sábado, 24 de março de 2018

Eu te amo...


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Abre a janela e olha pro céu
(Eu te amo)
Abre a janela e vê o sol
(Sim, eu te amo)
Fecha os olhos e vê as estrelas
(Ah, sim, como eu te amo)
Fecha os olhos e vê as  rosas amarelas
(Sinta que, realmente, eu te amo).

Abre o teu coração e sente que o amor existe
(Percebe que eu te amo)
Abre teus braços e me abraça com toda a paixão
(Claro que eu te amo!)
Traze  teus lábios para perto dos meus
(E veja que muito eu te amo)
Quero sentir o calor dos beijos teus
(Eu te amo, eu te amo, eu te amo!)

Euclides Riquetti

O vento que vem do Sul

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O vento que vem do sul me traz lembranças
De belos tempos que não mais se repetem
E que se alteram devido às circunstâncias.

O vento que escreve palavras diferentes
Aquelas que nada mais dizem e refletem
Apagará também as imagens no presente.

O vento que leva em si palavras mágicas
É o mesmo que amedronta e que tortura
Pelo temor das decepções mais trágicas.

O vento que deveria trazer-nos paz e amor
Que deveria afagar nosso rosto com ternura
Apenas nos traz desespero e muita dor.

Mas é o próprio vento que nos traz o tempo
Que pode nos devolver o amor e a paz
Que pode avivar nosso terno sentimento.

É o mesmo vento que tanto nos inspirou
E que tantas saudades todos os dias nos traz
De momentos que a vida já desmantelou!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 23 de março de 2018

Felicidade existe?


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          Em algumas situações da vida já indaguei pessoas com uma pergunta bem direta: "Você é feliz"??

         Devo dizer que as pessoas realmente felizes abrem um sorrisão e dizem que o são. As que não têm certeza dizem um "mais ou menos". Algumas espertas, querendo disfarçar, dizem: "more or less", ou "so..so"! E há quem prefira dizer: "Prefiro não responder!"

         Pois bem, imagino que o conceito de felicidade deva ser relativo, apenas. Não é absoluto, não há máxima para o tema, felicidade não se mede, não se quantifica. É difícil encontrar-se pessoas que sejam realmente felizes. Sempre há algo a perturbar, incomodar, inquietar, tirar o sorriso (que deveria ser permanente e usual), de um rosto. Fico imaginando um rostinho fino, um cabelo bem arrumado, um olhar expressivo, mas com um fundo de melancolia atrás de um sorriso não lá muito natural...

         As situações do dia a dia, a intolerância com o companheiro (ou companheira), problemas de relacionamentos, preocupações com filhos, falta de dinheiro, ansiedade, instabilidade profissional, medo de ficar sem trabalho ou renda, a incerteza no futuro, e muitos outros fatores de desagregação ditam o ritmo de nossa tristeza, que pode levar ao desespero, às frustrações, à infelicidade!

        Partindo dessas constatações, é possível crer que o ser humano, não sendo perfeito, e sujeito às fragilidades de sua alma, à sua instabilidade emocional, pode ter momentos de felicidade alternados com outros de melancolia, sim. Eu mesmo, algumas vezes, até por ser sensibilíssimo e muito romântico, o que me fortalece enquanto poeta, tenho meus momentos de "maré baixa".

         A saída, a retomada da tranquilidade, a administração dos conflitos pessoais e existenciais, tudo, pode acontecer com o diálogo, a boa  conversa, o entendimento,  abertura do coração a franqueza, a proatividade em favor de si mesmo. Mas, lembro, teorizar é muito fácil. Porém, administrar decepções, insatisfações e conflitos é algo muito difícil e que requer muito esforço pessoal.

         E você,  leitora, leitor, está cuidando bem de suas emoções?

Euclides Riquetti

Viva Nosso Campeão! (Handebol Feminino - Ouro - Medalha de Ouro nos JASC



Chana Masson - já foi eleita a melhor jogadora de Handebol
do Mundo - Iniciou sua carreira em Ouro - SC - jogando pela CME
Depois jogou por Capinzal - na Alemanha e na Dinamarca.
Atualmente, mora em São José - SC - onde coordena as equipes
de Handebol daquela cidade.



Num domingo bem festivo
Dia de sol, de céu azul
Ouro foi do brilho vivo
Campeão em Rio do Sul.

As meninas altaneiras
Lutaram pelas nossas cores
Foram fortes as guerreiras
Merecem a coroa de flores.

Ouro foi ouro na quadra
Foi luta, foi boa condição
Foi o esforço de uma esquadra
Que não poupou preparação.

Nossas jovens vitoriosas
Levantaram o troféu
Com jogadas portentosas
E a proteção de Deus no céu.

Foi conquista emocionante
Foi sucesso, foi a glória
O que deu-se num instante
Vai ficar por toda a história.

As atletas aguerridas
Jovens belas, aplicadas
Merecem ser enaltecidas
Pelas glórias conquistadas.

E que o sucesso se repita
Que haja comemoração
E a verdade seja dita
Nosso handebol é um timão.


Parabéns ao handebol
Parabéns pra todo mundo
Que Ouro brilhe como o sol
É nosso desejo profundo.

Que todos possamos gritar
Nosso clamor de emoção
Como é bom poder vibrar
Viva o nosso Campeão!

Euclides Riquetti
06-11-1995
Homenagem à equipe de Ouro-SC, Medalha de Ouro nos
Jogos Abertos de Santa Catarina em Rio do Sul - SC



Água que te bebo na sede


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Água incolor, água inodora
E divinamente saborosa
Sempre que agredida chora
Água puramente deliciosa.

Água molemente gostosa
Ou em plena efervescência
Que mata minha sede gulosa
Presto-lhe toda a reverência.

Água de março a fevereiro
O ano todo água saudável
Que corre no rio altaneiro
Ou brota na fonte potável.

Água que te bebo na sede´
Ou que me lava no banho
Água do mar recebe a rede
E molha seu cabelo castanho.

A mesma água que acaricia
Que teu corpo massageia
Que hidrata tua pele macia
E minha alma incendeia.

Água que respeito e quero
Quero saudar-te em teu dia
Que cuidem de ti eu espero
Para te sorver com alegria!

Euclides Riquetti
22-03-2018

"Dia Mundial da Água"
















quinta-feira, 22 de março de 2018

Te amar, te amei



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Te amar, te amei
Na madrugada...
Foi Deus que te colocou
Na minha estrada...
E eu te abracei
Na madrugada...
Porque tu estavas
Na minha estrada...

Também te beijei
Na madrugada...
Enquanto caminhávamos
Na mesma estrada...
Então eu te amei
Na madrugada
Desde que te encontrei
Na minha estrada...

Te amei, te amei
Na madrugada!

Euclides Riquetti

Rio do Peixe

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Atrevido e valente
Sempre que a calmaria se ausente
O imponente e voraz Rio do Peixe
Desliza furiosamente...

Invade lares, prepotente
Arranca plantas portentosa
Causa avarias espantosas
Esse imperador inclemente!

Nas arenas montanhosas
Vence cada dobra, impiedoso
É um colosso vigoroso
Com suas águas belicosas...

Depois, apenas baila, mansamente
Valsa como o  canto verso de um salmo
Então, sereno, paciente e calmo
Jaz,  ali, docemente.

Rio  do Peixe, nosso venerando Senhor
Ora anjo – uma canção de acalanto
Ora intrépido,  despojado de encanto
No vale verde, é soberano gladiador!

Com seu visível poder, ou simplesmente ignoto
Deus Natural, Real Majestade
Orna o campo, enfeita a cidade
Sou teu súdito  e fiel devoto...

Rendo-te homenagem, meu rio!
A ti, com tua força imedida
Jamais, em toda a minha vida
Eu ousarei propor-te desafio...

Bem conhecemos teu enredo, tua história
E bem sabemos de tudo o que és capaz
És um guerreiro muito forte, sempre audaz
Reverenciado, dou-te medalhas e glórias.

Tu, que já foste o lago de mi ´as  pescas
Tu, que foste a raia de meu tenro nado
E serpenteias neste vale encantado
De Navegantes,  foste palco em tantas festas.

Pelo açoite do chicote  sem piedade
Peço-te, humildemente, perdão
Aceita esta breve oração
Garboso rio, Fluviosa Divindade!

PERDOA-NOS, RIO DO PEIXE!!!

Euclides Riquetti


Como está o atendimento às expectativas do eleitor pelos prefeitos de nossas cidades?


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Nova Ponte sobre o Rio do Peixe liga Ouro
a Capinzal - foto de Michel Teixeira


      No serviço público, ações que numa empresa acontecem normalmente, demoram muito mais a acontecer. A burocracia é muito maior, há ritos demorados a serem cumpridos. Por outro lado, na campanha eleitoral de 2016, os candidatos a prefeito das cidades criaram muitas expectativas nos eleitores, promessas que não vão ser cumpridas. Mesmo políticos experientes acabaram decepcionando seus eleitores.
       Logo chegará o período eleitoral e as obras oriundas de convênios que não tiverem sido comprovadamente iniciadas e com medição da execução antes dos referidos, não serão pagas. Havendo segundo turno, tanto para Presidente quanto para Governador, nada mais acontece, até mesmo porque os que estarão deixando os cargos não correrão o risco de deixarem de cumprir com a Lei de Responsabilidade Fiscal. E, a partir da 2019, com novos administradores nas esferas estadual e federal, certamente que no primeiro ano de sua administração puxarão o freio de arrumação, deixando de liberar recursos de emendas que não forem liberadas no exercício de 2018. A experiência que temos no serviço público nos diz isso.
       Ainda, após as eleições em nível federal e estadual, os políticos começam a se movimentar visando à participação no pleito seguinte. E, quando abrirem os olhos, os prefeitos perceberão que seu mandato terá terminado e que não fizeram nem metade do que imaginavam que fizessem em quatro anos de seu governo.
       Todo esse introito faço para dizer que Ouro e Capinzal estão com a execução de seu contorno viário indo de vento em popa. Na terça, 13, estive lá e verifiquei que a ponte sobre o Rio Leãozinho está concluída e a sobre o Rio do Peixe está em fase de acabamento na obra civil. E, coincidentemente, encontrei lá o Engenheiro Euclides Albuquerque, do DEINFRA, com quem participamos da escolha do traçado daquele contorno, há mais de uma década, juntamente com o então prefeito de Ouro, José Camilo Pastore, e o Diretor de Trânsito Eloir Zeferino de Oliveira, o Baixinho. Relembramos daquela tarde em que percorremos o trecho, a partir de Linha Caravággio, em Ouro, passando depois para a parte da margem esquerda do Rio do Peixe, indo pelas linhas Galdina , Residência e São Roque, em Capinzal, até chegarmos às proximidades da Unoesc. O Engenheiro Euclides desenhou o traçado da via e a localização das pontes, eu mesmo redigi a documentação de solicitação de projeto e execução ao Governo do Estado de Santa Catarina, ajudei a organizar as necessárias audiências públicas, acompanhei todo o processo de reivindicação, que compreendeu a administração de José Camilo Pastore e depois de Neri Luiz Miqueloto, em Ouro, e de Nilvo Dorini e Leonir Boaretto em Capinzal.
       Restam algumas indenizações de propriedades e “antes do período eleitoral”, a obra estará concluída. E o trecho da Rodovia Ouro a Jaborá, na avaliação dos moradores lindeiros, ficará concluída ainda neste ano.  Foram três décadas de espera pela pavimentação da Rodovia e uma dúzia de anos pela implantação do contorno viário. Então, continuamos aguardando que Joaçaba, Herval e Luzerna também produzam seu projeto, tão esperado pela população dos três municípios.

Euclides Riquetti – Escritor – Membro da ALB/SC

Vem sol, vem!


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Vem, sol, vem
Vem clarear o céu de minha tarde
Vem com seus raios tímidos, mas vem
Vem clarear o céu de minha tarde
Vem, sol que eu espero tanto, vem!
Vem, sol, não te afugentes por causa dessas nuvens cinzas
Vem brilhar sobre as ruelas e campinas
Vem encostar-te em minha pele fogosa
Vem acalmar minha alma triste e ansiosa
em, sol, vem clarear o céu de minha tarde!
em, vem trazer de volta o ânimo perdido
Vem refazer meu coração ferido
Vem, com o poder de seus raios regeneradores
Devolve às tardes as belas e singelas cores
Devolve a todos os corações os seus amores.
Vem, sol, vem
Que eu estarei aqui a te esperar!
 Euclides Riquetti

quarta-feira, 21 de março de 2018

Meus versos de amor e poesia! ( A primeira manhã outonal)


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A primeira manhã outonal
Foi de uma indescritível beleza
Cenário de agradável sutileza
Uma pintura alegre, sem igual...

Ela me trouxe novos ânimos
Me trouxe ares purificados
Lembranças de lábios beijados
E de momentos magnânimos!

O primeiro dia depois do verão
Veio cinza e depois dourou-se
O céu nublado, então ensolou-se
Tingiu de encantos a imensidão...

E vivemos um dia de calmaria
Após alguns eventos adversos
Que intimidaram meus versos
Meus versos de amor e poesia!

Euclides Riquetti
21-03-2018











Nunca digas nunca, jamais!

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Nunca digas nunca, jamais
Que desta água tu não beberás
Pois nos conflitos pessoais
Muitas voltas o mundo dá!

Nunca digas nunca, certo?
Pois o futuro a Deus pertence
O amanhã é sempre tão  incerto
E tudo pode mudar de repente!

Nunca  digas nunca, amor
Pois os caminhos são diversos
Se num verão há muito calor
No inverno te escrevo versos!

Não, não digas nunca, então
E procura nadar na calmaria
Reserva-me o lugar no coração
Para onde voltarei um dia!

Euclides Riquetti




Acidentes: algo que nos assusta....

      

Foto de Caco da Rosa

       Na manhã de terça, 20, pela manhã, fomos a Curitibanos buscar um familiar que estava naquela cidade em tratamento médico, com uma ambulância do Serviço Municipal de Saúde de Ouro. A viagem transcorreu dentro da normalidade, o paciente estava muito bem, alegre e disposto. Voltamos conversando eu, ele e o motorista, Alexandre Almeida, filho do casal de amigos Zeca e Inês, ele comerciante proprietário de uma garagem de veículos em Capinzal e ela professora aposentada, minha colega durante duas  décadas e pouco nas lides de educação da Escola Prefeito Sílvio Santos.
 
       O papo, durante quase que uma hora e meia de viagem, foi muito agradável, perguntei ao Alexandre sobre pessoas de nossa cidade natal, fiquei muito contente e saber que seus primos tinham se encaminhado bem na vida. Todos foram meus alunos no Mater Dolorum.

       Tão logo saímos de Curitibanos em direção a Campos Novos, havia em caminhão em nossa frente, carregado de tijolos de múltiplos furos. Começamos a falar sobre isso, argumentei que muitos caminhões andam lentamente pelas rodovias, pois nos parece que o peso da sua carga é maior do que a capacidade de o veículo suportar. Também encontramos duas julietas vindo do sentido contrário, que comentamos serem veículos que carregam muito peso e que, muitas vezes,  represam o trânsito dos outros carros, principalmente nas subidas dos morros onde não há pista adicional.

       Pois, ao final do dia, vejo num site regional que um caminhão foi atingido por outro, por trás, na ponte Ítalo Remor, sobre o Rio do Peixe, na divisa entre Herval d ´Oeste e Joaçaba, menos de 5 Km de minha casa. O mesmo veículo Mercedes-Benz que tínhamos ultrapassado na estrada,  com placas de São Miguel d ´Oeste, por pouco não despencou da ponte, parando no seu cercado lateral. Uma cegonha, com placas de Dionízio Cerqueira, com a falta de freios, ao descer a Serra de Herval, na BR 282, ia ultrapassa o Mercedes carregado de tijolos e seu condutor percebeu que vinha um carro pequeno na direção contrária e, para evitar uma fatalidade, puxou seu caminhão para a direita, atingindo o outro. Felizmente, foi apenas um susto para os dois motoristas, que tiveram apenas danos materiais nos caminhões que conduziam.

       Temos verificado, em nossa região, que acontecem muitos acidentes por falta de freios ou mesmo em razão da pista muito lisa da BR 282, aqui na região de Joaçaba. Nos dias de chuva, então, a pista fica muito perigosa, devendo os condutores de veículos andarem em baixa velocidade e com todo o cuidado possível.

Euclides Riquetti
21-03-2018




terça-feira, 20 de março de 2018

Memórias de Cadichon


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          Quando estou a pensar no passado, e isso me inspira a escrever, procuro lembrar de situações que marcaram minha vida ou a de outras pessoas de minhas relações  e amizade. Entrei para o primeiro ano do antigo primário com 8 anos feitos, tinha vergonha por ser mais velho do que os outros. E passei por três professoras, Judite Marcon, que foi substituída por Mariza Calza, e depois Noemi(a) Zuanazzi, pois mudaram-me de sala, colocando-me numa turma um pouco mais adiantada.

          Na nossa condição e capacidade de julgar, da época, fazíamos a separação: Primeiro Ano Fraco e Primeiro Ano Forte. Neste, os alunos que cursaram o jardim da Infância. Naquele, "nosotros". Então, após alguns meses de aula, eu já estava razoável em leitura e escrita, então fui para a turma que estava além do a, e, i, o, u. Nós não estávamos errados em nossos conceitos...

          No segundo ano, em 1962,  lá pela metade do ano letivo, eu já lia bem, com alguma fluência, sem solavancos. Eu era muito privilegiado,  tinha professor em casa, meu pai, que estudou no Seminário São Camilo em São Paulo, até o primeiro ano de Folosofia. Então, eu já olhava as velhas revistas Cruzeiro, mais as figuras do que as matérias. E, para as férias, as freiras, (provavelmente a Irmã Firmina ou a Terezinha)   disseram que quem fora bom aluno poderia levar um livro da Biblioteca para ler.

          Seriam  dias de encantamento ter um livro para ler. Retirei um volumoso para minha idade: 256 páginas, uma versão brasileira de uma obra da Condessa de Ségur, nascida em São Petersburgo, na Rússia, em 1799, com o nome de Sophie Rostopchine, mas que aos 18 anos foi para Paris, onde só publicou seu primeiro livro aos 58 anos de idade, em Francês. E adotou o sobrenome de seu marido.Eu peguei a nossa versão  de "Les Mémoires d´un âne", "Memórias de Um Burro".

           Fui para casa de meu padrinho, no Leãozinho, então município de Capinzal, para passar minhas férias de inverno, e com a ajuda das filhas dele, Catarine e Delcia, consegui ler tudinho. Elas me ajudavam a entender as sílabas complexas. Lembro que a personagem principal era um Burrinho, Cadichon, muito injustiçado no início, mas que ao longo da trama salva a menina Paulina e consegue ralizar outrs feitos, ganhando respeito e notoriedade, até.

          Quinze anos depois, em 1977, quando eu já lecionava em Duas Pontes, hoje Zortea, ao participar de um encontro de formação lá no Mater Dolorum entrei na Biblioteca e vi que todos os livros antigos tinham sido encapados. Havia centenas deles. Pedi se tinham "Memórias de Um Burro" e disseram-me que não sabiam. Pedi licença, fui para a prateleira, apanhei um daqueles com capa em papel pardo e abri: Era o primeiro livro que eu li. Fiquei emocionado, retirei-o, li e reli, contei pra todo mundo.
          Cadichon me ensinou que o dinheiro tem alguma  importância no contexto da vida, , mas não é a salvação para tudo. Ainda, que ter amor e amizade são itens fundamentais para vivermos bem. Ser honesto nos garante respeito e o respeito abre-nos as portas com facilidade. Vale a pena ser honesto. Era mais ou menos isso que me ensinava. E eu morria de pena dele porque fora muito maltratado.

          Deste este primeiro livro lido, o  hábito pela leitura colou em mim. Leio de tudo. Não costumo ler modismos, leio a literatura que me dê interesse. Revistas, jornais, folhetos e jornaizinhos de igrejas, rótulos de produtos, placas de sinalização, legendas de noticiários, textos nos sites. Cadastrei-me e tenho senha de alguns sites da grande imprensa nacional. Comento, sempre que julgo conveniente, nos sites locais. Comento. Sou moderado, sigo a linha socrateana que me deu a frase que está no do epitáfio de meu pai: "In médio virtus".

          Hoje, eu o indicaria para muitas pessoas:  gestores públicos,  agentes políticos, profissionais liberais, ambientalistas, engenheiros, veterinários, agrônomos, psicólogos, estudantes e meus colegas professores. E a todos aqueles que acham que a formação acadêmica já lhes deu tudo de que precisam.

         Principalmente, recomendo para pessoas sensíveis. Estas têm, nelas, um pouquinho de Cadichon.

Euclides Riquetti
04-03-2013

Beije-me, no silêncio, na noite...

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Beije-me, em silêncio, na noite...
Beije-me,  em silêncio, na noite,  me beije
Ou então minta e diga-me que não me quer
Permita-me entender o seu jeito de mulher
Mas, por favor, jamais me deixe...

Beije-me, em silêncio, na manhã de luz
Ou então finja dizendo que não sou nada
Com beijo de musa, mulher ou namorada
Com aquele beijo delicioso que me seduz...

Beije-me, em silêncio, na tarde ensolarada
Ou então me cante uma daquelas canções
Aquela que violenta as minhas emoções
Mas que me atrai para a doce amada...

Beije-me, em silêncio, apenas faça assim
E lhe darei em troca todo o meu coração
Mas, se não me quiser, ainda peço perdão
Porque quero apenas que acredite em mim!

Euclides Riquetti

segunda-feira, 19 de março de 2018

Sucesso ou Fracasso? - Gente Simples, de Sucesso!

Revendo:

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Lírio, marca dos produtos da Zortéa Brancher S/A -
Compensados e Esquadrias - Capinzal - Campos
Novos - SC - Brasil



          Houve uma parteira, Dona Diomira Sartori Boff, que fez mais de 100 partos. Um Senhor, Biavatti, em Capinzal, arrumou os pés e braços "destroncados ou quebrados" de milhares de pessoas. O mesmo fez o Nora, em Joaçaba. E muitas senhoras e senhores, a exemplo de Dona Néli Andrioni e de Amélia de Mattos,  fizeram isso quando não havia médicos ortopedistas. E houve  massagistas que melhoraram a vida das pessoas quando ainda não existiam fisioterapeutas. E padres e benzedeiras que davam conselhos quando ainda não havia os psicólogos. Práticos  que construíram pontes e edifícios quando eram raros os Engenheiros.  Antônio Zortéa e Guilherme Brancher idealizaram uma fábrica de compensados e esquadrias. Domingos de Paoli era um prático que idealizou  e administrou a planta de uma nova indústria, a Zortéa Brancher. Foram pessoas simples que fizeram sucesso. Não constam suas biografias nos livros nem na internet, mas os que receberam os benefícios sabem o quanto essas pessoas lhes foram úteis algum dia de sua vida.

          Poderíamos enumerar centenas, milhares de pessoas que tinham o tino, o feeling, a visão para os negócios também. Exemplos clássicos aqui em Santa Catarina foram os de Atílio Fontana, que fundou a Sadia e Saul Brandalise, fundador da Perdigão. Hoje ambas compõem a BR Foods, com plantas de produção em vários estados brasileiros. Foram exemplos de sucesso.

          O Ivan Grezele era meu aluno na Escola  Sílvio Santos. Uma vez me disse que mudaria de emprego quantas vezes fosse preciso para crescer. Ficou órfão de mãe quando era adolescente. Na última vez que o vi estava com um carrão zero, daqueles sedãs avolumados. E disse-me que tinha construído uma bela e confortável casa numa cidade aqui próxima, mostrou-me uma foto dela. Era uma  bem arquitetada, um primor. E trabalhava por conta própria, não tinha patrão. Tinha liberdade para viajar. O Ivan é um cara de sucesso.

          Sílvio Santos, nosso Patrono da Escola,  foi Prefeito em Capinzal em seus primórdios. Lembro-me bem de que nos primeiros anos da década de 1960  estavam  tocando três projetos em Capinzal. Arrojadíssimos para a época. Com poucos recursos, com muitas dificuldades para honrar os compromissos da Prefeitura, idealizou projetos que iniciou e que não tiveram continuidade no futuro. Uma pena que isso aconteceu.

          Vou citar três obras que estavam sendo iniciadas nos tempos de Horácio Heitor Breda e de Sílvio Santos e que foram interrompidas: O "Campo da Aviação", para pouso de aviões, no Alto São Roque. Fizeram a terraplenagem e, adiante, o local virou uma plantação de milho; o Silo da Linha Savóia, que virou um cortiço; e uma estrada que ligava o sul da cidade ao Alto Alegre, ali após o antigo Frigorífico Ouro, e que depois  virou mato. Todas em Capinzal. Se tivessem contunuidade, nossas cidades teriam benefícios com os quais não contam até hoje.

          Se a visão futurista e empreendedora de pessoas como esses homens, e como Bortolo Dambrós e Luiz Savenhago, que idealizaram as Indústrias Reunidas Ouro, hoje BRF  tivesse prevalecido, naturalmente que não teríamos o caos que hoje vemos em muitas de nossas  cidades.

         Lair Ribeiro, já mencionei anteriormente, em suas palestras motivacionais para o sucesso, aponta três pontos que precisam ser bem considerados: a) Auto-stima; b) Comunicação; c) Capacidade de estalecer metas; d) Atitude otimista;  e) Ambição. Não há dúvida alguma de que se o cidadão conseguir agregar em si todos esses quesitos poderá ser um cidadão de sucesso. E você, amigo leitor (a), qual seu conceito sobre sucesso?

          Então, vejamos: Por que todos os autores de métodos para o sucesso focam tudo no esquema de "ganhar dinheiro". Bem, há uma lógica (apenas razoável, não é uma verdade) de que pessoas que ganham muito dinheiro são pessoas de sucesso. Então, por que tantos suicídios entre pessoas bem sucedidas financeiramente? Por que tanta perdição em pessoas famosas e com muitos bens e dinheiros nos bancos? E, ainda, por que tantos empresários que vivem participando desses cursos de motivação e cheios de esquemas não conseguem evoluir, sair do chão?

          Penso, como muitos, que a teroria é de grande ajuda. Mas vi, ao longo da história das pessoas com que convivi, que ser bem sucedido não implica apenas ganhar dinheiro. Há outras formas de fazer sucesso, muitas, que não seja o enriquecer...

          A Diomira, o Biavatti, o Nora, o Zortéa, o Brancher, o  De Paoli, o Fontana, o Brandalise, o Ivan, o Breda, o Sílvio Santos (nosso Prefeito, não o Abravanel), o Bortolo Dambrós, o Luiz Savenhago, e tantos outros anônimos são sinônimo de sucesso, sim! Daria de fazer uma enorme lista com seus nomes. Merecidamente, serem galgados no hall do sucesso e da fama.

Euclides Riquetti
22-01-2013

domingo, 18 de março de 2018

A música do amanhecer

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A música do amanhecer me traz a lembrança
Sua...
O vento que sopra na praia me enseja vê-la
Nua...
O romance que quero viver me traz na noite a
Lua...
E eu aguardo andar de mãos dadas com você na
Rua.


Mas você nada diz, nada fala, não me ouve
Mais...
Enquanto me deprimo porque não sei aonde
Vais...
Imagino seu corpo envolto em água, flores e
Sais...
E mergulho a pensar na delícia de seus atributos
Tais.

A música do amanhecer traz ao meu dia a
Cor...
O devaneio ao qual me entrego me traz na manhã
a dor...
Mas o sol que esquenta minha tarde revigora a
Flor...
E tudo o que eu quero de você é ter, sempre, o seu
Amor!

Euclides Riquetti
18-03-2018

Apenas uma chance...


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Apenas mais uma chance
É do que eu preciso
Apenas um breve lance
Pra rever seu sorriso...

Uma chance de ouro
Uma chance, simplesmente
De reencontrar um  tesouro
Que se ocultou de repente...

Apenas uma vez, só uma
Quem sabe um pedido de perdão.
Será que não terei nenhuma
De ouvir a sua canção?

Uma chance para nós
Um chance que nos devemos
Para não ficarmos sós
Uma chance que merecemos...

Apenas isso...
Bem assim!

Euclides Riquettti

João Libório - o vendedor de bananas


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          Pessoas podem ocupar generosos espaços em nosso imaginário. E, mesmo que esse espaço seja compactado e armazenado lá no fundo da nossa consciência, é possível que,  de um momento para outro,  ele nos volte à memória, como se as personagens, os ambientes, os fatos, esteivessem, de novo, desfilando em nossa frente. E, para determinados seres, não importa se a fortuna os contemplou, se seus nomes ocuparam os noticiários ou as páginas dos jornais ou livros de história. Importa, mesmo, é que essas personagens nos tenham deixado boas lembranças e que, quando elas nos voltam, a realidade parece refazer-se e nos trazer a alegria de uma saudosa e maravilhosa lembrança.

          É possível viver dignamente, estar bem, ficar bem, continuar bem, ter o carinho dos familiares, amigos e vizinhos, quando se tem a bondade na alma, a simpatia se estampando no semblante, a elegância nos gestos. É possível, sim, marcar a presença na cidade,  mesmo sendo um quase que anônimo cidadão, ter a admiração das pessoas, construir uma biografia simples mas recheada de méritos. E o mérito principal ser o de ter vivido e deixado os outros viverem.

          Na minha infância, em muitas de minhas tardes e manhãs, eu presenciava a passagem de um cidadão de altura mediana, magro, rosto fino, pele morena (como diria o Dr. Vítor Almeida, cor de cuia!)  que, alçando alternadamente nos braços  uma cesta de vime, oferecia no comércio, nas casas, ou mesmo para os que andavam despretenciosamente nas ruas, pequenas pencas de bananas,  João Libório. Belas e saudosas lembranças de sua fala calma e macia, de seus gestos delicados, da singeleza de seus modos.
(Não, não é preciso ser "poderoso" para cativar ou influenciar os outros. É preciso ter, em si, algo que nos caracterize, que nos dê uma marca, que nos identifique, que faça com que os outros nos percebam...)

          Pois o Seu João Libório, com seu nome inteiro, assim, não apenas João, nem apenas Libório, vendia-nos bananas, em pencas com oito, nove, dez, onze bananas, dependendo do tamanho de cada uma delas. Mas pencas que dificilmente tinham seu peso distanciado de 1 Kg. Ora, tinha ele tanto conhecimento de seu afazer, que apenas pelo olhar ou por segurar nas mãos uma das pencas, sabia dizer exatamente o seu peso, nem prcisava usar de uma balança para verificar isso. Ninguém duvidava dele. E vendia uma cestinha de bananas pela manhã e outra à tarde. Apanhava-as em dois pontos de abastecimento: o Depósito de Bananas do Augusto Hoch ou a Bodega do tio Adelino Casara, em Capinzal. Saía à rua e já tinha os fregueses certos. E, ainda, havia os colonos que estavam a visitar a cidade nas bandas do Ouro ou do Capinzal, e que compravam uma, até duas pencas, para levar para casa. Não era uma fruta rara, mas na época tudo era difícil, não havia os supermercados, os sacolões, como há hoje, onde pudesse ser comprada.

          E, nesta manhã, ao acordar bem cedo, não sei se para sugerir-me o escrever de uma crônica, não sei realmente por qual  motivo, mas algo me trouxe à tona a imagem do João Libório. De origem simples e humilde, um homem honesto, um pai zeloso, um cidadão exemplar, nunca teve telefone, provavelmente não teve aparelho de tevê em casa, jamais imaginou que pudesse ter um carro... Mas nunca  perdeu sua credibilide, jamais deixamos de confiar na decência e seriedade com que nossa personagem levava a vida e nos deixava bons exemplos, dentre eles o de como tratar bem as pessoas com quem convivemos ou com que nos relacionamos!

Minha homenagem ao João Libório, de cujos descendentes não tenho nenhuma notícia, mas que devem estar por aí vivendo honrosamente como ele viveu.

Euclides Riquetti
04-10-2013