sábado, 4 de setembro de 2021

Sonhos são sempre sonhos



Sonhos são sempre sonhos

Sonhos apenas...

Não se explicam

Nem se justificam

Apenas são sonhos.


Sonhos que embalam

Sonhos que encantam

Que me embalam... e me encantam!


Adoro sonhar, pois:

Sonhar é prenúncio de estar

Sonhar é precedente de amar

Sonhar é um verbo eterno

Excelentemente regular

Tão regular quanto AMAR!

Adoro sonhar...


Euclides Riquetti

Cai a chuva da tarde

 



Cai a chuva da tarde, vem muito lentamente
Vem molhando as plantas e os gramados
Enquanto minha mente se aloja ao seu lado
Uma chuva que molha meus sonhos sutilmente.

Cai a chuva da tarde e alegra os passarinhos
Que se abrigam sob as folhas da caquizeiras
Que repousam ternamente em seus ninhos
Aproveitando o frescor das gotas prazenteiras.

Cai a chuva que refresca minha alma agora
Enquanto eu me inspiro para mais um poema
E eu rabisco os versos que de mim afloram.

E, se ela cai, logo me voltarão as florinhas
Nas cravilhas, nas macelas, e nos alfazemas
Para alegrarem todas as tardes minhas...

Euclides Riquetti

Alemão - (Waldemar Pilger) caminhos distanciados

 



          Há coisas que acontecem em nossa vida que nos surpreendem por demais. E, no afã de reencontrar antigos amigos,  tenho vasculhado seus nomes através do Doctor Google, meu grande companheiro nessa tarefa. Na quinta-feira, à noite, por alguma razão o nome de meu colega de Ginásio Padre Anchieta, Waldemar Pilger, me veio à  memória. Estudamos em 65 e 66, rspectivamente, na primeira e na segunda série do antigo ginasial. O "Alemão"  era de Lajeado Mariano, município de Piratuba, e trabalhava no Bar do Canhoto, em Capinzal.

          O meu amigo tinha uma irmã que era amiga  de minha irmã Iradi e de minhas primas. Ela morava com os Caldart, ali no Ouro. Lembro muito bem de ambos. Pela sua descendência germânica, eram pssoas de pele, olhos e cabelos claros. O rapaz tinha um bom porte físico, era dois anos mais velho do que eu.

          Mas o tempo separa, involuntariamente, as pessoas, e o Waldemar sumiu de nossa cidade. Em 1972, quando fui morara em Porto União da Vitória, , reencontrei-o. Parece-me que se virava trabalhando como pintor, mas com o tempo tornou-se professor.  Uma tia sua possuía um restaurante, o "Meu Cantinho", onde comprei marmitas por um ano, em 1975. Depois disso, nunca mais ouvi falar dele, ninguém me informava de seu paradeiro.

          Lembro que em nossa época de ginásio costumávamos jogar bola na quadra do Padre Anchieta durante o recreio e, no sábado,  fazíamos Educação Física. Nosso professor era o Frei Gilberto, de nome Giovani Tolu, padre vindo da Itália. O Alemão era de jogar bola com calças sociais, compridas e de uma cor cáqui muito clara. E camisa social branca. (Naquele tempo só uns raros universitários conseguiam ter uma calça Lee, importada. E agasalhos eram raridades...)

          No aniversário da Escola, em 1966 fizeram uma grande atividade recreativa, em dia letivo. . Lembro que fomos escalados para uma competição que consistia em nos amarrarem vendas nos olhos, tipo "gata-cega" e nos davam um pedaço de madeira roliça, como se um pedaço de cabo de vassoura. E tínhamos que ir, olhos vendados, até um cordão estendido ao longo da quadra, próximo do muro de pedras de contenção do acesso ao Hospital Nossa Senhora das Dores. Quando julgávamos estar no ponto certo,  tínhamos que bater, até derrubar uma lata e ajuntar. Nela havia um número e quem tivesse um que coincidisse com outro que havia na mesa da organização,  ganhava um prêmio.

          O Alemão foi lá e derrubou umas 5 latas e isso enfureceu o Frei, que era muito nervosinho,  e armou uma grande briga com ele. Pior que sua mãe tinha vindo vê-lo e encontrou-o na briga com o doublê de padre e diretor. Isso o deixou muito  envergonhado, ficando com a face bem vermelha, o que acontecia com todos nós quando em situações embaraçosas. Lembro que peguei a lata número 7 e ganhei um pequeno prêmio.

          Outros grupos tinham que calcular quantos grãos de feijão havia num vasilhame. Podiam pesar até 50 gramas e fazer um cálculo matemático que permitisse obter o resultado aproximado de grãos num Kg. Inventavam brincadeiras simples mas divertidas e inteligentes. Meu amigo Altivir Souza foi chutar bolas num pneu de jipe... Cada aluno chutava uma série de 5 bolas. Havia muitas boas brincadeiras que os professores prepararam, até uma gincana.

             Falei qu fiquei uns 40 anos sem notícias do Alemâo. Na semana, vibrei quando vi alguns perfis no facebook. Havia o de um jovem, Waldemar Pilger, que mora em Foz do Iguaçu e trabalha na Iatipu Binacional. E outro de uma senhora com uma foto junto com o marido, Waldemar. Mandei-lhes proposta de amizade no facebook e o jovem aceitou. Tão logo perebi isso perguntei-lhe se era filho de um Waldemar que trabalhou em Capinzal e Porto União e ele confirmou-me isso. Fomos trocando frases curtas e eu lhe disse que gostaria de ter contato com o amigo da adolescência, o Waldemar Pilger. Pedi se podia frnecer-me o número dos telefones celular e fixo e ele vacilou um pouco... algo o impedia! Mais umas tecladas e a informação que me emocionou e entristeceu:  "O Alemão Pilger faleceu em 03 de janeiro deste ano. Infarto fulminante, era diabético, aos 62 anos".

          Foi-me chocante, isso. Em pouco minutos, saí da situação de alegria por ter descoberto o paradeiro do colega, que vinha morando em Salto do Lontra, no Paraná, onde fez carreira como professor e aposentou-se. na msma época em que eu, para a de tristeza ao descobrir que ele foi morar no céu...

          E, dizia-me seu filho, partiu sem conhecer o quinto neto, que estava por chegar. Preferia não ter sabido dele, mas que tivesse permanecido entre seus familiares que o adoravam. Então comecei a lembrar de outros clegas de nossa turma que foram-se perdendo: O  Ézio (Bijujinha) Andrioni, o José Luiz Pelegrini, o Adelmir Costenaro (Gauchinho), que se foi numa tragédia em Treze Tílias, e o Vitalino Buselato. A vida é assim: uns vão, outros ficam. Mas, mesmo que passem, a figura e o jeito deles ficam eternizados em nossa mente. E, como desses outros que foram antes, ficou-me a do Alemão do Bar do Canhoto, o rapaz claro, que gostava de usar roupa clara, que foi nosso colega de escola.

          Nossos caminhos se distanciaram, tomos rumos deferentes, mas há algo de muito comum entre nós: Saímos da mesma regiâo, estudamos na mesma cidade (Capinzal), continuamos nossos estudos em Porto União da Vitória, casamo-nos por lá, torcemos pelo mesmo Vasco, tornamo-nos professores, aposentamo-nos com um ano de diferença, tínhamos pouca diferença em idade. E, certamente, tivemos muitos amigos em comum... Agora, apenas me resta rezar por ele! Deus o tenha, amigo Waldemar Alemão Pilger!

Euclides Riquetti
18-08-2013

Como as andorinhas

 

 


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Voam, silenciosas, na noite, as andorinhas
Como a que não querer que as vejamos
Abanam suas asas pequeninhas
Que as sustentam em seus voos calmos e planos.

Voam, silenciosas, sobre os telhados
Sobre os quartos onde dormem as crianças
Vagam  diante das janelas de vidros espelhados
Timidas em seus voares e em suas andanças.

Voam, silenciosas,  as andorinhas singelas
Voam com a delicadeza e a sua sutilidade
Sobre as casas verdes, brancas e amarelas.

E seu voo é como o dos anjos protetetores
Que cuidam dos lares, das praças, e da cidade
Vigiando tudo, nos céus dos esplendores.

Euclides Riquetti

Apenas uma chance...

 



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Apenas mais uma chance
É do que eu preciso
Apenas um breve lance
Pra rever seu sorriso...

Uma chance de ouro
Uma chance, simplesmente
De reencontrar um  tesouro
Que se ocultou de repente...

Apenas uma vez, só uma
Quem sabe um pedido de perdão.
Será que não terei nenhuma
De ouvir a sua canção?

Uma chance para nós
Um chance que nos devemos
Para não ficarmos sós
Uma chance que merecemos...

Apenas isso...
Bem assim!

Euclides Riquettti

O Tchule, o Urco, o Mário Ferro

 


Distintivo e um dos uniformes do Arabutã FC - Capinzal - SC - com estádio na Baixada Rubra, em Ouro - SC. Tchule e Urco foram atletas e Mário o responsável pela conservação do gramado do seu campo de futebol.


          No dia em que os brasileiros comemoram o Dia Nacional da Consciência Negra,  minha mente se voltou para alguns amigos com quem convivi e que, ao partirem, me deixaram com muitas saudades. São pessoas que marcaram época em Capínzal e Ouro  pela sua maneira de ser e posso até arriscar a classificá-los como figuras folclóricas: O José dos Anjos, conhecido como Tchule; Vivaldino dos Santos, o Urco; e Mário Borges da Rosa, o Ferro.

          De comum com eles, em alguma época de minha vida vesti a camisa do nosso glorioso  Arabutã FC. Os dois primeiros como jogadores e o último como um aficcionado pelo Rubro da Baixada.

          Conheci o Tchule ainda na infância, tinha um irmão, o Jânio, que chamávamos de "Chefo". O pai deles chegou a aposentar-se como funcionário da Prefeitura de Ouro. O Tchule era uma figuraça. Quando ria, seus dentes brancos eram bem realçados em sua tez morena. Muito simpático, inteligente, habilidoso com os pés, no futebol, e com as mãos e braços no repicar  das baquetas em sua bateria no tempo de "Os Fraudsom". Gostava muito de samba, era muito fera. Trabalhei com ele no Posto Texaco, ali no Ouro, da Família Dambrós. Éramos lavadores e lubrificadores de carros e caminhões. Trabalhávamos muito.

          Jogava no Arabutã, era zagueiro central habilidoso, mas sabia jogar nas outras posições. Quando voltei de União da Vitória e fui morar em Zortéa ele apareceu por lá, no tempo em que estive fora havia jogado no Grêmio Lírio. Na mesma época, a notícia de que foi acometido por uma hepatite que, mal curada, levou-o para o mundo dos mortos. Até hoje guardo seu sorriso bonito e sua maneira educada de resolver as coisas. Uma vez emprestei-lhe minha jaqueta branca e ele me emprestou um de cor gelo, ainda quando lavávamos carros. Era a maneira que tínhamos para ir aos bailinhos...

          Com o Urco, jogamos bola nos veteranos do Arabutã. Além de lateral esquerdo vigoroso, era um bom marcador. Às vezes atuava na zaga. Era também árbitro da Liga e trabalhava no Serviço de Inspeção  Federal na Perdigão, junto com o Bisteca, o Cheiroso e o  Kojak.  Levou azar o amigo, pois foi acometido de Leucemia. Fez transplante de medula óssea em Santa Maria, RS, mas com o tempo a mesma voltou e ceifou-lhe a vida, deixando os filhos, que foram meus alunos na Escola  Sílvio Santos.

          O Mário Ferro foi uma das figuras mais folclóricas que conheci. Só usava camisa de vermnelho encarnado, do Arabutã. Na falta de uma, podia ser do Internacional. Trabalhou na conservação do Estádio do Arabutã, era muito caprichoso. Mesmo depois de sair de lá, defendia o clube e o patriomônio como se dele fossem. Aos domingos, ia a pé pela rua de asfalto, meio cambaleando, e chegava ao campo, ficava torcendo de pé, junto ao alambrado. Mesmo não estando perfeitamente sóbrio, sabia tudo o que se passava no gramado. Reclamava do juiz, lamentava as derrotas e invadia o campo após as vitórias.

          Muitas vezes, no frio do inverno, de madrugada, batia lá em casa. Não queria nada, não entrava, só queria me comprimentar. E perguntava: "Ondé que tão as geminha? Tão durmindo? E a zoinho preto?" Eu ficava um bom tempo lá com ele e ele pegava seu chapéu de aba larga e ia embora. A vizinhança gostava dele, as crianças gostavam dele. De vez em quando filava uma prato de comida na Dona Ézide Miqueloto e depois de brincar com as crianças, a Caroline, a Michele, o Fabrício, o Maxuel, o Felipe, o Júnior, a Evelyn, a Aquidauana e o Thiago,  se mandava. na rua, ia abanando pra todo mundo, conhecia todos e todos o conheciam.  Gostava de ir ao sítio do Nízio Dal Pivo, no Pinheiro do Meio, onde era bem tratado e até ajudava a fazer cachaça no alambique. Viveu a maior parte de sua vida sozinho e, quando foi a Joinville ver uma filha, ficou por lá e morreu. Acho que perdeu seu habitat natural...

          Três pessoas boas, simples, que muito marcaram a vida de muita gente. Que angariaram a simpatia nossa e das pessoas que os conheceram. Então, no Dia Nacional da Consciência Negra, quero homenageá-los, bem como a todos nossos irmãos afrodescendentes. Estejam com Deus, Tchule, Urco e Ferro!

Euclides Riquetti

Enquanto tu afagas meu peito

 


Enquanto tu afagas meu peito


 Está silente a madrugada desta noite estrelada

Achego-me, e a ti e entrego meu ser e meu corpo

Pele com pele, volúpia voraz, mente incendiada

Enquanto tu afagas meu peito, acaricias meu rosto.


Dormem os anjos, repousa a natureza colossal 

Prostra-se a esperar pelo sol de um novo dia

Um dia pré-primaveril, uma vida simples e real

Nada de sonhos impossíveis, nada de utopia.


O trotar dos cavalos da noite vem e me acorda

Preciso me manter dentro das linhas da realidade

E minha consciência me chama, ou me aborda.


É tempo de sorrir, ensejar alegria, dar motivação

Dizer ao mundo que há vida nas ruas da cidade

Que o medo vai-se embora pelo rio da escuridão!


Euclides Riquetti

04-09-2021

















Beije-me, no silêncio, na noite...

 


 



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Beije-me, em silêncio, na noite...
Beije-me,  em silêncio, na noite,  me beije
Ou então minta e diga-me que não me quer
Permita-me entender o seu jeito de mulher
Mas, por favor, jamais me deixe...

Beije-me, em silêncio, na manhã de luz
Ou então finja dizendo que não sou nada
Com beijo de musa, mulher ou namorada
Com aquele beijo delicioso que me seduz...

Beije-me, em silêncio, na tarde ensolarada
Ou então me cante uma daquelas canções
Aquela que violenta as minhas emoções
Mas que me atrai para a doce amada...

Beije-me, em silêncio, apenas faça assim
E lhe darei em troca todo o meu coração
Mas, se não me quiser, ainda peço perdão
Porque quero apenas que acredite em mim!

Euclides Riquetti

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Ousadia

 





O toque gentil  de tuas mãos em meu rosto
O toque sutil de minhas mãos em teus ombros
O toque melódico de tuas palavras em meus ouvidos
O toque romântico de meu ser em teus sentidos...

O toque delicado de teus braços em meu corpo
O toque suave de minha pele em tua pele alva
O toque perfumado de teu peito em meu peito
O toque dadivoso de meu olhar em teu olhar.
O toque de teus beijos ardorosos em meus lábios
O toque de meus beijos em teus lábios rosados.

O toque sensível do tudo de mim em ti
O toque inimaginável do tudo de ti em mim
A perdição do momento desejado
A perdição no pecado
O amor consumado
Sem fim...

Tu estás em mim e eu estou em ti
Sem nenhum medo:
Apenas paixão, amor segredo!

Desejo de mim por ti, por ti, por ti
Desejo de ti por mim, por mim
Desejo imedível, ousado
Pecado, imersão, pecado!

Euclides Riquetti

Deus, abençoe os que amam verdadeiramente

 



Deus, abençoe os que amam verdadeiramente
Não importa com quem ou onde vivam
Aqueles se tratam com afagos e sutilmente
E entendem que o amor é importante para a vida!

Deus,  abençoe os que mandam flores sem espinhos
Os que se deixam flutuar em seus pensamentos
Os que rezam por quem amam com todo o carinho
Os que entendem que no universo há o firmamento!

Deus, abençoe quem sabe dar e receber o amor
Os que, quando erram,  sabem pedir o perdão
Os que buscam viver o mundo com paixão e cor.

Deus, abençoe quem eu amo e quem também me ama
Quem espera por mim e me dá o seu doce coração
Quem sempre me espera, quem muito me chama...

Euclides Riquetti

Voam pensamentos

 


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Vagam pensamentos na noite escura
Levam meus pecados até o seu coração
Vagam nas ondas da imaginação.
Sobrepõem-se às  turbulências, pedras e agruras
Vão buscar alento na imensidão.

Vagam meus pensamentos que se misturam aos seus
Levam-lhe os desejos que excitam minha  mente
Vagam sem amarras, abertamente
Levam aos seus lábios os beijos que são meus
Vão dizer a você o que minha alma sente.

Pensamentos entendem códigos indecifráveis
Têm a liberdade que o corpo não tem
E criam cenários inimagináveis.

Pensamentos, ah, pensamentos mundanos
Vaguem libertos até encontrarem meu bem
Alguém que possa entender meus sentimentos profanos.

Euclides Riquetti

Amadamente!

 


 



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Conquistar...  conquistar, certamente!
Desejar... desejar, perdidamente!
Valorizar...  valorizar, permanentemente!
Cuidar... cuidar, constantemente!
Amar...  amar, firmemente!

E, se perder, lutar!

Lutar...lutar, infinitamente!
Jamais fraquejar!
Jamais se afastar!

Apenas ouvir, sem deixar de sonhar!
E buscar...
Reconquistar...  reconquistar, sempre!

Para poder, de novo, amar:

AMADAMENTE!

Euclides Riquetti

Frases que me marcaram... Veja se você também lembra delas

 





Esta li uma vez:

"Tem gente que é tão pobre, mas tão pobre, que só tem dinheiro." (José Granado, leitor do site G1, comentando uma notícia de que uma casal armou um barraco muito grande num voo que saiu de São Paulo para Nova York às 3 horas de hoje, 28 de dezembro de 2016, causando tanta confusão, que o  avião teve que pousar no aeroporto de Brasília, de onde só partirá às 19 horas para NY).

 Então reeditei uma de minhas crônicas... porque vale a pena ler e refletir, sempre!


Frases que me marcaram... de pessoas que conheci ...

            Você, certamente, já ouviu alguma frase que o marcou. Ou pelo apelo inicial, ou pela sua repetição. Mas belas frases não precisam se constituir de pensamentos de filósofos ou pensadores. Podem vir de pessoas muito simples. Também de peças publicitárias. Ou de um comercial de rádio ou TV.
         
          Lembro-me, seguidamente, das propagandas que eu escutava na minha adolescência nas rádios "Catarinense" e Herval D ´Oeste, ambas de Joaçaba, ou na Rádio Clube, de Capinzal, mas que funcionava no Ouro.  Aquelas propagandas das Casas Pernambucanas, cantadas, por exemplo: "Não adianta bater/Que eu não deixo você entrar. As Casas pernambucanas/É que vão... aquecer o meu lar" E seguia-se: "Vou comprar flanelas, lãs e cobertores, eu vou comprar? E não vou sentir/O inverno passar". Certamente que você, leitor madurão, deve ter ouvido isso...

           Ivo Luiz Bazzo, duas vezes Prefeito em Ouro, SC, me introduziu à política. E me dizia: "Fazer o que se pode com o que se tem"! À época, isso parecia denotar certo acanhamento em ter arrojo. O tempo, depois, mostrou-me que esta é uma verdade insofismável. Se as pessoas, em sua família, em sua empresa, ou mesmo na Gestão Pública, assim agissem, talvez não tivéssemos, num primeiro momento, um desenvolvimento acelerado. Mas, com o tempo, observar-se-ia que "dar o passo conforme o tamanho das pernas", pode resultar num crescimento mais firme, seguro e sustentável. Não aconteceria o que acontece hoje, com tanta quebradeira de empresas, pessoas físicas e instituições públicas.

         O próprio prefeito Bazzo me contava de uma frase que o Sebastião Félix da Rosa, o "Véio Borges", pioneiro do Bairro Navegantes,  costumava dizer: "Não cai uma folha de uma laranjeira sem que seja vontade de Deus". Fiquei com as frases de ambos em minha cabeça. Assim como já havia ficado quando o professor Francisco Filipak, na FAFI, em União da Vitória, nos  falava de uma pequena paródia que fizera da famosa "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias: "Meu amigo passageiro/Quando a viagem lhe convenha/Pelo solo brasileiro/Vá e venha pela Penha"! E a usava para nos explicar as "redondilhas maiores" para nós, seus estudantes da disciplina de Teoria Literária.

           Como a beleza das frases não precisa ter época, podem ser atemporais, vou mencionar duas ainda, atualíssimas: a primeira, da Pedreira Joaçaba, que uma época constava numa faixa colocada defronte à casa do Zé Masson, ali no Ouro: "Nós movemos as pedras para construir seus sonhos"... Quando beleza numa frase para fazer propaganda de pedras britadas. Já parabenizei aos amigos a Pedreira Joaçaba por isso, pois acho a frase magnífica. Bem que eu gostaria de saber quem foi o seu criador. Atualmente, ainda é utilizada em suas propagandas no rádio. A segunda, vem de um locutor da Rádio Catarinense, aqui em Joaçaba, o locutor Marcos Valnei, que ao finalizar seu programa "Rádio Saudades", ao final da tarde, diz: "Escreva no seu presente a história de suas futuras saudades".

          Precisa dizer mais??

Euclides Riquetti
14/03/2015

A música do amanhecer

 



A música do amanhecer


A música  do amanhecer me traz a lembrança

Sua...

O vento que sopra na praia me enseja vê-la

Nua...

O romance que quero viver me traz na noite a

Lua...

E eu aguardo andar de mãos dadas com você na

Rua.



Mas você nada diz, nada fala, não me ouve

Mais...

Enquanto me deprimo porque não sei aonde

Vais...

Imagino seu corpo envolto em água, flores e

Sais...

E mergulho a pensar na delícia de seus atributos

Tais.


A música do amanhecer traz ao meu dia a

Cor...

O devaneio ao qual me entrego me traz na manhã

a dor...

Mas o sol que esquenta minha tarde revigora a

Flor...

E tudo o que eu quero de você é ter, sempre, o seu

Amor!


Euclides Riquetti


quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Caem lágrimas do céu

 


 




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Caem lágrimas do céu e dos olhos meus
Pois eu choro a dor de meu maior lamento
O choro de meu indisfarçável sofrimento
Choram os crédulos, os crentes e os ateus...

Choram os anjos, como choram os arcanjos
Das divas e sereias, das virgens os gemidos
E assim choram as águias os seus prantos
Lamentam as gaivotas pelo voo perdido...

Cobrem o céu as nuvens densas e escuras
Os raios de sol se acanharam e fugiram
Prometem mais águas vindo das alturas...

E eu me perco nas lembranças, eu reflito
Já não seco minhas lágrimas que sumiram
Olho pro céu enegrecido e apenas medito...

Euclides Riquetti

Nas areias macias

 


 




Brincam, as crianças, nas areias macias
Correm atrás de bolas multicoloridas
Jogam-se nas águas espumosas, frias
Mergulham gaivotas buscando  comida.

O vento fresco borda desenhos criativos
Os pés desnudos repisam nos castelos
Erigidos pelas mãos ágeis das meninas
Areia e água trazida no balde amarelo.

Descreve o poeta a cena do amanhecer
O camelô a oferecer as cangas e saias
A confeiteira acena com doces de prazer
Passam os namorados felizes pela praia.

O camelô vende óculos, bonés e viseiras
Vende sanduíches, churros ou cocadas
Tem batida deliciosa, caipira brasileira
Cuias pra chima habilmente torneadas.

Passam vendendo milhos e pamonhas
Pulseiras do mais bonito artesanato
Bolsas, mantas,  e roupas medonhas
Badulaques e muitos outros artefatos.

Assim é nossa praia bela e hospitaleira
Um pedaço de céu, areia e muito mar
Água que atrai, nossa bela Canasvieiras
Lugar de viver, tomar sol, rir e nadar!

Euclides Riquetti

Nossas verdes folhas e nosso céu anil!

 




 Nosso mundo verdejante é uma dádiva de Deus
Que enfeita nossos dias ensolarados
Que anima nossos sonhos esperados
Que encanta os olhos teus e os olhos meus!

Ipês elegantes, belos,  roxos, ou amarelos
Cingem a  paisagem em meio às matas aqui do Sul
Que se estendem sob este Divino manto azul
E se banha com os raios do generoso sol  singelo.

Em nossos rios, as águas correm e pedem socorro:
"Cuidem de nós, não deixem que nos maltratem!
Não nos poluam, apenas nos bebam e nos exaltem!
Desde a foz no mar, até a nascente no morro"!

Nas nossas matas, cuidemos das rolinhas e dos sabiás
Respeitemos os canários que cantam em nossos jardins
Que vêm respirar os perfumes dos cravos e dos jasmins.
Preservem nas matas os tatus, as lebres e os preás!

Recomendemos a todos que cuidem de nossas cidades
Usem com critério os recursos naturais que temos
Que os nossos  verbos sejam "respeitemos e preservemos"
E com nossa natureza jamais façamos  maldades!

Que todos os avôs, avós, tios,  mães e também os pais
Deem bons exemplos de conduta ambiental
Ensinando a respeitar a natureza colossal
Para que não nos arrependamos jamais!

Abençoa, Senhor, nossas verdes folhas e nosso céu anil
Abençoa e guarda nossa encantadora natureza
Que Deus criou com toda a sua maestria e beleza
Verdadeiro santuário do Sul de meu Brasil!

Euclides Riquetti

Inspiração ou desolação

 



Inspiração foi embora...
Deu lugar à desolação
Ao vazio toda a hora
Nem sequer uma ilusão...

Inspiração tomou voo
Fugiu, foi ao mar
Eu não a perdoo
Não devia me deixar...

Inspiração me deixou
Eu, sem caneta e papel
Solidão me pegou
Fiquei pintor sem pincel...

Mas quem sabe desperte
Em mim algo diferente
Algo que me liberte
Da angústia frequente...

Quem sabe você possa
Consertar os estragos
Pois a vida que é nossa
Só quer carinhos e afagos...

Quem sabe meu lamento
Tenha logo resultado
E que me volte com o vento
O seu corpo perfumado...

E que seus olhos brilhantes
Me devolvam a inspiração
Pra que eu possa, como antes
Escrever-lhe uma canção!

Euclides Riquetti

Abra seus olhos e sorria

 



Abra seus olhos e me sorria
Como se fosse pela primeira vez
Como se não fosse apenas mais um dia
Um dia de incertezas, um dia de um talvez...

Olhe nos meus olhos e me  dê o seu sorriso
Faça como você costuma fazer
Você sabe o quanto eu preciso
Amar, amar, e sentir prazer.

Sinta o que meus olhos têm a dizer
Na manha bonita ou na tarde ensolarada
Na noite misteriosa em que não consigo ver
Quando me acordo durante a madrugada.

Dê-me apenas o brilho do seu olhar
E me faça sorrir e ficar contente
Temos um longo caminho a trilhar
Mas vivamos felizes cada minuto presente!

Euclides Riquetti

Sobre os campos de alfazemas

 



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Navego, impetuosamente, o corpo desnudo
Plano sobre os vastos campos de alfazemas
Ando a procurar, num novo lugar do mundo
Uma  musa que me inspire os meus poemas.

Busco, além dos montes, uma larga planície
Algo que se estenda ao longo daquele mar
Espero te ver, te sentir, te querer, te abraçar
Nas areias da praia, e sua branca superfície.

Procuro, nas novas plagas, nas novas ruas
Os perfumes florais que andas a espalhar
As fragrâncias exaladas por tua alma nua.

E, se busco, na intermitência dos meus dias
O porto sol onde eu possa agora me ancorar
Quero aplacar todas as minhas mágoas frias.


Euclides Riquetti

Atire, em mim, a sua primeira pedra!

 




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Atire, em mim, sua primeira pedra
Alveje-me com toda a força de sua raiva
Com todo o ódio que sua alma encerra
Com a turbulência de sua mente sem alma...

Fale-me com a força de sua eloquência
Expulse-me de sua mente com furor
Jogue-me na lama com sua insolência
Atire em mim sua frustração e seu rancor...

Ataque-me nas ondas do mar revoltoso
Alimente minha sede com a água salgada
Queime-me com o sol quente e fogoso
Que agride minha pele sofrida e desgastada...

Faça de mim o alvo de suas agressões, mas
Cuide para que os papéis não se invertam
Pois só quem semeia o bem colhe a paz
Só com luz e amor os anjos se contentam!


Euclides Riquetti

No silêncio da madrugada

  



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No silêncio da madrugada

Acordo na madrugada, num repente
Apenas a música do silêncio e da magia...
Não há mais barulhos, foi-se a gente
Na fresca madrugada, calma e silente
Apenas uma leve nostalgia!

Na madrugada do lençol macio, da cama quente
Um frágil pulsar de corações
Nos corpos que se encostam levemente
Quando  amantes  se perdem sutilmente
E brotam mil amores, mil paixões.

É no silêncio da madrugada que eu escuto seu coração
Não sei  de onde, mas manda-me sua música contagiante
De seu pulsar harmônico embebido de paixão.

É na madrugada que meu pensamento move-se no ar
E vai em busca  de seus olhos cativantes
Vai em busca de encontrar seu belo olhar...

Euclides Riquetti

quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Eterno romântico

 



Eterno romântico
Eu até faria um poema acéfalo
Desarrumado, feio e esquálido
Infinitamente torto e indiscreto
Um poema desbotado e pálido...

Talvez um  poema heterorrítmico
Escrito com carvão preto, vegetal
Pra afrontar um outro isorrítmico
Árcade, brega, insosso sem igual. 

Eu faria algo bobo e detestável
Sem efeito, sem nenhum sentido
Poema inútil não recomendável
Falando sobre um amor bandido.

Mas isso está fora de cogitação:
Serei um eterno poeta dos sonetos
Cantarei o amor, o afeto e a paixão
Ser eterno romântico eu prometo!

(Apenas isso...
Bem assim!)

Euclides Riquetti

A música do entardecer

 


 



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Ouça a música que vem no entardecer
Vem trazida pelas sombras do fim da tarde
Traz alento para meu coração que arde
E me faz querer você, querer, querer!

Ouça, sinta que a música nos traz a voz
Embalada na cândida e suave melodia
Um toque gentil de saudades, nostalgia
E mexe com os sentimentos que há em nós.

Ouça e procure entender a mensagem
Tire tudo o que de bom houver nela
A música que nos chega doce e singela
Abençoando-nos quando de sua passagem.

É a voz do entardecer nas ondas sonoras
Para nos animar durante a noite que chega
Feche bem os olhos, sinta-a, ouça e veja
Relembre dos bons momentos de outrora!

Euclides Riquetti

O naufrágio dos sonhos

  




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O naufrágio dos sonhos

Quando nossos sonhos nos dão sinal de naufragar
Quando nossas esperanças começam a sucumbir
Nossa mente plana, desesperadamente, baila no ar
Desaparece, de nosso semblante, o simples sorrir.

Quando nossos sonhos nos dão indícios de fenecer
Quando nossas esperanças se dissipam e evaporam
Nossa alma pede por socorro, quer outro alvorecer
Intimida-se nosso corpo, e nossos olhos choram...

Porém, quando se deseja lutar, buscar a superação
Novos horizontes podem vir ao nosso encontro
Podem nos presentear com o ânimo e a motivação.

E, se tivermos deixado espaços para receber a flor
Se estivermos com nosso coração aberto e pronto
Poderemos, com renovada alegria, celebrar o amor!

Euclides Riquetti

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O amor que flutua no ar

 



O amor que  flutua no ar
Vem embalar
Meus pensamentos e meus sonhos.

O amor que me acalma
Acalenta minha alma
Bane meus defeitos medonhos.

O amor vem cantado nas canções
Colado em sentimentos e emoções
Escrito nos versos das manhãs.

Mas, se não o alimentamos, vai embora!
Vai acampar em  almas que não choram
E não se apega nas  promessas vãs.

O amor é assim:
É um sentimento sem fim
Que procura um galho firme para pousar...

 Ao contrário,
Vai navegar em outro mar!

Euclides Riquetti

O Fuscão Azul... (Quem não teve um fusca?)

 



          O primeiro carro que entrou para a família foi um Fusca 1300 L, azul, muito bonito. Reinou entre os fuscas em Capinzal e Ouro a partir de 1976. Ficou até 1998, quando meu irmão mais velho, o Ironi, que era seu dono, veio a falecer precocemente. Com a placa OK 0445, tinha rodas de magnésio pneus tala larga, volante pequeno, igual aos de carros de corrida, escapamento da Kadron, toca-fitas onde meus irmãos Ironi e Hiroito ouviam o "Amigo Pedro", do Raul Seixas.... Era belíssimo, o mais  bonito da cidade, só havia dois daquela cor!

          O que me leva a escrever sobre este e outros fuscas é que recebi um e-mail onde me perguntavam se eu era o Riquetti que, há uns 30 anos atrás, tinha um fuscão azul... Respondi que o fusca era de meu irmão mais velho, Ironi, (que faleceu em 1998, aos 51 anos). Mas quem andava com ele, era muito mais o Piro, meu irmão Hiroito, que tem  nome de japonês. Além de ser o primeiro carro da família,  ainda era zero quilometro.

          Em 1977, quando fui morar em Zortéa, também comprei um fuscão, na Auto Elite, em Capinzal. Era um modelo 1500 que viera de Erechim. Um baita "carro de malandro", cor Ocre/ Laranja, muito incrementado. Eu me sentia o cara!  Era diferenciado para a época: tinha os paralamas alargados para que pudessem comportar as rodas baixinhas com pneus super tala larga. Era o único. bancos de couro, reclináveis, volante Fórmula 1 e toca-fitas. Precisava mais?

          Quem vê, hoje, a grande oferta de carros pelas montadoras, que invadem a TV, a internet e as revistas para nos mostrarem, quem vê as ruas entopetadas de veículos, não imagina como era a situação na época. Nem o Gol quadradinho tinham inventado ainda. Nem o Escort, nem o Fiat Uno... Havia, no mercado, no máximo, Brasílias, Chevettes e Corcéis. Para os graúdos, os Opalas, os Passats, os Galaxies e os Landaus, os Dodge Dart e Charger. Nem o Del Rey tinham inventado, ainda.

          Ora, quanta gente teve no pequeno fusca, da Volkswagen, o seu primeiro carro! E quantos há, ainda, por aí! De todas as cores, desde os  modelitos com cachorretes nos para-choques, até os que foram fabricados a partir de 1970, que conservaram o padrão até o atual. Os das sinaleiras pequenas, os das médias e, mais adiante, das "fafás". Tive meia dúzia de fuscas. Para cada um deles eu teria uma história. Quantas viagens com a família, as crianças pequenas, pedindo para parar nos restaurantes e lhes  comprar pastéis, indo de Zortéa, Ouro ou Capinzal para Porto União da Vitória, Curitiba, para Florianópolis, Balneário Camboriú, São Miguel D ´Oeste!...

         E você, leitor, leitora, também teve um fusca em sua família?

Euclides Riquetti
11-07-2015

O vento que traz a saudade

 



O vento que traz a saudade é o mesmo que me traz o alento
O vento que balança os galhos é o mesmo que move as velas
Que movimenta as ondas do mar e atiça o meu pensamento
Que devolve a minha memória as lembranças mais singelas.

O vento que agita   seus cabelos longos  e  esvoaçantes
O vento que incendeia as almas enegrecidas e pecaminosas
Que açoita seus lábios sedentos de meus beijos escaldantes
Que acaricia sua pele bronzeada e suas mãos macias e sedosas.

É o mesmo  que levanta  as areias selvagens do deserto
É o mesmo que acalenta os corações frágeis e atormentados
É o mesmo que me traz seu perfume de longe para bem perto

O vento que  me afaga  a pele e que vai chegando de mansinho
Consola-me quando de meus momentos tensos e  angustiados
Traz-me seus recados de amor e lhe leva de volta  meus carinhos!