Passado o
período das convenções, o debate político começa a se acentuar. Em nível
federal, algumas coligações foram frustradas, em especial pelas que desejavam o
PSB compondo chapas com candidato a Vice-presidente. Foi a noiva mais cobiçada,
não tanto pela opulência dela, mas pelo tempo de aparição que agregaria na TV.
PT e PDT namoraram por demais o partido do finado Eduardo Campos, mas nem Ciro
Gomes, nem a dupla indefinida Lula/Haddad conseguiram o seu intento.
Diante do
quadro, Ciro Gomes, do PDT, ainda saiu-se bem, pois, embora com chapa pura,
traz como Vice a Senadora Kátia Abreu, líder agropecuarista, com uma bela
biografia, mas contestada pela direita, em razão de ter votado em favor de
Dilma Rousseff no caso do impeachment. Ciro deseja o apoio da esquerda e a
Senadora é bem vista naquela banda. O PT, por sua vez, guardou uma “reserva
técnica”, com a jovem gaúcha Manuela D Ávila ´desistindo de sua candidatura
pelo PCdoB, para ser vice de um dos dois, muito possivelmente de Haddad.
Geraldo Alckmin deu uma grande sacada ao
trazer a senadora gaúcha e jornalista, ex-RBS/Globo, Ana Amélia Lemos, mulher,
aqui de Lagoa Vermelha, muito conhecida, filiada ao PP, sucessor do antigo PDS.
Assim como há os saudosistas do militarismo, há os saudosistas ARENA/PDS, não
podemos nos esquecer disso. Jair Bolsonaro não conseguiu Magno Malta, Janaína Pascoal,
nem o Príncipe de Orleans e Bragança, ficando com o Coronel Mourão, gaúcho
nascido em Porto Alegre, da mesma linhagem do que ele. Não agregou nada! O
banqueiro Henrique Meirelles buscou Germano Rigotto, MDB como ele, gaúcho,
também nada agregando. Quatro vices nascidos no Rio Grande do Sul. Marina Silva
vai de Eduardo Jorge, também da linhagem ambiental, formado em Medicina,
baiano, com atuação também em São Paulo. Álvaro Dias, vai de Paulo Rabello de
Castro, economista e formado em Direito, professor do curso de Doutorado da FGV
e com um currículum de causar muita inveja aos outros candidatos a vice. Os
demais candidatos que me desculpem, mas, sem chances, nem sequer são convidados
a entrevistas e debates.
Vi as
entrevistas dos 5 mais bem colocados nas pesquisas eleitorais, inclusive as
reprises. Justamente o que tem mostrado mais seguidores, Bolsonaro foi o mais
fraco deles. Não tem clareza sobre o que fazer com a Economia, embora pregue
bem a disciplina como fator de ordem social. Alkmin mostrou conhecer bem todas
as estruturas de um governo, comunica-se com conhecimento de causa, tem contra
si as denúncias contra companheiros seus, e um cadáver dentro do seu armário:
Aécio Neves. Marina defende suas ideias com muita convicção, mas teria muita
dificuldade em compor uma base parlamentar se eleita. Ciro é inteligente, bem
informado, mas temperamental e oportunista. Esperto, formaria base parlamentar
com facilidade, uma vez que trafega bem na esquerda e na direita, embora o
centrão tenha lhe negado apoio, juntando-se a Alckmin. Álvaro Dias é bastante
equilibrado e se coloca como um governante sem máculas na carreira, é
considerado limpo, mas também não está livre de um telhado de vidros.
Em nível
estadual, embora se preveja a polarização com 3 candidatos, Gelson Merísio, Deputado Estadual, de Chapecó;
Mauro Mariani, Deputado Federal (natural de Bituruna – PR), com base eleitoral
em Joinville e em todo o norte do estado; e Décio Lima, Ex-prefeito de Blumenau, o
candidato do PSC, Coronel da Reserva, Bombeiro Carlos Moisés da Silva, de
Florianópolis, poderá aparecer bem, devido à vinculação com Bolsonaro. Nas
redes sociais, já está sendo muito bem promovido, com a jovem advogada Daniela Reinehr, de Chapecó, como vice. Merísio tem João Paulo
Kleinubing, de Blumenau, como Vice; e Mauro Mariani tem Napoleão Bernardes,
também de Blumenau, os dois Ex-prefeitos da cidade. Com esta configuração,
Chapecó, Blumenau e Joinville dominam a pauta das eleições. Décio Lima vai de
Alcimar de Oliveira, Ex-prefeito de São Domingos, como Vice.
Todos os
candidatos a governador têm menos de 60 anos, a eleição deverá ser muito
equilibrada, e podemos dizer que representam, de fato, a renovação na política
catarinense. Melhor assim! As velhas raposas da política, Amin, Colombo, Bauer
e Jorginho Melo, disputam duas vagas ao Senado.
Euclides Riquetti – Escritir – Membro da ALB/SC - www.blogdoriquetti.blogspot.com
Minha coluna no Jornal Cidadela, de Joaçaba - SC
em 10-08-2018