sábado, 16 de agosto de 2025

Há um horizonte azul a nos esperar

 


 


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Há um horizonte azul a nos esperar
E corpos que  flutuam embalados em canções
Nas ruas da terra , através das gerações.
No azul da cor do céu, no  azul da cor do mar.

Há um horizonte azul  a nos amparar
Em todas planícies verdes deste mundo
Nos mares que cobrem do sol  rotundo
E ombros que me esperam pra chorar.

Havia um horizonte azul no teu olhar
Que me buscou entre os andantes do universo
E um doce abraço teu a me chamar:

Agora, em cada nova manhã de invernos e verões
O Poeta   te exalta  em prosa e verso
Ó  musa de meus encantos e paixões!

Euclides Riquetti

Mistérios da alma

 


 



Mistérios da alma rondam um corpo esbelto
Escura dos pecados já há muito cometidos
Bronzeado de sol, visto por olhos espertos
Desejado por seres puros e corações bandidos.

Mistérios da manhã clara e da noite de luar
Nas areias pisadas ou naqueles Prados Sulinos
As ondas banhando seus pés nas águas do mar
Olhos fugidios atrás dos óculos escondidos ...

Mistérios, vis mistérios, misteriosa é a vida
Sacrilégios, a atração carnal é atração fatal
Fugaz compreensão da chance já perdida...

Mistérios, apenas isso é a realidade sentida
É o ser que voa sobre a imensidão universal
É o tempo passado, é a trajetória já vivida!

É bem assim...

Euclides Riquetti

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Dinheiro não dá em árvore – Nossa grande capacidade de desperdiçar dinheiro

 



       Vou insistir! Não somos tão ricos para que possamos nos dar ao luxo de “queimar” dinheiro. E os principais culpados disso são os políticos. E, na toada, incluo os três Poderes constituídos. Você tem alguma dúvida de que há desperdício de dinheiro e tempo para resolver a enrascada em que se metem presidente, equipe, parlamentares e juízes?! Pode incluir ali também a Imprensa, que tenta nos enrolar, que defende causas de seu inteiro interesse.

       O ativismo político de alguns ministros do STF, destacadamente Gilmar Mendes, o decano, Barroso, o seu Presidente, e Alexandre de Moraes, que lidera as ações, sofre pênalti, faz catimba, bate o pênalti e tenta fazer gol. E são muitos gols feitos desde 2023, batidos, até recentemente, sem goleiro sob a trave.

      Da Câmara Federal e do Senado, então, tudo podemos esperar. Ninguém abra mão das emendas parlamentares, que são os elementos que praticamente garantem uma reeleição. Emendas impositivas, secretas, etc., estrutura paquiderme em termos humanos. Gasta-se aqui, ali, lá, acolá. E os resultados práticos, em termos de benefícios coletivos, é desconhecido.

       No Executivo, mais uma estrutura mastodonte, em termos humanos, físicos, financeiros, verbais, e assim por diante. Pessoas premiadas com cargos apenas pelo comprometimento político. Bem, isso, reconheçamos, é meio geral, em todos os poderes e em todos os sentidos.

       Mas há uma verdade incontestável: Poderíamos, todos, viver melhor, se houvesse mais responsabilidade, trabalho, honestidade, transparência e clareza nas ações e nas ideias. Pesquise sobre quanto gasta o Tribunal Superior do Trabalho com a compra de veículos para os seus juízes e aluguel de uma sala vip no Aeroporto de Brasília e você vai se assustar!

       O Governo dos Estados Unidos, através do Presidente Donald Trump, e do seu time, têm imposto tarifas na importação dos produtos “do mundo”, que entram no seu País. E o Brasil não foge à regra dele. Nem vamos achar os culpados, que são muitos. Mas podemos ser lúcidos, analisar e tentar compreender a forma como ele governa, que interesses defende. A longo prazo, tudo vai ser bom lá e aqui.  No momento, a parte da classe política e empresarial de lá tem alguma contestação. Mas, alguns resultados já podem ser percebidos. Japão, China e outros países já se entenderam com o time do Laranjão. A Taurus, que é forte na fabricação de armas aqui no BrasiL, mas tem fábrica lá, vai passar a ali produzir naquele território. Aqui no Brasil, apenas a produção para o mercado interno e os demais compradores. Com o tempo, as abóboras vão se ajeitar na carroça.

       Mas não nos esqueçamos que temos dois conflitos enormes em andamento: A guerra da Rússia, que invadiu a Ucrânia, e da de Israel contra o Hamas.

       Sobre um céu de poesia! - Show no Teatro Alfredo Sigwalt – No sábado à noite,08,  aconteceu no nosso teatro um evento espetacular. Sim, espetáculo de arte, beleza, cultura. É o que de melhor acontece em termos culturais no inverno Joaçabense. Sem politicagem, com valorização do material humano que administra o mesmo, ali incluindo-se a Diretoria, a administração e coordenação, os professores e os alunos, que vão desde a infância até as pessoas de alta idade. A incontestável liderança do Luiz Neri Karloh e dos seus pares. O apoio das prefeituras de Joaçaba e Herval d´Oeste, de empresas e o aproveitamento de projetos culturais patrocinados pelos Governos Estadual e Federal.

       Vou destacar a participação da Orquestra de Câmara de Joaçaba, números de dança e balet, declamação de poesias, encenações,  e do Grupo de Danças e o Coral das Pessoas com razoável idade. Parabéns a todos, gestores, alunos e autoridades que apoiam o teatro. Acho que todo o talento dessas pessoas e de artistas da cidade (ou das cidades), deveriam agora ser apresentados em público maior, nas praças ou no parque. E mesmo nas cidades da redondeza.

       Temos muitas coisas boas acontecendo, mas estão restritas a bolhas. Temos o Sete de Setembro, onde, no mínimo, todas as entidades beneficiadas com o dinheiro público, deveriam dar sua contrapartida no desfile cívico. E em outros eventos...

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com

Nossa Senhora Aparecida - mãe de todos os brasileiros - poema

 

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Nossa Senhora Aparecida
Mãe de todos os brasileiros
Mãe dos pobres sem dinheiro
Mãe das senhoras e das meninas...

Nossa Senhora Aparecida
Mãe dos fracos e oprimidos
Mãe dos doentes e desassistidos
Mãe das crianças desaparecidas...

Nossa Senhora Aparecida
Mãe de todos os pescadores
Mãe das mães, dos pais pecadores
Mãe das mulheres frágeis e sofridas.

Nossa Senhora Aparecida
Mãe protetora, negra, morena
Mãe divina, angelical, mãe serena
Mãe tua, mãe minha, mãe querida!

Euclides Riquetti

Pés descalços

 



 

Pés descalços
Acariciam as calçadas
Abandonadas.
Corações em percalços
Com batidas descompassadas
Retumbam em almas maltratadas
Rejeitadas, mutiladas.

Pés nus buscam caminhos de luz
E pisam na relva umedecida
Adormecida
Sustentando o corpo que seduz.

O corpo que atrai
E que distrai
Furta meus pensamentos pecaminosos
Libidinosos...
E me mergulha nas águas
Me afoga nas mágoas.

Algo me atira às incertezas do momento
Que vaga lento, lento
Como a nau que vai
E se perde no infinito
Bonito...
Bonito, mas cheio de ruelas obtusas
Confusas
Como eu!

Euclides Riquetti

Pegue de volta seu sorriso franco

 







Pegue de volta seu sorriso franco

Aquele bonito com que você sorria

Aquele que era um sorriso e tanto

Que melhorava todo o nosso dia.


Pegue de volta porque você precisa

O seu sorriso lindo que me contagia

E dance comigo uma valsa antiga

Vamos viver toda nossa alegria.


Pegue de volta e vem sorrir pra vida

Dar cambalhotas, pular de contente

Sem mais tristeza e sem despedidas

Viver cantando e a sorrir somente.


Pegue de volta o seu sorriso leve

Nada de choro,  nada de tristeza

Não perca tempo nesta vida breve

Volte a sorrir com toda a realeza!


Euclides Riquetti

Tua luta, tua ousadia, tuas escolhas

 



Levas contigo as melhores lembranças

Atentas-te a cada movimento sutil das folhas

Mares de poesias, versos em abundância

Tua luta intensa, tua ousadia, tuas escolhas.


Teces com a habilidade da mente teu destino:

Ser uma guerreira, loba voraz, altaneira

Primeira nas conquistas, mereces teus mimos.

Nas noites, o relembrar da infância fagueira

Determinação é tua  característica mais forte

Mais do que uma mulher,  foste uma consorte

Danças a valsa dos dias e dos anos passados

Amada, desejada, em meus sonhos és o pecado!


Buscaste os horizontes, foste ao longe navegar 

Deixaste para trás a mais bela e digna historia

Noutros lagos, buscas a singeleza do além-mar

Levas contigo tua bagagem de memórias. 


Euclides Riquetti

Madrugada de 15-08-2025

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

A canção do amor verdadeiro

 









A canção do amor verdadeiro


Sabe aquela canção nova, que de tanto que você a ouve, parece ser já bem antiga e você a canta no chuveiro?

Sabe aquela blusa que você considera manjada, mas que acaba sempre tirando do cabide, porque ela lhe deixa bem?

Sabe aquele caderno amarrotado, até gasto de tanto você pegar na mão, onde fez registros de sua vida?

Aquele onde um dia registrou seus sentimentos, transformou-os em poemas verdadeiros, mesmo sem a métrica convencional?

Sabe aquelas histórias que eu lhe conto, e que você finge que é a primeira vez que ouve, mas que já sabe de cor?

Sabe aquelas pedras das calçadas das ruas por onde você passa, e que já a conhecem muito bem, de tanto que você as pisou?

Sabe aquele sol que brilhou em muitas de suas manhãs e tardes, e que parece ser novo a cada dia?

Sabe aquele azul do céu, tão já conhecido seu, e que pode ser ainda mais bonito?

Sabe aquele vento que já roçou seu rosto tantas vezes, e que em cada uma delas parece ser mais doce e mais suave?

Sabe todos aqueles poemas que eu já lhe fiz, os milhares de versos, as rimas ricas e as rimas pobres, as estrofes boas e as bagunçadas?

Sabe aquela esperança, que mesmo nas horas mais difíceis, rebate na porta de seu quarto e a anima para dias melhores?

Sabe todos aqueles abraços e aqueles beijos entusiasmados que nós já tocamos?

         Pois tudo isso é muito perene, eterno, real, e precisa ir-se repetindo sempre, como uma grande manifestação de carinho e amor. Pois o verdadeiro amor é marcado por coisas simples, mas fundadas e verdadeiras, que se registram na nossa vida, no nosso dia a dia, nas calmarias e nas turbulências, nos defeitos e nas nossas virtudes, na nossa insistência de querermos ser felizes, pois bem que o merecemos.

Com muito carinho,

Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com 

Um coração num papel de seda

 



Desenhei um coração num papel de seda
E nele escrevi versos de amor e paixão
E quero agora  apenas  que você os leia
E que retribua com um de sua própria mão.

Quero que guarde meu coração-poema
E que me entregue o  que você escreveu
Pra ter certeza de que com este sistema
Terei o seu e você terá o poema meu.

Um poema simples, curto, mas sincero
Com palavras escolhidas  com todo o cuidado
Um poema assim  é apenas o que eu quero.

Quero que ele  me seduza e  contagie por inteiro
E que me deixe ainda muito mais enamorado
Pra viver um sentimento puro e verdadeiro!

Euclides Riquetti

Você abusou, crônica

 


 




      
          Os anos 60 e 70 foram pródigos em nos oferecer festivais da canção. Muitos cantores surgiram para o estrelato oriundos  dos festivais. De vez em quando me vejo cantando uma  daquelas músicas, como "Caminhando contra o vento...sem lenço e sem documento...

         Pois, na manhã de hoje, povoava minha cabeça aquela canção do Antônio Carlos e do Jocáfi, dupla de participantes do Festival Internacional da canção. Começaram em 1969 e fizeram muito sucesso a partir de 1970. Cantei: "Você abusou... tirou partido de mim, abusou..." E fui buscar a letra completa, que aqui estou colocando: os mais antigos a conhecem, conhecem a melodia. Os mais jovens poderão ver a melodia pesquisando. Letra simples, mas que com excelente embalo melódico, caiu bem no gosto popular:

"Você abusou
Tirou partido de mim
Abusou
Tirou partido de mim
Abusou
Tirou partido de mim
Abusou
Mas não faz mal
É tão normal ter desamor
É tão cafona sofrer dor
Que já não sei se é meninice ou cafonice
O meu amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração
Como expressão

Você abusou ....

Que me perdoe
Se eu insisto nesse tema
Mas não sei fazer poema ou canção
Que fale de outra coisa
Que não seja o amor
Se o quadradismo dos meus versos..."

          Até destaquei, aqui, esta parte tão significativa da letra, pois, em tempos de relações tão conturbadas entre as pessoas, parece atualíssima. Isso não quer dizer que assim deva ser, mas é, de fato, algo muito significativo e que nos remete a reflexões:

É tão normal ter desamor
É tão cafona sofrer dor
Que já não sei se é meninice ou cafonice
O meu amor
Se o quadradismo dos meus versos
Vai de encontro aos intelectos
Que não usam o coração
Como expressão

           Ora, pessoalmente, como poeta romântico, ainda considero que o sentimento deve prevalecer sobre os instintos, que o filosófico deve prevalecer sobre o material, que o amor deve sobrepor-se à razão. Mas isso é coisa de poeta...Nem todos pensam assim.

Euclides Riquetti

Beijar seus pés... com sedução!

 


 







Beijar seus pés... com sedução!


Eu queria beijar seus pés com devoção
Acariciar sua pele com sedução
Causar-lhe desejo e emoção
Sim, desejo e sedução
Apaixonadamente!

Eu queria ser aqueles grãozinhos de areia
Que se grudam em seus pés
E os massageiam
Num ritual terno e suave
Que se juntam aos demais
Para pousar nas praias colossais...

Eu queria, docemente, beijar seus pés
Fazer-lhes carinho
E, devagarinho
Acariciá-los!


Sim, docemente
Suavemente
Desejosamente...
Com muita sedução!

Euclides Riquetti

Despencam as estrelas

 




Estrelas prateadas despencam em potes cheios

Vão mergulhando na profundeza do mar revolto

Enquanto meu pensamento vaga livre e solto

E vai ancorar em corpos desnudos, mas alheios.


Algumas tantas, milhares, milhões delas, talvez

Surfam nos ares, navegam por toda a imensidão

Enquanto minha alma, imersa em sua solidão

O universo é a fonte da vida, do sol, da sensatez.


Em sua harmonia, nos convida a farto banquete

Nos coloca todos no mesmo plano, mesmo nível

No pescoço o colar, no braço direito o bracelete.


E, de estrelas, de joias raras, de inspirações caras

O poeta cumpre seu papel de propulsor incrível:

Paz e amor na noite escura, ou nas manhãs claras.


Euclides Riquetti

14-08-2025

Blog do Riquetti












Bailam as nuvens cinzentas

 



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No céu tímido, bailam as nuvens cinzentas
Para comporem o cenário matutino celestial
Enquanto as horas caminham suaves e lentas
E eu me transporto no imaginário colossal.

Cantam os pássaros com a vinda do dia claro
Adornam com suas penas a paisagem natural:
É um amanhecer com aquele sentimento raro
Algo indescritível, novo, que nunca vi igual.

Passam os carros com seus ruídos e barulhos
E eu os ouço em todas as suas idas e vindas
Rangem suas latas e pneus nos pedregulhos.

Passam também meus pensamentos ousados
Passam em mim as paisagens verdes e lindas
Enquanto eu revivo meus sonhos já passados!

Euclides Riquetti
14-08-2018

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Meu coração e eu (poema-canção)

 



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'Vamos sair por aí
Meu coração e eu
Andar por aí e sorrir
Meu coração e eu!

Vamos rir e cantar
Viver a vida com cor
Na rua ou outro lugar
Viver com todo amor!

Vamos sair por aí
Meu coração e eu
De mãos dadas sair
Para encontrar o teu!

Vamos rir e cantar
Viver a vida com cor
Vamos sair e sonhar
E reviver nosso amor!

Podemos ir pela rua
Ou pela beira do mar
Min´alma é toda tua
Então quero sonhar!

Euclides Riquetti

Entre o conflito e o dilema


 

 





Entre o conflito e o dilema 

Na noite da escuridão
Entre o conflito e o dilema
Tu me cantas uma canção
E eu te componho um poema...

Na noite do luar escondido
Em que a prateada se deleta
Sonharei o amor bandido
Na madrugada discreta...

Na noite do sonho da espera
Contarei as horas passando
A mesma alma que te quisera
Te quisera ver voltando...

Rezarei por ti nos meus sonhos
E em todos os meus devaneios
Quero rever teus olhos risonhos
Poder abraçar teu corpo inteiro!

Euclides Riquetti

www.blogdoriquetti.blogspot.com 

Cabelos molhados

 



 




Cabelos molhados
Lisos, perfumados...
Pele molhada
Macia, fresca, delicada...
Olhos cansados
Depois de um dia complicado!

Histórias passadas
Revividas, relembradas...
De tempos saudosos
De beijos longos, deliciosos...
Histórias recontadas
De manhãs abençoadas!

Poemas escritos
Com versos simples, benditos...
Palavras jogadas no papel
Letras desenhadas com pincel...
Rosto alegre, bonito
Sorriso infinito!

Por isso quero você
Sempre perto de mim...
Bem assim!

Euclides Riquetti

Gabriela Weber - Uma História de Amor!

 


 





                                      Relembrando...

 

          A Gabriela Weber era uma jovem muito bonita. Estudiosa.  Inquieta. Trabalhadeira. Caprichosa. Preocupada com o futuro. Responsabilíssima. Carinhosa. Generosa. Adorada pela família, pelo namorado, pelos amigos. Sonhadora, tinha os mesmos sonhos da maioria dos jovens de sua idade:  Queria ser feliz!

          Na manhã de 13 de outubro de 2011,   saí de casa muito cedo para ir ao meu trabalho em Ouro. Passei, de carro, pela Escola do Bairro Nossa Senhora de Lourdes, fui em direção à BR 282. Também Passei diante de uma sequência de casas ao lado esquerdo da Avenida Santa Luzia, e de prédios ao lado direito. Eram poucos minutos antes das 6,30. De uma dessas casas, também, saiu com sua motocicleta a jovem Gabriela...

         Gabriela tinha 18 anos, era terceiranista do Colégio Certi, aqui de Joaçaba. Trabalhava numa gráfica aqui na parte alta da cidade, 1 Km distante da sua casa.  No dia anterior, Dia da Criança, Dia de Nossa Senhora Aparecida,  recebeu um telefonema: Era para ir mais cedo do que o horário de costume para o trabalho, na manhã seguinte,  pois com a proximidade do final do ano havia muito serviço a darem conta. Acordou muito cedo naquele dia pós-feriado, plena Primavera. Os dias já costumavam clarear mais cedo, as pessoas eram acordadas pelos cantos dos passarinhos. Próximo à casa de Gabriela, muitos deles  nas árvores. Flores nas floreiras e nos jardins das casas. O vento, no entanto, sacudindo os eucliptos, as plantas pequenas, as árvores altas. O céu, naquela manhã, teimava em não clarear. Nuvens escuras o  cobriam, havia perspectiva de tempestade, de turbulência.

          Dona Rosa da Silva, a mãe da Gabi, não queria que ela saísse de casa, pois  o tempo estava ameaçador, perigoso. Mas o senso  de responsabilidade da jovem era muito grande. Tinha os sonhos a realizar, precisava ser assídua no trabalho, na escola. Nunca deixara de cumprir seus compromissos e não seria naquele dia que iria falhar.

          Gabriela logo ia casar. Amava e era muito amada pelo namorado, o Jair da Silva. Queria estudar Pedagogia, ser professora, adorava crianças. Não gostava de ver criança chorando, aquilo lhe partia o coração. Tinha a vocação para o magistério, para a maternidade. Gostava de crianças, gostava de animais. Tinha seus gatos  de estimação, não admitia que fossem maltratados. Duas semanas antes,  o casalzinho havia sido  padrinho de um casamento. O sonho deles era o do casamento também.

          Gabriela gostava de jogar  futebol e vôlei, de ir à praia. Viajar a encantava, principalmente quando o destino era estar nas areias das praias, nas águas  do mar. Tinha planos, muitos planos. Trocar a motocicleta por um carro para se sentir mais segura era um deles.

          Fazia amizades com facilidade, tinha amigos jovens, crianças, pessoas de todas as idades. Adorava festas sertanejas, que frequentava sempre que possível. Mas também gostava de estar em casa, junto com a família, escutado música ou vendo filmes na TV. A menina que gostava da cor pink e que tinha sonhos rosados e gostava da música "Sem ar", de D´Black (uma belíssima canção),  também gostava do Grupo Roupa Nova, de Jorge e Matheus, Fernando e Sorocaba, e Paula Fernandes.

          Mas naquela manhã em que saiu antes do horário de  costume para o trabalho, a moça bonita,  de pele macia, olhos brilhosos e cabelos castanhos,  não imaginava o que estava a esperá-la: No trajeto para o trabalho, na Rua 12 de Outubro, paralela à BR 282, os fortes ventos partiram o tronco de uma árvore. Fatalmente, Gabriela Weber ia passando pelo local com sua moto. Atingida na cabeça, teve morte instantânea. Chamada, sua mãe, a Dona Rosa, foi a terceira pessoa a chegar ao local. Foi levada ao Hospital Universitário Santa Terezinha pelos Bombeiros Socorristas, mas lá já chegou sem vida.

          A voz silenciou, o sorriso se apagou, seu rosto serenou... Gabriela partiu deixando uma legião de amigos e os familiares: Rosa e Osmar, seus pais; Carla Cristina, Daiane, Viviane e Douglas, seus irmãos; Vany, a cunhada, e os sobrihos. E Jair, o namorado, com quem pretendia realizar o sonho maior: O de viver, para sempre, sua História de Amor.

          Dos muitos recados que lhe passaram pelas  redes sociais, escolhi o postado por sua colega  Bonnie, que sintetiza o que seus amigos pensavam dela:

"Gabi, eu gostaria de dizer que você era uma pessoa maravilhosa e que nunca irei te esquecer. Foi um imenso prazer ter te conhecido, nunca me esquecerei de nosso tempo juntas na escola, de como você era simpática e bonita. Nunca achei que isso iria acabar um dia, sempre achei que você teria um grande futuro... Adeus, Gabi, em sinto muito... sem palavras... ( de sua amiga Bonnie)".

          Por dois anos eu  passava diante daquela casa e via a figura solitária de uma senhora que olhava para a rua, para o céu, imóvel sentada numa cadeira da varanda. Ficava imaginando o que aquela família deveria estar passando. E, quando lia notícias de  mães que perderam seus filhos, me comovia. Há uns meses subi a escada e fui conversar com aquela mulher simples e  de aspecto tão triste. Apresentei-me, ouvi sua história, a  da  filha Carla Cristina, e pedi-lhes licença para escrever esta crônica sobre a Gabi. A Gabi, como tantos outros jovens que perderam a vida, não foi  uma simples folha em branco. Teve seus sonhos, sua História. Amou e foi amada.  Não partiu por vontade própria, mas a fatalidade a afastou de seus entes queridos.

          Tenho em mim a lógica de que os filhos é que devem enterrar os pais. Infelizmente, como a Dona Rosa, muitas outras mães tiveram que passar por isso.

          Que Deus tenha para a Gabriela um belíssimo lugar no paraíso. Que possa, com sua bondade e sorriso, ser luz para os que aqui ficaram e que sentem muita dor pela sua perda.

           Esteja bem, tenha a certeza de que seus familiares e amigos muito a amaram também, Gabi!

Euclides Riquetti

Buscar-te na noite, embalado ao vento...

 


 


 


Buscar-te na noite, embalado ao vento...

O vento que move as folhas das aroeiras arredias
É o mesmo que me acaricia com seu dileto açoite
Que me traz as estrelas e o frescor da noite
Após as chuvas ditosas do final do dia...

O vento que beija teus lábios de vermelho maçã
É o que me inspira na noite sedutora
Que me acalma com sua aragem redentora
E alenta meu corpo e minha alma sã.

Ah, noite de verão que meus medos esconde
No aguardo do outono que derruba a folha
Noite para pensar em quem está longe.

Pensar, sim, viajar pelo ignoto  firmamento
Que essa seja a nossa melhor escolha
Buscar-te  na noite, embalado ao vento...

Euclides Riquetti

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Quero ver você sorrindo

 






Quero ver você sempre sorrindo
Feliz, alegre, contente
O seu sorriso é tão lindo
Que não pode se apagar num repente...

Quero ver você cantando
Apenas canções de bom gosto
Ouvirei você e sonhando
Esperarei que venha agosto...

Quero ver seus olhos brilharem
Irradiando felicidade
E quando as luzes se apagarem
Dormirei sentindo saudade...

Apenas isso...
Bem assim!

Euclides Riquetti

Dia de poesia

 


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Todo o dia é dia
De fazer poesia
De escrever lembranças saudosas
De dizer palavras carinhosas.

Todo o dia é dia
De fazer poesia
De falar de sonhos vividos
De falar de amores sentidos.

Todo o dia é dia
De fazer poesia
De pensar nas breves ilusões
Que flecham os corações.

Todo o dia é dia
De lembrar com nostalgia
Dos momentos de nossos sonhos
De seus olhos morenos, risonhos.
Todo o dia...

Euclides Riquetti

Vagam, na noite, pensamentos mundanos


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Vagam pensamentos na noite escura
Levam meus pecados até o seu coração
Vagam nas ondas da imaginação.
Sobrepõem-se às  turbulências, pedras e agruras
Vão buscar alento na imensidão.

Vagam meus pensamentos que se misturam aos seus
Levam-lhe os desejos que excitam minha  mente
Vagam sem amarras, abertamente
Levam aos seus lábios os beijos que são meus
Vão dizer a você o que minha alma sente.

Pensamentos entendem códigos indecifráveis
Têm a liberdade que o corpo não tem
E criam cenários inimagináveis.

Pensamentos, ah, pensamentos mundanos
Vaguem libertos até encontrarem meu bem
Alguém que possa entender meus sentimentos profanos.

Euclides Riquetti

A primeira rosa

 







Saudei a primeira rosa do dia
Que me sorriu.
Era o bordô da alegria
Que me invadiu
E, como ninguém
Me fez sorrir também!



Depois, não me estranhe
Mas me intimidei
Quando a amarelo-champanhe
Eu vislumbrei
Ali no cantinho do jardim
Bem perto de mim!



E, bem de tardinha
Estava ali a rosa matizada
Divinamente rosinha
Encantada...
E, com seu delicioso charme
Animou meu final de tarde...

E eu fiquei muito feliz
Porque te amo!

Euclides Riquetti

Se te chamo de amor, é porque te amo!








Se te chamo de amor, é porque te amo
Porque te quero, quero só pra mim
E, mesmo,  com o passar dos anos
Nosso amor nunca chegará ao fim!

Se te chamo de gata, é porque te acho
Uma gatinha que me arranha e mia
Me perco em ti, pra ti me despacho
Quero buscar em ti a minha alegria!

Mas se te chamo e não me respondes
Dói-me o coração ferido pela dor
Não sei por que tu tanto te escondes
E tanto recusas receber meu amor!

Euclides Riquetti

Tributo a um Campeão - Homenagem ao professor Nelson Sicuro e outros...




          Não, não me refiro ao Aírton Senna, nem ao Guga Kurten, embora tenha sido  fã deles, nas memoráveis conquistas, nas pistas de Fórmula 1 e na Quadra de Roland Garros. O Rei de Mônaco foi num fatídico domingo de maio. O Rei do Saibro está ali, em Floripa, esperando o dia da chegada de um filho. Cada um Rei em seu Reino. Reinado construído sobre as bases da dedicação, do esforço, dos treinos.

          Minha personagem, como ele mesmo me ensinou, chama-se Nelson. Mas há tantos Nelsons por aí: O lendário Nelson Rodrigues, das crônicas; o Nelson Mandela, ficura carismática e legendária na África. O Nelson Piquet, trouxe-nos importantes títulos no Automobilismo, mesmo com seu sorriso-limão. O Nelson do Cavaquino, o "Nerso da Tapitinga",  e outros  "nelsons e nersons", que nos fizeram rir ou chorar.

          Falo do Nelson Sicuro, que no verdor de minha juventude foi meu professor, meu mestre na Faculdade, a FAFI, lá em União da Vitória. O professor Nelson Sicuro, marido da Neli, também professora universitária, ambos idealistas, carismáticos, bonachões. São daquelas almas que se encontram, se amam, se respeitam, e se propõem a superar todos os obstáculos que surgem em sua caminhada. Mencionei seu nome neste blog, no dia 06 de janeiro, Dia de reis, Dia da Gratidão. E eu nem sabia que ele partira em 28 de novembro último, dia do aniversário de meu filho, Fabrício, dia de aniversário do Ivan Casagrande, a quem telefonamos para parabenizar, pois que este sempre me ligava, parabenizando-me, em meus aniversários. A mim a aos nossos amigos. Obrigado,  Bianco...

          Nos últimos dias, resolvi buscar alguns de meus poemas 'perdidos". Liguei para a antiga FAFI, onde, solicitamente, a Rosane Torres enviou-me, escaneados, os meus primeiros poemas publicados, com ilustrações, em 1976, no livro Prismas, volume IV, da Coleção Vale do Iguaçu, organizado, articulado e publicado pelo Professor Nelson Sicuro. Não se pode dizer apenas "Professor Nelson", ou apenas "Professor Sicuro", tem que ser "Nelson Sicuro", nomes que se combinam, que combinam com a Literatura, a Gramática da Língua Portuguesa, a Fonética, a flauta, o francês, o latim, o inglês, o desenho... Nelson Sicuro foi juntar-se à amada Neli, que fora antes, em 25 de janeiro de 2010, exatos dois anos hoje, lá em cima....

          Há alguns anos convidei-o a vir palestrar-nos no Sílvio Santos, ali em Ouro. Veio ele e a Neli. Não quiseram cobrar nada, apenas amizade... O professor que  vem para atender um pedido de um ex-aluno, de quase duas décadas antes, para falar da língua portuguesa, mesmo depois de ter sofrido um derrame, do qual vinha se recuperando. Mas, mesmo assim, veio e deu o seu recado.

          Não posso deixar de dizer o quanto foi importante para mim e meus colegas: ao final do curso de Letras, costumava convidar os acadêmicos a entregar-lhe uns poemas para editar um livro... Certamente, mais de 200 ex-acadêmicos iniciaram-se nas letras por suas mãos. E eu, orgulhosamente, desde o dia em que selecionou "Uma Oração para Você" e "Tu", para fazerem parte do livro "Prismas  - volume IV",  senti que eu poderia, sim, tornar-me escritor. E, com hiatos temporários, continuo a escrever até hoje. Aprendi com ele a importância de "sentir" a poesia, a escrever sonetos, compor versos livres e brancos, alexandrinos, redondilhas maiores e menores. Que,  lá no céu,  junte-se ao Boni, o Geraldo Felltrim, o Abílio Heis,  e ao Filipak, que também está por lá... Que ele, com sua Neli, enturme-se com anjos e arcanjos! O mundo das artes literárias ficou menor sem o querido Nelson Sicuro, meu verdadeiro campeão. Minha sincera homenagem com o último verso de um poema que lhe entreguei, em 1975: "Ouço anjos cantando uma canção de acalanto"

Euclides Riquetti - Um seu criado!...
         
25-01-2012