sábado, 12 de fevereiro de 2022

Como num deserto...

 


 



Como nos desertos
Ventos e areias me ferem os olhos
E meu coração cheio de imbróglios
Entrega-se aos rumos mais incertos...

Como se num inverno
O frio inibe meus movimentos
E fico paralisado como se os ventos
Me tornassem um corpo de gelo eterno...

Como se não houvesse luz
Escondo-me nas trevas misteriosas
Nas estradas mais longas e perigosas
Nos caminhos pelos quais você me induz...

Como se não houvesse nada
Nem um amanhã risonho a me esperar
Ou um barco com o qual navegar
Sou uma alma perturbada...

Mas espero por um novo dia
Por seu sorriso terno e cativante
Por flores perfumadas com alegria
Pelo seu abraço contagiante.

Apenas por isso, nada mais!

Euclides Riquetti

Brotaram as rosas

 





Brotaram as rosas vermelhas
Brotaram também as cor de rosa
Também algumas amarelas
Brotou uma branca cheirosa...

E, se as rosas brotam em setembro
Também brotam em outubro e novembro
Exalam olores perfumados
Que se impregnam também em dezembro...

Mas, se as rosas choram
É porque também chora meu coração ferido
Choram com dor de dolorido
Não riem, apenas choram!

E eu também choro
Choro como chorei no inverno
O desconsolo eterno
Choro e choro...

Apenas assim: eu choro!

Euclides Riquetti

Quisera que me quisesses

 


 



 

 
  
Eu quisera que tu me quisesses como eu te quero
Eu quisera que tu me entendesses como eu te entendo
Eu quisera que tu me dissesses,  pois  não compreendo
Por que não dizes as palavras que eu tanto espero?

Eu pensei que  em teus sonhos divinos  estivesse presente
E mergulhei na paixão desmedida que tanto nutri
E agora me vejo sozinho, afastado de  ti
Sedento de amor e desejo na noite fervente!

Os anos passam, o mundo anda ligeiro, ligeiro
Não há porque não deixar as coisas acontecerem
E os sonhos precisam ser vividos agora,  por inteiro.

Os anos passam e as pessoas também se vão
Sem que elas possam tudo isso perceberem
Sem conviver  com  a alegria de uma paixão...

Euclides Riquetti

Sabem os deuses

 

Sabem os deuses

Cada vez que olho para o céu estrelado

Sua imagem se sobrepõe na imensidão

Por noites e dias eu fico aqui inspirado

Calmamente, buscando em ti inspiração

Pois meu ser a procura como anjo alado,


Sabem os deuses de sua real grandeza

Lua e sol refletem seus raios sublimes

Fazem os anjos um coro a sua realeza

Faz a manhã com que seu rosto brilhe

Procurando a felicidade tão merecida.


Toda a honra possível lhe é oferecida

Mais do que versos, tem o meu poema 

Leva em si toda a elegância concebida

Primeira rosa na floreira mais colorida

Canção deste poeta, indolor, como tema

Uma centelha de amor e nenhum dilema!


Euclides Riquetti

12-02-2022










Palavras ...

 



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Não vou poder te dizer palavras bonitas
Não vou poder atiçar a tua imaginação
Não vou entender as palavras já ditas
Não vou alimentar uma doce ilusão.

Não vou poder dizer dos teus olhos bonitos
Não vou poder elogiar dos cabelos a cor
Não vou rimar co´s  teus doces conflitos
E nem te dizer mil palavras de amor.

Não vou entender o que se passa comigo
E nem o que vai em teu pensamento
Não quero mudar o caminho que sigo...
Só quero teus beijos, teu corpo moreno
Nem que seja por um breve, curto momento
Quero sentir os teus lábios que tanto desejo...

Euclides Riquetti

Palmeiras continua sem Mundial. Infelizmente!

 



       A Sociedade Esportiva Palmeiras é o time de coração da família Richetti-Riquetti. Iniciado em 26 de agosto de 1914, foi fundado por imigrantes italianos com o nome de Palestra Itália, em São Paulo. Em 20 de setembro de 1942 mudou o nome para Palmeiras, durante a Segunda Guerra Mundial , por razões de ordem política.

       Meu pai era seminarista no Seminário São Camilo, perto do Palestra, na Vila Pompéia na década de 1930.  Chegou ao primeiro ano de Filosofia. A dentista que os atendia no Seminário tinha dois irmãos que jogavam no Palmeiras e os padres, vindos da Itália, eram todos alviverdes. Guerino Richetti, depois Riquetti, tinha o privilégio de frequantar, inclusive, as dependências do clube, ele e seus colegas. Conheciam os jogadores da época. 

      Assim, depois que o meu pai saiu do Seminário e voltou para Rio Capinzal, acabou influenciando os seus irmãos e sobrinhos. Vitório, irmão, e Sérgio, sobrinho, foram dos mais fanáticos. O primeiro pintava suas propriedades na cor verde e o segundo costumava ir a São Paulo para fazer compras de cortes de tecido para a alfaiataria da família quando havia bons jogos do Palmeiras. 

       Tive muitos amigos, primos e alunos palmeirenses. Então, quero homenagear o Moacir Richetti, primo, o saudoso irmão Ironi,  a Aline Sganzerla, aluna, mais a amiga Palina Sobotka. E também meu colega de República Esquadrão da Vida, dos tempos de juventude em União da Vitória, Odacir Giaretta. Através do nome deles, vai a homenagem a todos. 

       Neste sábado, com início às 13h30, horário de Brasília, o Palmeiras enfrentou o Chelsea pela final do Mundial de Clubes, no Estádio Mohammed Bin Zayed, em Abu Dhabi, no Emirados Árabes. O placar do tempo normal foi de 1 a 1. O jogo foi equilibrado e qualquer resultado poderia acontecer. 

      Na prorrogação, tivemos o resultado de 1 a 0 em favor do Chelsea, com gol feito através de pênalti. Desolação para todos nós e para todos os demais palmeirenses. Continuamos sem Mundial, mas nosso glorioso alviverde vai continuar nos dando outras alegrias.


Euclides Riquetti

12-02-2022

       


Como se fosse sábado...

 







Engraçado...
Hoje me pareceu...
Como se fosse
Um dia de sábado!
E amanhã seria domingo
Um dia muito lindo!

Ora, meu pensamento faz calendários
Cria dias imaginários
Conforme sua conveniência...

Meus interesses se sobressaem
Enquanto as pessoas se distraem
E fogem da subserviência...

Fogem dos controles a lógica
Da vida metódica
O medo da mudança...

Mas há horas que se procuram
Novos e animadores horizontes:

Os horizontes que inspiram o poeta
Ele e sua pena indiscreta
Que corre sobre os papéis
Com versos amenos ou...
Cruéis!

Mas o poeta acanhado
Dá o seu recado:
O mundo é apenas uma passagem
E é preciso ter coragem
Para os novos desafios
Sejam nos dias chuvosos
Seja nos dias de estio.

E, não sei por que motivo
Mas há algo aqui comigo
Que me induz e impulsiona
A dizer que o que aprisiona
A ninguém faz bem.

E que todos os dias possam ser como os sábados
Com os pensamentos motivados
A pensar que o amanhã seja mais um domingo
Sempre adorável, sempre muito bem vindo!

Apenas assim...

Euclides Riquetti

Tempo de amar (Te amo!)

 


 




Tempo de verão, tempo de amar
Tempo de sentir, tempo de paixão
Tempo de viver, tempo de sonhar
Tempo de sorrir, chorar de emoção!

Meu verão  dos sonhos e dos sabores
Dos rostos risonhos, olhos brilhantes
O verão do sol dourado e das flores
Das tardes encantadas e dos amantes!

Vida de alegria, da natureza cantante
Vida de harmonia e das belas cores
Vida muito feliz, crianças saltitantes
Vida para viver paixões e amores!

Tempo de amar o amor verdadeiro
Tempo de sonhar os sonhos da gente
Tempo de beijar teus lábios faceiros
Tempo de me perder perdidamente!

Euclides Riquetti

Brilho para teus olhos

 





Peço a Deus que o sol te aqueça nas manhãs de inverno
E que o vento fresco venha te afagar nas tardes de verão
Assim como peço que as estrelas, num movimento eterno
Te abençoem nas noites longas e protejam o teu coração.
Peço que as andorinhas te tragam os melhores recados
Ao sobrevoarem o telhado de tua casa, trazendo alegria
E que,  nas horas em que teu coração se sentir desolado
Tu te lembres de meus versos, de todas as nossas poesias.

Peço que as chuvas lavem os caminhos onde que tu pisas
Que o belo colorido das flores nas plantas sempre te anime
E Deus te dê tudo o que for bom e do que tanto precisas:
Brilho  para teus belos olhos, força contra o que te deprime.

Euclides Riquetti


Num sábado de sol e de cor

 


 


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Sábado de sol e de cor
Dia de alegria desmedida
De andar livre na vida
Nada de trizteza, nem dor.

Sábado com muita euforia
Dia das doces sensações
De dar asas às emoções
Nada de melancolia.

Sábado dos corpos sarados
Dos corações atirando setas
Dos corações sendo flechados.

Dia de comemoração
Nas almas de todos os poetas
Que escrevem com amor e paixão!

Euclides Riquetti

Feliz novo dia!

 


 



Quando, de manhã, você tiver constatado
Que tudo o que fez ontem foi altamente produtivo
Que o caminho que você percorreu foi bem pavimentado
Para que sua luz intensifique seu brilho antigo...

Quando, de manhã, você tiver já planejado
Ter um dia junto com as pessoas que você quer
Ter um dia magnífico, um dia bem abençoado
Fique esperançosa com tudo o que lhe vier...

Quando, na manhã, o sol ressurgir, depois do dia chuvoso
E os ventos já estiverem totalmente acalmados
E você puder receber um abraço sutil e carinhoso
Terá as recompensas pelos sonhos sonhados...

E, quando os dias se mostrarem mais claros e bonitos
Porque a primavera florida já se aproxima
Verá que há mais azul a cingir o firmamento infinito
Porque sua alma é a luz que a todos ilumina!

Tenha um dia bastante abençoado
Um FELIZ NOVO DIA!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Incendiando a alma

 



Incendiando minha alma

Mas acalentando minha paixão

 És mesmo uma rosa branca, alva 

A desafiar meu coração. 


Se minha alma incendeias

Certamente que me atrais, certo?

E simplesmente me presenteias

Com um caminho bem aberto.


Quando as águas da chuva caem

Refrescam o meu corpo quente

Então o calor de mim subtraem

E eu me sinto de novo contente!


Euclides Riquetti

11-02-2022


 





Um doce pecado

 


 





Um doce pecado
Que brota de algo gostoso
De algo muito desejoso
Um pequeno pecado...

Veio junto com as goiabas
Com o mamão cristalizado
Veio com seu aroma nas estradas
Para ser por mim consumado.

Um doce pecado
Que veio na manhã de chuva
Nas ondas dos figos e da uva
Um pequeno pecado...

Veio junto com as flores
Com as gérberas e as roseiras
Nas suas belíssimas cores
Da Holambra brasileira.

Um doce pecado
Das delícias da confeitaria
Um sonho que me delicia
Um pequeno pecado...

Veio num contágio especial
Pra me trazer contentamento
Pois, em meu poema universal
Vou levar-te meu pensamento.

Sim, porque, para o poeta sonhador
Doces, sonhos, frutas ou chás
Tudo vira verso de amor
Até os morangos, kiwis ou ananás!

Euclides Riquetti

Qum vestia bem as mulheres em Rio Capinzal? Homenagem às comerciantes que fizeram nossa história

 


 



          Cresci em meio a homens e mulheres que lidavam com tecidos  e máquinas de costura. Algumas tias minhas eram costureiras. E, nas famílias de origem italiana, fazia parte da formação das filhas o "saber costurar". Desde a adolescência,  as meninas eram ensinadas a pregar botões e a fazer barras em saias e calças. Mas, quando moças, tinham a obrigação em colocar,  dentre suas habilidades de jovens prendadas,  o aprender do manejo da máquina de costura.

          Mas, sabemos, é sempre mais fácil aprender a costurar com "uma estranha", que tem mais paciência para ensinar,  do que com a mãe ou a irmã mais velha. E as jovens buscavam aprender com alguma vizinha. Outras, até procuravam as melhores costureiras de sua comunidade ou cidade e pagavam para aprender. Os aprendizes de alfaiate faziam o mesmo. Tinham que pagar para aprender.

           Quando noiva, a moça recebia como dote, para seu casamento, uma máquina de costura, uma vaca de leite e um baú cheio de peças enxoval. Uma bela colcha para cama de casal, lençóis e sobrelençóis, travesseiros e fronhas. Toalhas de banho, feitas com sacos de algodão alvejados e com franjas e bordados. Toalhas de mesa e toalhas de pratos impecavelmente trabalhados.  A preparação do enxoval era um ritual sagrado...

          As mães compravam tecidos  com o dinheiro da venda de queijos e ovos. Compravam peças inteiras de tecidos de algodão, um tricolines para camisas para o serviço, normalmente xadrez. Com o mesmo tecido faziam fronhas, lençóis e até toalhas de mesa. Para o serviço pesado dos homens, peças de brim Diamantino, de fibras mais grossas de algodão, com entrelaces de fios brancos, cinzas e pretos. Para forros de roupas compravam o Morim. Mas também usavam a cambraia, tecidos em crepe de lã, seda ou algodão,  cretones, e  casimiras. Estas, só os alfaiates ou as boas costureiras sabiam utilizar. Os alfaiates faziam ternos. As costureiras, tailleurs.

          A História nos conta que as vestimentas mais antigas no mundo eram constituídas de peles de animais. A lã das ovelhas e outros animais, o algodão, o linho e a seda são materiais utilizados na confecção de tecidos dentre 2.500 e 3.000 anos aC. A partir da revolução industrial,  começaram a desenvolver tecidos a partir de moléculas, os fios sintéticos. Hoje estes estão presentes abundantemente no mercado, através do nylon e do poliéster.
           A necessidade de as pessoas se protegerem e, mais ainda, esconderem seu corpo, ou mesmo para "aparecer bem no meio social", fizeram com que os tecidos fossem inventados e reinventados em toda a história da Humanidade. Hoje temos uma grande variedades disponível, de todas as qualidades, cores, estampas, origens  e padrões.

          Na década de 1960 , nas alfaiatarias, começaram a aparecer, em nossas cidades,  os tecidos denominados "Tropical ou "Tergal", sintéticos, uma revolução na região, pois eram tecidos que não se amassavam, fáceis de serem passados a ferro. E os alfaiates fizeram sucesso e alimentaram nossa vaidade masculina. Era o sonho de todos ter uma roupa que não amassasse.

          Mas, e as mulheres, que opções tinham, quando precisassem comprar algo pronto, bem produzido, bem acabado?

          Bem, ou tinham suas costureiras ou buscavam comprar algo da moda nas casas de comércio então  existentes. E, em minha memória, voltam-me as casas comerciais que atendiam minha mãe sempre que precisava de algo: O Bazar da Dona Maria Fávero e  a Casa Marilu, na antiga  Capinzal,  e a Loja da Dona Serafina Andrioni, pelas bandas do Distrito de Ouro.

          Minha mãe comprava o que precisava para vestir-nos nessas lojas. Ela gostava de blusas de bouclê, que comprava da Dona Carmen Bridi, na Marilu Modas. Dizia que gostava do atendimento e da simplicidade daquela mulher que, mesmo numa "loja chique", atendia a todas com muito carinho e distinção. Sua loja ficava ali na XV de Novembro, um pouco acima do "Bananeiro", Augusto Hoch, defronte à casa da Dona Tosca Viecelli, por ali.

        E, para nós, na loja da Dona Maria Girardi Fávero, (a amiga e vizinha da Tia Clarinda), um bazar com produtos diversificados, em que também vendia "roupas prontas". Ali comprava para si blusinhas de Bon-lon. E, depois, para nós, as camisas "Volta ao Mundo". E, na Dona Serafina Andrioni, as blusas de lã. Eu lembro que, aos 15 anos, fui na Dona Maria, ali logo abaixo do cinema, comprar uma camisa para mim: de cor marfim,  com detalhes em azul xadrez. Fiz sucesso com ela... E, na Dona Serafina, precisei de uma blusa, e fui  sábado à tarde à casa dela,  e ela saiu da cozinha para ir vender-me um blusa cor canela, de gola olímpica. A prestação...

          Hoje, os tempos mudaram, os costumes mudaram, há grande ofertas de produtos do vestuário já prontos, para todos os gostos, todas as preferências, todos os bolsos... As famílias de Dona Maria e de Dona Carmen foram embora. A primeira faleceu  em Ponta Grossa,  a outra mora em Curitiba.  Os filhos saíram para as universidades e não voltaram. As mães foram atrás deles. E a sucessão familiar acabou acontecendo apenas na loja da Dona Serafina Andrioni. Quando faleceu, deixou seu comércio para uma das filhas, a Miraci. Ela a transformou na "Boutique das Lãs". E continua ali, no mesmo lugar, na Felip Schmidt, em Ouro. Construiu uma sala em separado, atrás de seu casarão, entrada pelo lado de uma loja existente.

          E a filha de Dona Serafina, a Miraci, continua ali, atendendo, colocando novelos de lã e outros fios nas mãos de nossas trocoteiras e crocheteiras, que produzem peças maravilhosas. Sempre amável, educada, discreta. Uma pessoa confiável que herdou a simplicidade e a honestidade de sua mãe. Perdeu o marido ainda jovem e encaminhou muito bem a vida de seus filhos, está honrando a memória de sua mãe.

          De todas as personagens, ficam-me as lembranças. Foram senhoras que ajudaram muitas mulheres a se apresentarem bonitas, elegantes. Talvez que o resultado de terem-se vestido bem tenha ajudado muitas jovens a chamar a atenção dos rapazes, que acabaram encantando seus namorados, que viraram  maridos, e hoje são os avôs que estão por aí, colocando as fotos dos netos no facebook.  Essas senhoras ajudaram a fazer a história e, quem sabe, a felicidades de muitas outras. Por isso, minha homenagem a elas. Que Deus guarde bem a Dona Serafina, lá no céu, e dê saúde a longevidade à Dona Maria e à Dona Carmem.

Minha homenagem a elas!

Euclides Riquetti

Quando todos dormem

 



Quando todos dormem, ou sonham acordados

Os anjos da noite sobrevoam as nossas casas

Eles nem sequer encostam nos telhados

Apenas vão, suavemente, batendo suas asas. 


Quando o cobertor de estrelas  já está estendido

E o colchão de nuvens já foi dissipado

Os clarinetes dos anjos embalam em sustenidos

E os seres olham para o céu impressionados.


Há o rastro de um anjo-cometa que desfila 

Sinais de vestes brancas com  franjas desfraldadas

E, atrás, milhões de arcanjos fazem a indiana fila

Vão seguindo seu líder nas noites enluaradas.


Anjos, eu acredito neles, são seres privilegiados

Que nos guiam para os lugares mais hospitaleiros

Todos eles se parecem,e com seus membros alados

Podem nos levar para os infinitos prazenteiros!


Euclides Riquetti

11-02-2022












Diz aí!

 



Diz aí

De que tipo de poema tu mais gostas

Fala aí

Mostra pra mim, espero por tua resposta!


Diz pra mim

Que meus versos estão pra teu paladar

Fala pra mim

Ajuda-me a te servir, a te agradar!


Diz-me agora

Pra me mostrar quais as melhores rimas

Fala-me agora

O que mais satisfaz a tua estima!


Mas, se não quiseres dizer nada

Respeitarei o teu silêncio 

Mulher discreta, bonita e reservada

Ficar calada é teu indiscutível direito!


E eu,,, te aplaudo!


Euclides Riquetti

11-02-2022




Todos os versos que eu carpintei

 


 






Gostaria de que tu lesses
Todos os versos que eu carpintei
Que compuseram as estrofes
Dos poemas que eu publiquei.

Carpintei alguns rimados
Alguns com cheiro de poesia
Outros bem elaborados
Para que tu os ouvisses um dia.

Gostaria de ver-te me ouvindo
Atenta às minhas declamações
Que eu sussurraria em teus ouvidos
Como as palavras das canções.

Carpintei dezenas, centenas deles
Carpintei, talvez, milhares.
Inspirados,  todos eles
Em teus sorrisos, em teus olhares.

Gostaria de ouvir, vindo de ti
De que gostas muito de ler
Todos os poemas que escrevi
E dos que ainda vou escrever...

Euclides Riquetti

És meu fogo... sou tuas lenhas...

 


 






Meus sonhos transpõem a imensidão infinita
Na fria madrugada do outono insensato
Buscam te reencontrar formosa e bonita
Para levar-te meus beijos e meus abraços!

Meus sonhos navegam para além das paredes
Buscando encontrar teus afagos e carícias
Para encontrar, em ti, a água para minha sede
Para saber como estás, ter tuas boas notícias.

Meus sonhos não têm limites e nem fronteiras
Voam, livres, pelo incógnito espaço sideral
Para abraçar tua nudez inspiradora e faceira...

Eles vão para ter a ti e para que tu os tenhas
Para nosso colóquio amoroso e magistral
Pois tu és meu fogo e eu sou tuas lenhas.

Euclides Riquetti

Cheiro de chuva e mato (em você)

 


 





Sinto, em você, o cheiro de chuva e mato
Os odores da paixão que se traduzem
Os sabores da ilusão que se misturam
Com meu cheiro, seu cheiro e o do mato!

Sinto, em você, o frescor da tarde chuvosa
A cor da flor, da semente que foi guardada
E que se tornou planta da mesma germinada
O odor da flor perfeita, do cravo,  da rosa! 

Sinto, em você, o cheiro doce da saudade
Das horas, dos dias e meses que passaram
Ainda  o cheiro das estrelas que apagaram
Que se reacenderam em sua real majestade!

Sinto, em você, o cheiro puro e indizível
E me delicio, em você, tão perdidamente
E me envolvo, com você, alegremente
No cheiro de chuva, de mato, indescritível!

Euclides Riquetti

Deixe-me acariciar seus cabelos

 


 


 

 
 

Apenas deixe-me secar seus cabelos
Deixá-los leves, macios, e  sedosos
Cuidar deles com todo o meu zelo
Admirar seus ombros belos e  formosos
Perder-me em sutilezas e em  pecados.

Apenas deixe que eu os alise e afague
Com minhas mãos ansiosas de querer
E que de minha mente nunca se apague
A lembrança de cada olhar, de cada viver
E que por você eu me perca e me embriague...

Apenas diga que gosta de minhas carícias
E eu sou muito importante em sua vida
Que possamos dividir todas as delícias
Em cada beijo trocado e na paixão sentida
Sem ferimentos, sem dores, sem sevícias.

Euclides Riquetti

Em meio às flores do verão

 



Em meio às flores do verão

Está você

Como se fosse em pedestal erigida

Está você!


Embaixo do sol que bronzeia

Está você

Esculpida qual bela sereia

Está você!


Perto do mar calmo e azul 

Está você

Em qualquer praia aqui do Sul

Está você!


E, onde quer que você esteja

Sob o manto celestial

Ou sob um chão de estrelas

Procuro você!


Porque você, assim, doce e natural

Me encanta sinplesmente

E eu, verdadeiramente

Também me encanto por você!


Euclides Riquetti

No amanhecer ameno de mais um dia de verão

11-02-2022






Preferi plantar versos

 







No dia da árvore
Pensei em plantar
Apenas uma delas
Mas que me desse
Flores bem amarelas..

No dia da árvore
Ganhai uma muda de araçá.
Andei com ela aqui e acolá
Mas trouxe para casa
E vou plantar.

No dia da árvore
Eu estava desolado
Andei atrapalhado
Sem rumo a tomar
No dia da árvore.

Então preferi plantar versos
Que escrevi nos mais diversos
Papéis tirados dos lenhos
Usinados nos engenhos
E transformei-os em poemas!

Poemas muito especiais
Bem originais
Feitos para você
No dia da árvore!


Euclides Riquetti

Revista "O Cruzeiro" e o "Amigo da Onça"

 





          Ao final de 1928, quando se avizinhava  a maior crise econômica que abalou a História, o Embaixador Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados, lançou uma revista que pretendia que se tornasse a "revista de todos os brasileiros", que circulasse, semanalmente, do Amazonas ao Rio Grande do Sul, em todos os municípios brasileiros. Chatô, como ficou conhecido, já  era dono de alguns jornais diários nas principais cidades brasileiras. Jornalista por vocação e advogado,  ingressou na Faculdade de Direito do Recife aos 15 anos. Adiante, o Rio e São Paulo passaram a ser o chão do paraibano.

          O Grupo que ele liderava tinha muito conhecimento na área editorial impressa e,  então,  recrutou os "melhores dentre os melhores da época" para trabalhar na Revista, capitaneados por Davi Nasser. "O Cruzeiro" chegava às cidades por trem, ônibus, barcos, aeronaves, enfim, por todos os meios possíveis naquele tempo.

          Quando criança, eu via nas bancas da Livraria Central, ali de nossa Rio Capinzal, a já famosa revista, que iciciou com 50.000 exemplares e que, quando do suicídio de Getúlio Vargas, atingiu 720.000, mantendo-se asssim doravante. Em 23 de outubro de 1943, passou a incluir um novo atrativo semanalmente, a charge mais famosa e mais comemorada da História, a do "Amigo da Onça".

          Disputando o precioso espaço da revista, que trazia belas fotos de misses, cobrindo sempre com maestria os Concursos de Miss Brasil e de Miss Universo, a charge de humor, com aquele desenho de um cidadão magro, e com aquelas entradas brancas em meio ao cabelo escuro, que o cartunista Péricles Andrade  criou, passou a fazer parte das expectativas dos leitores que, tão logo dispunham do exemplar na mão, iam direto buscar o "Amigo da Onça".

          Mas a revista, muito moderna, nos trazia as notícias do mundo todo, colocava em suas páginas os políticos, os belos automóveis importados dos Estados Unidos e da Alemanha, o Carnaval Carioca, os prédios e viadutos das cidades, o Pão de Açúcar, e muitas outras atrações, em suas reportagens impecáveis e linguagem de fácil compreensão, tanto escrita quanto visual. Era determinado, tinha uma extraordinária visão empreendedora, e outorgava direitos e obrigações a seus colaboradores com facilidade. Tinha aliados e não empregados. Quando necessário, confrontava-se com autoridades que apoiara para chegar ao Poder. Não misturava jornalismo com amizade.

          Adiante, passou a ter sérias concorrentes, com o lançamento de "Manchete" e de "Fatos e Fotos", que seguiam um formato muito parecido com o de sua criação.  "O Cruzeiro" sobreviveu até 1975, teve uma vida de quase meio século, e a principal causa de seu desaparecimento foi que o grupo Diários Associados passou a priorizar mídia televisiva e radiofônica, inclusive com a criação das Rádio e Televisão Tupi, principalmente após a morte de Chatô.   Uma pena, porque seus registros vieram, no século passado, mantendo preservados, de forma concreta, os principais acontecimentos do Brasil.

           Admirador das artes, fundou o MASP, Museu de Arte de São Paulo. Em seus últimos anos de vida, datilografava seus textos com uma máquina de escrever adaptada, em razão de paraplegia ocacionada por uma trombose.

          O legado maior que "O Cruzeiro" nos deixou foi a personagem "O Amigo da Onça". Em muitos escritórios, restaurantes, postos de gasolina e padarias, era normal ver recortes das charges que o incluíam fixadas na parede. A mim, a lembrança mais marcante é a de uma que o Barbeiro Alcides Spielmann tinha na parede da barbearia, ali no Ouro, em que a personagem estava cortanto barba e cabelo de um cliente e um cachorinho se colocava ali ao lado da cadeira. E o "Amigo da Onça" lhe dizia: "Calma, Totó, que vai sobrar uma orelhinha pra você também". Era mais ou menso isso a frase...

         Nossa divertida figura tem seu nome, até hoje, aliado a situações em que alguém que parece amigo, constitui-se num misto de traidor e aproveitador: um amigo da onça! Parece, mas não é!

Euclides Riquetti
07-04-2013

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Eu vim te ver de madrugada

 


 



Eu vim te ver de madrugada

Transpus muralhas e paredes
Pra vir te ver de madrugada
Eu vim matar a minha sede
Voltei sedento, ganhei nada...

Não ganhei beijo, nem abraço
Nem o frescor de teu perfume
Vim e voltei com meu cansaço
Voando qual um vaga-lume...

Agora quero a compensação
Um "sim te quero, sim te amo"
Pra amainar minha frustração
Pra alegrar meu fim de ano!

Porque as muralhas e paredes
Não serão barreiras a impedir
Passá-las-ei por muitas vezes
Nada me impedir[a de vir!

Volto a  te ver de madrugada
Venho pra poder ficar contigo
Morena atraente, bronzeada
É só de ti que eu tanto preciso!

Euclides Riquetti

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Em meio às rosas

 







Perdidamente, te escondes em meio às rosas
Procurando, dentre todas elas, bem aquela
Descendo em meio aos canteiros, vais formosa
Trazendo-me tua alma digna e tão singela
Cantando doces canções em verso e prosa
Suavemente, dentre todas elas, és a mais bela ...

Infinitamente elegante e tão encantadora
Alegras-me e me fazes feliz e mais contente 
Marcando-me com tua aura de luz e sedutora.
Tardes se colorem na primavera aqui presente
Nuances de todos colores e de todos os matizes 
Sorriso nos olhos, faces rosadas, corpo quente
Deixa-me mergulhar em teus sonhos  mais felizes.

Baterias asas, se fosses uma borboleta azul
Pretendida musa que enfeitas  nosso belo sul.
Pequenas florinhas roçam os teus pés desnudos
Poucos pássaros cantam alegremente para mim 
Poeta, me encabulo e ao ver-te linda, fico mudo
Perco até a noção do tempo, fico embevecido, sim
Tropeço nas palavras, tu  pra mim és  tudo...

Euclides Riquetti

Poetas são apenas... poetas! Então, Chico Samonek, poeta ou matemático?

 



          Ao final da década de 1990,  sempre que ia a Joaçaba, passava defronte a uma  loja de carros. Belíssimos modelos expostos, para todos os tamanhos de bolsos. Hatches, sedãs, caminhonetes dupladas nacionais e possantes importados, exuberantes, todos. Eu ficava embasbacado diante de tanto luxo e modernidade. Depois que aquelle presidente falou que só fabricávamos carroças, nossos criativos engenheiros e desenhistas (não conhecíamos os "designers"ainda), passaram a criar  bólidos sofisticados para não apanhar dos modelos alemães, japoneses, americanos e franceses.     

          E as indústrias montadoras, aproveitando as facilidades de financiaments oferecidas pelo Governo Brasileiro, visualizaram a oportunidade de ganhar muito dinheiro. E, cada vez mais protegidas pelo Poder, mais dinheiro ganharam e mais ainda ganham agora. Você compra o carro de seus sonhos, sem avalista, num piscar de olhos, e vai ajudar a entopetar as estreitas ruas das cidades, enquanto as autoridades ficam tentando achar fórmulas de facilitar a mobilidade urbana, Aliás, esse termo já está na relação dos ultrapassados, fala-se, no momento, em mobilidade humana,  o que, aliás,é muito correto, pois precisamos primeiro pensar no ser humano e depois na máquina.  Esta fica prioridade de governos, pois lhe garante fartura na arrecadação de tributos.

          Parei uma vez nessa  loja e fiz amizade com o proprietário. Pareceu-me uma pessoa boa e honesta aquele senhor de fala calma e respeitosa. Demonstrava conhecer o mercado dos automóveis, sabia quanto pagar por um seminovo inteiraço e também quanto pedir no momento da venda. Trabalhava com um estoque de veículos de não mais que 20 unidades, o que,  para a época,  era bastante. Compraria meu usado de dois anos e me venderia um semi com baixíssima quilometragem, segiríamos a Tabela 4 Rodas, a confiável na época e na qual todos se pautavam. Claro que teríamos que considerar um ganho real de pelo menos uns 5% para ele, com o que eu concordava. Voltaria mais adiante, outras vezes, para fecharmos negócio.

          Passados dois meses, quando senti que era hora de fazer negócio, voltei lá. O ambiente parecia modificado, não havia mais tantos carros, a loja parecia acanhada. Um rapaz, com uma caneta, rabiscava umas folhas de papel, escrevia frases, riscava, mudava, parecia não estar  satisfeito com aqueles escritos a que tentava dar forma. Estava compondo uma poesia...

          Simpatizei com ele, disse que eu também gostava de fazer poemas, que tinha aqueles dias em que tudo me vinha com facilidade, outros nem tanto... Senti empatia e em minutos falávamos como se velhos amigos já fôssemos. Acho que os poetas devem ter algo que os atrai, une, coloca a andar num mesmo caminho,  independente de fazerem ou não algum esforço para isso. Perguntei pelo proprietário e senti uma expressão muito triste e uma fragilidade enorme em suas palavras. Aquele rapaz forte, estimulado pela sua veia de poeta, transformava-se... e transtornava-se! Disse-me que seu pai falecera recentemente ,que havia comprado um carrão  numa cidade vizinha e que,  ao buscá-lo, tivera um acidente e perdera a vida. As lágrimas brotaram dos olhos daquele jovam poeta, que deixava a sensibilidade transbordar de sua alma para alojar-se nos versos que caminhavam pelas linhas de um caderno universitário.

          Tentei animá-lo, disse-lhe que seu pai fora uma pessoa boa, que seguramente hava encontrado um lugar muito bonitoa e agradável na Glória Eterna, para onde vão os que fizeram o  bem aqui na terra. Pedi para ver seus poemas e ele recobrou-se, gentilmente me apresentava a seus versos livres e brancos, a suas redondilhas, aos seus alexandrinos. Fiquei maravilhado! Emendamos a conversa e descobri que, com a perda do pai, trancara a faculdade na cidade onde estudava e voltara para ajudar a mãe a cuidar dos negócios.

          Saí de lá muito pensativo e muito triste. Comentei com uns amigos sobre isso e tinha uma preocupação: nunca vira um poeta dar-se bem nos negócios. Negociantes tomam decisões com a razão, têm habilidades matemáticas, são ágeis no argumentar e rápidos no convencer. Poetas raciocinam com a alma, entre ganhar e perder optam por perder,  antes de magoar alguém. Verdadeiros poetas têm aguçados sentimentos, olham muito mais para o outro do que para si mesmos. Enquanto os primeiros vivem a realidade, nós, poetas, vivemos o sonho... E parece que, não raras vezes, este tolhe nossa capacidade de organizarmos  nossas ideias em relacão a prover nosso sustento. Lembro-me do colega de República e de curso de Letras na Fafi,  Francisco Samonek, o moço de Rio Azul, que escreveu  o poema: "Poeta ou Matemático??" em  que transpirava o dilema do escritor diante de uma escolha...

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          Tempos depois,  passei por lá e já havia um novo proprietário. Disse-me que o rapaz fora mal nos negócios, que a mãe ficara doente, que não havia como continuar, passou-lhe o ponto e foi embora da cidade.  Duas décadas depois, percebi,  através de  que  seus parentes moram no mesmo bairro que eu, ( e me confirmaram minhas suposições): poetas são apenas poetas. Têm muita riqueza em si mesmos. Uma riqueza interior que dividem, gratuitamente, com todas as pessoas. Ficam pagos pelos seus serviços apenas por sentirem que alguém lê seus escritos. E que, muitas e muitas vezes, têm os pensamentos afinados, navegam juntos no mar, flutuam pelos ares, sem mesmo sair de casa, sem nunca se terem conhecido...Poetas são apenas.... poetas!

Euclides Riquetti

Atrás de uma máscara de negro pano

 


Atrás de uma máscara de negro pano 


Voltou o meu sorriso que já desaparecera

E agora eu me sinto um homem reanimado

Desfruto, eufórico, das tardes prazenteiras

É difícil dimensionar o sorriso recuperado.


Olhos felizes, brilho nos dentes, um perfume 

Peito altivo, o corpo firme, a pele morena

Flutuando no ar qual um notívago vagalume

Exalando os discretos odores de alfazema.


Mas meu sorriso agora se intimida, se limita

Esconde-se atrás de uma máscara de negro pano

Por medo de um mal oculto, que ameaça a vida.


Não se têm prazos, já não se sabe sobre o futuro

Como assim já tem sido nos dois últimos anos

Quero poder andar livre, respirar o ar mais puro!


Euclides Riquetti

10-02-2022









Os trovões que te acordam

 

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Trovões e relâmpagos povoam o céu
Que se prateia na madrugada noviça
E fazem cair pingos de chuva ao léu
Que molham as plantas e as hortaliças.

Espero que venhas para tomar o café
Aquele que aromatiza toda a casa
Que me dê afagos e me faça cafunés
Enquanto me seduzes e me embriagas!

Pois que os trovões que te acordam
Que te assustam porque explodem
Sejam apenas uns riscos que bordam
Estes panos celestiais que te cobrem.



Euclides Riquetti