O CANTO DO ESTRANGEIRO
Este é o canto do estrangeiro
que tu acolheste um dia!
Foi em setembro,
eu me lembro:
quatorze anos são passados.
Com a alma de sonhos povoada,
aqui aportei às tuas margens.
Benditas paragens!
Afundei raízes,
bebi água do Iguaçu ...
Não sei o que possa hoje separar-te de ti,
Porto União, cidade hospitaleira,
recanto singular da minha pátria onde floresce
tanta amizade verdadeira
na encantadora singeleza de teu povo!
Tanta gente canta
a sua terra amada;
mas não há o que suplante,
em poesia e encanto,
o sol das veredas!
Imenso Iguaçu rebrilhando,
espelhando,
retratando
toda beleza que encerra,
esta terra!
Ao longo do teu rio audacioso,
ou entre o teu povo tão sincero,
cidade amiga,
mister que o diga,
quanta lembrança, quanta emoção,
vivemos juntos, Porto União!
Não recordo prantos,
pois que não houveram;
lembro apenas alegrias
e que foram tantas!
Tenho a alma impregnada
de otimismo eterno,
e, ao escrever-te hoje
os versos do teu cinquentenário,
são eles bafejados
pela brisa vespertina
que te acompanha sempre
são leques de palmeiras
a se debruçarem,
à guisa de homenagem
simples e sincera...
Este é o canto do estrangeiro
que tu acolheste um dia,
embora esta linguagem
não se pareça tanto
à de alguém que vem de fora.
-Há um toque sutil de intimidade,
há tanta familiaridade
nestas palavras que te ofereço,
que me custa crer, sinceramente,
que um dia o destino, de repente,
me faça palmilhar caminho incerto...
Salve veredas do Iguaçu!
Salve várzeas e quebradas,
rios, bosques e lombadas,
pinheiros que tombaram um dia
para engrandecer-te!
Salve povo hospitaleiro,
povo forte, pioneiro,
de memoráveis jornadas
na história deste torrão!
são versos do coração!
- O canto do estrangeiro
que tu acolheste um dia, Porto União!!!
(Poesia Vencedora publicada nos jornais O Comércio e Caiçara, Edição Especial do Cinquentenário de Porto União, Juntamente com as poesias "Porto União Doce Lar" de Diva Correia da Rosa, 2º Lugar e "Porto União" de Alvim Ulrich, 3º Lugar, em 9 de setembro de 1967).
Num evento no Clube Concórdia, na primeira metade da década de 1970,
em Porto União, encantei-me com as declamações de Ivonnisch Furlani. Em minha cabeça, até hoje, registro a memória de "Eu sou o verso" - "Parece que o insano dinamismo... a velocidade, esse transformismo...até o verso silenciou".
Euclides Riquetti
20-10-2022
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