Há coisas que acontecem em nossa vida que nos surpreendem por demais. E, no afã de reencontrar antigos amigos, tenho vasculhado seus nomes através do Doctor Google, meu grande companheiro nessa tarefa. Na quinta-feira, à noite, por alguma razão o nome de meu colega de Ginásio Padre Anchieta, Waldemar Pilger, me veio à memória. Estudamos em 65 e 66, rspectivamente, na primeira e na segunda série do antigo ginasial. O "Alemão" era de Lajeado Mariano, município de Piratuba, e trabalhava no Bar do Canhoto, em Capinzal.
O meu amigo tinha uma irmã que era amiga de minha irmã Iradi e de minhas primas. Ela morava com os Caldart, ali no Ouro. Lembro muito bem de ambos. Pela sua descendência germânica, eram pssoas de pele, olhos e cabelos claros. O rapaz tinha um bom porte físico, era dois anos mais velho do que eu.
Mas o tempo separa, involuntariamente, as pessoas, e o Waldemar sumiu de nossa cidade. Em 1972, quando fui morara em Porto União da Vitória, , reencontrei-o. Parece-me que se virava trabalhando como pintor, mas com o tempo tornou-se professor. Uma tia sua possuía um restaurante, o "Meu Cantinho", onde comprei marmitas por um ano, em 1975. Depois disso, nunca mais ouvi falar dele, ninguém me informava de seu paradeiro.
Lembro que em nossa época de ginásio costumávamos jogar bola na quadra do Padre Anchieta durante o recreio e, no sábado, fazíamos Educação Física. Nosso professor era o Frei Gilberto, de nome Giovani Tolu, padre vindo da Itália. O Alemão era de jogar bola com calças sociais, compridas e de uma cor cáqui muito clara. E camisa social branca. (Naquele tempo só uns raros universitários conseguiam ter uma calça Lee, importada. E agasalhos eram raridades...)
No aniversário da Escola, em 1966 fizeram uma grande atividade recreativa, em dia letivo. . Lembro que fomos escalados para uma competição que consistia em nos amarrarem vendas nos olhos, tipo "gata-cega" e nos davam um pedaço de madeira roliça, como se um pedaço de cabo de vassoura. E tínhamos que ir, olhos vendados, até um cordão estendido ao longo da quadra, próximo do muro de pedras de contenção do acesso ao Hospital Nossa Senhora das Dores. Quando julgávamos estar no ponto certo, tínhamos que bater, até derrubar uma lata e ajuntar. Nela havia um número e quem tivesse um que coincidisse com outro que havia na mesa da organização, ganhava um prêmio.
O Alemão foi lá e derrubou umas 5 latas e isso enfureceu o Frei, que era muito nervosinho, e armou uma grande briga com ele. Pior que sua mãe tinha vindo vê-lo e encontrou-o na briga com o doublê de padre e diretor. Isso o deixou muito envergonhado, ficando com a face bem vermelha, o que acontecia com todos nós quando em situações embaraçosas. Lembro que peguei a lata número 7 e ganhei um pequeno prêmio.
Outros grupos tinham que calcular quantos grãos de feijão havia num vasilhame. Podiam pesar até 50 gramas e fazer um cálculo matemático que permitisse obter o resultado aproximado de grãos num Kg. Inventavam brincadeiras simples mas divertidas e inteligentes. Meu amigo Altivir Souza foi chutar bolas num pneu de jipe... Cada aluno chutava uma série de 5 bolas. Havia muitas boas brincadeiras que os professores prepararam, até uma gincana.
Falei qu fiquei uns 40 anos sem notícias do Alemâo. Na semana, vibrei quando vi alguns perfis no facebook. Havia o de um jovem, Waldemar Pilger, que mora em Foz do Iguaçu e trabalha na Iatipu Binacional. E outro de uma senhora com uma foto junto com o marido, Waldemar. Mandei-lhes proposta de amizade no facebook e o jovem aceitou. Tão logo perebi isso perguntei-lhe se era filho de um Waldemar que trabalhou em Capinzal e Porto União e ele confirmou-me isso. Fomos trocando frases curtas e eu lhe disse que gostaria de ter contato com o amigo da adolescência, o Waldemar Pilger. Pedi se podia frnecer-me o número dos telefones celular e fixo e ele vacilou um pouco... algo o impedia! Mais umas tecladas e a informação que me emocionou e entristeceu: "O Alemão Pilger faleceu em 03 de janeiro deste ano. Infarto fulminante, era diabético, aos 62 anos".
Foi-me chocante, isso. Em pouco minutos, saí da situação de alegria por ter descoberto o paradeiro do colega, que vinha morando em Salto do Lontra, no Paraná, onde fez carreira como professor e aposentou-se. na msma época em que eu, para a de tristeza ao descobrir que ele foi morar no céu...
E, dizia-me seu filho, partiu sem conhecer o quinto neto, que estava por chegar. Preferia não ter sabido dele, mas que tivesse permanecido entre seus familiares que o adoravam. Então comecei a lembrar de outros clegas de nossa turma que foram-se perdendo: O Ézio (Bijujinha) Andrioni, o José Luiz Pelegrini, o Adelmir Costenaro (Gauchinho), que se foi numa tragédia em Treze Tílias, e o Vitalino Buselato. A vida é assim: uns vão, outros ficam. Mas, mesmo que passem, a figura e o jeito deles ficam eternizados em nossa mente. E, como desses outros que foram antes, ficou-me a do Alemão do Bar do Canhoto, o rapaz claro, que gostava de usar roupa clara, que foi nosso colega de escola.
Nossos caminhos se distanciaram, tomos rumos deferentes, mas há algo de muito comum entre nós: Saímos da mesma regiâo, estudamos na mesma cidade (Capinzal), continuamos nossos estudos em Porto União da Vitória, casamo-nos por lá, torcemos pelo mesmo Vasco, tornamo-nos professores, aposentamo-nos com um ano de diferença, tínhamos pouca diferença em idade. E, certamente, tivemos muitos amigos em comum... Agora, apenas me resta rezar por ele! Deus o tenha, amigo Waldemar Alemão Pilger!
Euclides Riquetti
18-08-2013
O meu amigo tinha uma irmã que era amiga de minha irmã Iradi e de minhas primas. Ela morava com os Caldart, ali no Ouro. Lembro muito bem de ambos. Pela sua descendência germânica, eram pssoas de pele, olhos e cabelos claros. O rapaz tinha um bom porte físico, era dois anos mais velho do que eu.
Mas o tempo separa, involuntariamente, as pessoas, e o Waldemar sumiu de nossa cidade. Em 1972, quando fui morara em Porto União da Vitória, , reencontrei-o. Parece-me que se virava trabalhando como pintor, mas com o tempo tornou-se professor. Uma tia sua possuía um restaurante, o "Meu Cantinho", onde comprei marmitas por um ano, em 1975. Depois disso, nunca mais ouvi falar dele, ninguém me informava de seu paradeiro.
Lembro que em nossa época de ginásio costumávamos jogar bola na quadra do Padre Anchieta durante o recreio e, no sábado, fazíamos Educação Física. Nosso professor era o Frei Gilberto, de nome Giovani Tolu, padre vindo da Itália. O Alemão era de jogar bola com calças sociais, compridas e de uma cor cáqui muito clara. E camisa social branca. (Naquele tempo só uns raros universitários conseguiam ter uma calça Lee, importada. E agasalhos eram raridades...)
No aniversário da Escola, em 1966 fizeram uma grande atividade recreativa, em dia letivo. . Lembro que fomos escalados para uma competição que consistia em nos amarrarem vendas nos olhos, tipo "gata-cega" e nos davam um pedaço de madeira roliça, como se um pedaço de cabo de vassoura. E tínhamos que ir, olhos vendados, até um cordão estendido ao longo da quadra, próximo do muro de pedras de contenção do acesso ao Hospital Nossa Senhora das Dores. Quando julgávamos estar no ponto certo, tínhamos que bater, até derrubar uma lata e ajuntar. Nela havia um número e quem tivesse um que coincidisse com outro que havia na mesa da organização, ganhava um prêmio.
O Alemão foi lá e derrubou umas 5 latas e isso enfureceu o Frei, que era muito nervosinho, e armou uma grande briga com ele. Pior que sua mãe tinha vindo vê-lo e encontrou-o na briga com o doublê de padre e diretor. Isso o deixou muito envergonhado, ficando com a face bem vermelha, o que acontecia com todos nós quando em situações embaraçosas. Lembro que peguei a lata número 7 e ganhei um pequeno prêmio.
Outros grupos tinham que calcular quantos grãos de feijão havia num vasilhame. Podiam pesar até 50 gramas e fazer um cálculo matemático que permitisse obter o resultado aproximado de grãos num Kg. Inventavam brincadeiras simples mas divertidas e inteligentes. Meu amigo Altivir Souza foi chutar bolas num pneu de jipe... Cada aluno chutava uma série de 5 bolas. Havia muitas boas brincadeiras que os professores prepararam, até uma gincana.
Falei qu fiquei uns 40 anos sem notícias do Alemâo. Na semana, vibrei quando vi alguns perfis no facebook. Havia o de um jovem, Waldemar Pilger, que mora em Foz do Iguaçu e trabalha na Iatipu Binacional. E outro de uma senhora com uma foto junto com o marido, Waldemar. Mandei-lhes proposta de amizade no facebook e o jovem aceitou. Tão logo perebi isso perguntei-lhe se era filho de um Waldemar que trabalhou em Capinzal e Porto União e ele confirmou-me isso. Fomos trocando frases curtas e eu lhe disse que gostaria de ter contato com o amigo da adolescência, o Waldemar Pilger. Pedi se podia frnecer-me o número dos telefones celular e fixo e ele vacilou um pouco... algo o impedia! Mais umas tecladas e a informação que me emocionou e entristeceu: "O Alemão Pilger faleceu em 03 de janeiro deste ano. Infarto fulminante, era diabético, aos 62 anos".
Foi-me chocante, isso. Em pouco minutos, saí da situação de alegria por ter descoberto o paradeiro do colega, que vinha morando em Salto do Lontra, no Paraná, onde fez carreira como professor e aposentou-se. na msma época em que eu, para a de tristeza ao descobrir que ele foi morar no céu...
E, dizia-me seu filho, partiu sem conhecer o quinto neto, que estava por chegar. Preferia não ter sabido dele, mas que tivesse permanecido entre seus familiares que o adoravam. Então comecei a lembrar de outros clegas de nossa turma que foram-se perdendo: O Ézio (Bijujinha) Andrioni, o José Luiz Pelegrini, o Adelmir Costenaro (Gauchinho), que se foi numa tragédia em Treze Tílias, e o Vitalino Buselato. A vida é assim: uns vão, outros ficam. Mas, mesmo que passem, a figura e o jeito deles ficam eternizados em nossa mente. E, como desses outros que foram antes, ficou-me a do Alemão do Bar do Canhoto, o rapaz claro, que gostava de usar roupa clara, que foi nosso colega de escola.
Nossos caminhos se distanciaram, tomos rumos deferentes, mas há algo de muito comum entre nós: Saímos da mesma regiâo, estudamos na mesma cidade (Capinzal), continuamos nossos estudos em Porto União da Vitória, casamo-nos por lá, torcemos pelo mesmo Vasco, tornamo-nos professores, aposentamo-nos com um ano de diferença, tínhamos pouca diferença em idade. E, certamente, tivemos muitos amigos em comum... Agora, apenas me resta rezar por ele! Deus o tenha, amigo Waldemar Alemão Pilger!
Euclides Riquetti
18-08-2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Amigos, peço-lhes a gentileza de assinar os comentários que fazem. Isso me permite saber a quem dirigir as respostas, ok? Obrigado!