quarta-feira, 4 de maio de 2016

Quinze anos sem meu irmão Ironi: muitas saudades!



 

          Houve algo que mexeu muito comigo neste 04 de  maio: Aniversário da perda de meu irmão mais velho, Ironi, há exatos 18anos. Parece-me que foi ontem... Passam os anos, mas as ternas e eternas lembranças ficam!

          Lembro-me bem daquele dia. Vim antes do meio-dia para Joaçaba visitar meu irmão que estava doente, no Hospital Santa Terezinha. Ele estava ali internado  fazia alguns dias. Muito debilitado, fragilizado. Naqueles dias havia falecido o Leandro, da dupla Leandro e Leonardo. Um radinho a pilhas tocava as músicas deles e os locutores comentavam sobre o falecimento do cantor. Nós escutávamos e falávamos sobre isso. Era uma surpresa, pois houve pouco tempo entre o dia da descoberta da doença e o falecimento do Leandro.

          No último dia de vida de meu irmão, ele foi transferido para a UTI. Os médicos devem tê-lo colocado lá para nos poupar de mais sofrimento. Passamos o dia entre o quarto e as escadas do hospital que permitiam ir para o andar de cima. Bem ao final da tarde, liguei para a Escola Prefeito Sílvio Santos, onde eu deveria lecionar à noite. Justifiquei, disse que não poderia ir para lá. Orientei sobre o que os alunos deveriam fazer de atividade. Depois, comecei a relembrar de nossa vida...

          Na adolescência, o Ironi era muito forte. Muito mais do que os outros da mesma idade. Orgulhava-se em exibir os músculos dos braços e das costas. E também de seus olhos azuis claros, como os da Nona Baretta. Gostava de jogar futebol, jogou e foi treinador do Palmeirinhas, ali da Rua da Cadeia, no Ouro. Torcia para o "Palestra", de São Paulo, e para  o Botafogo, no Rio de Janeiro, coisa rara na nossa cidade. Mostrava-me que o Bota tinha um elenco fabuloso, era a base da Seleção Brasileira. Tinha o Garrincha, que era fenomenal. Manga, o Goleiro. O jovem Jairzinho, que depois foi o "Furacão da Copa do Tri", em 1970. Tinha  Didi, o Folha-seca. Amarilo, que substituiu Pelé em 62, no Bi. E ele me mostrava as fotos, comprava a "Revista dos Esportes" e me falava sobre os jogadores e os times.

          Foi pelas mãos dele que recebi os primeiros gibis. Ia, aos domingos, fazer trocas, antes das sessões de matiné do Cine Glória,  do Tex, do Pato Donald, do Mickey, do Búffalo Bill, do Fantasma, do Tarzan e outros.

          Tenho eterna gratidão por ele. Quando fui definitivamente para a Fafi, em União da Vitória, foi comigo procurar uma pensão. Ficamos o primeiro dia num hotel e, no dia seguinte,  depois que me acomodou numa pensão, ele retornou. Todas as vezes que eu ia passear em casa ele me dava uma calça nova, de "Tergal", que mandava confeccionar, sob medida, na Alfaiataria do tio Ivo Baretta.  Para minha irmã, quando ela foi estudar na mesma cidade que eu, deu uma máquina de costura, para que ela pudesse costurar e sustentar-se. Ele fez apenas parte do Ginásio, mas nos incentivava a estudar. Repassa o filme em minha cabeça,  lembro de tudo como seu fosse hoje.

          Ao anoitecer, ele faleceu, naquele  04 de maio de 1978, há 18 anos...

          O Ironi partiu na véspera do aniversário de minhas filhas. Quando chega esta data, aguça-se por demais minha sensibilidade. No dia 05 de maio, comemoro a aniversário das filhas gêmeas. Por outro lado, tenho aquela lembrança... Que Deus o tenha em sua Glória Eterna!

Euclides Riquetti
 Reeditado em 04-05-2016

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