herval d ´Oeste/Luzerna + Capinzal/Ouro/Lacerdópolis/Zortéa) e adjacências e o Centro-sul do Paraná, com Bituruna, Porto União, União da Vitória, Porto Vitória, Pinhão e outras.

           O que nos leva a propor esse projeto de turismo? As pessoas me dizem que já estão cansadas de viajarem sempre para ois mesmos destino e que querem novas opções de viagem. Então, com amigos, estaremos nos organizando, inicialmente, como facilitadores de turismo, para evoluirmos para um empreendimento a ser consolidado. Vamos nos associar a jovens dinâmicos e emprestar nossa experiência.

Deck acesso Pocinho do Monge - Porto União - SC

                                                 
                                    União da Vitória/Porto União (PR-SC)



                         Curva em ferradura do Rio Iguaçu em Porto União da Vitória

         Valeu a pena voltar às cidade gêmeas! Logo, estaremos dando sequência à publicação de textos sobre o potencial de turismo do Médio e Baixo Vale do Rio do Peixe, Me aguardem!




         Vale a pena conhecer s Maravilhas do Rio Iguaçu.

Euclides Riquetti
14-08-2016