Os cristãos católicos do mundo todo celebram, no dia 2 de novembro, o Dia de Finados, que também é conhecido como o Dia dos Mortos. Há, ainda, a denominação de "Dia dos Fiéis Defuntos". Isso ocorre desde o Século II, mas foi somente no Século XIII que a Igreja Católica impôs, através de Roma, que ele fosse dedicado, obrigatoriamente, para que os viventes visitassem os túmulos de seus entes queridos. Foi secundar o Dia de Todos os Santos, que acontecem no dia primeiro do mês de novembro. Dizem que a Igreja Católica baseou-se em em informações Bíblicas para fundamentar a data coomemorativa de finados.
Mas, hoje, mais do que a presença do ser humano que visita os seus entes queridos num cemitério, tem-se que o que vale é a intenção de se prestar o reconhecimento a pessoas que queremos bem, o que me vem como algo muito certo. Mas, rememorar as pessoas que amamos e nos deixaram, é uma prática que cultivamos em quaisquer de nossos dias.
A prática de se visitar os túmulos dos entes queridos no dia 2 de novembro, porém, traz um pouco de "protocolo social". Enquanto que alguns acendem uma vela com a intenção de "dar mais luz" a quem já a a tem, e o fazem com muito respeito e carinho, e lhes levam pelo menos um flor, a mais bonita que possam colher no jardim de sua casa, outros compram belíssimos buquês, que vão adornar os túmulos nos cemitérios. Ainda, observa-se que, durante o mês de outubro, há intensa atividade laboral nos "campos santos", uma vez que as pessoas costuman fazer reformas em jazigos, pintar ou lavar túmulos. Há, em cada lugar, desde os montinhos de terra com uma velha cruz indicando que ali há um corpo enterrado, bem como verdadeiros mausoléus revestidos com mármores ou granitos.
Algo também que deve ser considerado, aqui no Brasil, é o fato de que os cemitérios, públicos ou privados, precisam adequar-se à Legislação Ambiental, devendo passar por rigoroso processo de licenciamento para funcionar. Isso para evitar que os corpos em decomposição venham a contaminar os lençóis de água subterrâneos e os rios e lagos. Um processo de licenciamento envolve profissionais gabaritados, inclusive é de suma importância a participação de um geólogo no procedimento de avaliação do solo em que se localiza. Participei do licenciamento de um, junto com o amigo geólogo Jorge Augusto da Silva. Todo o processo somou mais de 50 folhas de papel com memoriais descritivos e plantas.
O aspecto histórico dos cemitérios tem muito valor cultural, também. Aqui na região, o de Campos Novos tem centenários jazigos, com toda a sorte de arquitetura. Em Capinzal, há o cemitério redondo, pouco utilizado mas de muito valor histórico, segundo o saudoso historiador Dr. Vítor Almeida. No interior de Água Doce, ali próximo à Fazenda Nossa Senhora de Belém, há um cemitério com belos jazigos construídos com muita arte.
O Cemitério da Recoleta, construído pelo Padres Recoletos, em Buenos Aires, é um dos mais importantes e imponentes do mundo, seguramente o mais visitado da América do Sul, como atrativo turístico da bela Capital Portenha. Visitei-o no início do ano, pois queria conhecer o lugar onde repousa o corpo de Eva Maria Duarte de Perón, a Santa Evita dos argentinos. Sou simplesmente fissurado em Evita. Já li tudo o que me apareceu à frente sobre a vida da Primeira Dama da Argentina, que faleceu no ano em que eu nasci, aos 33 anos. Uma arquitetura fantástica, baseada na melhor arte parisiense e londrina. Lá também visitei o túmulo do Ex-presidente Raúl Alfonsín, que o amigo Juca Santos dizia-nos que seria o salvador, pela democracia, do povo argentino. (E também dizia que viriam as eleições diretas e que Ulisses Guimarães iria ser o maior presidente da história de nosso país.)
Na semana, fui levar velas e flores para meu pai, Guerino Riquetti, minha mãe, Dorvalina Adélia Baretta Riquetti, e meu irmão Ironi Vítor Riquetti, cujos corpos descansam lá no cemitério municipl em Ouro. Todas as vezes que vou para aquela cidade costumo visitá-los. Estar próximo de seus corpos aviva minha memória, faz-me lembrar de muitas e saudosas passagens que vivi com eles. E, hoje, só no ato de escrever este último parágrafo, não consigo conter minhas lágrimas. Isso acontece sempre que escrevo algo sobre eles. A gente só chora por quem ama, amou, ou foi amado!
Euclides Riquetti
02-11-2013
sábado, 2 de novembro de 2013
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Meus pecados saíram para passear
Meus pecados saíram para passear
Foram buscar outros deles na tardinha
Quase que se esqueceram de voltar
Acho que deram uma "escapadinha".
Foram encontrar os pecados seus
Que com os meus têm afinidades
Todos aqueles que você cometeu
E de que lembramos com tantas saudades.
Meus pecados saíram para passear
Foram cupidar no seu coraçãozinho
Demoraram muito para retornar...
Voltaram, sim, é verdade, pois!
Foram e voltaram juntos, juntinhos
Voltaram namorando como nós dois!
Euclides Riquetti
01-11-2013
Foram buscar outros deles na tardinha
Quase que se esqueceram de voltar
Acho que deram uma "escapadinha".
Foram encontrar os pecados seus
Que com os meus têm afinidades
Todos aqueles que você cometeu
E de que lembramos com tantas saudades.
Meus pecados saíram para passear
Foram cupidar no seu coraçãozinho
Demoraram muito para retornar...
Voltaram, sim, é verdade, pois!
Foram e voltaram juntos, juntinhos
Voltaram namorando como nós dois!
Euclides Riquetti
01-11-2013
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
O Julgamento de Paris
Ao contrário do que muitos pensam, as uvas que produzem o vinho colonial no Sul do Brasil não vieram da´Europa, mas sim da América do Norte, algumas há bem mais de 100 anos. Dentre elas, as mais utilizadas são a Niágara, para a produção de vinho branco, e as variedades Bordô e Isabel para os tintos. Foram trazidas para a Colônia Gaúcha e, de lá, aqui para o Vale do Rio do Peixe, com a chegada dos descendentes de imigrantes italianos radicados na Serra Gaúcha. Isso começou a acontecer logo depois da inauguração da Estrada de Ferro São Paulo/Rio Grande, que corta nosso Vale do Rio do Peixe, e que aconteceu em 1910.
A introdução de uvas viníferas europeias é bem mais recente. O tempo e os costumes acomodaram (definiram) a classificação, e hoje são consideradas "americanas" ou "coloniais", as variedades acima mencionadas. As viníferas têm como característica principal serem cultivadas em terras de altitude. As melhores têm origem na França, mas temos também as vindas da Itália, do Tirol, de Portugal e da Espanha, e de outros lugares. As principais cultivadas no Sul são: Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Syrah, Tannat Cabernet Franc, entre as escuras; e Chardonnay e Sauvignon Blanc entre as claras. A Sauvignon Blanc, segundo Maurício Grando, da Villaggio Grando, de Água Doce, aqui perto, é considerada a "mãe das uvas do mundo". Concordo com ele.
Os franceses, especialmente, sempre trataram com desdém, inferioridade e desconfiança as uvas e os vinhos produzidos nas Américas (Estados Unidos, Brasil, Argentina, Chile, Uruguai...). O conceito, porém passou a mudar a partir de 1976, com um fato que ocorreu em Paris, na França. E, de lá para cá, os vinhos produzidos nas Américas passaram a ser respeitados e a tornarem-se, até, campeões em concursos que lá realizam, com os melhores vinhos, das melhores safras do mundo.
Um filme de muito boa produção, um drama, na verdade, de produção nortemericana em 2008, mostra uma história ( e por isso mesmo verdadeira), protagonizada por famílias da Califórnia, EUA, em que uma dúzia delas, no Napa Valley, produzem vinhos com parreiras trazidas da França. Com a Direção de Randall Miller e tendo como protagonistas Bill Pullman (no papel de Jim Barrett, o produtor de vinhos), Cris Pine (Bo Barrett, filho de Jim) e Rachel Taylor (Sam, por quem Bo nutre grandes sentimentos), enfoca a fazenda que produz vinho no seu Chateau Montelena. Um sommellier francês vem aos Estados Unidos e prova dos vinhos produzidos naquele vale. Acha que têm condições de competir com igualdade aos vinhos franceses, num concurso a ser realizado em Paris, em 1976. Leva 26 garrafas, sendo duas do Montelena, entregues escondidas por Bo, contra a vontade do pai.As garrafas seguem sem que o produtor saiba, encaminhadas pelo filho.
Classificado à final do Concurso, Bo segue a Paris para ver o julgamento. Os sommelliers escolhem, sem saber que é produzido na Califórnia, EUA, o Montelena como o melhor vinho. E, então...
(Final de filme não se conta!).
A história apresentada no filme "O julgamento de Paris" muda a história dos vinhos nas Américas e hoje o vinho, para nós sul brasileiros, tem forte importância econômica. Houve grande evolução no sistema de armazenagem, sendo que a maior parte, hoje, é acondicionada para repousar em grandes tonéis inoxidáveis, em que cabem milhares de litros. A sua temperatura é controlada por sistemas de computação e, vinho que se preza, antes de ir para a garrafa passa uma temporada em barris de carvalho americano ou francês.
Para nosso orgulho, a região do Meio-oeste Catarinense e Alto Vale do Rio do Peixe, tem contríbuído com vinhos e espumantes de excelente qualidade. Pessoalmente, destaco as cantinas de Pinheiro Preto e Tangará ( Treze Tílias também tem evoluído), e Água Doce, onde se situa a Villaggio Grando, que vale a pena conhecer.
Mas, voltando ao filme, vale a pena assistir, pois além de um enredo interessante e paisagem espetacular (imagine os extensos parreirais...) ainda a presença de Cris Pine e Rachel Taylor fazendo a parte romântica.
E, como diz a poetisa Denize Maria Cecatto Bee, que produz vinho com sua família ali em Pinheiro Preto, e que sabe muito bem poem(ar), " A magia do vinho não está só na qualidade da bebida, mas também na companhia de quem a desfruta". Tem razão a minha colega, pois o vinho é a bebida dos deuses, a bebida do amor!
Euclides Riquetti
01-11-2013
A introdução de uvas viníferas europeias é bem mais recente. O tempo e os costumes acomodaram (definiram) a classificação, e hoje são consideradas "americanas" ou "coloniais", as variedades acima mencionadas. As viníferas têm como característica principal serem cultivadas em terras de altitude. As melhores têm origem na França, mas temos também as vindas da Itália, do Tirol, de Portugal e da Espanha, e de outros lugares. As principais cultivadas no Sul são: Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Syrah, Tannat Cabernet Franc, entre as escuras; e Chardonnay e Sauvignon Blanc entre as claras. A Sauvignon Blanc, segundo Maurício Grando, da Villaggio Grando, de Água Doce, aqui perto, é considerada a "mãe das uvas do mundo". Concordo com ele.
Os franceses, especialmente, sempre trataram com desdém, inferioridade e desconfiança as uvas e os vinhos produzidos nas Américas (Estados Unidos, Brasil, Argentina, Chile, Uruguai...). O conceito, porém passou a mudar a partir de 1976, com um fato que ocorreu em Paris, na França. E, de lá para cá, os vinhos produzidos nas Américas passaram a ser respeitados e a tornarem-se, até, campeões em concursos que lá realizam, com os melhores vinhos, das melhores safras do mundo.
Um filme de muito boa produção, um drama, na verdade, de produção nortemericana em 2008, mostra uma história ( e por isso mesmo verdadeira), protagonizada por famílias da Califórnia, EUA, em que uma dúzia delas, no Napa Valley, produzem vinhos com parreiras trazidas da França. Com a Direção de Randall Miller e tendo como protagonistas Bill Pullman (no papel de Jim Barrett, o produtor de vinhos), Cris Pine (Bo Barrett, filho de Jim) e Rachel Taylor (Sam, por quem Bo nutre grandes sentimentos), enfoca a fazenda que produz vinho no seu Chateau Montelena. Um sommellier francês vem aos Estados Unidos e prova dos vinhos produzidos naquele vale. Acha que têm condições de competir com igualdade aos vinhos franceses, num concurso a ser realizado em Paris, em 1976. Leva 26 garrafas, sendo duas do Montelena, entregues escondidas por Bo, contra a vontade do pai.As garrafas seguem sem que o produtor saiba, encaminhadas pelo filho.
Classificado à final do Concurso, Bo segue a Paris para ver o julgamento. Os sommelliers escolhem, sem saber que é produzido na Califórnia, EUA, o Montelena como o melhor vinho. E, então...
(Final de filme não se conta!).
A história apresentada no filme "O julgamento de Paris" muda a história dos vinhos nas Américas e hoje o vinho, para nós sul brasileiros, tem forte importância econômica. Houve grande evolução no sistema de armazenagem, sendo que a maior parte, hoje, é acondicionada para repousar em grandes tonéis inoxidáveis, em que cabem milhares de litros. A sua temperatura é controlada por sistemas de computação e, vinho que se preza, antes de ir para a garrafa passa uma temporada em barris de carvalho americano ou francês.
Para nosso orgulho, a região do Meio-oeste Catarinense e Alto Vale do Rio do Peixe, tem contríbuído com vinhos e espumantes de excelente qualidade. Pessoalmente, destaco as cantinas de Pinheiro Preto e Tangará ( Treze Tílias também tem evoluído), e Água Doce, onde se situa a Villaggio Grando, que vale a pena conhecer.
Mas, voltando ao filme, vale a pena assistir, pois além de um enredo interessante e paisagem espetacular (imagine os extensos parreirais...) ainda a presença de Cris Pine e Rachel Taylor fazendo a parte romântica.
E, como diz a poetisa Denize Maria Cecatto Bee, que produz vinho com sua família ali em Pinheiro Preto, e que sabe muito bem poem(ar), " A magia do vinho não está só na qualidade da bebida, mas também na companhia de quem a desfruta". Tem razão a minha colega, pois o vinho é a bebida dos deuses, a bebida do amor!
Euclides Riquetti
01-11-2013
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Vinhos - a arte de produzir e de conhecer.
Quem não gosta de um bom vinho? A resposta vem, naturalmente, de cada um de nós, e é difícil encontrar alguém que não aprecie um bom produto, seja ele de uvas americanas ou de europeias. Aqui no Vale do Rio do Peixe, duas cidades se destacam na produção de vinhos e espumantes: Pinheiro Preto e Tangará. Produtos bons, em marcas que ganharam fama nacional e internacional, com uvas americanas ou europeias. Em Campos Novos, com a supervisão de técnicos da Epagri, são produzidos bons vinhos de viníferas de altitude, bem como em São Joaquim, que vem conquistando nome no mercado nacional e internacional.
Passei a interessar-me por vinhos, tentando entender os processos de fabricação, as varietais e a qualidade, lendo muito sobre o assunto, vendo reportagens televisivas e mesmo participando de degustações. Apenas degustar, por si só, não nos ensina muito. Porém, quando a degustação vem acompanhada da avaliação e opinião de enólogos, você passa a perceber a diferença que há em cada um. Tenho aprendido gradativamente sobre eles.
Quando criança, ajudei a fazer vinho lá no Leãozinho, no sítio de meu padrinho, João Frank, na casa de quem fui morar com apenas um ano, um mês e dezessete dias. (Nasceu minha irmã Iradi, que mora hoje em União da Vitória, e meus padrinhos João e Rachel, levaram-me gentilmente para morar com eles, onde permaneci até os oito anos de idade, quando voltei para a casa de meus pais, em Capinzal.) Lá, ajudei, desde tenra idade, a produzir vinho, com a função de pisar a uva nas tinas de carvalho, amassando os grãos de uvas americanas brasileiras, a Bordô, a Isabel e a Francesa. Esta, por ter a casca fina, é mais recomendada para o consumo in natura. As outras, para a produção do vinho colonial, como o chamamos por aqui.
A primeira vez que tive contato com gente que entendia de vinhos aconteceu na cidade de Catanduvas, na casa do colega Prefeito Saul Leovegildo de Souza, numa reunião de prefeitos, há 22 anos. Nosso colega Faustino Panceri, Prefeito de Tangará e produtor de bons vinhos, pegava garrafa por garrafa dos vinhos que o anfitrião nos oferecia e dava o veredicto: "Este Niágara (branco), que é de produção de minha vinícola, pode jogar fora. É "vinho morto!" Todos olhavam, não entendiam por que se haveria de dispensar um vinho de uma garrafa que ainda não fora sequer aberta. Então, ele a colocava diretamente junto a um facho de luz e nos mostrava. Não havia transparência no líquido. Depois, abria a garrafa, colocava numa taça. Abria outra, da mesma marca e variedade e comparava: "Vejam a diferença: o vinho morto está turvo. O outro está com sua cor natural, mas límpido, transparente". E constatávamos a grande verdade.
A partir de então, comecei a ler tudo o que me aparecia à frente em termos de literatura sobre vinhos, de todas as procedências e de todas as qualidades. Frequentei as Vinícolas Cordelier, Aurora e Miolo, na Serra Gaúcha, participei de degustações com enológos experientes, aprendi a entender o porquê de haver astronômicas diferenças de preços entre uma garrafa e outra, muitas vezes da mesma varietal e marca. Na Miolo, em Bento Gonçalves, um enólogo me disse que os vinhos da América do Sul produzidos em 2000 e 2002 eram os "medlha de ouro"; os produzidos em 2004, "medalha de prata"; e os de 2005, "medalha de bronze". Isso foi em 2007.
Então, passei a analisar melhor os vinhos produzidos em Capinzal e Ouro, com uvas americanas: Casca Dura, Isabel, Bordô e Niágara. O Casca Dura da marca Monte Sagrado, produzido pelos meus primos Alceu e Josenei Rech, lá na Linha Sagrado, é de ótima qualidade. Assim como sabem produzir bom vinho colonial o Jamir Dambrós, o Ariston Lanhi e os Molin. em Capinzal. O Niágara, do Hilário Rech, com a marca Nono Saule, também lá no Sagrado, vale a pena ser consumido. E o Cabernet Sauvignon Bertolla, do amigo Joair, com uvas europeias, de altitude, sempre é muito bom! Mas há outros produtores que fazem vinho para o consumo próprio de muito boa qualidade. Conta para isso colherem a uva no tempo certo, com grãos saudáveis. E nos períodos de pouca chuva a uva é mais doce e gera vinho de melhor sabor. O cuidado na confecção e, sobretudo, a sua armazenagem, são fatores fundamentais para sua boa qualidade.
Nos últimos anos, fui duas vezes à Vinícola Villaggio Grando, no Distrito de Herciliópolis, em Água Doce. Em ambas participei de degustações de seus vinhos de altitude. Ali ele tem parreirais com videiras que ele mesmo desenvolve, promove sua evolução genética. Maurício Grando era madeireiro e, segundo ele, quando ser madeireiro passou a significar "inimigo do meio ambiente", foi à Europa aprender sobre vinhos e parreirais. Aprendeu e trouxe suas ideias inovadoras para Água Doce. Fez parreirais e todos o chamavam de louco. Substituiu a serraria por uma cantina. Hoje, produz vinhos dos melhores do país, como o Canernet Sauvignon, o Sauvignon Blanc, o Chardonnay, o Tannat e outros. Também seu exclusivo "Innominabile".
A fazenda do Maurício Grando é algo difícil de descrever pela beleza paisagística e organização singulares. O capricho mora ali! . Seu projeto, que está implantando gradativamente, é fabuloso. Seus vinhos e espumantes são de altíssima qualidade e só são encontrados em algumas casas especializadas. Podemos afirmar, com toda a certeza, que o Sul do Brasil produz vinhos de qualidade igual às melhores marcas da França, Portugal e Itália.
Então, você que gosta de um bom vinho, procure ler muito na literatura especializada e converse com enólogos ou bons apreciadores. Não com aqueles que compram uma garrafa porque é cara, mas com aqueles que sabem identificar, realmente, o que é um bom vinho.
Euclides Riquetti
30-10-2013
Passei a interessar-me por vinhos, tentando entender os processos de fabricação, as varietais e a qualidade, lendo muito sobre o assunto, vendo reportagens televisivas e mesmo participando de degustações. Apenas degustar, por si só, não nos ensina muito. Porém, quando a degustação vem acompanhada da avaliação e opinião de enólogos, você passa a perceber a diferença que há em cada um. Tenho aprendido gradativamente sobre eles.
Quando criança, ajudei a fazer vinho lá no Leãozinho, no sítio de meu padrinho, João Frank, na casa de quem fui morar com apenas um ano, um mês e dezessete dias. (Nasceu minha irmã Iradi, que mora hoje em União da Vitória, e meus padrinhos João e Rachel, levaram-me gentilmente para morar com eles, onde permaneci até os oito anos de idade, quando voltei para a casa de meus pais, em Capinzal.) Lá, ajudei, desde tenra idade, a produzir vinho, com a função de pisar a uva nas tinas de carvalho, amassando os grãos de uvas americanas brasileiras, a Bordô, a Isabel e a Francesa. Esta, por ter a casca fina, é mais recomendada para o consumo in natura. As outras, para a produção do vinho colonial, como o chamamos por aqui.
A primeira vez que tive contato com gente que entendia de vinhos aconteceu na cidade de Catanduvas, na casa do colega Prefeito Saul Leovegildo de Souza, numa reunião de prefeitos, há 22 anos. Nosso colega Faustino Panceri, Prefeito de Tangará e produtor de bons vinhos, pegava garrafa por garrafa dos vinhos que o anfitrião nos oferecia e dava o veredicto: "Este Niágara (branco), que é de produção de minha vinícola, pode jogar fora. É "vinho morto!" Todos olhavam, não entendiam por que se haveria de dispensar um vinho de uma garrafa que ainda não fora sequer aberta. Então, ele a colocava diretamente junto a um facho de luz e nos mostrava. Não havia transparência no líquido. Depois, abria a garrafa, colocava numa taça. Abria outra, da mesma marca e variedade e comparava: "Vejam a diferença: o vinho morto está turvo. O outro está com sua cor natural, mas límpido, transparente". E constatávamos a grande verdade.
A partir de então, comecei a ler tudo o que me aparecia à frente em termos de literatura sobre vinhos, de todas as procedências e de todas as qualidades. Frequentei as Vinícolas Cordelier, Aurora e Miolo, na Serra Gaúcha, participei de degustações com enológos experientes, aprendi a entender o porquê de haver astronômicas diferenças de preços entre uma garrafa e outra, muitas vezes da mesma varietal e marca. Na Miolo, em Bento Gonçalves, um enólogo me disse que os vinhos da América do Sul produzidos em 2000 e 2002 eram os "medlha de ouro"; os produzidos em 2004, "medalha de prata"; e os de 2005, "medalha de bronze". Isso foi em 2007.
Então, passei a analisar melhor os vinhos produzidos em Capinzal e Ouro, com uvas americanas: Casca Dura, Isabel, Bordô e Niágara. O Casca Dura da marca Monte Sagrado, produzido pelos meus primos Alceu e Josenei Rech, lá na Linha Sagrado, é de ótima qualidade. Assim como sabem produzir bom vinho colonial o Jamir Dambrós, o Ariston Lanhi e os Molin. em Capinzal. O Niágara, do Hilário Rech, com a marca Nono Saule, também lá no Sagrado, vale a pena ser consumido. E o Cabernet Sauvignon Bertolla, do amigo Joair, com uvas europeias, de altitude, sempre é muito bom! Mas há outros produtores que fazem vinho para o consumo próprio de muito boa qualidade. Conta para isso colherem a uva no tempo certo, com grãos saudáveis. E nos períodos de pouca chuva a uva é mais doce e gera vinho de melhor sabor. O cuidado na confecção e, sobretudo, a sua armazenagem, são fatores fundamentais para sua boa qualidade.
Nos últimos anos, fui duas vezes à Vinícola Villaggio Grando, no Distrito de Herciliópolis, em Água Doce. Em ambas participei de degustações de seus vinhos de altitude. Ali ele tem parreirais com videiras que ele mesmo desenvolve, promove sua evolução genética. Maurício Grando era madeireiro e, segundo ele, quando ser madeireiro passou a significar "inimigo do meio ambiente", foi à Europa aprender sobre vinhos e parreirais. Aprendeu e trouxe suas ideias inovadoras para Água Doce. Fez parreirais e todos o chamavam de louco. Substituiu a serraria por uma cantina. Hoje, produz vinhos dos melhores do país, como o Canernet Sauvignon, o Sauvignon Blanc, o Chardonnay, o Tannat e outros. Também seu exclusivo "Innominabile".
A fazenda do Maurício Grando é algo difícil de descrever pela beleza paisagística e organização singulares. O capricho mora ali! . Seu projeto, que está implantando gradativamente, é fabuloso. Seus vinhos e espumantes são de altíssima qualidade e só são encontrados em algumas casas especializadas. Podemos afirmar, com toda a certeza, que o Sul do Brasil produz vinhos de qualidade igual às melhores marcas da França, Portugal e Itália.
Então, você que gosta de um bom vinho, procure ler muito na literatura especializada e converse com enólogos ou bons apreciadores. Não com aqueles que compram uma garrafa porque é cara, mas com aqueles que sabem identificar, realmente, o que é um bom vinho.
Euclides Riquetti
30-10-2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Tirando o chapéu para os paraatletas dos Parajasc!
A primeira vez que vi paraatletas atuando foi num evento no Ginásio de Esportes Dileto Bertaiolli, em Capinzal, há mais de duas décadas. Foram dois jogos de apresentação, um de basquetebol para cadeirantes e outro de futsal para deficientes visuais. Estes, jogavam na quadra com uma bola sonorizada com guizos. Os do basquete se movimentavam com agilidade em suas cadeiras e davam um verdadeiro show, fazendo muitas cestas.
Com o passar dos anos, ouvia com alguma atenção as notícias de que paratletas estavam competindo nos Jogos das Apaes, em nível estadual. Depois, vieram as paraolimpíadas, que passaram a dar destaque a esse tipo de competição. E, há pouco mais de dois anos, passei a acompanhar os treinamentos dos paraatletas do atletismo, aqui na pista do Clube Comercial, em Joaçaba. Nesse tempo, comecei a observar melhor e mais de perto o trabalho que é desenvolvido para a preparação deles, que exige muita dedicação dos treinadores e dos praticantes. Ainda, passei a ter amizade virtual com a paraatleta de Lagos, Nigéria, Happinssadi Nnadi, uma "wheelchair racer" de 26 anos, que tem como sonho competir nas Paraolimpíadas de 2016, aqui no Brasil. Tenho contato frequente, inbox, no facebook, com a Nnadi, também amiga, nas mesmas condições, com a Aline Rocha.
Agora, na semana que passou, Joaçaba, em conjunto com Luzerna e Herval d ´Oeste, sediaram os Parajasc 2013, em eventos que aconteceram nas três cidades e que oferecem as categorias para Deficiente Físico (DF), Deficiente Visual (DV), Deficiente Intelectual (DI), e Deficiente Auditivo (DA), masculino e feminino. Mais de 60 municípios participando e quase 2.000 paratletas envolvidos.
Como resultado geral e final, tivemos: 1º lugar: Itajaí; 2º lugar: Joinville; 3º lugar: Chapecó. São as cidades que têm investido mais recursos financeiros e humanos na preparação dos atletas. As Apaes e as Associações que congregam atletas com deficiências, a exemplo de nossa ARAD, sediada em Joaçaba, têm, juntamente com os municípios que os apoiam, grande mérito no sucesso dos atletas.
Joaçaba, com pouco mais de 27.000 habitantes, é a cidade que mais vezes sediou Jogos Abertos em Santa Catarina. E, agora, mostrou, mais uma vez, que tem grandes condições, pelo domínio do conhecimento, em organizar, com eficiência, eventos esportivos que envolvem grande número de cidades e atletas. A Diretora da FME, Mirian Dolzan, e o Coordenador Geral do evento, Jorge Pohl, podem orgulhar-se por terem liderado, juntamente com os representantes de Herval e Luzerna, um evento que exige muita dedicação para que possa acontecer.
Os Atletas da ARAD, tanto os homens quanto as mulheres envolvidos com o atletismo, foram muito bem, pois nos deram 25 medalhas, sendo 15 de ouro, 7 de prata e 3 de bronze. As meninas do nosso atletismo nos deram o Troféu de 1º Lugar Geral no DF Feminino.
Sabemos e temos a noção da importância de termos bons e dedicados profissionais para atuar com esportes adaptados. E, se o nosso atletismo tem-se destacado, chegando ao primeiro lugar no DF Feminino, é porque temos a dedicação do professor Fernando Orso na preparação dos atletas. Vejo o amigo (e poeta), DF Valdir Jung ajudando-o no trabalho da Pista do Comercial. E, ainda, a alegria de todos eles, lá, muitas vezes com frio intenso, esforçando-se nos treinamentos.
Vale destacar, também, o apoio e o carinho que todos os paraatletas têm por parte de seus familiares, que estão, na medida do possível, aplaudindo seus filhos, irmãos, primos, sobrinhos.
Que essa "chama de amor" não se perca. Que eles, todos, atletas, técnicos e familiares, possam continuar a nos mostrar que é possível, pelo esporte, realizar a grande tarefa de incluir. Todos os participantes, de todas as cidades, são grandes vencedores. Parabéns!!!
Euclides Riquetti
29-10-2013
Com o passar dos anos, ouvia com alguma atenção as notícias de que paratletas estavam competindo nos Jogos das Apaes, em nível estadual. Depois, vieram as paraolimpíadas, que passaram a dar destaque a esse tipo de competição. E, há pouco mais de dois anos, passei a acompanhar os treinamentos dos paraatletas do atletismo, aqui na pista do Clube Comercial, em Joaçaba. Nesse tempo, comecei a observar melhor e mais de perto o trabalho que é desenvolvido para a preparação deles, que exige muita dedicação dos treinadores e dos praticantes. Ainda, passei a ter amizade virtual com a paraatleta de Lagos, Nigéria, Happinssadi Nnadi, uma "wheelchair racer" de 26 anos, que tem como sonho competir nas Paraolimpíadas de 2016, aqui no Brasil. Tenho contato frequente, inbox, no facebook, com a Nnadi, também amiga, nas mesmas condições, com a Aline Rocha.
Agora, na semana que passou, Joaçaba, em conjunto com Luzerna e Herval d ´Oeste, sediaram os Parajasc 2013, em eventos que aconteceram nas três cidades e que oferecem as categorias para Deficiente Físico (DF), Deficiente Visual (DV), Deficiente Intelectual (DI), e Deficiente Auditivo (DA), masculino e feminino. Mais de 60 municípios participando e quase 2.000 paratletas envolvidos.
Como resultado geral e final, tivemos: 1º lugar: Itajaí; 2º lugar: Joinville; 3º lugar: Chapecó. São as cidades que têm investido mais recursos financeiros e humanos na preparação dos atletas. As Apaes e as Associações que congregam atletas com deficiências, a exemplo de nossa ARAD, sediada em Joaçaba, têm, juntamente com os municípios que os apoiam, grande mérito no sucesso dos atletas.
Joaçaba, com pouco mais de 27.000 habitantes, é a cidade que mais vezes sediou Jogos Abertos em Santa Catarina. E, agora, mostrou, mais uma vez, que tem grandes condições, pelo domínio do conhecimento, em organizar, com eficiência, eventos esportivos que envolvem grande número de cidades e atletas. A Diretora da FME, Mirian Dolzan, e o Coordenador Geral do evento, Jorge Pohl, podem orgulhar-se por terem liderado, juntamente com os representantes de Herval e Luzerna, um evento que exige muita dedicação para que possa acontecer.
Os Atletas da ARAD, tanto os homens quanto as mulheres envolvidos com o atletismo, foram muito bem, pois nos deram 25 medalhas, sendo 15 de ouro, 7 de prata e 3 de bronze. As meninas do nosso atletismo nos deram o Troféu de 1º Lugar Geral no DF Feminino.
Sabemos e temos a noção da importância de termos bons e dedicados profissionais para atuar com esportes adaptados. E, se o nosso atletismo tem-se destacado, chegando ao primeiro lugar no DF Feminino, é porque temos a dedicação do professor Fernando Orso na preparação dos atletas. Vejo o amigo (e poeta), DF Valdir Jung ajudando-o no trabalho da Pista do Comercial. E, ainda, a alegria de todos eles, lá, muitas vezes com frio intenso, esforçando-se nos treinamentos.
Vale destacar, também, o apoio e o carinho que todos os paraatletas têm por parte de seus familiares, que estão, na medida do possível, aplaudindo seus filhos, irmãos, primos, sobrinhos.
Que essa "chama de amor" não se perca. Que eles, todos, atletas, técnicos e familiares, possam continuar a nos mostrar que é possível, pelo esporte, realizar a grande tarefa de incluir. Todos os participantes, de todas as cidades, são grandes vencedores. Parabéns!!!
Euclides Riquetti
29-10-2013
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Uma canção para você
Pensei em compor uma canção só pra você
Uma canção que tivesse versos bem rimados
Que chegassem até você vagando compassados
Uma canção de amor para meu bem-querer.
Tentei com o seu nome, tentei com seu olhar
Compor uma canção que a contagiasse
Mas não encontrei nada que a você levasse
Os versos que eu queria com você compartilhar.
Compus uma canção que você não escutou
Porque rasguei a letra e esqueci a melodia
Agora me arrependo fui um bobo aquele dia
Nada tenho a lhe mostrar, pois nada mais me restou.
/ Não tenho uma canção ou algo pra lhe dar
Mas tenho um coração dispoto a lhe amar
Não tenho mais poemas, perdi a inspiração
Como vou fazer, então, para ter seu coração? /
Euclides Riquetti
28-10-2013
Uma canção que tivesse versos bem rimados
Que chegassem até você vagando compassados
Uma canção de amor para meu bem-querer.
Tentei com o seu nome, tentei com seu olhar
Compor uma canção que a contagiasse
Mas não encontrei nada que a você levasse
Os versos que eu queria com você compartilhar.
Compus uma canção que você não escutou
Porque rasguei a letra e esqueci a melodia
Agora me arrependo fui um bobo aquele dia
Nada tenho a lhe mostrar, pois nada mais me restou.
/ Não tenho uma canção ou algo pra lhe dar
Mas tenho um coração dispoto a lhe amar
Não tenho mais poemas, perdi a inspiração
Como vou fazer, então, para ter seu coração? /
Euclides Riquetti
28-10-2013
domingo, 27 de outubro de 2013
Na noite silenciosa
Na noite silenciosa, o céu se fecha em escuridão
O claro do dia rende-se às trevas inclementes
Que afligem meus medos antigos e os recentes
E enquanto os anjos me protegem firmemente
Eu rezo a Deus pela Divina proteção.
E, no silêncio que campeia
Vem o seu pensamento
Vem encontrar os meus devaneios
E os meus tormentos
Vem punir meu nefasto atrevimento
Vem punir-me em meu silêncio
Que também é o seu...
E enquanto ouço a orquestra dos ventos sinfonizando a natureza
Deixo-lhe uma oração de paz a vagar pelos ares
Quero que a encontre entre o céus, entre os mares
Arrefeço meus pensamentos, dando-lhes leveza
Pois só os pensamentos leves e libertos é que perdoam
Extinguem as palavras e atitudes que magoam...
E, enquanto escrevo, ouvido o murmúrio do mar
Ali, do outro lado da rua
Algo me impele a pensar:
Há uma forte presença sua
Em meu sonhar...
Euclides Riquetti
Praia de Canasvieiras - na noite de sexta-feira, 25/102013
O claro do dia rende-se às trevas inclementes
Que afligem meus medos antigos e os recentes
E enquanto os anjos me protegem firmemente
Eu rezo a Deus pela Divina proteção.
E, no silêncio que campeia
Vem o seu pensamento
Vem encontrar os meus devaneios
E os meus tormentos
Vem punir meu nefasto atrevimento
Vem punir-me em meu silêncio
Que também é o seu...
E enquanto ouço a orquestra dos ventos sinfonizando a natureza
Deixo-lhe uma oração de paz a vagar pelos ares
Quero que a encontre entre o céus, entre os mares
Arrefeço meus pensamentos, dando-lhes leveza
Pois só os pensamentos leves e libertos é que perdoam
Extinguem as palavras e atitudes que magoam...
E, enquanto escrevo, ouvido o murmúrio do mar
Ali, do outro lado da rua
Algo me impele a pensar:
Há uma forte presença sua
Em meu sonhar...
Euclides Riquetti
Praia de Canasvieiras - na noite de sexta-feira, 25/102013
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