domingo, 7 de outubro de 2018

Direita versus esquerda - o grande plebiscito


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       A eleição para Presidente da República está com todas as características de plebiscitária. Nos últimos dias antes do pleito de 07 de outubro, configura-se um confronto entre o ex-Capitão do Exército Jair Messias Bolsonaro e o candidato do PT, Fernando Haddad. Haddad tem sobre suas costas os 13 anos de Governo do PT, de Lula e Dilma. É a contenda da direita contra a esquerda, a novidade contra o velho. E Bolsonaro se apresenta como o único candidato capaz de demolir o viciado sistema político no País, o que vem governando desde que a redemocratização foi instituída, após o regime militar que se iniciou a partir de 31 de março de 1064. Tudo indica que Bolsonaro e Haddad estarão na contenda do segundo turno. Até se cogita de que nem segundo turno haja em razão de um provável “efeito manada”!

       Os discursos projetados por intelectuais, e repetidos por influenciadores a partir da eleição de Fernando Collor de Mello, perdem-se no vazio da existência, estão fragilizados, não têm mais razão de ser. Todo o trabalho ideológico realizado através das escolas públicas, especialmente de algumas universidades, pela primeira vez confronta-se com exércitos de reacionários de direita, que querem varrer do Poder a classe política, rejeitando centro e esquerda. E, a maneira mais fácil, o caminho mais curto, é começando por votarem em Bolsonaro. Dizem as pessoas mais simples que se “votarem em Bolsonaro, as coisas podem mudar, ou não. Mas se voltarem nos demais, têm a certeza de que nada vai mudar”! Agora, o antipetismo e o conservadorismo se agiganta e favorece o ex-Capitão do Exército Brasileiro. Os brasileiros querem disciplina na sociedade, nas escolas, no ambiente de trabalho, e em todos os lugares. Ele passa essa mensagem à população,  que está se sentindo insegura.

       Na política, colhemos o que plantamos! O brasileiro viu e ouviu as notícias de tanta gente, de direita e de esquerda, que se aproveitou do Poder Público para fazer o que bem entendesse com o dinheiro dos contribuintes. E não aguenta mais as promessas que não são cumpridas, as mentiras e a ladroeira, a falta de atendimento na saúde, a omissão governamental em questões de segurança e a inércia diante de um sistema educacional duvidoso, as estradas esburacadas, e o dinheiro sumindo pelo ralo. Nem a inconstância do Judiciário, em especial do STF, onde os juízes do Supremo tomam decisões que os brasileiros não aceitam. Não existe uma linha de conduta próxima do singular, mas uma divergente, que causa espanto nos mais simples dos viventes. O tratamento dispensado a umas figuras é bem diferente do dispensado a outras por crimes muito parecidos.

       Em nível de Estado de Santa Catarina, não vejo favoritismo de ninguém. Mas o segundo turno deve ficar entre Mauro Mariani e Gelson Merísio. O primeiro herda a força de Luiz Henrique da Silveira no Norte, e do MDB na grande Florianópolis. Merísio tem favoritismo no Oeste, Meio Oeste, Planalto e Sul do Estado. Merísio pode ser favorecido por ter declarado seu voto a Bolsonaro há poucos dias. Ao meu ver, eles são muito parecidos: são egressos da iniciativa privada, fizeram carreira política, fizeram parte do um mesmo governo desde 2002 até abril deste ano.  Décio Lima, embora conheça bem a administração pública e a política, tem nas costas o desgaste de seu partido, o PT. Os demais candidatos, mesmo com ideias lúcidas, não dispõem de estrutura partidária capaz de alavancar suas candidaturas.

       De qualquer forma, mesmo com as suas imperfeições, a democracia nos leva ao pleito deste final de semana com tranquilidade e acreditando no funcionamento de todas as instituições. E esperamos que os eleitos possam aplicar, em suas gestões, aquilo que pregam em suas campanhas, o que é sempre muito difícil de acontecer, pois se semeia o sonho, mas a realidade é sempre muito diferente do que este.

Euclides Riquetti – Escritor – Membro da ALB/SC -  www.blogdoriquetti.blogspot.com




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