sábado, 15 de dezembro de 2018

A cultura da corrupção, o João do Diabo, e os riscos a que estamos submetidos

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"João de Deus" atendia a anônimos e a famosos

       Dezembro nos trazendo acontecimentos que nos alertam para termos atenção a tudo o que passa ao nosso redor. O perigo pode morar ao lado. Os incautos podem estar sendo lesados. Todos os dias acontecendo barbaridades. Tomara que as festas de fim de ano amenizem a situação e possamos ver e ouvir boas notícias.

       Uma “coisa feia” é o que veio a público sobre um assessor de um dos filhos do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Movimentando mais dinheiro do que sua renda permite! E a polícia federal continua agindo, todas as semanas está prendendo alguém envolvido em corrupção, ou mesmo buscando documentos em seus domínios. Alguns dos novos ministros, que ainda nem tomaram posse, já estão sendo mencionados em razão de seus processos na Justiça. Tanto Sérgio Moro quando Bolsonaro têm dito que cada um tem que se explicar e que, se houver denúncias robustas, serão exonerados ou afastados. Os brasileiros querem que seja assim mesmo. A cultura da corrupção fincou raízes profundas e eliminá-las é a tarefa mais árdua.

       Outro assunto “do mês” é a denúncia do tal médium João de Deus, que, ao meu ver, não passa de um “João do Diabo”. Aproveitador de mulheres que buscam seu “apoio espiritual”. Pessoas desesperadas buscam apoio em seres que julgam terem poderes e acabam tornando-se suas vítimas. Uma vergonha! Em poucas horas de abertura de um canal de denúncias, mais de 40 mulheres o denunciaram. E há informações de que chegarão a centenas. Ainda assim, muitos de seus fiéis seguidores continuam procurando-o, buscando sua “casa de orações”. O que soa muito esquisito, é que só depois que uma tem coragem de denunciar é que vêm as outras. Por que não buscam a polícia, pedem sigilo, não dão as informações para que isso não se prolongue?

      O fato é que todo o malandro age de uma forma estratégica, cercado de cuidados. O agressor não manda recados de que vai agredir ou ofender, vai lá e agride, ofende. Mas o que nos entristece, mesmo, é ver quantas mulheres são agredidas ou mortas pelos seus maridos, companheiros ou ex-companheiros enciumados. Não há justificativa para isso, mas a força física desproporcional leva à agressão. Fossem elas mais fortes do que eles e a coisa não seria tão fácil assim.

      O último mês do ano deveria ser apenas comemorativo e reflexivo. No entanto, as estradas abarrotadas de carros fazem vítimas fatais. O calor leva as pessoas a banharem-se em rios sem conhecerem os perigos que as águas podem representar e podem afogar-se. Outras bebem e comem mais do que seu organismo pode suportar. O ser humano é inquieto, busca satisfação às suas necessidades físicas e psicológicas sem medir as consequências possíveis. Os aproveitadores estão sempre de olho em vítimas fáceis e frágeis. Então, cautela, minha gente!

Euclides Riquetti – Escritor – Membro da ALB/SC – www.blogdoriquetti.blogspot.com


Um comentário:

  1. O governo fake de Bolsonaro nem começou e o homem já acumula um tremendo desgaste. Para quem veio montado num discurso anticorrupção, para os outros, naturalmente, tá ficando difícil segurar.
    O laranjal do clã Bolsonaro é trinitroglicerina pura. O Queiroz precisa reaparecer urgentemente e explicar para quem repassou o R$ 1,2 milhão.
    Bolsonaro lembra os ex-presidentes Jânio Quadros e Collor de Mello. Ambos tinham um discurso anticorrupção que encantava os incautos.
    Jânio, o da vassourinha era um moralista sem moral.
    Collor tinha programa de governo semelhante ao de Bolsonaro: abertura do mercado, privatizações, diminuição do estado, fim da estabilidade do servidor público, sanha moralista e criminalização dos movimentos sociais e sindicatos.
    A diferença é que tanto Jânio como Collor, às véspera da posse, não tinham esse desgaste gigante.
    Bolsonaro é uma nulidade interna e externa, desagrada muito mais que agrada e, a cada movimento desarruma mais a carga.
    Desse jeito esse caminhão chamado Brasil não chegará a destino nenhum.
    João de Deus! São muitos os João de Deus por esse imenso brasil.
    É muita gente explorando o charlatanismo. Pobre povo...
    Como você disse; "o final de ano deveria ser comemorativo e reflexivo". Concordo, porém entendo que dados os agravantes, deverá ser muito mais reflexivo que comemorativo.
    comemorar o quê em termos nacionais?

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