Os
aproveitadores, os oportunistas e os corruptos não perdem tempo nem na hora da
desgraça. Uns aproveitam para levar vantagens indevidas, outros como vitrine
para promoção pessoal e política e outros para roubarem, mesmo!
Dia desses
soube que algumas pessoas estão reivindicando os seiscentos reais mensais de
auxílio indevidamente, escondendo, de alguma forma, que têm renda salarial. Com
mais de uma fonte, omitem dados. Imagino que a Caixa, através do CPF das
pessoas, estejam vendo os que têm vínculo empregatício e que as ações sejam
efetivadas em favor de quem realmente precisa.
Vi atentamente
o vídeo da reunião do Presidente Bolsonaro
com seus ministros. Nada que o incrimine. Observei bem os comentários de
analistas políticos, advogados, políticos, dos apresentadores de TV. Todos têm
razão ou nenhum tem. O que me chamou muito a atenção foi o comportamento do
Noviço
Rebelde, que parecia um
cachorrinho acanhado lá, até subserviente. Está bem visível que a valentia dele
se dava apenas quando estava bem situado na condição de Juiz em Curitiba.
Muitas pessoas que o aplaudiam, agora o apedrejam. Duvidam até das decisões
dele nos julgamentos, dos vazamentos de informações que possa ter ocasionado,
do seu conluio com outros para atingir seus objetivos, não interessando se
estivesse maculando ou não a imagem de alguém. Foi visível a “produtividade”
dele nas ações contra o PT e contra figuras bem conhecidas da política, mas
nada de força contra os do PSDB, partido de sua simpatia.
O espetaculismo
de Moro, das PF e do MPF, agora, é
visto
como uma forte representação teatral. Comungo, também, do pensamento dessas
pessoas. Moro é tão midiático como Fernando Collor e vai que lhe apareça um
Pedro Leopoldo ou uma Tereza em sua vida... Há tanta gente se posicionando
contra ele, principalmente depois da audição do vídeo daquela famigerada
reunião, que está sujeito a tornar-se a Marina Silva da vez. Já vi isso com
pessoas que agiram como ele e se deram muito mal, tornaram-se não confiáveis.
Quem tem um compadre como ele, não precisa de inimigos, diria Carla Zambelli. Você
convidaria Moro para padrinho de seu casamento?
Passado um
tempo razoável, a briga política e jurídica entre o Político Inquieto e o
Noviço Rebelde continua. E o que espanta, mas não surpreende, é como agem os
políticos na defesa de seus interesses pessoais. Na mídia televisiva, aquela
que chamam de GLixo entrevista sempre as mesmas pessoas, o Presidente da OAB
Nacional, líderes de partidos da oposição, etc. Na época em que ajudaram a
derrubar Dilma Rousseff, agiam da mesma forma.
Maia e Moro
jogaram Bolsonaro no colo do centrão, por uma questão de sobrevivência política
e isso é muito ruim para o Brasil. O auê que o ex-juiz provocou na imprensa, a
expectativa gerada para se saber o conteúdo do vídeo, o suspense daquele
ministro do STF, só serviram para fortalecer Bolsonaro perante seus fãs. Os
bolsonaristas ficaram mais fortes e fanáticos. Os oficiais da reserva já deram
recado em carta aberta sobre, até, haver desobediência e uma guerra civil. Morei,
de 1972 a 1975, na Cabolândia, uma república de cabos e sargentos do 5
º BE, em Porto União da Vitória,
depois transformada em “República Esquadrão da Vida”. Disciplina, muito estudo,
muito planejamento em tudo, sempre objetivos claros a serem alcançados. Pessoas
bem determinadas que tiveram muito êxito em carreiras que abraçaram
posteriormente. Militei na Universidade naqueles tempos em que usar uma
roupa verde oliva era um orgulho.
A linguagem
chula utilizada por Bolsonaro na reunião com os ministros é uma coisa muito
feia. Porém, não pensemos que isso é apenas exclusividade dele pronunciar
impropérios. Conheci um governador aqui de Santa Catarina que, em rodinhas de
eventos, falava no mesmo nível que falou o Presidente, sem se importar com
outras pessoas por perto, que certamente estavam ouvindo tudo pelo volume da
fala. O Ministro da Educação também foi muito mal ao dizer que tinha que matar
todo mundo lá de Brasília, inclusive ministros do STF.
Celso Mello, que
foi colocado no STF pelo seu primo Fernando Collor de Mello, também foi mal em
publicar um vídeo com falas que não tinham nada a ver com o objeto de
investigação. Podem ter certeza, leitores, que logo as decisões monocráticas,
por lá, tenham nova normatização, de modo que, em casos graves, nos quais se
mexe com a vida do País, elas deixem de ser monocráticas e passem a ser tomadas
por turmas de juízes. Celso Mello tem alfinetado o Ministro Augusto Heleno, que
fez uma carreira militar brilhante e tem uma considerável biografia, ao
contrário de Mello, que chegou ao Supremo pelas mãos do parente amigo, da mesma
forma que chegaram seus pares, pela mão de seus amigos, sendo o caso mais
recente o de Alexandre Moraes, amigo de Michel Temer.
No texto divulgado no último domingo, oficiais da reserva,
ex-colegas de turma de Augusto Heleno na
Academia das Agulhas Negras, se referem aos "ministros" do STF -
entre aspas - nos seguintes termos: "bando de apadrinhados que foram
alçados à condição de ministros do stf (sic), a maioria sem que tivesse sequer
logrado aprovação em concurso de juiz de primeira instância".
Em tom policialesco, o texto adverte: "Alto lá, 'ministros'
do stf!" e diz que os autores do texto se mantém calados "em nome da
paz no País".
Os últimos
acontecimentos da política, que envolvem a divulgação do vídeo com a fala do
Presidente da República e seus ministros, a entrevista da deputada Carla
Zambelli e uma emissora de rádio gaúcha, a presença da Polícia Federal fazendo
buscas e apreensões, inclusive na residência do Governado Wilson Witzel e no
escritório de sua esposa, vão dar muita discussão. Mais uma vez, podemos dizer:
“Merda jacta est”!