Iniciado o último ano de mandato de
prefeitos e vereadores, a política local já começa a ser tema das conversas
entre os cidadãos. É claro que as opiniões são em sua maioria divergentes e não
poderia ser diferente. Pesquisas com avaliação do desempenho do Presidente Jair
Bolsonaro e do Governador Carlos Moisés foram divulgadas e os comentários nas
redes sociais vão de acordo com o que cada comentarista tem a escrever.
Políticos interessados em participar das eleições em nível municipal podem ir
analisando os resultados dessas pesquisas e tirando lições e conclusões. Quem
vai a campo pedir o voto, precisa estar ciente de que a tarefa é árdua, que o
discurso fácil não convence mais ninguém, que é preciso ter uma imagem boa
perante a sociedade, construída com anos de vivência.
Eleitores, em sua grande maioria,
esperam algo em troca de seu voto. Ninguém quer jogar voto fora, gostam de
votar em quem tem chances de se eleger. Portando, uma autocrítica deveria ser
efetuada por todo aquele que pensa em candidatar-se, especialmente quem busca
uma cadeira no Legislativo Municipal. São muitos os partidos, as regras do jogo
mudaram, não haverá a possibilidade de um partido achar que colocará alguns
poucos candidatos numa coligação. Certamente que quando isso acontecia, seus
líderes costumavam trabalhar por um ou dois deles, garantindo um espaço na
Câmara Municipal. Muitas vezes, nenhum sequer era eleito!
Na lógica simplista de que o eleitor
espera algo em troca de seu voto, imaginemos um primeiro grupo que foi
acostumado a vender o voto em troca de dinheiro, participação em festinhas com
comida e bebida, com o pagamento da conta de luz e de água, com um “vale gás”,
da consulta e exames médicos, o que constitui uma ilegalidade, mas que os
espertalhões conseguem ainda fazer. É o tipo de eleitor que “já pega
antecipado” porque sabe que depois da eleição tudo vai ser diferente. Na
dúvida, levar vantagem já.
Aí vem o contratado para prestar serviço
de campanha, dentro da legalidade, e que traz ao candidato o voto dos
familiares, dos compadres e de alguns amigos. O perigo disso é que o “assessor”
imagina que vá conquistar algo depois da posse de seu candidato, um emprego
público arranjado pelo padrinho. Quando a expectativa não é atendida, vira
inimigo do eleito e pode dar-lhe dores-de-cabeça, abrir a boca, confessar
segredos que não deveriam ser revelados...
Depois, temos o eleitor apaixonado, que
vota em seu candidato independente de sua capacidade, seu nível intelectual, de
sua folha de serviços para com sua cidade, que fala bonito, que dá abraço na
rua, bate nas costas, dá beijinho no rosto, afaga os cabelos das crianças,
simpatia pura! Este eleitor é aquele que mais sofre, que fica abalado com a não
eleição do candidato, e que
participa da festa da vitória, caso ocorra a sua eleição.
E temos o eleitor que analisa tudo, desde
a postura e o discurso do candidato até sua condição moral, ética e
intelectual. Pergunta-lhe sobre as bandeiras que defende, quais seus
compromissos com sua cidade e com os cidadãos, se vai defender projetos que
contemplem os interesses da coletividade e não de particulares.
Então, candidato, você que está indo
para a reeleição, para o cargo que seja, procure separar os grupos daqueles que
você julga serem seus eleitores, quais as expectativas que tinham na eleição
passada e o que você satisfez. Eleição é coisa muito séria, a maioria dos
eleitores está ficando politizada e exigente. E não se esqueça de que, na
reeleição, contarão os contatos que você teve pessoalmente com seu eleitor, o
que ele sentiu em você nessas ocasiões. Os tempos vão passando, a maneira de as
pessoas pensarem também, todos têm acesso rápido à informação e só quem
despertou credibilidade será exitoso!
Euclides Riquetti – Autor do
livro “Crônicas dos Antigos Rio Capinzal, Abelardo Luz/Ouro e arredores” em
fase de produção.