sábado, 18 de agosto de 2018

Quando você for embora




Quando você for embora
Levantar voo, sem despedida
Eu sei que isso não vai ter hora
Mas vai sair de minha vida!

Quando você se desgarrar
Das coisinhas que a prendem
Vai sair por aí, pelo ar
Fugir dos que não a entendem!

Pois se você ficasse aqui perto
E meu olhar a encontrasse
Eu ia ficar bem desperto
Para que você me notasse...

Então:
Me dê um pouco de atenção
Divida comigo seus sentimentos
Me ame de amor e de paixão
Vamos viver bons momentos!

Euclides Riquetti
18-08-2018









Abra sua alma encantadora




Abra sua alma encantadora
E deixe-me chegar...
Brilhe em sua aura sedutora
E deixe-me entrar...
Espalhe seu largo sorriso
Por todo o caminho...
Deixe que eu lhe proporcione
Todo o meu carinho!

Abra seu sempre afável coração
E deixe o amor chegar...
Abra para a forte paixão
E deixe-a  entrar...
Estenda-me sua mão delicada
Para que eu a pegue...
Quero ternamente segurá-la
Apalpá-la de leve...

Deixe-me fazer isso!
Apenas quero fazer isso...
Bem assim!

Euclides Riquetti
22-04-2016


O perfume dos ventos


 
  
 

 

Deixa que o perfume dos ventos te acaricie
Afague tua pele e beije teus  lábios que eu tanto desejo
Erice  teus cabelos macios  e aplaque  teus medos
Permite  que o perfume dos ventos se delicie...

Deixa que a brisa da noite refresque teu corpo fogoso
Apalpe teus seios, teus braços, com toda a ternura
Que leve pra ti  os aromas  e toda doçura
E que a noite se transforme em algo sublime  e gostoso.

Deixa-te navegar na distância numa  viagem bonita
Ultrapassar as barreiras que te impedem de ser feliz
Voa pelos ares da mente na imensidão infinita

Deixa  que teu rosto receba o carinho de minhas mãos
E sente  o seu  toque sensual que você sempre quis
Deixa-te trazer até mim, embalada pelo som da minha canção!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Teu sorriso de sol


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Quando teu sorriso de sol apareceu em meu caminho
Dentro de teus olhos, duas pérolas verdes cintilaram
Logo, o astro-rei fulgiu seus raios, veio de mansinho
Aventurando-se a reanimar as folhas que congelaram
Calmamente, derretendo os gelos que cobrem ninhos
Uma fantástica visão de anjo que os deuses criaram.

Andas pelos caminhos azuis das estradas celestiais
Diamante lapidado, joia rara, ornamento encantador
Dália colorida a espalhar perfumes leves e naturais
Vela que incandesce e clareia as trevas com fulgor
 Uma musa inspiradora que eu quero mais e mais.

Doce sorriso largo que brota de teu rosto angelical
Elo de amor entre o céu claro e os cenários pintados
Rosto de deusa, de anjo, um rubi valioso e colossal
Determinada mulher que luta pelos ideais sonhados
Prazer que envolve, dama deslumbrante, adorno real!

Sedutora alma, coração vibrante, corpo belo, sedutor
Criação perfeita do ideal mais perfeito do universo
Divindade a reinar no paraíso da terra, dama do amor
Seiva a alimentar a inspiração com que faço os versos
Linda persona que dá ao mundo mais alegria e cor!


Euclides Riquetti
17-08-2018















Apanhar estrelas, semear sonhos







Vou sair por aí para apanhar estrelas
Eu e meus pensamentos medonhos
Apanhá-las-ei em toda a sua realeza
E as distribuirei nos meus sonhos...

Vou apanhar quase todas as estrelas
As prateadas, as grandes, as cadentes
Mas eu não saberei onde escondê-las
Tampouco aceito vê-las descontentes!

Quando já for pego um bom punhado
Escolherei a mais  dócil e mais catita
E voaremos, eu e meu  coração alado
Para deixar para você, mulher bonita.

Então, você poderá distribuir estrelas
Dar a todos os que lhe querem bem
Dê-lhes também sonhos em centelhas
Amar a todos eles e a mim também!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Acariciar seus cabelos



 
 

Apenas deixe-me secar seus cabelos
Deixá-los leves, macios, e  sedosos
Cuidar deles com todo o meu zelo
Admirar seus ombros belos e  formosos
Perder-me em sutilezas e em  pecados.

Apenas deixe que eu os alise e afague
Com minhas mãos ansiosas de querer
E que de minha mente nunca se apague
A lembrança de cada olhar, de cada viver
E que por você eu me perca e me embriague...

Apenas diga que gosta de minhas carícias
E eu sou muito importante em sua vida
Que possamos dividir todas as delícias
Em cada beijo trocado e na paixão sentida
Sem ferimentos, sem dores, sem sevícias.

Euclides Riquetti

Novelas de época: Estúpido Cupido

   

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Carneirinho (Tião D Ávilla), Mederíquis (Nei Latorraca)

Tavico/Caniço (João Carlos Barroso) e João (Ricardo Blat)



Acompanho novelas desde o final do ano de 1975. Foi quando terminei a Faculdade e casei-me. Antes, morei na República Esquadrão da Vida, em União da Vitória, onde não tínhamos TV. Só víamos, pela janela, a TV da casa vizinha, nas manhãs de domingo, quando o Fittilpi pilotava sua Lótus "John Player Special", preta, bonita como o luxuoso helicóptero de meu vizinho rico, nos circuitos de ´Fórmula 1. Nos outros dias era estudar e trabalhar,  apenas.

          Na época, a novela das seis da Rede Globo era "O Feijão e o Sonho", baseada no romance de Orígenes Lessa, de 1938, ano que amibientava a novela.  Lembro que o Cláudio Cavalcanti representava  um escritor sonhador, marido de uma dona de casa vivida pela Nívea Maria. Eram um casal de meia idade para aquele tempo, jovem para os dias de hoje. Tinham duas filhas, uma interpretada pela Lídia Brondi e a outra por Myriam Rios, hoje Deputada no Rio de Janeiro. A Myriam foi convidada pelo Ator/Diretor Herval Rossano. Ela participava de uma seleção num programa de domingo na Globo. Ele viu de casa, telefonou para contratá-la na mesma hora, independente dos testes. Foi seu primeiro trabalho na tela. Mergulhei naquela novela das 18 horas, ficava com muita pena da personagem da Nívea Maria, porque o marido vivia só o sonho e não trazia o feijão para casa...  Aliás, há muitos poetas e romancistas que se esqueceram de levar comida para casa. Apenas levaram seus escritos para embalar os sonhos dos leitores. Ajudaram o mundo das pessoas a ser melhor! Conheço muitas pessoas assim.

          Depois, outra novela que muito me marcou, foi a "Estúpido Cupido", que passou em 1976 e 1977 e era ambientada na fictícia cidade de Albuquerque. Era muito divertida. A música de abertura era "Estúpido Cúpido", a versão nacional de "Stup Cupid", interpretada pela bela Celly Campello. E entre os atores Mauro Mendonça e Maria Della Costa, um timaço de jovens que fizeram muito sucesso nos anos seguintes: Françoise Forton, Rocardo Blat, Ney Latorraca, Luiz Armando Queiroz, (que interpretava um adoidado mas inteligente Belchior), Nuno Leal Maia (o Acioli),   Tião Ávila, (o simpático Carneirinho)  e Djane Machado, (a Glorinha). Mas, quem  dava banhos de beleza e interpretação era a freirinha Irmã Angélica, papel da divina Elizabeth Savalla, que partia o coração dos rapazes, arrancava suspiros dos telespectadores. Bem que podiam reprisar essa novela, nem que fosse na TV a cabo.
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Ida Gomes, Elizabeth Savalla e Suely Franco,
as simpáticas freiras.

         E a trilha sonora, então, era de arrebentar: Celi Campello com "Estúpido Cupido" e "Banho de Lua" , Osmar Navarro com "Quem é?", Carlos Gonzaga com "Diana", Sérgio Murilo com "Broto legal", Demétrius com "Ritmo da Chuva", e Ronie Cord com "Biquini Amarelo". Até hoje essas músicas fazem sucessos nos bailes da região, quando, ali pelas 2 da mnhã, os conjuntos abrem espaço para nós dançarmos os ieieiês de nossa juventude. E ainda havia o "Al Di Lá", com o Emílio Pericoli e "América", com Trini Lopez, Elvis Presley com "Don´t be cruel", e Johnny Mathis, interprtetando "Misty", na  trilha internacional.

          Gosto muito das novelas de época,d as 18 horas, e das divertidas, das 19,30. Mas observo algumas incoerências da atualidade, pois usam expressões como por exemplo "não está mais aqui quem falou", que é recente e nunca vi na literatura. Difícil acreditar que na amientação de Lado a Lado, 1905, se utilizasse essa expressão. Também falam em "professora divorciada", para a personagem de minha musa de crônicas Marjorie Estiano. Sabe-se que o divórcio, no Brasil, só vigorou a partir de 1977, daí gerar uma incoerência. Aliás, noto que cuidam excelentemente do figurino, da linguagem corporal, mas não se preocupam com a linguagem falada. Deviam cuidar disso também, embora haja quem diga que a TV deve por a linguagem mais atual, para maior interação do público.  Não concordo!
Tião D'Ávila, João Carlos Barroso, Françoise Forton e Ney Latorraca (Foto: Vídeo Show / TV Globo)

Tião D Ávilla, João Carlos Barroso, Françoise
Forton  Ney Latorraca - 2015 - 40 years later!

Euclides Riquetti

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

À deusa adormecida



 

Repousa, qual deusa, qual princesa adormecida
Jazendo além das areias, além do casario
Como que a sonhar um sonho de menina
Na chuva do inverno, e no verão do estio
Repousa, majestosa, distante e altaneira
Moldurando a paisagem santa e praieira.

Estendida, inerte, plácida e soberana
Um  corpo  a se banhar ao sol que nos aquece
Uma alma a compor um ser que nos emana
A sensação de prazer  que nos enternece
Estendida, a esperar pela clara  noite de luar
Pelas estrelas no céu, pela brisa que vem do mar.

Nem o tempo a extingue, nem o frio a abala
Nem a chuva a destrói ou mesmo a amedronta
Nem mesmo o vento que as folhas  embala
Lhe ousam  desafiar com a mínima afronta
Enquanto que atiças, senhora,  os meus dilemas
Senhora que inspira meus versos, meus poemas.

 Euclides Riquetti

Uma crônica do antigamente - lembrar de meu pai



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       Dormitório do Seminário São Camilo, em São Paulo


           Lembrar de coisas de antigamente me anima e revigora. Sempre que faço uma pausa para meditar ou reingressar no passado, lembro de fatos de que participei diretamente, ou de outros que alguém me contou. O primo Rozimbo me contava fatos interessantes sobre a vida do Guerino,  meu querido pai.   Eles foram mais que tio e sobrinho, foram verdadeirtos amigos. Já escrevi algo sobre meu pai ter vivido a juventude dele em São Paulo, no São Camilo, um seminário de padres italianos, todos palmeirenses.

         Um fato que sempre me ficou na memória foi o do contato que meu pai e seus colegas seminaristas tinham com a família do Comendador Francesco Matarazzo, o maior empreendedor da História do Brasil. O Comendador era um homem muito religioso, também. Empresário visionário e determinado, em tudo via oportunidade de ganhar dinheiro. Ganhava tanto que, após o término da Primeira Guerra Mundial mandou dinheiro para o Governo da Itália salvar o país onde nascera. As Indústrias Reunidas Matarazzo eram compostas por 365 empresas no Brasil. Francesco Matarazzo tinha uma fortuna avaliada, hoje, em 20 bilhões de dólares. Trabalhador nato e filho de pai culto, veio jovem para o Brasil e aqui fez sua fortuna. Era  bom em cálculos matemáticos.

          De 1936 a 1937, quando morreu, ele esteve praticamente paralítico, pois sofria de um reumatismo crônico. Sua mansão ficava e poucos minutos do Seminário São Camilo e, nessa época, todas as manhãs, antes do clarar do dia, dois seminaristas eram escalados para ir à casa dele e trazê-lo à Capelinha para assistir à Santa Missa. Meu pai foi, com um colega, por diversas  vezes buscá-lo.  Nos primeiros tempos da enfermidade conseguia mover-se com auxílio de bengala e, nos últimos meses, só com cadeira de rodas. Era um homem simplório, íntegro e bem intencionado, bondoso. Perdeu um filho na Europa, em desastre de automóvel. Fora para lá ainda criança, estava sendo preparado para ser seu sucessor.  Seus negógios passaram às mãos de um filho, Francisco,  e de uma filha, a Maria Pia. Os descendentes não conseguiram entender-se e o patrimônio deixado não se manteve. A propriedade da família ocupava uma área muito grande no centro de São Paulo. Perderam quase tudo.

          Meu pai viveu pelo menos dois anos por lá, após a saída do seminário. Mais adiante, conheceu um mascate português, que disse conhecer o Vale do Rio do Peixe, o Município de Cruzeiro, que depois tornou-se Joaçaba, e do qual o Distrito de Ouro fazia parte. Prometeu trazê-lo de volta para sua família e assim o fez.

          A volta de filhos para casa nem sempre é possível. Quantos saem para estudar ou trabalhar,  acabam tomando outro rumo na vida, mantendo-se distantes do seu lugar de origem, de seus familiares. Eu, felizmente, saí após os 18 anos e voltei para perto deles 6 anos depois. Há uma pessoa querida que sempre me diz: Os filhos foram feitos para o mundo. Ela tem razão!

Euclides Riquetti
22-04-2012

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Meu pai noviço em São Paulo



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Prédio do antigo Seminário Camiliano,  em Iomerê, hoje abriga a
Prefeitura Municipal daquela cidade.


Por que meu pai teve que abandonar  o seminário? Ainda bem... 
          Na década de 1950, as cidades de Santa Catarina eram muito pacatas. As do Oeste e Meio-Oeste Catarinense eram pequenas. Seus moradores vieram entre 30 e 50 anos antes, a maioria originários da Serra Gaúcha, onde se situam Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves e outras cidades, cujos distritos originaram muitas outras. Eram filhos e netos de imigrantes italianos, que ali chegaram a partir da década de 1970. Meu familiares, de parte de minha mãe, os Baretta, chegaram em 1876. Os Richetti vieram de datas próximas às deles. Para Santa Catarina, para o antigo Distrito de Abelardo Luz, o primeiro nome da vila onde hoje se situa o Município de Ouro, vieram em meados da  década de 1920. Meu pai, Guerino,  nasceu em 1921,  e minha mãe, Dorvalina Adélia,  em 1923. Viraram moradores da Linha Bonita, embora meu pai tenha morado em outras paragens do nosso antigo Município de Cruzeiro, hoje Joaçaba.

          Ouvir as histórias que eles e os tios me contavam sempre me foi muito interessante. Ser antigo me permitiu ter vivido quando ainda nem se sabia que TV existia. E,  rádio, só alguns tinham. Dizem que na época da Segunda Guerra Mundial, quando as pessoas iam para a cidade (1939 a 1945), passavam na casa do André e da Dona Elza Colombo para saber notícias da Guerra, pois havia expedicionários nossos combatendo na Europa, mais precisamente na Itália.

          Foi justamente durante essa Grande Guerra que meu pai fugiu do Seminário,  do Instituto São Camilo, de São Paulo. Com nove anos (1932),  ingressou no Seminário de Iomerê, ele e outros vizinhos, um Boaretto, tio do Leonir, Prefeito de Capinzal, o Albino  Baretta, Padre que faleceu há poucos anos,  e não me recordo bem qual o outro.

          Em 1994 realizamos, na Linha Bonita, o Primeiro Encontro da Família Baretta, idealizado pelo amigo Albino Baretta, não o Padre, mas o filho do Pierim. O Catequista, Ministro da Eucaristia, que cuidou do irmão dele, paraplégico, o Neto, por cerca de 30 anos e que mora em Capinzal. Foi uma festa e tanto. Vieram familiares de diversos estados brasileiros. E também veio, de São Paulo, o outro Albino, o Padre, que já estava velhinho, com mobilidade limitada. Perguntei-lhe se fora amigo de meu pai, em São Paulo. Ele nada respondeu. Mais adiante o primo Rozimbo me contou o porquê de o Albino não gostar de meu pai e eu o compreendi. Fiquei muito contente por ele não gostar de meu pai. A Festa da Família Baretta foi algo bonito. Repetiu-se uma vez, mas depois não mais aconteceu.

          Devo minha vida justamente ao Padre Albino Baretta. Albino significa "alvo", "branco", bem claro. Mas foi justamente porque ele era inquieto, e aquele que viria a ser meu pai também, que eu existo. Senão vejamos:

          Os seminaristas do São Camilo, de Iomerê,  foram todos para São Paulo, na Vila Pompéia, onde meu pai ficou de 1932 a 1942, tendo, então, 19 anos. Fez ali o Colegial, equivalente ao hoje Ensino Médio, que já foi Segundo Grau. Estudava Filosofia que, pela regra, são dois anos de Filosofia e três de Teologia para que o Noviço se torne Padre. Meu pai usava batina escura, era alto e magrão, tinha óculos clássicos. Aprendera Canto Orfeônico, Francês, Italiano, até tocava piano e órgão. Gostava muito de História e Geografia, tinha sempre excelentes notas. Mas também gostava de trabalhar, costume ou hábito de todos os descendentes de italianos. Sabia lidar com o serrote, o martelo, a marreta, o nível, o metro, a colher de pedreiro, o esquadro. Os mais limitados iam de enxada, foice, picareta... Ele, bom de cálculo (ensinou-me a calcular medições de terras e volumes quando eu estava no segundo ano primário), era pedreiro. E, no Seminário, sempre havia o que fazer. Herdara do Nono Frederico as habilidades.

          Bem, num dia daqueles, estava meu pai a construir uma cancha de bochas, lá na Vila Pompéia, quando o colega Albino Baretta começou a dar palpites, em vez de ajudar. Meu pai deu-lhe uma marretada no dedão de um pé e foi sangue para tudo o que é lado.

          À noite, a Cúpula Diretiva do Seminário, embuída do maior senso de justiça, reuniu-se para decidir o futuro do rebelde Guerino. Era uma decisão difícil, que ficou adiada para a manhã seguinte. Precisavam analisar tudo, calmamente, mas, à espreita, o réu já percebia que seu destgino seria a rua, a expulsão, uma vergonha para a Família Italiana, em plena Segunda Guerra Mundial. Então, enquanto todos dormiam, jogou uma trouxa de roupas pela janela do quarto, saiu devagarinho e silenciosamente pelo corredor, sem ser percebido, e adeus seminário. É por isso que o Padre Albino é responsável por eu existir. E, terei imenso prazer erm lhe proporcionar, cara leitora, a continuidade dessa história, em próxima crônica.


Euclides Riquetti
25-03-2012

Guerino Riquetti/Richetti - meu pai!

Guerino Riquetti/Richetti ...meu pai!

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No terceiro plano, o segundo da direita para a esquerda, meu pai, então Guerino Richetti, ( o mais alto) depois tornando-se Riquetti, aos 16 anos de idade, no Seminário São Camilo, na Vila Pompeia, em São Paulo. Encontrei isso hoje na web Emocionei-me... em outras palavras: primeiro muita alegria, depois lágrimas de saudades... de nosso querido pai! E, no mesmo terceiro plano, o segundo da esquerda para a direita, o noviço Albino Baretta (que tornou-se padre Albino), parente e colega de Guerino, ambos personagens de minha crônica...

 

Título

Colaborador

Pe. Antonio Longato & Pe. Carlos Pigatto

Idioma

pt-br
 http://acervo.camilianos.org.br/files/original/E458.N0405.jpg

Edificação do Seminário São Camilo, na época. 

Guerino Riquetti - O Seminarista - década 1930 - Vila Pompeia - SP

Guerino Richetti...o seminarista camiliano, década de 1930 - Vila Pompeia

 Descobri, na web! Quem procura, acha! Fotos de meu pai e seus colegas do Seminário São Camilo, da Vila Pompeia, em São Paulo, na adolescência dele. Encontrei no "Acervo da Provincia Camiliana do Brasil"... E está aqui para os seus familiares se deliciarem...

 

 

A06.P008.F010

http://acervo.camilianos.org/files/original/A06.P008.F010.jpg

 No plano superior, o segundo da esquerda para a direita, meu pai, Guerino Richetti... O segundo da direita para a esquerda, o primo de minha mãe, Albino Baretta, também noviço, mais tarde "Padre Albino Baretta".

 

Título

Colaborador

Pe. Antonio Longato & Pe. Carlos Pigatto

Idioma

Bailam as nuvens cinzentas


Ver a imagem de origem

No céu tímido, bailam as nuvens cinzentas
Para comporem o cenário matutino celestial
Enquanto as horas caminham suaves e lentas
E eu me transporto no imaginário colossal.

Cantam os pássaros com a vinda do dia claro
Adornam com suas penas a paisagem natural:
É um amanhecer com aquele sentimento raro
Algo indescritível, novo, que nunca vi igual.

Passam os carros com seus ruídos e barulhos
E eu os ouço em todas as suas idas e vindas
Rangem suas latas e pneus nos pedregulhos.

Passam também meus pensamentos ousados
Passam em mim as paisagens verdes e lindas
Enquanto eu revivo meus sonhos já passados!

Euclides Riquetti
14-08-2018









A chuva sedutora que me faz sonhar







Uma chuva fresca, doce e sedutora
Nesta  cálida manhã de um pós-verão
Devolve-me a serenidade redentora
A calma que requer o meu coração!

Uma chuva de alento e promissora
Que reverdeja as folhas e os gramados
Das melancolias a tenaz reparadora
Instigadora dos encontros esperados.

Chuva que amaina almas turbulentas
Vem para refrescá-las e trazer alentos
Vem pra saciar nossas almas sedentas
Vem pra afagar os nossos sentimentos.

Vem, chuva suave que me faz lembrar
Da mulher amada que me faz sonhar!

Euclides Riquetti
10-04-2016

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Quarto canto (e último!)

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Há uma cumplicidade entre nós dois
Uma palavra que rima com felicidade
Há uma pequena distância que não conta
Porque depois, depois da saudade
Vem sempre o reencontro, o amor de verdade

Euclides Riquetti

Terceiro canto



  



Sonhei contigo, sonhei , sonhei,  amei
Sonhei  contigo, amei,  sonhei, sonhei
Sonhei contigo, nas noites em que as estrelas adormeceram...
E nas noites em que elas reviveram:
Sonhei contigo, sonhei, amei, sonhei!...

Euclides Riquetti

Segundo canto


         




Beijar-te-ei com ardor, eternamente
Perder-me-ei  em ti,  perdidamente
E em ti me inspirarei para compor
Por ti exaltarei o meu amor
Para  ti escreverei por hoje e sempre...
 

      Euclides Riquetti

Primeiro canto








Preciso roubar um beijo teu
Por isso eu quero estar perto de ti
Quero que tu sintas o beijo meu
Quero te sentir, sentir, sentir...


Euclides Riquetti

domingo, 12 de agosto de 2018

Perdi o poema...




Perdi o poema, não sei onde coloquei
Eu não o jogaria fora, certamente
Mas já não me lembro se o guardei
Ou se me desfiz dele, simplesmente.

Quem sabe ele não tinha importância
Ou não lhe foi dado o devido valor
Ou ele tinha apenas pouca substância
Não expressava um verdadeiro amor.

Mas, certamente, que está perdido
E já não tenho como o encontrar
A não ser que estivesse num arquivo
Ou  se espalhado nas águas do mar.

Não, não tenho o poema na memória
Ali guardo apenas as boas lembranças
Se algo me entristece, na vida inglória
Procuro trocar por bem-aventuranças.

Perdi o poema, faço outro, bem bonito
Que possa encantar um terno coração
Jogo palavras no papel ou no infinito
Tudo o que faço, faço com  paixão...

Apenas isso
Bem assim!

Euclides Riquetti
11-04-2016

O cenário se define


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       Passado o período das convenções, o debate político começa a se acentuar. Em nível federal, algumas coligações foram frustradas, em especial pelas que desejavam o PSB compondo chapas com candidato a Vice-presidente. Foi a noiva mais cobiçada, não tanto pela opulência dela, mas pelo tempo de aparição que agregaria na TV. PT e PDT namoraram por demais o partido do finado Eduardo Campos, mas nem Ciro Gomes, nem a dupla indefinida Lula/Haddad conseguiram o seu intento.

       Diante do quadro, Ciro Gomes, do PDT, ainda saiu-se bem, pois, embora com chapa pura, traz como Vice a Senadora Kátia Abreu, líder agropecuarista, com uma bela biografia, mas contestada pela direita, em razão de ter votado em favor de Dilma Rousseff no caso do impeachment. Ciro deseja o apoio da esquerda e a Senadora é bem vista naquela banda. O PT, por sua vez, guardou uma “reserva técnica”, com a jovem gaúcha Manuela D Ávila ´desistindo de sua candidatura pelo PCdoB, para ser vice de um dos dois, muito possivelmente de Haddad.

       Geraldo Alckmin deu uma grande sacada ao trazer a senadora gaúcha e jornalista, ex-RBS/Globo, Ana Amélia Lemos, mulher, aqui de Lagoa Vermelha, muito conhecida, filiada ao PP, sucessor do antigo PDS. Assim como há os saudosistas do militarismo, há os saudosistas ARENA/PDS, não podemos nos esquecer disso. Jair Bolsonaro não conseguiu Magno Malta, Janaína Pascoal, nem o Príncipe de Orleans e Bragança, ficando com o Coronel Mourão, gaúcho nascido em Porto Alegre, da mesma linhagem do que ele. Não agregou nada! O banqueiro Henrique Meirelles buscou Germano Rigotto, MDB como ele, gaúcho, também nada agregando. Quatro vices nascidos no Rio Grande do Sul. Marina Silva vai de Eduardo Jorge, também da linhagem ambiental, formado em Medicina, baiano, com atuação também em São Paulo. Álvaro Dias, vai de Paulo Rabello de Castro, economista e formado em Direito, professor do curso de Doutorado da FGV e com um currículum de causar muita inveja aos outros candidatos a vice. Os demais candidatos que me desculpem, mas, sem chances, nem sequer são convidados a entrevistas e debates.

       Vi as entrevistas dos 5 mais bem colocados nas pesquisas eleitorais, inclusive as reprises. Justamente o que tem mostrado mais seguidores, Bolsonaro foi o mais fraco deles. Não tem clareza sobre o que fazer com a Economia, embora pregue bem a disciplina como fator de ordem social. Alkmin mostrou conhecer bem todas as estruturas de um governo, comunica-se com conhecimento de causa, tem contra si as denúncias contra companheiros seus, e um cadáver dentro do seu armário: Aécio Neves. Marina defende suas ideias com muita convicção, mas teria muita dificuldade em compor uma base parlamentar se eleita. Ciro é inteligente, bem informado, mas temperamental e oportunista. Esperto, formaria base parlamentar com facilidade, uma vez que trafega bem na esquerda e na direita, embora o centrão tenha lhe negado apoio, juntando-se a Alckmin. Álvaro Dias é bastante equilibrado e se coloca como um governante sem máculas na carreira, é considerado limpo, mas também não está livre de um telhado de vidros.

       Em nível estadual, embora se preveja a polarização com 3 candidatos, Gelson  Merísio, Deputado Estadual,  de Chapecó;  Mauro Mariani, Deputado Federal  (natural de Bituruna – PR), com base eleitoral em Joinville e em todo o norte do estado;  e Décio Lima, Ex-prefeito de Blumenau, o candidato do PSC, Coronel da Reserva, Bombeiro Carlos Moisés da Silva, de Florianópolis, poderá aparecer bem, devido à vinculação com Bolsonaro. Nas redes sociais, já está sendo muito bem promovido, com a jovem  advogada Daniela Reinehr, de  Chapecó, como vice. Merísio tem João Paulo Kleinubing, de Blumenau, como Vice; e Mauro Mariani tem Napoleão Bernardes, também de Blumenau, os dois Ex-prefeitos da cidade. Com esta configuração, Chapecó, Blumenau e Joinville dominam a pauta das eleições. Décio Lima vai de Alcimar de Oliveira, Ex-prefeito de São Domingos, como Vice.

       Todos os candidatos a governador têm menos de 60 anos, a eleição deverá ser muito equilibrada, e podemos dizer que representam, de fato, a renovação na política catarinense. Melhor assim! As velhas raposas da política, Amin, Colombo, Bauer e Jorginho Melo, disputam duas vagas ao Senado.

Euclides Riquetti – Escritir – Membro da ALB/SC  - www.blogdoriquetti.blogspot.com

Minha coluna no Jornal Cidadela, de Joaçaba - SC
em 10-08-2018

A primeira rosa de agosto

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Uma rosa de nosso próprio jardim


Veio, discreta, a primeira rosa de agosto
Vestida de bordô, suavemente perfumada
Veio, risonha, na manhã acanhada
Para alegrar minha vida, por sorriso em meu rosto
Para deixar minha casa... presenteada!

Rosas de agosto são de singular beleza
Vêm para anunciar uma nova primavera
Para nos devolver sua amizade sincera.
Elas vêm vestidas com cor e nobreza
Para compensar os meses de espera...

Rosas de agosto - ternas e  afáveis
Rosas de agosto - olorosas em doçura
Rosas de agosto - formosas e adoráveis
Rosas de agosto - vestidas de candura!

Apaixonei-me pela primeira rosa de agosto
E me apaixonarei pelas outras que virão
Em setembro, com muito gosto
E outras muitas, no calor do verão!

Euclides Riquetti

Menino Matreiro

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Nosso menino matreiro...

Corre pra lá
Vira pra cá
Pula que pula
Volta a pular
Criança marota
Criança feliz
Adora nas plantas
Fazer seu xixi.

 Sobe que sobe
Desce que desce
A noite vem logo
O céu escurece
Sorri como o sol
Sorriso matreiro
Mordendo o lençol
E o seu travesseiro.

Canta que canta
Cantigas de roda
Se finge de santa
Criança dengosa
Me conte  piada
Me conte menino
Você vai traçando
Seu jeito ladino.

Dorme que dorme
Bonito menino
Come que come
Vagar, vagarinho
Você é o anjo
Que me faz feliz
Você é o sonho
Que eu construí


(Composta quando o Fabrício
tinha 8 anos)
Euclides Riquetti
09-03-1995

Meu feliz dias dos pais... (reedição)


..
        Meu feliz dia dos pais...
       


 Dizer "feliz dia dos pais" soa como chavão! Mas, para todos, FELIZ DIA DOS PAIS!

          Como nós, que não mais os temos, podemos nos sentir bem sem  presença física deles? Ao meu modo, volvo meu pensamento ao passado, buco encontrar nos armazéns de minha memória  sua imagem de pessoa séria, mas divertida. Do homem  inteligente que me ensinava  coisas, que me ensinou as primeiras palavras a escrever e alguns números, mesmo antes de eu ingressar no estudo regular.

          Lembro do Professor Guerino Riquetti, que era muito inteligente e forte líder, que estudou no Seminário de Iomerê (SC), e no São Camilo, de São Paulo, que ficou 9 anos sem ver sua mãe e seu pai, que voltou e casou-se com minha mãe, Dorvalina Adélia Baretta, neta de italianos, gaúcha de Farroupilha, com os olhos verdes que o conquistaram lá na Linha Bonita, no antigo de Rio Capinzal.

          Lembranças que enternecem, aguçam minha sensibilidade, me fazem chorar!

           Mas, especialmente neste Dia dos Pais, uma grata e louvável surpresa: Meu filho, Fabrício, que mora em Maringá e aqui esteve a menos de um mês, veio nos ver. Quanta alegria! Cedo, veio até nosso quarto, me deu um carinhoso abraço, fez as micagens costumeiras, me deixou muito feliz. Ontem à noite, fez-nos um churrascão, daqueles que só ele sabe preparar. Querer mais o que da vida, que já me deu tantos presentes. Fizemos nossa festa, eu, ele, a Miriam e a Caroline. Esta, acaba de chegar aqui para me trazer seu carinhoso abraço. Com a Michele, falei agorinha  ao telefone e certamente e fiquei contentíssimo.  Tenho o carinho de meus filhos e isso é o que mais me alegra e gratifica.

          Para os que têm pai ou mãe vivo, minha recomendação de que os valorizem, pois que, certamente, a vida deles foi muito difícil. Os tempos eram outros e eles não tinham as facilidades que nós temos hoje para o contato a até diário com os filhos distantes.

          Feliz Dia dos Pais...

Com carinhoso abraço em todos!

Euclides Riquetti