sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Frases que me marcaram





Reedição

 "Tem gente que é tão pobre, mas tão pobre, que só tem dinheiro." (José Granado, leitor do site G1, comentando uma notícia de que uma casal armou um barraco muito grande num voo que saiu de São Paulo para Nova York às 3 horas de hoje, 28 de dezembro de 2016, causando tanta confusão, que o  avião teve que pousar no aeroporto de Brasília, de onde só partirá às 19 horas para NY).

            Você, certamente, já ouviu alguma frase que o marcou. Ou pelo apelo inicial, ou pela sua repetição. Mas belas frases não precisam se constituir de pensamentos de filósofos ou pensadores. Podem vir de pessoas muito simples. Também de peças publicitárias. Ou de um comercial de rádio ou TV.
         
          Lembro-me, seguidamente, das propagandas que eu escutava na minha adolescência nas rádios "Catarinense" e Herval D ´Oeste, ambas de Joaçaba, ou na Rádio Clube, de Capinzal, mas que funcionava no Ouro.  Aquelas propagandas das Casas Pernambunacas, cantadas, por exemplo: "Não adianta bater/Que eu não deixo você entrar. As Casas pernambucanas/É que vão... aquecer o meu lar" E seguia-se: "Vou comprar flanelas, lãs e cobertores, eu vou comprar? E não vou sentir/O inverno passar". Certamente que você, leitor madurão, deve ter ouvido isso...

           Ivo Luiz Bazzo, duas vezes Prefeito em Ouro, SC, me introduziu à política. E me dizia: "Fazer o que se pode com o que se tem"! À época, isso parecia denotar certo acanhamento em ter arrojo. O tempo, depois, mostrou-me que esta é uma verdade insofismável. Se as pessoas, em sua família, em sua empresa, ou mesmo na Gestão Pública, assim agissem, talvez não tivéssemos, num primeiro momento, um desenvolvimento acelerado. Mas, com o tempo, observar-se-ia que "dar o passo conforme o tamanho das pernas", pode resultar num crescimento mais firme, seguro e sustentável. Não aconteceria o que acontece hoje, com tanta quebradeira de empresas, pessoas físicas e instituições públicas.

         O próprio prefeito Bazzo me contava de uma frase que o Sebastião Félix da Rosa, o "Véio Borges", pioneiro do Bairro Navegantes,  costumava dizer: "Não cai uma folha de uma laranjeira sem que seja vontade de Deus". Fiquei com as frases de ambos em minha cabeça. Assim como já havia ficado quando o professor Francisco Filipak, na FAFI, em União da Vitória, nos  falava de uma pequena paródia que fizera da famosa "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias: "Meu amigo passageiro/Quando a viagem lhe convenha/Pelo solo brasileiro/Vá e venha pela Penha"! E a usava para nos explicar as "redondilhas maiores" para nós, seus estudantes da disciplina de Teoria Literária.

           Como a beleza das frases não precisa ter época, podem ser atemporais, vou mencionar duas ainda, atualíssimas: a primeira, da Pedreira Joaçaba, que uma época constava numa faixa colocada defronte à casa do Zé Masson, ali no Ouro: "Nós movemos as pedras para construir seus sonhos"... Quando beleza numa frase para fazer propaganda de pedras britadas. Já parabenizei aos amigos a Pedreira Joaçaba por isso, pois acho a frase magnífica. Bem que eu gostaria de saber quem foi o seu criador. Atualmente, ainda é utilizada em suas propagandas no rádio. A segunda, vem de um locutor da Rádio Catarinense, aqui em Joaçaba, o locutor Marcos Valnei, que ao finalizar seu programa "Rádio Saudades", ao final da tarde, diz: "Escreva no seu presente a história de suas futuras saudades".

          Precisa dizer mais??

Euclides Riquetti
14/03/2015

No solstício de inverno






No solstício de inverno
Quando se puser o sol vermelho
Far-se-á  cinza  o entardecer...

No solstício de inverno
Procurarei por um espelho
Que reflita o meu amanhecer...

No solstício de inverno
Estarei um pouco mais velho
Quando o dia anoitecer...

No solstício de inverno
Virá o frio mais gélido
E eu lembrarei apenas de você...

No solstício de inverno
Simplesmente lembrarei
De você!

Euclides Riquetti

Canção da pequepê (humor poético?)









Cuide bem das garças





Cuide bem das garças
Que voam por sobre as águas...
Cuide delas com carinho
Pois reabrirão o seu caminho...

Cuide das garças com amor
Pois elas voam no frio e no calor
E, nas tardes cinzentas do inverno
Fazem o voo fraterno...

Cuide das garças como um filho
Príncipe, princesa ou maltrapilho
Cuide das garças em todos os momentos
Pois elas enfeitam o firmamento...

Cuide das garças como cuida de mim
E eu lhe retribuirei bem assim:
Dar-lhe-ei versos compassados
Compor-lhe-ei  poemas encantados...

Cuide delas todas...
E eu cuidarei de você!

Euclides Riquetti

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Os Jogos Estudantis de Capinzal e Ouro (JECOs)





Resultado de imagem para imagens ginásio andré colombo ouro

Reedição:

          No primeiro ano da década de 1980 voltei a morar em Ouro. Tinha passado os últimos 8 fora, 5 em Porto União da Vitória e 3 no interiorzão de Campos Novos, Distrito de Duas Pontes, que mais tarde veio a emancipar-se, tornando-se o Município de Zortea. Em Ouro adquiri um lote na área urbana, onde fiz minha casa.

          Uma das melhores lembranças  que tenho desta cidade, é uma competição esportiva escolar que era realizada anualmente, acontecendo no Ginásio Municipal de Esportes, que mais tarde veio a chamar-se "André Colombo". Ali o esporte acontecia. De segunda a sexta-feira, todos os horários disponíveis das 19 às 23 horas estavam outorgados. Durante o dia, a Escola Básica Prefeito Sílvio Santos o utilizava para as aulas de Educação Física. Nos sábados à tarde destinava-se  à EF dos alunos do CNEC e, após estas, aos professores de nossa APROC. Nos domingos pela manhã, escolinhas de futsal. Era movimentadíssimo nosso Ginásio.

         No segundo semestre do ano, quando as escolas já tinham trabalhado as modalidades esportivas mais praticadas pelos estudantes, voleibol, handebol e basquetebol, aconteciam os JECOs - Jogos Estudantis de Capinzal e Ouro, que envolviam as escolas Sílvio Santos, Mater Dolorum, Cenec e Belisário Pena. CNEC e Mater levavam vantagem na categoria Juvenil, pois seus alunos eram egressos do Sílvio Santros e de Belisário e, consequentemente, tinham uma idade média maior, mais anos de treinamento. O Sílvio Santos, por ter também ensino noturno, conseguia atletas de porte razoável. Mas estes não tinham o mesmo tempo de treinamento que os do diurno.

          No ano em que cheguei, lecionando o Sílvio Santos, deram-me a incumbência de ser Chefe da Torcida, juntamente com a saudosa professora e futura comadre, Ivonete Bazzo. A escola fora bicampeã em torcida e tínhamos a meta  de torná-la tri. Tarefa muito difícil, mas aceita como um desafio. Incentivamos os alunos a irem ao Ginásio com roupa verde, cor da escola, criamos gritos de guerra, frases de efeito, adereços,  e toda a sorte possível de acessórios. E sabíamos que era uma tarefa muito difícil conquistar o Tri, pois nosso maior rival, o Mater Dolorum estava com os alunos que haviam feito o Primeiro Grau no SS, jogavam muito bem e, na quadra, eram fortíssimos. Fora ali mesmo, naquele ginásio, que aprenderam a jogar, conheciam cada centímetro da mesma.

          Soube que os idealizadores dos JECOs teriam sido os próprios alunos da CNEC e outros desportistas da cidade, os quais não eram professores com formação na área. Mas conseguiram implantar um evento que era o mais esperado pelos estudantes durante o ano. Era uma grande motivação a espera pelos JECOs.

          Naquele ano, lembro bem que os professores Jerônimo Santanaa/Eluiza Andrioni(Sílvio Santos), Neivo Ceigol (Mater Dolorum e CNEC) e Antônio Carlos Ruiz (Belisário Pena), dirigiam as equipes das escolas. A professora Denize Sartori, na época Bibliotecária era da base de apoio da competição.  Os JECOs nasceram pela ideia de professores e alunos da CNEC. Mário Fávero, Amarildo Boff e Renato Caldart foram também alguns dos idealizadores.  A rivalidade era grande, grande a disputa na quadra, mas, ao final, distribuída a premiação, com os troféus e medalhas, a comemoração era geral, havia o respeito, as pessoas se conheciam e os abraços selavam a amizade. Mais adiante, vieram também  a Escola Frei Crespin, O São Cristóvão, o Alto Alegre e até os alunos do Joaquim D ´Agostini, de Lacerdópolis.

          Gastamos a voz e a alma de tanto torcer. Por diversas vezes, eu puxava o nome do jurado, bem alto, como por exemplo: "Alô Ruites Andrioooooni!!!... e os alunos faziam coro, gritando: "Aquele abraaaaaço!!!", como aquela música de sucesso. Depois,  eu ia trocando o nome dos jurados e eles  secundando. Não deixávamos de torce um único momento, mesmo quando os resultados estavam adversos. Ao final da competição, o sonhado troféu de melhor torcida, nosso Tri. Objetivo da escola alcançado!

          Lembro com muita alegria daqueles tempos. À frente, com a mudança de professores e com a mudança de conceitos em relação à Educação Física, os JECOs foram extintos. Dizem que estava aumentando a rivalidade e por isso acabaram com a competição. Uma pena, pois reuniam  toda a classe estudantil das duas cidades. Depois disso, tímidos eventos isolados, uma separação que não leva a nada, e as arquibancadas quase vazias...Cidades pequenas fazendo competições isoladas. O próprio Sete de Setembro, comemorado em conjunto, feneceu.  Resta-nos lembrar também disso. Mais um elemento a compor nosso acervo saudosista. Que pena!

Euclides Riquetti
17-06-2013

Uma cabana branca






Transporte-se a um cenário bucólico, silvestre
Árvores frondosas, imbuias, cedros, caneleiras
Palmeiras esvoaçantes, o lufar do ar campestre
Uma cabana branca em meio a muitas laranjeiras.

Imagine-se numa rede, na  varanda bem arejada
Mergulhada em lembrar de meus versos românticos
Olhos fechados, em mil pensamentos embalada
Enquanto me perco nos meus léxicos e semânticos.

Vislumbre um riacho de águas limpidamente claras
Pássaros que se orquestram em harmonia celestial
Flores de beleza infinita, das variedades mais raras.

Sonhe com os momentos mais íntimos e deleitosos
Abrace o meu abraço com seu jeito tão especial
Embale-se nas ondas de meus afagos carinhosos.

Euclides Riquetti

Na primeira noite...

Resultado de imagem para imagens de boa noite de inverno


Na primeira noite de inverno, sonhei
Sonhei que o dia era sol
Que a noite era luar
E que eu caminhava na beira do mar!

Na primeira noite de inverno, sonhei
E no meu sonho aparecia
Uma alma idealizada
Que num belíssimo corpo se alojava!

No primeiro dia de inverno veio o sol
E ele me aquecia...

Então a tarde se iluminou
E a noite me esperou
Como esperei por ti...
Mas não vieste!

E eu fiquei a me lamentar...
Só a me lembrar...
E a chorar
Por causa de ti!

Euclides Riquetti
21-06-2016

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Dona de mim...







Dona da noite prateada
Enluarada
Dona da noite imaginada
Acalentada
Dona das noites e dos dias
Dona das noites e de minhas poesias
Dos dias encalorados e das noites frias
Dona de todas as noites
Minhas e tuas
Nuas...

Dona das manhãs claras
Das nuvens raras
E das lembranças caras...

Dona das notas das canções
Dos abandonados e dos encontrados
Dos sussurros amordaçados
Dos perdidos ... e de nossas perdições...

Dona...
Apenas dona|
Dona, assim
Dona de mim
Dona do meu livre verso
Dona do universo
Sem fim...
Dona de mim!

Euclides Riquetti

Quando o vento já tiver soprado

Quando o vento já tiver soprado




Quando o vento já tiver soprado
E levado as folhas que o outono derrubou
Você olhar para ver o que restou
Depois do  inverno rigoroso já chegado...

Quando a chuva já tiver caído
E lavado as cinzas que ficaram
Da queima das ilusões que não prosperaram
E dos corações que jazeram em fogo ardidos...

Quando nossa jovialidade já tiver se ido
E estiver chegada nossa doce velhice
Nos restando apenas uma suave faceirice
Nos rostos que não disfarçam o sofrido...

Quando tentarmos refazer os sonhos concebidos
Mesmo que tudo pareça  destruído pelo tempo
E nossas almas repousarem no relento
Ou se perderem em caminhos desconhecidos...

Ainda haverá um motivo, uma chance
Para que nossas mãos se alcancem
De novo...

Euclides Riquetti

Uma Oração para Evita (Perón)


“Só me casarei com um príncipe ou um presidente”
A frase que a adolescente Eva Duarte dizia quando morava no interior da Argentina.
E acabou casando com Juan Domingo Perón, tornando-o Presidente da Argentina.
Compus esta oração em Buenos Aires, no dia 23-01-2013 - após ter visitado o jazigo
dela na Recoleta.

 


 
 
 
 
Santa Evita de todos os argentinos
Que já protegeste teus pobres descamisados
Cuida bem dos velhinhos e dos meninos
Que foram por todos abandonados
Não te esqueças de todos os oprimidos
Nem daqueles nos combates tombados.

Santa Eva Duarte de Perón
Olha pelas Madres de la Plaza de Mayo
Abre para todos teu coração
Ilumina as noites com teu candelaio
Escuta o lamento de minha oração
Mira os mais  fracos com teus olhos claros.

Santa Evita da Casa Rosada
Estende teus braços sobre  a Recoleta
Repousa teu corpo,  em granitos guardada
Inspira os poetas de todo o planeta:
Que seja  tua gente por ti abençoada
E deixe que no Plata vaguem as barquetas.

Mãe Evita de todos os filhos
Mito que se propaga nos lugares e nos anos
Bela e formosa menina de Junin
Deixa-nos uma história que tanto amamos
Eternizada em  "Não chores por mim..." (Argentina!)
Habitas o coração de todos los hermanos.

E também o meu...

Euclides Riquetti

 (Buenos Aires, 23-01-2013).

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Por do Sol na Praia do Jacaré com Bolero de Ravel - replay






                                                      Por do Sol na Praia do Jacaré

          Na segunda, 06, depois de toda aquela aventura para chegarmos em João Pessoa, chegamos ao Centro histórico da Capital Paraibana às 13 horas. Estávamos ciceroneados pela Guia Turística Raphaella Crasto, que nos mostrou e nos relatou sobre os aspectos mais interessantes daquela cidade.

         Um dos locais mais aprazíveis e que nos despertou muito a atenção foi o Complexo do Centro Cultural de São Francisco, no centro histórico da cidade. Ele  funciona em um complexo arquite-
tônico formado pela Igreja e Convento de Santo Antônio, a Capela da Ordem Terceira de São Francisco, a Capela de São Benedito, a Casa de Oração dos Terceiros (chamada de Capela Dourada), o Claustro da Ordem Terceira, uma fonte e um grande adro com um cruzeiro, constituindo um dos mais notáveis testemunhos do Barroco Brasileiro. Foi tombado pelo Iphan em 1952. Ao ser fundada a igreja era dedicada a Santo Antônio, e aparentemente a troca de nome ocorreu o início do século XX, por força de um costume popular, mas ainda é conhecida também pela antiga denominação.

                                                  Conjunto Franciscano - João Pessoa


        Após o almoço muito delicioso num restaurante em que fomos levados pela Guia, (comida excelente e a bom preço...), com espeto de picanha correndo, fomos para a Ponta do Seixas, o lugar mais oriental do continente americano e, por isso mesmo, do  Brasil. Localiza-se à Leste de João Pessoa, a 14 Km do centro da cidade. Um lugar bucólico, belíssimo e interessante, onde o pessoal tirou fotos com o indicador apontando para o ponto.
        A programação chegou ao ápice com nossa chegada à Praia do Jacaré, no município de Cabedelo, na região metropolitana de JP. Chegamos poucos minutos depois das 16 horas e fizemos um passeio numa barca pelas águas tranquilas do Rio Paraíba, que deságua no mar. Dela, naquela hora, passa-se a avistar o por do sol, olhando-se para o Sudoeste. O astro-rei vai descendo por detrás d uma ilha alongada, até esconder-se. Um casal de cangaceiros, jovem, veio até nós e compartilhamos umas danças com eles. Após  esse feito, um senhor, Jurandy do Sax, vestido em terno branco, navegando num bote a remo pilotado por um homem, executa o Bolero de Ravel. É um espetáculo maravilhoso, dos melhores que já presenciei em minha vida.



                                         Jurandy do Sax executando o Bolero de Ravel

         Por volta de 17 horas, voltamos ao continente, onde um músico, Paulo Barreto,  executava músicas clássicas num violino, sobre um palco. Numa ruela que se alongava, barracas de artesanatos nos ofereciam belíssimas lembranças a preço bom. Na Praia do jacaré, tanto quanto em João Pessoa, notamos que não há aquela exorbitante exploração do turista, como nos outros lugares do Nordeste. É um lugar em que eu voltaria.




          Exatamente às 18 horas, sobe ao palco Jurandy do Sax, executando a Ave Maria. Mais um espetáculo ímpar e impressionante: simplesmente encantador!

         Vale a pena visitar a Praia do Jacaré. Recomento aos leitores!
        
Nossa turma num monumento defronte ao Conjunto Franciscano
João Pessoa - Paraíba
 
 
 
Euclides Riquetti - 24-06-2016
 

Desnude sua alma






Desnude sua alma, dispa-se de seus conflitos existenciais
Fale com o coração aquilo que seu pensamento lhe dita
Faça com as mãos graciosas  o que sua mente premedita
Como se cada momento que vive não lhe volte jamais.

Desnude sua alma, seu corpo,  e abra seu afável coração
Deixe que eu mergulhe neles com a força de meu ser
Mostre ao mundo as cores da vida vivida com paixão
E que nada pode apagar esse  imenso desejo de viver.

Ou, cubra-se com o manto que esconde todas as inquietudes
No anular-se da vida, na composição de seu grande cenário
No entregar-se aos infortúnios que dissipam as belas virtudes.

Ou,  entre numa redoma do vidro mais espesso e inviolável
No proteger-se contra todo o inimigo de seu imaginário
Mas nunca deixe de ser a senhora do ânimo inabalável.

Euclides Riquetti

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Amar você, amar.. amar!








Abra sua alma e seu coração
E me deixe entrar...
Quero segurar em sua mão
E levá-la para passear...

Abra, nem que seja só um pouquinho
O tempo suficiente para que em entre
Dar-lhe-ei amor, darei carinho
E você vai ficar contente...

Eu também já abri o meu
Deixei aberto, escancarado
À espera de um convite seu
Porque quero estar sempre ao seu lado...

Estenda-me sua mão suave e cheirosa
Para que eu possa me deliciar
Tocar sua pele olorosa
Amar você, amar..amar!

Euclides Riquetti

O sabor de te amar em tempos de inverno










Pego caneta,  inspiração e meu velho caderno
Navego pelos ares para encontrar teu rosto
Imagino de teus lábios sentir aquele gosto
O sabor de te amar em tempos de inverno...

Escrevo versos românticos porque eu prefiro
Sou poeta antigo,  componho-te os meus sonetos
Alexandrinos, redondilhas, mas não sou perfeito
Mas é em teu sorriso que eu sempre me inspiro...

Mas se me rejeitas  eu já não consigo mais
Me fogem as palavras, me fogem as expressões
E sei quanto se abalam os nossos corações
Porque eu não admito te perder jamais...

Então, que neste inverno de noites tanto frias
Preciso de carinho, afagos, e de teu perfume
Senão eu andarei a esmo como um vagalume
Procurando almas que me devolvam a alegria!

Euclides Riquetti

Quanto vale a experiência? - (Algo de União da Vitória, Zorteá, Capinzal e de...)


 

 


 
Grêmio Esportivo Lírio - Zortéa - SC
 
         Sempre tive em mim que a experiência é um fator  fundamental em tudo. Quando era jovem ia jogar futebol e, sendo magro e alto, corria muito. Chegava à bola antes que os adversários. Mas, de posse dela, queria me livrar, pois tinha receio de que ma roubassem. Então dava chutões para a frente.

          Nos tempos do Grêmio Lírio, em Zortéa, comecei a jogar futsal junto com os colegas do GEMCRA (Grêmio Esportivo Major Cipriano Rodrigues Almeida), de nossa escola. Dois professores, eu e o Izaías Bonato. E alguns jovens, nem todos eram nossos alunos. Lembro do "Baxo"  (Leonildo de Andrade) e o irmão dele, Preto;  havia o Tarugo (Ulisses Gonçalves)  o Nene, irmão dele.  Eu tinha 24 anos e me achava velho. Era reserva. Um dia entrei ao final e dei dois passes perfeitos: foram dois gols e viramos para 2 a 1. Passei a ter confiança e a jogar bem. Mas,  no futebol de campo,  ainda era de me livrar da bola.

          Melhorei isso quando o Sady Brancher virou treinador do Grêmio Lírio. Ele foi um grande jogador do Arabutã FC em Capinzal, nos tempos do Campo Municipal, ali no centro da cidade. Viu-me no futsal e me convidou a treinar no campo. Eu era firme na marcação e desarme. Colocou-me na lateral direita. Joguel na posição por mais de 20 anos. Aprendi a dar os passes certos, a reter a bola e a bater escanteio na ponta esquerda, em curva. Eu resistia mais no gramado com 40 anos do que quando tinha 18, pois aprendi a dosar a energia e a distribuir melhor o jogo. Passei a valer-me da experiência!

          Na semana passada,  fui a uma borracharia para ver o que vinha acontecendo com um pneu do carro de minha filha. Estava anoitecendo e indicaram-me uma que atende depois da hora, ali na entrada da Vila Cordazo, em Joaçaba. Cheguei lá e havia um senhor moreno, de pequena estatura (do tamanho do Pedro Lima, nosso boiadeiro de Ouro e Capinzal), cabeleira cheia e se agrisalhando. Aparentava mais de 60 anos, o que vi confirmado adiante. Descobri que era irmão do Alduíno Silva Amora. Enquanto ele e o filho iam concluído o serviço já iniciado em pneus de duas motos, fui conversando e tentando descobrir fatos sobre a família deles. O Amora foi um dos pioneiros do Bairro São Cristóvão, em Capinzal. Adquiriu uma área onde era uma casa do pomar do saudoso Ermindo Viecelli e estabeleceu-se com sua "Recauchutadora Amora". De  origem humilde, trabalhou como borracheiro em Joaçaba e teve a visão empreendedora de estabelecer-se em capinzal, bem no local que mais cresceu nos últimos 30 anos, próximo à antiga Perdigão, agora BRF.

          Fiquei muito amigo dele quando eu era Presidente do Conselho da Paróquia de São Paulo Apóstolo, em Capinzal. Se precisássemos, nos trazia 20, 30 homens de confiança para prepararem o churrasco. Foi uma das mais fortes lideranças da história de Capinzal, embora não tenha vivido muitos anos. Numa das enchentes do Rio do Peixe, possívelmente em 1989, o Amora foi visitar uma filha em Lacerdópolis. Ao voltar, na ponte sobre o Rio lajeado dos Porcos, ali na propriedade dos Tessaro, na divisa entre Ouro e Lacerdópolis, a água havia passado sobre a ponte. Deixou a caminhonete no lado de Lacerdópolis e atravessou o pela água. Adiante, um Km mais ou menos, a então Rodovia SC 303 tem uma baixada onde sai uma estrada de chão para o Ramal Lovatel. O asfalto estava com mais de um metro de água e com correnteza. Três dias depois de dada sua falta, quando o rio baixou seu nível, foi encontrado lá, na sarjeta da rodovia, sem vida. vestia blusa de lã tricotada e botas de couro. No barranco, as marcas dos dedos das mãos tentando subir, salvar-se, mas não foi possivel...  Algum tempo depois, nova desgraça: Um incêncio destruiu a Recapadora Amora. (Isso motivou as lideranças a lutarem para a implantação do Corpo de Bombeiros de Capinzal e Ouro).

          Relembramos, saudosamente, com o Sr. Lauri, da família do "Amora". Disse-me que, há três anos, a viúva também faleceu. E que outro irmão também perdeu a vida por afogamento.

          E o pneu? Bem - o pneu - quando percebi, ele já estava afundando-o no tanque de água e mostrando-me que havia um furo por onde o ar saía. Perguntei-lhe por que os outros borracheiros diziam que o pneu estava bem, enchiam-no,  mas em uma semana ficava vazio, e ele respondeu-me: "É que a piazada nova coloca trinta libras e põe pra ver onde está vazando. Eu coloco sessenta libras. Se o pneu resiste, é seguro e aparece o furo. Depois que arrumo, coloco um "macarrão", baixo para trinta libras e o serviço fica garantido.

          Agora, lembro-me do primeiro dia de meu estágio no Colégio Estadual Túlio de França, em União da Vitória: Saí escrevendo no meio do quadro, não utilizei bem o espaço e coube uma observação do professor Breyer ( o do mel), secundada pelo professor  Geraldo Feltrin: "Cuide da distribuição da matéria no quadro!".

          Trinta e um anos escrevendo no quadro negro e  quadro-verde, mas sempre aproveitando bem o espaço. A experiência, no futebol, no trabalho, e nas emergências, conta muito! Por isso mesmo, não desprezar as pessoas que têm muitos anos de estrada... Ouvir o conselho dos mais velhos e observar como eles fazem as coisas.  Até o sermão do padre fica melhor com os anos!

Euclides Riquetti
20-11-2013

Tour em Porto de Galinhas - Pernambuco







          Fomos conhecer  Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, Pernambuco, no sábado passado, 04. É um local aprazível, uma belíssima praia do Nordeste Brasileiro. Seu mar oferece piscinas naturais de águas límpidas, em que se podem avistar os peixinhos coloridos que vêm mordiscar nossos pés. As areias brancas são um atrativo.  Passeio de buggy  são ofertados e os turistas visitam as praias próximas, deliciando-se com a beleza natural.

          Antiga Praia de Porto Rico, que recebia escravos ilegalmente, tornou-se "Porto de Galinhas" em razão de ali aportarem galinhas trazidas da África e serviam para camuflar o contrabando de escravos, que eram alojados sob gaiolas de Galinha de Angola. A partir de 1990 recebeu grande impulso de turistas em razão de acentuado marketing. Hoje é um grande destino turístico brasileiro.

          Confesso que minha expectativa com o local era maior (ou melhor). Considero que os receptivos de beira mar não condizem com a fama do lugar. Mas, sem dúvidas, é um paraíso natural que precisa ser visitado por quem gosta de viajar. Para nós, sul brasileiros, que naquele dia tínhamos temperaturas abaixo de zero nas noites sulinas, poder andar de short e chinelos pela praia já valeu  a pena. Temperatura um pouco superior a 30 graus, uma delícia.

         Fizemos um passeio de jangada da praia até os recifes, uns 100 metros distantes da faixa de areia. Ali, piscinas naturais com as águas bastante transparentes, com todos aqueles eixinhos coloridos, um verdadeiro aquário vivo a nos encantar.  Uma espécie de mapa do Brasil, numa cavidade nos recifes, desperta curiosidade.

          Saindo-se da Praia da Boa Viagem, em Recife, com trânsito fluindo bem por ser domingo, levamos pouco mais de uma hora para chegarmos lá. Foi o tempo em que travamos conhecimento com pessoas que faziam parte do tour. Muitas vezes gente que nunca vimos antes, tornam-se companhias altamente agradáveis.

          Nosso guia, Genivaldo, a quem chamam de Geninho, um verdadeiro cavalheiro,  conhece bem todos os lugares daquela região e foi uma companhia muito agradável. Também conhecemos um casal simpaticíssimo formado por uma brasileira e um escocês, dois mineiros funcionários de uma empresa chinesa que estavam em Recife a trabalho e aproveitaram o domingo para um tour, e um casal de jovens argentinos que foram para fazer mergulhos no mar e voltariam com outra condução. Valeu a pena pelas amizades, que muito valorizamos.

Euclides Riquetti
12-06-2016

domingo, 2 de dezembro de 2018

Meus primeiros poemas Hicai


 
 

Vista obtida olhando-se de Capinzal para Ouro - SC
 
Olhar de janela
Paisagem de imensidão
Riqueza na mão.

Ponte majestosa
Liga cidades irmãs
E almas bondosas.

No vale encantado
Vai o sinuoso rio
Do peixe e do nado.

Natureza viva
Esperança renovada
Verde e colorida.

Dia ensolarado
Vem meu verão, vem meu sol
Alento esperado.

Só não vem você
Acalentar minha alma
E não vem por quê?

Acho que não vem
Porque há um pecado em querer
E culpa também.

Então pensamentos
De dúvidas povoados
Misturam-se aos ventos.

E eu aqui...

Euclides Riquetti

A cor rosa do poema





O poema tem cor?
E, se for cor de rosa?
Rosa de amor...
Flor belíssima...
Elegantíssima
Maravilhosa!

E, se a rosa for champagne?
(Não me estranhe...)
Ou,  se for amarela
Branca, bem singela?

No Dia dos Namorados
Eu te fiz um poema
E, sabe qual foi o tema?
Foi o amor cor de rosa....

Da rosa perfumosa
Cor de rosa!

Fiz pra ti este poema:
Um poema bem simples
Pensando no amor que vivi
E naquilo que senti
Ao cheirar uma rosa
Ou imaginar-te vestida
Com roupa cor de rosa!

Euclides Riquetti