Quatro décadas após sua morte, Maria Eva Duarte de Perón, a Evita (07-05-1919 - 26-07-1952), ainda fascina poetas, escritores e diretores do cinema mundial. O fato de ela ter morrido de câncer, aos 33 anos, quando era a Primeira Dama da Argentina e estava no auge de sua popularidade, muito contribuiu para a propagação de seu nome. Evita foi tema recorrente nos noticiários radiofônicos e televisivos do mundo pelo menos por duas décadas após a sua morte. E, até hoje, seus fãs, como eu, lembram dela com emoção.
Em minha infância e juventude, muito ouvia falar de "Evita", a "Santa Evita", protetora dos descamisados e das mulheres da Argentina. Evita, que fora esposa do Presidente Juan Domingo Perón, tornou-se um mito, mais pelo seu carisma e talento político do que por seus dotes artísticos. Mas, até hoje, o povo argentino chora sua morte... Meu primeiro contato efetivo com sua história ocorreu em 1979, quando recebi a incumbência de um amigo e patrão, Lourenço Brancher, de traduzir a ópera-rock que foi produzida em sua homenagem. Era um álbum com disco de vinil e a letra impressa de "Evita". Encantei-me com sua história, comecei a pesquisar sobre sua vida e fui lendo tudo o que pude encontrar sobre ela. Mais adiante, com o sucesso de uma música em sua homenagem, passei a emocionar-me em todos os momentos que a ouvi. Evita era bonita, mas muito mais bonita era sua história...
Eva Duarte era filha de Juana Ibarguren, a bela amante de um fazendeiro do povoado de Los Toldos, localizado ao sul de Junin, Província de Buenos Aires. Juana fora adquirida pelo estancieiro, a troco de uma carroça e um jumento...Ela e mais quatro irmãos, um menino e três meninas, foram criados na fazenda, ao mesmo tempo que seu pai, Juan Duarte, vivia com sua família e seus outros seis filhos legítimos, em Junin. O pai dava assistência aos filhos que teve com Juana, até que ele morreu. E os filhos de Juana eram constantemente humilhados por serem bastardos. Depois, a família, desprotegida, quando Eva tinha 11 anos, foi morar em Junin.
Evita era obstinada em tornar-se atriz famosa e, aos 15, com seu irmão Juancito, a sonhadora foi trabalhar em Buenos Aires, levada pelo cantor de tangos Agustín Magaldi, onde pretendia fazer carreira como atriz de teatro e cinema.
Desde criança, Eva sonhava em ser atriz, inspirando-se em Norma Shearer, americana. Queria ser igual a ela, ter as mesmas coisas belas que ela tinha, morar em casas como ela morava. Evita era uma sonhadora, tando que, ainda menina, dizia: "Só me casarei com um príncipe ou um presidente!"
Conseguiu um papel no filme "Segundos Afuera", em 1937, e passou a integrar elencos de radionovelas, fazendo com que, aos poucos, fosse tornando-se conhecida em Buenos Aires.
Seu conto de fadas, no entanto, começou a ganhar corpo em 1944, quando o então Coronel Juan Domingo Perón, Vice-presidente da República da Argentina, e Ministro do Trabalho e da Guerra, promoveu um evento artístico no Ginásio Luna Park, em, Buenos Aires, para angariar fundos para as vítimas de um terremoto. Eva aproveitou-se da situação em que uma atriz que acompanhava o Coronel levantou-se e sentou-se em seu lugar, ao seu lado. Encantada que era com seu ídolo, disse-lhe, francamente, e do fundo de seu coração: "Coronel, obrigada por existir!"
Dali para seu casamento com ele, no ano seguinte, foi apenas uma questão de tempo. Apaixonaram-se e, aos 25 anos, tornara-se esposa do político de grande influência em seu país, por defender as classes operárias. Ela, igualmente, defendia os pobres e as mulheres. Sofrera humilhações na infância e não queria o mesmo para seus compatriotas. Perón, em razão de suas posições fortes em favor dos operários, foi preso pelos militares conservadores. No entanto, a luz de Evita começa a brilhar mais fortemente, liderando comícios e manifestações em favor do amado, e ele é libertado. E, em 1946, é eleito Presidente da Argentina, com o incondicional apoio de sua Evita.
Evita consegue o direito de voto às mulheres e luta pelos seus "descamisados". Torna-se um mito. É idoltrada e venerada pelos argentinos, e suas aparições na sacada da Casa Rosada atraem uma grande massa de seguidores. O sonho de mocinha que queria ser atriz é substituído pelo carisma e habilidade política. Suas palavras alentam e dão esperança de dias melhores para todos os que a admiram e ouvem. E, em apenas sete anos, a menina de Los Toldos transforma-se numa poderosa líder, a Líder Espiritual dos Argentinos, tornando-se parte integrante de sua vida e de sua história...
Euclides Riquetti
17-11-2012
sábado, 17 de novembro de 2012
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Poe(a)mei Perfeito
Poe(a)mei um dia
Poe(a)maste também
Poe(a)mou a menina que lia
Poe(a)mamos como ninguém.
Poe(a)mastes, gurias
Poe(a)maram aqui, e além...
Um simplesTempo Perfeito
Um Indicativo de Modo refeito
Algo frágil, despretensioso
Mas um gesto carinhoso...
Com acanhado jeito
Vou ordenando palavras
Pretas, cinzas, alvas
Com ou sem (d)efeito.
É assim meu modo de compor
De meus versos dispor
De passar meu recado.
De expressar meu amor
De esconder minha dor
De amar... e ser amado!
Euclides Riquetti
16-11-2012
Poe(a)maste também
Poe(a)mou a menina que lia
Poe(a)mamos como ninguém.
Poe(a)mastes, gurias
Poe(a)maram aqui, e além...
Um simplesTempo Perfeito
Um Indicativo de Modo refeito
Algo frágil, despretensioso
Mas um gesto carinhoso...
Com acanhado jeito
Vou ordenando palavras
Pretas, cinzas, alvas
Com ou sem (d)efeito.
É assim meu modo de compor
De meus versos dispor
De passar meu recado.
De expressar meu amor
De esconder minha dor
De amar... e ser amado!
Euclides Riquetti
16-11-2012
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Raul Seixas - Amigo Pedro era de Joaçaba?
Raul Seixas, bahiano que virou uma referência do rock brasileiro no início da década de 1970, começou cantando em Salvador, Bahia, com grupos de cantores locais de pouquíssima expressão. Bem jovem, o filho de família de classe média que não gostava de estudar foi para o Rio de Janeiro, onde gravou seu primeiro disco, "Raulzito e Os Panteras". Seu maior sucesso como Raulzito foi com a música "Roda Gigante", que na minha adolescência eu ouvia tocar nas rádios Clube de Capinzal, onde o Joe Bertola, o Vilmar Matté, o Pimba, a Alda Meyer e o Válter Bazzo, meus contemporâneos, a colocavam para rodar, e nas rádios Catarinense, de Joaçaba; Rural, de Concórdia; e Fátima de Vacaria.
Embora o Raulzito não tenha emplacado como sucesso nacional, as pessoas de minha geração, em nossa região, cantavam muito e curtiam a "Roda Gigante". Mas, verdadeiramente, a música que mais "abalou as estruturas" em Ouro e Capinzal foi "Amigo Pedro", ao final da década de 1970. As pessoas gravavam-na em fitas cassette e repetiam-na nos toca-fitas dos carros. Lembro que meu irmãos, o Piro e o Ironi, muito a ouviam no somzinho do fusca OK 0445, azul, muito conhecido em nossa cidade na segunda metade daque década. E nos rádios dos pedreiros, carpinteiros, eletricistas e encanadores, nas casas em construção, quando alguém passava era difícil não ouvir essa música. Quando era tocada, aumentavam o volume do rádio...
Pouco antes, quando Raul Seixas esteve em Joaçaba, fez um memorável show e ficou uma semana por aqui. Há muitas histórias e muitas versões sobre a composição de "Amigo Pedro", que fora escrita em um guardanapo de papel. A que mais me convenceu foi a que me contou o amigo Ademir Pedro Belotto, nosso radialista e premiado comunicador: Após o show de Joaçaba, Raul Seixas foi para a fazenda em Água Doce, de um amigo que fez por aqui. Não vou dizer onde este trabalhava porque acabaria dando de bandeja a identidade do cara, mas se chamava Pedro e até trabalhou numa repartição pública da cidade. Pedro o levou para descansar e "viajar" por lá. O cantor ficou muito amigo do Pedro e, algum tempo depois de ter ido embora, comunicou-lhe que compusera "Amigo Pedro" em sua homenagem.
Independente de qual das muitas versões que existem sobre isso, tem-se como certo de que a inspiração para a música veio daqui, onde eu moro hoje. Nosso Maluco Beleza, que fez muito sucesso com Gita e outras canções, morreu aos 45 anos de idade, após 4 casamentos, muito álcool e outras substâncias ingeridas ou inaladas. E o grande contestador, uma das principais expressões do rock brasileiro de todos os tempos, que também foi chamado de "Pai do Rock", merece nossa reverência por nos ter deixado um considerável, belo e de altíssima qualidade musical. Seu acervo é muito valioso. Fui fã dele também.
Euclides Riquetti
15-11-2012
Embora o Raulzito não tenha emplacado como sucesso nacional, as pessoas de minha geração, em nossa região, cantavam muito e curtiam a "Roda Gigante". Mas, verdadeiramente, a música que mais "abalou as estruturas" em Ouro e Capinzal foi "Amigo Pedro", ao final da década de 1970. As pessoas gravavam-na em fitas cassette e repetiam-na nos toca-fitas dos carros. Lembro que meu irmãos, o Piro e o Ironi, muito a ouviam no somzinho do fusca OK 0445, azul, muito conhecido em nossa cidade na segunda metade daque década. E nos rádios dos pedreiros, carpinteiros, eletricistas e encanadores, nas casas em construção, quando alguém passava era difícil não ouvir essa música. Quando era tocada, aumentavam o volume do rádio...
Pouco antes, quando Raul Seixas esteve em Joaçaba, fez um memorável show e ficou uma semana por aqui. Há muitas histórias e muitas versões sobre a composição de "Amigo Pedro", que fora escrita em um guardanapo de papel. A que mais me convenceu foi a que me contou o amigo Ademir Pedro Belotto, nosso radialista e premiado comunicador: Após o show de Joaçaba, Raul Seixas foi para a fazenda em Água Doce, de um amigo que fez por aqui. Não vou dizer onde este trabalhava porque acabaria dando de bandeja a identidade do cara, mas se chamava Pedro e até trabalhou numa repartição pública da cidade. Pedro o levou para descansar e "viajar" por lá. O cantor ficou muito amigo do Pedro e, algum tempo depois de ter ido embora, comunicou-lhe que compusera "Amigo Pedro" em sua homenagem.
Independente de qual das muitas versões que existem sobre isso, tem-se como certo de que a inspiração para a música veio daqui, onde eu moro hoje. Nosso Maluco Beleza, que fez muito sucesso com Gita e outras canções, morreu aos 45 anos de idade, após 4 casamentos, muito álcool e outras substâncias ingeridas ou inaladas. E o grande contestador, uma das principais expressões do rock brasileiro de todos os tempos, que também foi chamado de "Pai do Rock", merece nossa reverência por nos ter deixado um considerável, belo e de altíssima qualidade musical. Seu acervo é muito valioso. Fui fã dele também.
Euclides Riquetti
15-11-2012
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Godofredo Thaler e seu Legado
Soubemos, agora há pouco, da perda de Godofredo Thaler, escultor de Treze Tílias, terra da escultura catarinense. Conheci o Godofredo quando estive na casa dele, em 1978, juntamente com o Anibal Formighieri, marido da Vitória Brancher, (meus compadres), para realizar a encomenda de uma escultura em cedro, de Jesus Cristo Crucificado. O Cristo destinava-se à Capela de Santa Catarina, do então Distrito de Zortéa, que mais tarde passou a ser Município. Estava em sua nova casa, localizada à entrada da cidade, lado esquerdo da Rodovia, construída nos padrões de arquitetura austríacos, características daquela cidade, cujos moradores, em sua maioria, são originários do Tirol.
Thaler nos recebeu com sua maneira simples, um verdadeiro gentleman, modos e personalidade moldados à arte. Conversamos muito antes de irmos ao assunto que nos levara até ele. Contou-nos que no início da década de 1970 fizera uma escultura do mesmo Cristo para a Capela Dom Bosco, do Congresso Nacional, em Brasília. Ganhara um bom dinheiro, suficiente para comprar um Chevrolet Opala, zero quilômetro, o sonho de consumo da época, carro de mais de 40 mil dólares. E ainda grana que lhe possibilitou ficar um ano na Europa, passeando, centrado no Tirol, mas com incursões para os países europeus. Também nos relatou que esculpira o Cristo da Catedral Santa Terezinha, de Joaçaba, igualmente majestoso. E muitos outros.
Falamos de orçamento e ele aceitou que lhe enviássemos um cedro de bom tamanho, para que fizesse nosso Cristo Esculpido, reduzindo o valor, cobrando apenas seu trabalho. O Cristo ficou maravilhosamente colocado atrás do altar da Capela de Zortéa. Numa época, pintaram a escultura, mas o vigário da Paróquia fez com que o lixassem e restabelecessem sua cor de madeira natural.
Lamentamos, profundamente, a partida de Godofredo Thaler, o principal representante da escultura catarinense. E, através do Andrezinho Thaler, nosso amigo, queremos expressar nossas sentidas condolências à família. Que Deus o receba em sua Glória Eterna e que ele possa continuar, lá, esculpindo anjos no céu.
Euclides Riquetti
14-11-2012
Thaler nos recebeu com sua maneira simples, um verdadeiro gentleman, modos e personalidade moldados à arte. Conversamos muito antes de irmos ao assunto que nos levara até ele. Contou-nos que no início da década de 1970 fizera uma escultura do mesmo Cristo para a Capela Dom Bosco, do Congresso Nacional, em Brasília. Ganhara um bom dinheiro, suficiente para comprar um Chevrolet Opala, zero quilômetro, o sonho de consumo da época, carro de mais de 40 mil dólares. E ainda grana que lhe possibilitou ficar um ano na Europa, passeando, centrado no Tirol, mas com incursões para os países europeus. Também nos relatou que esculpira o Cristo da Catedral Santa Terezinha, de Joaçaba, igualmente majestoso. E muitos outros.
Falamos de orçamento e ele aceitou que lhe enviássemos um cedro de bom tamanho, para que fizesse nosso Cristo Esculpido, reduzindo o valor, cobrando apenas seu trabalho. O Cristo ficou maravilhosamente colocado atrás do altar da Capela de Zortéa. Numa época, pintaram a escultura, mas o vigário da Paróquia fez com que o lixassem e restabelecessem sua cor de madeira natural.
Lamentamos, profundamente, a partida de Godofredo Thaler, o principal representante da escultura catarinense. E, através do Andrezinho Thaler, nosso amigo, queremos expressar nossas sentidas condolências à família. Que Deus o receba em sua Glória Eterna e que ele possa continuar, lá, esculpindo anjos no céu.
Euclides Riquetti
14-11-2012
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Genghis Khan Moscow - Quantas saudades!
A partir de 1979 os programas de auditório da Televisão Brasileira apresentavam um grupo dançante/musical chamado Genghis Khan. No ano seguinte, as rádios não paravam de tocar suas músicas, já estava no auge de sua carreira, sendo integrado por dois homens e duas mulheres: Jorge Danel (Thor) líder do grupo; Omar Leon (Genghis), vocalista; Heloísa Nascimento (Tuly): e Tânia Souza (Tânia). Tinham um visual bastante exótico e atraente, que ajudava muito a fazerem sucesso.
Na verdade, o conjunto brasileiro ( e pouca gente sabia na época), era um grupo "cover" do autêntico Dschinghis Khan, da Alemanha, que fazia sucesso com a música "Moskau", e cujas traduções de sua letra pouco têm a ver com a significação original: "Moscow, Queen of the Russian land/ Built like a rock to stand, proud and divine..." E os temas de todos os seus sucessos musicais revernciavam o Mongol Genhis Khan, que viveu entre 1162 1227, grande líder e guerreiro da época.
Mas, o conjunto habilmente treinado para coreografias, fazia dublagem das canções originais, principalmente de "Moscow" e "Genghis Khan". Mais adiante, gravaram com sua própria voz o grande sucesso infantil "Comer Comer", e outras canções em português, que os ajudaram a vender milhares de discos e à contratação para infindável número de shows. Tinham que viajar com aviões fretados, tantos eram os shows para os quais eram contratados. Faziam sucesso em todo o território nacional.
A segunda metade da década de 1970 comportou uma grande onda de hits disco-dance, com bandas como Boney M, que projetou-se mundialmente com "Brown girl in the ring" e "Rivers of Babylon" e a norteamericana Village People, com "Macho Man", "Y.M.C.A", "In the Navy" e "Go west", sendo também executadas em todas as pistas de danças e no rádio brasileiro. A Genghis Khan veio complementar a onda.
Infelizmente, em 1990 a banda brasileira então chamada Brazilian Genghis Khan perdeu seu Genghis, Omar Leon, que morreu infartado dentro de um avião, e Tuly, vitimada por câncer, no ano seguinte. Foi uma grande perda para o grupo. O próprio grupo original, da Alemanha, perdeu dois de seus integrantes, um de aids e outro de câncer, mas conseguiram nova formação e conseguem atuar ainda, agora com o nome de "The Lagacy of Dschinghis Khan", mas sempre executando o sucesso "Moskau".
Danel, com o apoio de Tuly, tentou novas formações para a Banda, mas de real, mesmo, só nos restam as lembraças do som discotheque, que bombou e animou as noites nas casas de show e bailes da última geração jovem que precedeu o presente milênio.
Tenho, sempre, muitas saudades daquele tempo em que músicas bonitas embalavam nossos sonhos e ilusões, eram agradáveis de se ouvirem, bem melhor do que o muito lixo que hoje é produzido em termos de música.
Euclides Riquetti
13-11-2012
Na verdade, o conjunto brasileiro ( e pouca gente sabia na época), era um grupo "cover" do autêntico Dschinghis Khan, da Alemanha, que fazia sucesso com a música "Moskau", e cujas traduções de sua letra pouco têm a ver com a significação original: "Moscow, Queen of the Russian land/ Built like a rock to stand, proud and divine..." E os temas de todos os seus sucessos musicais revernciavam o Mongol Genhis Khan, que viveu entre 1162 1227, grande líder e guerreiro da época.
Mas, o conjunto habilmente treinado para coreografias, fazia dublagem das canções originais, principalmente de "Moscow" e "Genghis Khan". Mais adiante, gravaram com sua própria voz o grande sucesso infantil "Comer Comer", e outras canções em português, que os ajudaram a vender milhares de discos e à contratação para infindável número de shows. Tinham que viajar com aviões fretados, tantos eram os shows para os quais eram contratados. Faziam sucesso em todo o território nacional.
A segunda metade da década de 1970 comportou uma grande onda de hits disco-dance, com bandas como Boney M, que projetou-se mundialmente com "Brown girl in the ring" e "Rivers of Babylon" e a norteamericana Village People, com "Macho Man", "Y.M.C.A", "In the Navy" e "Go west", sendo também executadas em todas as pistas de danças e no rádio brasileiro. A Genghis Khan veio complementar a onda.
Infelizmente, em 1990 a banda brasileira então chamada Brazilian Genghis Khan perdeu seu Genghis, Omar Leon, que morreu infartado dentro de um avião, e Tuly, vitimada por câncer, no ano seguinte. Foi uma grande perda para o grupo. O próprio grupo original, da Alemanha, perdeu dois de seus integrantes, um de aids e outro de câncer, mas conseguiram nova formação e conseguem atuar ainda, agora com o nome de "The Lagacy of Dschinghis Khan", mas sempre executando o sucesso "Moskau".
Danel, com o apoio de Tuly, tentou novas formações para a Banda, mas de real, mesmo, só nos restam as lembraças do som discotheque, que bombou e animou as noites nas casas de show e bailes da última geração jovem que precedeu o presente milênio.
Tenho, sempre, muitas saudades daquele tempo em que músicas bonitas embalavam nossos sonhos e ilusões, eram agradáveis de se ouvirem, bem melhor do que o muito lixo que hoje é produzido em termos de música.
Euclides Riquetti
13-11-2012
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Saneamento Básico - O Filme??
A Serra Gaúcha é o ponto de origem da maioria dos descendentes de imigrantes italianos que vieram povoar o Oeste e Meio Oeste de Santa Catarina há um século. (Lá, chegaram no terceiro quarto do Século XIX). Daqui, as gerações seguintes seguiram para o Oeste e Norte do Paraná. E, mais adiante, os descendentes destas tomaram os rumos do Mato Grosso e Rondônia. A insatisfação do Ser Humano, que busca fazer triunfarem seus propósitos e ideais, leva-o a mudar de ares. A cada duas ou três gerações se verificam grandes mudanças no comportamento das pessoas e acontece a sua mobilização em busca de outras paragens, onde possam saciar sua ânsia por satisfazer seus projetos pessoais ou empreendimentos.
Nas vezes que estive visitando a região de Caxias do Sul, Nova Petrópolis, Gramado, Canela, Farroupilha, e Bento gonçalves, sempre fiquei muito atento às paisagens, aos costumes preservados, à história de cada lugar, pois de Farroupilha vieram meus pais para Linha Bonita, Ouro, pouco antes de 1930.
Dentre as visitas mais aprazíveis contabilizo as em que estive em Bento Gonçalves, visitando vinhedos e o Caminho das Pedras. Neste, em meados de dezembro de 2007, conheci o local onde foi ambientado "Saneamento Básico -O Filme", com participação dos talentosos Fernanda Torres, Wagner Moura, Lázaro Ramos, Camila Pitanga, Bruno Garcia, Paulo José e Tonico Pereira, dentre outros. Na oportunidade, uma guia nos mostrava onde se deram algumas locações. Lázaro Ramos, que havia interpretado o Foguinho, numa novela da Rede Globo, estava numa grande ascensão no meio artístico brasileiro.
Agora, tive a oportunidade de assistir ao filme pela TV, no silêncio da madrugada de hoje. A trama se desenvolve numa fictícia vila localizada na Linha Cristal, em Bento Gonçalves - RS, a qual tem o seu Rio Cristal transformado numa verdadeira cloaca malcheirosa, fedida mesmo. E um Conselho Comunitário, onde se sobressaem os líderes Marina (Fernanda Torres); Joaquim Figueiredo, marido de Marina (Wagner Moura); e Otaviano, pai de Marina (Paulo José), resolve que devem buscar, na sub-prefeitura local, apoio para resolução do problema do esgoto da vila, que polui o rio. E a obra está orçada em R$ 8.000,00. (Vejam bem, leitores, orçamento certinho para execução sem licitação... ) O empreiteiro é um italiano vivido por Tonico Pereira, que justifica que são precisos 15 sacos de cimento por metro cúbico de concreto, quando se tem em conta que são necessários apenas 7...
Na sub-prefeitura, Marina é informada de que não há previsão no Orçamento Municipal para a obra, mas de que dispõem de uma verba de R$ 10.000,00, concedida pelo Governo Federal, para a produção de um filme ou vídeo de ficção científica. E, se o dinheiro não for utilizado para um filme, volta para Brasília.
Marina e Joaquim resolvem que produzirão o vídeo e, com o dinheiro, farão a dita fossa que vai livrar o rio da poluição. Há uma sequência de fatos muito dinâmica, nada enfadonha. E conseguem ver o filme finalizado, tornando-se sucesso, melhorando a visitação turística à vila. E a fossa, será que sai???
A produção de Jorge Furtado tem um enredo muito bom, acima do padrão brasileiro. E um elenco de excelência, com assinatura e distribuição pela Globo Filmes, boa trilha sonora com base em cancioneiro italiano. O cenário é muito bonito e não é o componente principal da fita, onde a ação proposta na trama é que desponta.
A Serra Gaúcha já foi palco de pelo menos três filmes que muito me chamaram a atenção: Férias no Sul, com Davi Cardoso e Vera Fisher, na década de 1960; O Quatrilho, com Patrícia Pillar e Glória Pires, na década de 1990; e este, de 2007.
Sobre o primeiro, com locações em Blumenau e Gramado, já referi em outra oportunidade. O próprio Davi Cardoso me falou sobre ele, em 1989, quando esteve com o Pelé em Capinzal. Sobre "O Quatrilho", por sua história ter sido inspirada em acontecimentos que envolveram pessoas de famílias cujos descendentes moram em nossa região, ainda vou me mnifestar. E, quanto ao "Saneameto Básico - O Filme", acho que poderiam ter escolhido um título mais sugestivo. Fica a recomendação: quando tiver oportunidade, assista.
Euclides Riquetti
12-11-2012
Nas vezes que estive visitando a região de Caxias do Sul, Nova Petrópolis, Gramado, Canela, Farroupilha, e Bento gonçalves, sempre fiquei muito atento às paisagens, aos costumes preservados, à história de cada lugar, pois de Farroupilha vieram meus pais para Linha Bonita, Ouro, pouco antes de 1930.
Dentre as visitas mais aprazíveis contabilizo as em que estive em Bento Gonçalves, visitando vinhedos e o Caminho das Pedras. Neste, em meados de dezembro de 2007, conheci o local onde foi ambientado "Saneamento Básico -O Filme", com participação dos talentosos Fernanda Torres, Wagner Moura, Lázaro Ramos, Camila Pitanga, Bruno Garcia, Paulo José e Tonico Pereira, dentre outros. Na oportunidade, uma guia nos mostrava onde se deram algumas locações. Lázaro Ramos, que havia interpretado o Foguinho, numa novela da Rede Globo, estava numa grande ascensão no meio artístico brasileiro.
Agora, tive a oportunidade de assistir ao filme pela TV, no silêncio da madrugada de hoje. A trama se desenvolve numa fictícia vila localizada na Linha Cristal, em Bento Gonçalves - RS, a qual tem o seu Rio Cristal transformado numa verdadeira cloaca malcheirosa, fedida mesmo. E um Conselho Comunitário, onde se sobressaem os líderes Marina (Fernanda Torres); Joaquim Figueiredo, marido de Marina (Wagner Moura); e Otaviano, pai de Marina (Paulo José), resolve que devem buscar, na sub-prefeitura local, apoio para resolução do problema do esgoto da vila, que polui o rio. E a obra está orçada em R$ 8.000,00. (Vejam bem, leitores, orçamento certinho para execução sem licitação... ) O empreiteiro é um italiano vivido por Tonico Pereira, que justifica que são precisos 15 sacos de cimento por metro cúbico de concreto, quando se tem em conta que são necessários apenas 7...
Na sub-prefeitura, Marina é informada de que não há previsão no Orçamento Municipal para a obra, mas de que dispõem de uma verba de R$ 10.000,00, concedida pelo Governo Federal, para a produção de um filme ou vídeo de ficção científica. E, se o dinheiro não for utilizado para um filme, volta para Brasília.
Marina e Joaquim resolvem que produzirão o vídeo e, com o dinheiro, farão a dita fossa que vai livrar o rio da poluição. Há uma sequência de fatos muito dinâmica, nada enfadonha. E conseguem ver o filme finalizado, tornando-se sucesso, melhorando a visitação turística à vila. E a fossa, será que sai???
A produção de Jorge Furtado tem um enredo muito bom, acima do padrão brasileiro. E um elenco de excelência, com assinatura e distribuição pela Globo Filmes, boa trilha sonora com base em cancioneiro italiano. O cenário é muito bonito e não é o componente principal da fita, onde a ação proposta na trama é que desponta.
A Serra Gaúcha já foi palco de pelo menos três filmes que muito me chamaram a atenção: Férias no Sul, com Davi Cardoso e Vera Fisher, na década de 1960; O Quatrilho, com Patrícia Pillar e Glória Pires, na década de 1990; e este, de 2007.
Sobre o primeiro, com locações em Blumenau e Gramado, já referi em outra oportunidade. O próprio Davi Cardoso me falou sobre ele, em 1989, quando esteve com o Pelé em Capinzal. Sobre "O Quatrilho", por sua história ter sido inspirada em acontecimentos que envolveram pessoas de famílias cujos descendentes moram em nossa região, ainda vou me mnifestar. E, quanto ao "Saneameto Básico - O Filme", acho que poderiam ter escolhido um título mais sugestivo. Fica a recomendação: quando tiver oportunidade, assista.
Euclides Riquetti
12-11-2012
domingo, 11 de novembro de 2012
Festa de Victório Richetti em Capinzal
Neste sábado, 10, participamos da festa dos 86 anos de meu tio, Victório Richetti, o último filho vivo de Frederico Richetti e Genovena Píccoli Richetti. Aconteceu no Restaurante do Cabeção, no galpão do CTG, em Capinzal, local bastante rústico, que foi construído há cerca de duas décadas por entusiastas da tradição gaúcha, que procuravam retransmiti-la aos seus filhos. O CTG não manteve suas atividades normais, mas a marca lá foi deixada, é um ambiente aprazível, onde acontecem muitos eventos anualmente.
O Sr. Victório marcou presença em Capinzal e Ouro por ter sido um dos sócios da Indústria de Bebidas Prima, localizada em Ouro, onde ainda mora. E, na juventude, distribuía bebidas aos bares com sua cherrete e buscava cerveja e refrigerantes, como a Pesi-cola, em Caçador, para revender em seu depósito. E fabricava a deliciosa gasosa de Framboesa, com que nós nos deleitávamos. Até há poucos anos, era conhecido como o Velho Richetti, do jipe azul, com que fora presenteado pelos filhos, e com o qual costumava dirigir-se a comunidades do meio rural para visitar os parentes.
A festa permitiu-nos que reencontrássemos muitos primos e primas, os que ficaram na região do Vale do Rio do Peixe, mais os que vieram de Cascavel, filhos do tio César, irmão do tio Victório. E a nossa prima, Irmã Zulmira, que atua em Rondônia. A prima Deonilda Surdi, também filha do tio marcelino Richetti, orgulhosamente nos mostrava seu Boletim Escolar, de quando, em 1949, estudava no Primário: só vi notas altas, a maioria 100,0, algumas 95,0 e raras 90,0.
De minha parte, propus-me levar meu vizinho, Valério Dal Cortivo, sua esposa Terezinha, ele que é primo do aniversariante. Ele e sua gaita de 48 baixos, a qual tem tem 63 anos de história, e pertenceu ao João Valduga, também exímio gaiteiro da Barra do Leão, que fmarcou sua presença animando bailinhos na região, durante décadas. E conseguiu executar umas músicas antigas, daquelas com que costumava animar bailes em Linha Bonita, Nova Petrópolis e outras localidades, quando os salõezinhos, normalmente paióis vagos nas entressafras, sem luz, serviam de palco para a dança, uma das poucas opções de lazer para quem residia no meio rural. Sem luz, sem energia, sem caixas de som e amplificadores, eram o som da gaita e no máximo um violão ou pandeiro que ditavam o ritmo. E o lampião a querosene, com seu pavio chameando dentro do envidraçado, iluminava o ambiente, uma doce penumbra, mas que permitia que os corações snetissem o bater um do outro, e os afagos carinhosos acontececem de maneira nem sempre ingênua e pura. E suscitavam-se paixões, vinham os namoros, noivados, casamentos, batizados...
Na festa, a participação do Coral São Paulo Apóstolo, com integrantes que entoaram canções bastante antigas, vozes maravilhosamente harmônicas e afinadas. E o próprio entusiasmo do aniversariante, que tinha com ele a esposa Corina, os filhos Cosme, Moacir, Vivian, Tânia e seus familiares.
Esses encontros familiares têm acontecido sistematicamente, com as pessoas buscando a reaproximação com seus parentes, com suas origens, o que é muito auspicioso. A conclusão, muito sábia e verdadeira, é de que não se devem reunir apenas em situações adversas, na perda de entes queridos, mas para comemorações, seja lá qual for o motivo. Participar do evento, rever pessoas amigas, familiares, tornou meu final de sábado uma noite muito especial. Que venham outras festas, outros encontros, que se viva intensamente a vida, que se brinde por motivos mais simples que sejam, mas que se brinde com alegria.
Parabéns, Vitório Richetti, e que possamos estar juntos em muitas outras ocasiões especiais.
Euclides Riquetti
11-11-2012
O Sr. Victório marcou presença em Capinzal e Ouro por ter sido um dos sócios da Indústria de Bebidas Prima, localizada em Ouro, onde ainda mora. E, na juventude, distribuía bebidas aos bares com sua cherrete e buscava cerveja e refrigerantes, como a Pesi-cola, em Caçador, para revender em seu depósito. E fabricava a deliciosa gasosa de Framboesa, com que nós nos deleitávamos. Até há poucos anos, era conhecido como o Velho Richetti, do jipe azul, com que fora presenteado pelos filhos, e com o qual costumava dirigir-se a comunidades do meio rural para visitar os parentes.
A festa permitiu-nos que reencontrássemos muitos primos e primas, os que ficaram na região do Vale do Rio do Peixe, mais os que vieram de Cascavel, filhos do tio César, irmão do tio Victório. E a nossa prima, Irmã Zulmira, que atua em Rondônia. A prima Deonilda Surdi, também filha do tio marcelino Richetti, orgulhosamente nos mostrava seu Boletim Escolar, de quando, em 1949, estudava no Primário: só vi notas altas, a maioria 100,0, algumas 95,0 e raras 90,0.
De minha parte, propus-me levar meu vizinho, Valério Dal Cortivo, sua esposa Terezinha, ele que é primo do aniversariante. Ele e sua gaita de 48 baixos, a qual tem tem 63 anos de história, e pertenceu ao João Valduga, também exímio gaiteiro da Barra do Leão, que fmarcou sua presença animando bailinhos na região, durante décadas. E conseguiu executar umas músicas antigas, daquelas com que costumava animar bailes em Linha Bonita, Nova Petrópolis e outras localidades, quando os salõezinhos, normalmente paióis vagos nas entressafras, sem luz, serviam de palco para a dança, uma das poucas opções de lazer para quem residia no meio rural. Sem luz, sem energia, sem caixas de som e amplificadores, eram o som da gaita e no máximo um violão ou pandeiro que ditavam o ritmo. E o lampião a querosene, com seu pavio chameando dentro do envidraçado, iluminava o ambiente, uma doce penumbra, mas que permitia que os corações snetissem o bater um do outro, e os afagos carinhosos acontececem de maneira nem sempre ingênua e pura. E suscitavam-se paixões, vinham os namoros, noivados, casamentos, batizados...
Na festa, a participação do Coral São Paulo Apóstolo, com integrantes que entoaram canções bastante antigas, vozes maravilhosamente harmônicas e afinadas. E o próprio entusiasmo do aniversariante, que tinha com ele a esposa Corina, os filhos Cosme, Moacir, Vivian, Tânia e seus familiares.
Esses encontros familiares têm acontecido sistematicamente, com as pessoas buscando a reaproximação com seus parentes, com suas origens, o que é muito auspicioso. A conclusão, muito sábia e verdadeira, é de que não se devem reunir apenas em situações adversas, na perda de entes queridos, mas para comemorações, seja lá qual for o motivo. Participar do evento, rever pessoas amigas, familiares, tornou meu final de sábado uma noite muito especial. Que venham outras festas, outros encontros, que se viva intensamente a vida, que se brinde por motivos mais simples que sejam, mas que se brinde com alegria.
Parabéns, Vitório Richetti, e que possamos estar juntos em muitas outras ocasiões especiais.
Euclides Riquetti
11-11-2012
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