sábado, 3 de novembro de 2012
Lição de Amor - O Filme
Quando, em 03 de dezembro, Michela Quattrochioche completar duas dúzias de anos, poderá comemorar com muita alegria seu sucesso profissional. Nascida em Roma, ela participou de pelo menos cinco filmes de excelente qualidade e já encantou milhões de espectadores do mundo todo, que a viram na telona ou na telinha. Tem, também , dois videoclips para a televisão em ser currículo.
Em 1988, quando nasceu, Raoul Bova já ensaiava seus primeiros passos para a carreira arística, que começou a consolidar-se em 1992 e hoje, aos 42 nos, contabiliza 46 hits no Cinema e 5 na Televisão. Quattrochioche e Bova têm em comum serem nascidos em Roma, e ainda dois talentosos atores do cinema internacional.
Para seres românticos e sensíveis, nada melhor que um filme bem "romance" para alegrar a tarde de sábado. Vasculhando com o controle remoto meus canais assinados de TV, mais precisamente no "Telecine Touch", encontrei o filme que parecia a meu melhor gosto, e fui buscar o ânimo e a inspiração que me faltavam para falar de coisas de que eu muito gosto. Deparei-me com "Lição de Amor", (2008), cujo título original, em italiano, é "Schusa ma ti chiamo amore", ou numa tradução simples, "Desculpa-me, mas te chamo de amor", onde Michela interpreta Nikki, uma estudante do Ensino Médio, prestes a completar 18 anos, e Raoul, Alessando Belli (ou Alex), publicitário Diretor de Criação em uma Agência do ramo. A belíssima Michela Quattrochioche nos remete à beleza idealizada, um misto de Sophia Loren e Cláudia Cardinalle. Atuação exuberante, beleza singular.
O Diretor Frederico Moccia realmente caprichou na produção, com magnífica interpretação dos protagonistas e do elenco, belíssimas locações e trilha sonora. Faz com que o espectador se embrenhe no clima romântico do filme, d trama simples, até previsível, mas de excelência para que gosta desse gênero.
Em Lição de Amor, o publicitário bem sucedido atropela a estudante que conduz uma motoneta Vespa. Alex, 20 anos mais velho que Nikki, vem de um noivado desfeito, envolve-se com a garota e, daí para a frente..., não lhe vou tirar o prazer de ver e sentir tudo no filme, você mesmo.
Dois anos depois do primeiro "Scusa...", a dose se repete com "Scusa ma ti voglio sposare", ou "Desculpa, quero casar contigo", com os mesmos atores.
Este, ainda não vi, mas o outro, recomendo veementemente para quem gosta de amor, romance, lirismo.
Assistir e curtir um "dolce fare niente"!
Euclides Riquetti
03-11-2012
Sinfonia na manhã de novembro
A sinfonia do passaredo me acorda
Neste primeiro sábado de novembro...
É o novembro das madrugadas quentes
É o novembro das almas que se tocam
É o novembro dos pensamentos que atiçam as mentes...
Reviro as páginas antigas de meus bagunçados apontamentos
E me vêm à mente as lembranças de momentos
De antigas primaveras, antigos verões
De antigos versos, antigas melodias e canções
Porque, simplesmente, é novembro!
É uma manhã pra pensar em ti
É uma manhã pra rezar por ti.
É uma manhã para olhar o céu e nada pedir
Apenas agradecer por estar aqui
Apenas me alegrar por existir!
Me voltam os embalos das noites e tardes dançantes
De corpos que bailam, que acalentam, que seduzem
Há lábios rosados, azulados, vermelhos que reluzem
Há risos que me afagam e mãos que me conduzem
Há um rosto num corpo, um corpo a me provocar...
Eu divago no despertar pela soberana orquestra
Harmoniosa na manhã de novembro, extensa aldeia em festa
Não haverá, jamais, outra sensação como esta:
Regida pela mão de Deus, habilidosa Maestra
Vem como a suave brisa, vem me acariciar.
Euclides Riquetti
03-11-2012
Neste primeiro sábado de novembro...
É o novembro das madrugadas quentes
É o novembro das almas que se tocam
É o novembro dos pensamentos que atiçam as mentes...
Reviro as páginas antigas de meus bagunçados apontamentos
E me vêm à mente as lembranças de momentos
De antigas primaveras, antigos verões
De antigos versos, antigas melodias e canções
Porque, simplesmente, é novembro!
É uma manhã pra pensar em ti
É uma manhã pra rezar por ti.
É uma manhã para olhar o céu e nada pedir
Apenas agradecer por estar aqui
Apenas me alegrar por existir!
Me voltam os embalos das noites e tardes dançantes
De corpos que bailam, que acalentam, que seduzem
Há lábios rosados, azulados, vermelhos que reluzem
Há risos que me afagam e mãos que me conduzem
Há um rosto num corpo, um corpo a me provocar...
Eu divago no despertar pela soberana orquestra
Harmoniosa na manhã de novembro, extensa aldeia em festa
Não haverá, jamais, outra sensação como esta:
Regida pela mão de Deus, habilidosa Maestra
Vem como a suave brisa, vem me acariciar.
Euclides Riquetti
03-11-2012
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Esperar...
Verde manhã, encantada da primevera
Manhã do folguedo, do acordar tardio
Vencida a ansiedade, o tempo de espera
É tempo de rejeitar o vazio, o sombrio...
Férias:
Esperadas
Desejadas
Benvindas!
O tempo a se preencher como o pensamento
O tempo pra que se viva cada momento!
Novembro:
O ano que se vai no calendário
Os meses que se foram, no imaginário...
Não apenas esperar por dezembro:
Equilibrar-se entre o sacro e o profano:
Desejar
Querer
Esperar um novo ano
Mais tênue, dócil, humano!
Esperar...
Euclides Riquetti
01-11-2012
Manhã do folguedo, do acordar tardio
Vencida a ansiedade, o tempo de espera
É tempo de rejeitar o vazio, o sombrio...
Férias:
Esperadas
Desejadas
Benvindas!
O tempo a se preencher como o pensamento
O tempo pra que se viva cada momento!
Novembro:
O ano que se vai no calendário
Os meses que se foram, no imaginário...
Não apenas esperar por dezembro:
Equilibrar-se entre o sacro e o profano:
Desejar
Querer
Esperar um novo ano
Mais tênue, dócil, humano!
Esperar...
Euclides Riquetti
01-11-2012
Poletto - Um amigo que partiu
O final do dia da terça-feira, 30, foi muito triste para algumas famílias de Joaçaba e região: Perdemos o Luiz Antônio Poletto, conhecido como o Poletto do INSS ou o grande jogador que brilhou no Oscar Rodrigues da Nova e todos os outros estádios do Vale do Rio do Peixe e arredores.
Conheci o Poletto há doze anos. Elegante, bom papo, simpatia extremada, era o tipo de pessoa em que você podia confiar tão logo conhecesse. Muitas vezes o vi em restaurantes, que costumava frequentar com sua família. Ontem, em seu sepultamento, seu corpo foi juntar-se ao de outros familiares, mas sua alma, pela sua história, pela sua maneira de ser, pelo bem que fez aqui na terra, certamente foi postar-se num belo lugar do paraíso, compensação eterna aos que só viveram a vida com amor e dignidade na vida terrena.
Em minha infância, sempre ouvia pelas rádios Catarinense e Herval D ´Oeste, jogos de clubes de Joaçaba, com os comentaristas tecendo elogios às destacadas atuações de Poletto. Provavelmente eu tenha atuado contra ele, pois tivemos diversos embates com clubes de veteranos de Joaçaba, quando jogávamos nos do Arabutã FC. Mas só o identifiquei há uns doze anos.
Há pouco mais de um ano, encontramo-nos na festa de aniversário de sua irmã Terezinha, ele já estava doente, mas ainda forte, falando calmo e pausadamente. Sentou-se bem à minha frente e conversamos muito sobre futebol. Contou-me sua história, que se dividiu entre o futebol, a paixão e o trabalho. O trabalho, no INSS, veio em função de não ter desejado seguir a carreira nos grandes centros, pois desejava ficar em Joaçaba, sua cidade, e o motivo principal e indiscutível era a paixâo que nutria pela namorada, com quem casou-se, fez família, e viveu feliz todos os anos. Agora, com 71, foi para a morada eterna. Sua esposa pode ter certeza de que tinha um marido discretíssimo, mas devotadamente apaoxonado.
Naquele almoço, perguntei-lhe o porquê de não ter seguido carreira no futebol, sabendo que fora um dos maiores talentos que nossa região produziu em sua história, habilidoso, sério, dedicado, um gentleman em meio a turrões. E veio a conversa:
"Estive no Grêmio de Porto Alegre, em minha juventude, treinei umas vezes com o competente Osvaldo Rolla, que gostou de meu futebol e pediu para a Diretoria contratar-me. Fiquei na casa do Lourenço Brancher, amigo e parente, que era doente pelo Grêmio, me acompanhou em treinos, e nos alojamentos do clube. À noite, ficava sem dormir, pensando na minha namorada, de quem eu gostava muito, e se lá ficasse iria sentir muitas saudades. Então recusei ficar, voltei, fiquei um pouco em Joaçaba e fui para Curitiba, treinar no Atlético Paranaense, onde tinha já uns conhecidos, e ficaria mais fácil pra vir a Joaçaba ver minha namorada. Mas a saudade foi maior, eu não queria ficar longe, então voltei, fui trabalhar no INSS e casei com ela, que é quem me cuida, tenho o apoio de meus filhos, me faz feliz, está comigo em todas as horas, devo muito a ela".
A história do futebol qualificado do Poletto, todas as pessoas da geração dele muito bem conhecem. Dia desses, falando com o Severino Dambrós, lá em Capinzal, ele me dizia que jogou como companheiro e como adversário dele, que era um verdadeiro jogador de futebol, não daqueles produzidos pela mídia. Era, sim, um verdadeiro craque. E não estou dizendo isso apenas porque ele partiu. Digo porque a sua história veio até mim ao longo dos anos, e nunca imaginava que na última tarde de outubro de 2012, silenciosamente, nos despedimos dele sob uma chuva calma, que bailava no ar , e que se colocava sobre a grama verde, ao redor de seu jazigo. E muitas flores estavam ali, colocadas pelo carinho das pessoas que conviveram com ele. Sobre uma grama verde vigorosa, como aquela que, em muitos campos, sentira o vagar suave de seus passos flutuantes conduzindo a bola...
Euclides Riquetti
01-10-2012
Conheci o Poletto há doze anos. Elegante, bom papo, simpatia extremada, era o tipo de pessoa em que você podia confiar tão logo conhecesse. Muitas vezes o vi em restaurantes, que costumava frequentar com sua família. Ontem, em seu sepultamento, seu corpo foi juntar-se ao de outros familiares, mas sua alma, pela sua história, pela sua maneira de ser, pelo bem que fez aqui na terra, certamente foi postar-se num belo lugar do paraíso, compensação eterna aos que só viveram a vida com amor e dignidade na vida terrena.
Em minha infância, sempre ouvia pelas rádios Catarinense e Herval D ´Oeste, jogos de clubes de Joaçaba, com os comentaristas tecendo elogios às destacadas atuações de Poletto. Provavelmente eu tenha atuado contra ele, pois tivemos diversos embates com clubes de veteranos de Joaçaba, quando jogávamos nos do Arabutã FC. Mas só o identifiquei há uns doze anos.
Há pouco mais de um ano, encontramo-nos na festa de aniversário de sua irmã Terezinha, ele já estava doente, mas ainda forte, falando calmo e pausadamente. Sentou-se bem à minha frente e conversamos muito sobre futebol. Contou-me sua história, que se dividiu entre o futebol, a paixão e o trabalho. O trabalho, no INSS, veio em função de não ter desejado seguir a carreira nos grandes centros, pois desejava ficar em Joaçaba, sua cidade, e o motivo principal e indiscutível era a paixâo que nutria pela namorada, com quem casou-se, fez família, e viveu feliz todos os anos. Agora, com 71, foi para a morada eterna. Sua esposa pode ter certeza de que tinha um marido discretíssimo, mas devotadamente apaoxonado.
Naquele almoço, perguntei-lhe o porquê de não ter seguido carreira no futebol, sabendo que fora um dos maiores talentos que nossa região produziu em sua história, habilidoso, sério, dedicado, um gentleman em meio a turrões. E veio a conversa:
"Estive no Grêmio de Porto Alegre, em minha juventude, treinei umas vezes com o competente Osvaldo Rolla, que gostou de meu futebol e pediu para a Diretoria contratar-me. Fiquei na casa do Lourenço Brancher, amigo e parente, que era doente pelo Grêmio, me acompanhou em treinos, e nos alojamentos do clube. À noite, ficava sem dormir, pensando na minha namorada, de quem eu gostava muito, e se lá ficasse iria sentir muitas saudades. Então recusei ficar, voltei, fiquei um pouco em Joaçaba e fui para Curitiba, treinar no Atlético Paranaense, onde tinha já uns conhecidos, e ficaria mais fácil pra vir a Joaçaba ver minha namorada. Mas a saudade foi maior, eu não queria ficar longe, então voltei, fui trabalhar no INSS e casei com ela, que é quem me cuida, tenho o apoio de meus filhos, me faz feliz, está comigo em todas as horas, devo muito a ela".
A história do futebol qualificado do Poletto, todas as pessoas da geração dele muito bem conhecem. Dia desses, falando com o Severino Dambrós, lá em Capinzal, ele me dizia que jogou como companheiro e como adversário dele, que era um verdadeiro jogador de futebol, não daqueles produzidos pela mídia. Era, sim, um verdadeiro craque. E não estou dizendo isso apenas porque ele partiu. Digo porque a sua história veio até mim ao longo dos anos, e nunca imaginava que na última tarde de outubro de 2012, silenciosamente, nos despedimos dele sob uma chuva calma, que bailava no ar , e que se colocava sobre a grama verde, ao redor de seu jazigo. E muitas flores estavam ali, colocadas pelo carinho das pessoas que conviveram com ele. Sobre uma grama verde vigorosa, como aquela que, em muitos campos, sentira o vagar suave de seus passos flutuantes conduzindo a bola...
Euclides Riquetti
01-10-2012
domingo, 28 de outubro de 2012
História do Xixo
O xixo é um alimento produzido basicamente com carne e muito popular na região Sul do Brasil. Em muitas cidades chamam de espetinho, ou espetinho de carne. Tem origem em países como a China, o Japão e a Russia, com 800 anos de história. Em cada lugar é feito com um tipo de carne, dependendo da preferência do consumidor, inclusive há casos de que misturam legumes em meio aos pedaços .Pejorativamente, chamam de "espetinho de gato" aquele que é vendido em praças públicas ou nas entradas de estádios. Mas é comum tendo gente vendendo xixo ao lado dos portões de cemitérios, em dias de finados.
A ideia de escrever sobre o xixo me veio ontem à noite, quando meu filho Fabrício, o Gustavo Andrade, (Filho da Nice, neto do Ivo Luiz Bazzo; e o Thiago Fagundes dos Passos, de Ibicaré, com suas respectivas noivas, estiveram preparando peixes recheados na nossa garagem/churrasqueira de mnha casa, em Joaçaba. Discutiam sobre como fazer um bom xixo.
Em minha infância, quando acompanhava meu pai, Guerino Riquetti, e seu inseparável e confidente sobrinho Rozimbo Baretta, nas festas em Ouro e Capinzal, percebia que os fabriqueiros (fabriccieri), dirigentes das capelas da Igreja Católica, retiravam os "miúdos", como coração e rins, dos animais, cortavam em pequenos pedaços e os assavam nos espetos para comer enquanto espetavam o churrasco e o punham ao fogo. Chamavam isso de aperitivo, que era ingerido junto com uma cachaça artesanal ou caipirinha de limão.
Em minha juventude, quando fui para a Faculdade, em Porto União da Vitória, conheci o vedadeiro XIXO. Deliciei-me. Era bom demais
Meus amigos Leoclides Fraron, Odacir Giaretta e Osvaldo Bet, meus companheiros na "República Esquadrão da Vida", convidaram-me para ir à Festa de São Pedro, no Bairro do mesmo nome, onde, em 1972, iam acender uma fogueira com 39 metros de altura, com circuito acionado por controle remoto (um par de fios e um interruptor de luz). Lembro que o Grupo de Jovens do Bairro, liderados pelo Fernando Crestani, alguns anos, levantavam a grande fogueira. E o Sr. Carlos Ewaldo Unterstell, comerciante e benemérito, foi foi o que acendeu a fogueira, cujo fogo começaba lá no alto, e depois vinha descendo. Ao longo as pessoas viam aquele clarão que iluminava aquela parte de Porto União.
Mas, como nosso escopo é falar do xixo, digo que foi nessa festa que conheci. Faziam até 20.000 espetinhos, usando 2.000 Kg de canes. Era composto por coxão mole de bovinos, pernil de porco e coração de porco. Mas tinha um sabor inigualável. Os espetinhos eram de um arame de aço, assado em calhas de latao, e havia umas ripas na horizontal,defronte äs barracas, onde pregos sustentavam as argolas dos espetos, e íamos retirando os pedacinhos e devorando. Os espetos eram reutilizados. Você os podia comprar nos supermercados Passos e Unterstell, a bom preço.
Dez anos depois, quando morava em Ouro, meu cunhado Nei me visitou e propôs-me a fazermos um xixo. Utilizou, junto, filé de carne de frango.Eu não sabia que isso era possível. Mas ficou muito bom.
No início da década de 1980, o Fernado Crestani veio de Porto União para trabalhar no Bradesco, em Capinzal, e retomamos a amizade. E eu lecionava também na CNEC, que estava com problemas financeiros para pahar aluguel e salários de nós, professores. Sugerimos fazer uma fogueira e vender xixo. Antes, numa festa junina do Mater Dolorum, o Ruites Andrioni, da APP, mandou o Zó Boico com o gol azul da Jarp buscar100Kg de xixo em Porto Uniao, pois se entendia que só lá sabiam prepará-lo. E ele conhecera o xixo na casa do irmão dele, meu amigo Urtenilo Andrioni, o Nilo, que morava no Porto.
Na metade da festa, não havia mas xixo.
O Crestani ensinou-me a fórmula do xixo para vender nas promoções e ter lucro. Depois ensinei-a para o Guiomedes Proner, Neivo Ceigol e o Albino Baretta. E ficava uma delícia, todos elogiavam o tempero. Hoje muitos continuam a fazer xixo com uma única espécie de carne, de bovinos ou de suínos. Mas á outras fórmulas de composição.
Então, vejamos nosso procedimento: para terem-se 100 Kg de xixo e produzir de 900 A 1.00O espetinhos, utilizam-se:
- 35 Kg de carne bovinha de coxão mole, macia;
- 35 Kg de carne de pernil suíno, pura;
- 45 Kg de carne de coração de porco (retiras nervuras e gorduras);
- 3 litros de óleo comestível;
- 3 litros de vinho branco, seco;
- 3 Kg de sal fino;
- 3 pacotes de orégano;
- salsa, folhas de cebola, manjerona, hortelã -pimenta ou outros temperos verdes compatíveis.
Corte tudo e tempere. Com estas quantidades obterás um mínimo de 100 Kg de xixo, próprios para 1.000 espetinhos.
Lembrar das festas juninas deOuro, Capinzel e Porto União me remetem aos tempos e isso às saudades. Era muito bom levar as crianças para se deliciarem com o xixo, o cachorro-quente, os pés-de-moleque, cocadinhas, doces de batata ou de abóbora, e ver as danças das quadrilhas.
Euclides Riquetti
28-10-2012
-
A ideia de escrever sobre o xixo me veio ontem à noite, quando meu filho Fabrício, o Gustavo Andrade, (Filho da Nice, neto do Ivo Luiz Bazzo; e o Thiago Fagundes dos Passos, de Ibicaré, com suas respectivas noivas, estiveram preparando peixes recheados na nossa garagem/churrasqueira de mnha casa, em Joaçaba. Discutiam sobre como fazer um bom xixo.
Em minha infância, quando acompanhava meu pai, Guerino Riquetti, e seu inseparável e confidente sobrinho Rozimbo Baretta, nas festas em Ouro e Capinzal, percebia que os fabriqueiros (fabriccieri), dirigentes das capelas da Igreja Católica, retiravam os "miúdos", como coração e rins, dos animais, cortavam em pequenos pedaços e os assavam nos espetos para comer enquanto espetavam o churrasco e o punham ao fogo. Chamavam isso de aperitivo, que era ingerido junto com uma cachaça artesanal ou caipirinha de limão.
Em minha juventude, quando fui para a Faculdade, em Porto União da Vitória, conheci o vedadeiro XIXO. Deliciei-me. Era bom demais
Meus amigos Leoclides Fraron, Odacir Giaretta e Osvaldo Bet, meus companheiros na "República Esquadrão da Vida", convidaram-me para ir à Festa de São Pedro, no Bairro do mesmo nome, onde, em 1972, iam acender uma fogueira com 39 metros de altura, com circuito acionado por controle remoto (um par de fios e um interruptor de luz). Lembro que o Grupo de Jovens do Bairro, liderados pelo Fernando Crestani, alguns anos, levantavam a grande fogueira. E o Sr. Carlos Ewaldo Unterstell, comerciante e benemérito, foi foi o que acendeu a fogueira, cujo fogo começaba lá no alto, e depois vinha descendo. Ao longo as pessoas viam aquele clarão que iluminava aquela parte de Porto União.
Mas, como nosso escopo é falar do xixo, digo que foi nessa festa que conheci. Faziam até 20.000 espetinhos, usando 2.000 Kg de canes. Era composto por coxão mole de bovinos, pernil de porco e coração de porco. Mas tinha um sabor inigualável. Os espetinhos eram de um arame de aço, assado em calhas de latao, e havia umas ripas na horizontal,defronte äs barracas, onde pregos sustentavam as argolas dos espetos, e íamos retirando os pedacinhos e devorando. Os espetos eram reutilizados. Você os podia comprar nos supermercados Passos e Unterstell, a bom preço.
Dez anos depois, quando morava em Ouro, meu cunhado Nei me visitou e propôs-me a fazermos um xixo. Utilizou, junto, filé de carne de frango.Eu não sabia que isso era possível. Mas ficou muito bom.
No início da década de 1980, o Fernado Crestani veio de Porto União para trabalhar no Bradesco, em Capinzal, e retomamos a amizade. E eu lecionava também na CNEC, que estava com problemas financeiros para pahar aluguel e salários de nós, professores. Sugerimos fazer uma fogueira e vender xixo. Antes, numa festa junina do Mater Dolorum, o Ruites Andrioni, da APP, mandou o Zó Boico com o gol azul da Jarp buscar100Kg de xixo em Porto Uniao, pois se entendia que só lá sabiam prepará-lo. E ele conhecera o xixo na casa do irmão dele, meu amigo Urtenilo Andrioni, o Nilo, que morava no Porto.
Na metade da festa, não havia mas xixo.
O Crestani ensinou-me a fórmula do xixo para vender nas promoções e ter lucro. Depois ensinei-a para o Guiomedes Proner, Neivo Ceigol e o Albino Baretta. E ficava uma delícia, todos elogiavam o tempero. Hoje muitos continuam a fazer xixo com uma única espécie de carne, de bovinos ou de suínos. Mas á outras fórmulas de composição.
Então, vejamos nosso procedimento: para terem-se 100 Kg de xixo e produzir de 900 A 1.00O espetinhos, utilizam-se:
- 35 Kg de carne bovinha de coxão mole, macia;
- 35 Kg de carne de pernil suíno, pura;
- 45 Kg de carne de coração de porco (retiras nervuras e gorduras);
- 3 litros de óleo comestível;
- 3 litros de vinho branco, seco;
- 3 Kg de sal fino;
- 3 pacotes de orégano;
- salsa, folhas de cebola, manjerona, hortelã -pimenta ou outros temperos verdes compatíveis.
Corte tudo e tempere. Com estas quantidades obterás um mínimo de 100 Kg de xixo, próprios para 1.000 espetinhos.
Lembrar das festas juninas deOuro, Capinzel e Porto União me remetem aos tempos e isso às saudades. Era muito bom levar as crianças para se deliciarem com o xixo, o cachorro-quente, os pés-de-moleque, cocadinhas, doces de batata ou de abóbora, e ver as danças das quadrilhas.
Euclides Riquetti
28-10-2012
-
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