quarta-feira, 30 de abril de 2025

Como os doces ventos de março

 



"Como os doces ventos de março"

Os doces ventos de março voltaram
E, com eles, as belas recordações
E, por aqui, parece que ficaram
Trazendo-nos as ternas emoções...

Os doces ventos de março sopraram
E animaram as brasas certas
Aquelas que antes se ocultaram
Em praias distantes e desertas...

Os doces ventos de março reacenderam
Paixões há muito adormecidas
As almas frias se reaqueceram
E as noites tristes foram banidas...

Porque nos voltaram os doces ventos
Que há muito deixaram de soprar
E apagaram velhos ressentimentos
Que foram se extinguir no mar!

Euclides Riquetti

Sorria a Lua


 


 



Sorria a Lua com seu jeito acanhado
O seu sorriso dócil, gentil, encantado
Sorria aquele sorriso de alma pequenina
Que me deixava deslumbrado
Porque eu amava o seu sorriso de menina.

Amei desde sempre
Desde que eu estava no ventre
De minha mãe (querida!).
Certamente!

Oh, terno sorriso  a ameigar meus sentimentos
A amainar meus instintos
A me confortar em todos os momentos:
Vem abraçar o amor que eu sinto
E que me faz poeta e cantador
E que faz de mim um amante trovador.

Sorria levemente
Delicadamente
O seu sorriso bendito
Bonito
Envolvente.

Sorria. Apenas sorria.
E deixe seu prateado beijar
Com seu afeto lunar
Os meus lábios sedentos!

Euclides Riquetti

Deixe-me beijar teu sorriso largado

 






Deixe-me beijar o teu sorriso largado
Sentir o perfume dos teus cabelos escuros
Abraçar o teu corpo docemente adocicado
Acariciar os teus pensamentos puros...

Deixe-me apalpar a tua leve respiração
Afagar os teus olhos quando lacrimejam
Encostar meu peito ansioso no teu coração
Sentir teus sentimentos que marejam.

Deixe-me dizer-te palavras bem sensuais
E sentir a reação de teu íntimo entristecido
Sentir as sensações inesperadas e casuais

Deixe-me escrever-te versos livremente
Declarar-te o amor mais profundo já sentido
Deixe-me cortejar-te sempre, infinitamente.

Euclides Riquetti

Na primeira noite...

 



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Na primeira noite de inverno, sonhei
Sonhei que o dia era sol
Que a noite era luar
E que eu caminhava na beira do mar!

Na primeira noite de inverno, sonhei
E no meu sonho aparecia
Uma alma idealizada
Que num belíssimo corpo se alojava!

No primeiro dia de inverno veio o sol
E ele me aquecia...

Então a tarde se iluminou
E a noite me esperou
Como esperei por ti...
Mas não vieste!

E eu fiquei a me lamentar...
Só a me lembrar...
E a chorar
Por causa de ti!

Euclides Riquetti

terça-feira, 29 de abril de 2025

Frias madrugadas

 







Frias madrugadas do inverno antecipado
Das geadas brancas
Do sol que se levanta
E vem agigantado...

Frias madrugadas que precedem
O céu azulado
O dia ensolarado
As bênçãos que as mães nos conferem...

Frias madrugadas dos pensamentos
Das cândidas orações
Das singelas recordações
Que nos traz o som do vento...

Frias madrugadas dos aflitos
Que esperam que o dia venha claro
Que esperam pelo nosso amparo
Que esperam por um futuro mais bonito...

Frias madrugadas
Em que permaneço acordado
Esperando pelo dia abençoado
Rezando para que sejas...abençoada!

Enquanto espero que amanhã
Seja, para você, um grande e alegre novo dia!

Euclides Riquetti

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Não te deixes abalar

 




Não te deixes abalar por nada neste mundo
Deixa que o barco da esperança flutue e navegue
Busca semear no solo mais fértil, mais fecundo
Lembra-te, sempre, de que "a vida segue"...

Não te deixes dominar por pressentimentos
Procura  gastar tuas horas com o aprender
Cuida de dar a teu coração o devido alento
Faze de cada instante um momento de prazer...

Não te deixes entregar aos vãos pensamentos
Não te maltrates com sofrimento desmedido
Não te deixes contagiar por ressentimentos!

Busca viver com otimismo e com muita euforia
Procura dar a ti mesma o verdadeiro sentido
Cuida de dar-te  amor, carinho e alegria!

Euclides Riquetti

Como se o tempo não tivesse passado...



 


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É como se meu tempo não tivesse passado
E é como se tudo fosse um sonho eterno
Algo fascinante, algo encantador e terno
Que calou em mim; ficou aqui gravado..

É como se a vida fosse só o que foi vivido
É como se não houvesse um futuro adiante
Nada de novo, apenas o passado já distante
Apenas um livro diário já escrito,  antigo...

É como se tudo fosse estático, permanente
Apenas dias nublados, chuvas, tempestades
Ventos que sopram os fogos das vaidades
Como se tudo fora o passado sem presente...

É tudo muito confuso, escuro, sem clareza
É o céu na noite em que somem as estrelas
Em que se olha e não se pode percebê-las
É o futuro incerto e o presente sem certeza!

Euclides Riquetti

Beleza, romance, sensualidade

 



Beleza, romance, sensualidade

Amor com carinho, muito desejo

Substâncias bem além da amizade

A nossa sedução, o prazer do beijo...


Há um horizonte a ser conquistado

Uma planície a ser sobreposta

Um mundo de prazer e pecado

Uma montanha a ser transposta.


Um reencontro em novo lugar 

Carícias, afagos, calor e paixão

Deitar na areia ao lado do mar!


Ah, sonhos... sonhos dourados

Do afeto, da ilusão e da perdição

Dar-te o amor, dormir abraçados!


Euclides Riquetti

Sorrindo na chuva

 





Sorrindo na chuva

Fico olhando pra você, que se vai feliz
Pela rua cinzenta, com cheiro de luar
Anda, livremente, buscando o seu mar
Sonha acordada com os versos que fiz.

Fico imaginando o que a anima tanto
O que a faz andar sorrindo na chuva
Tão protegida como a mão numa luva
Adeus às tristezas, adeus aos prantos.
 
Vai, esbaldando-se em sua felicidade
Na busca da recomposição de seu eu
Envolta no frescor da pura liberdade.

Vai, flutuando nas nuvens das certezas
Colhendo os frutos do pomar que é seu
Majestade coroada com sutis realezas.

Vai, feliz, sorrindo na chuva!

Euclides Riquetti

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Dona Holga Brancher - reeditando e homenageando

 

 





           Numa noite de quinta-feira, há 21 anos,  fomos surpreendidos pela notícia do falecimento da professora, colega, vizinha e amiga Dona Holga Maria Siviero Brancher. Ficamos entristecidos pela sua partida, que é nossa reação lógica e primeira diante da perda de alguém que estimamos muito e que tornou-se nossa amiga.

          Nossa Dona Holga sempre foi uma pessoa muito determinada em conquistar seus objetivos. Conheci-a ainda pequeno,  pois passava defronte nossa casa, ali no Distrito de Ouro,  com suas crianças, indo  para Capinzal, a pé. Os mais velhos me  diziam: "Aquela ali é da Dona Holga, professora lá no Belisário Pena". Era uma mulher muito bonita!

          Mais adiante, lembro-me de quando eu era adolescente e estudava no Ginásio Padre Anchieta e, numa manhã, logo após nosso recreio, escutamos seus gritos ali em sua casa, quando corria para a rua: "Mataram o Dr. Vilson (Bordin)!" Aquilo me marcou. Foi o acontecimento da década na pacata cidade. Eu já a conhecia bem, fui colega de uma das filhas, Anamar, no terceiro ano primário, 1963, no Colégio Mater Dolorum. Meu pai era amigo dela e do Seu Sady, o marido. Depois, em 1967 e 1968,  foi minha professora no Ginásio Normal Juçá Barbosa Callado, do qual era também Diretora. Era nossa professora de Matemática, Português e Didática. Estava grávida da Vanusa e vinha para a Escola trabalhar com muita energia. E encontrava tempo para deslocar-se a Passo Fundo, onde fazia seu Curso Superior. Tomava caronas com alguns que iam para lá estuda Direito, iam de jipe, pelas estradas poeirentas, dentre eles os Srs. Nízio Baretta e  Antônio Maliska Sobrinho.

          Terminado o ginasial perdi o contato com ela, que só restabeleci em 1977. Morávamos  em Duas Pontes, município de Campos Novos, hoje Zortéa, onde fora lecionar e trabalhar,  e os assuntos relativos à Educação eram tratados aqui em Joaçaba, na 9º UCRE. Quando estavam implantando a Rodovia Joaçaba/Ouro/Capinzal, a Estrada da Amizade, havia muitos atoleiros e, nos dias chuvosos tinha-se que vir por "Linha Sete". Lembro que certa vez tive que dirigir seu Corcel no retorno, pois estava exausta. Era de levantar de madrugada e trabalhar até quase 11 horas da noite.  E, a partir de 1978, nos tornamos colegas na Escola Major Cipriano Rodrigues Almeida, nas Duas Pontes. Minha antiga professora já se tornara nossa grande amiga e vizinha. Foi pioneira em ir ao encontro da educação em nível superior.

          Tinha uma concepção das coisas muito adiante dos costumes de seu tempo. Era uma revolucionária. Buscava participar de congressos onde quer que acontecessem. Em qualquer lugar do Brasil. Era apaixonada por História.  Para ela, não havia fronteiras. E nos dizia: "Falo demais e às vezes me complico por isso, mas é tudo verdade. Acho que sou meio subversiva!"...

          Tinha uma forte liderança perante seus alunos. Programava viagens e ia buscar apoio junto a empresas e ao Poder Público. Em dezembro de 1980 levou os alunos Contadorandos da CNEC para conhecer Florianópolis. Queria levá-los para ver os fortes, mas os eles  queriam praia! Então ela os levou para conhecer o Palácio Cruz e Souza, que era Sede de Governo,  a Praça XV, com sua imponente Figueira, a Majetosa Ponte Hercílio Luz e a Marinha. Também as dunas brancas na Joaquina e as finas areias do Campeche.  Depois, como prêmio, a ida para Balneário Camboriú, para conhecer a praia mais famosa do Sul do Brasil. Recomendava que "os filhotes" não ficassem expostos ao sol, coisa de mãezonha. Ao final, porém, todos com o couro bem vermelho! Acho que dos mais de 40, nenhum ainda conhecia o mar. Ela proporcionava isso a eles! Levava-os para conhecer in loco aquilo que ensinava da sala de aula, quanto aos aspectos históricos e a paisagem natural de Santa Catarina.

           Nossa vizinha, deu-nos muito apoio quando nasceram nossas meninas, dava-nos conselhos, nos orientava, afinal criara sete filhos. Trazia-nos  roupas bonitas quando de suas viagens a São Paulo. Organizava jantares para os alunos "do ônibus", uma vez que, morando em Zortéa, descia algumas noites para lecionar em Capinzal. Ia e voltava no ônibus dos alunos. Parecia uma "aluna maiorzinha" em meio aos demais. Na Escola, uma vez, com ajuda da Miriam, fez um jantar  surpresa para os professores em dia de reunião pedagógica. Era também habilidosa cozinheira.

          Aposentada, começou a aprofundar suas pesquisas para sua monografia de História, disciplina com a qual tinha muita afinidade, e que lecionou a maior parte de sua vida, principalmente no Belisário Pena e CNEC, mas também com passagens pela Sílvio Santos e Major Cipriano Rodrigues Almeida e outras. Em razão disso, escreveu um livro sobre a História Sócio-econômica de Capinzal. Ia às Prefeituras para ver os registros das empresas antigas, à Agência de Estatística, à Casa da Cultura, em Campos Novos, às Exatorias e Coletorias das cidades gêmeas e daquela.

          O lançamento de seu livro aconteceu no Centro Educacional Prefeito Celso Farina, com cerimônia presidida pelo amigo Ademir Pedro Belotto. Lembro bem que ele falou daquilo que realiza o Ser Humano: "Ter filhos, Plantar uma Árvore e Escrever um Livro". E ela estava cumprindo isso! Foi um evento muito concorrido. Deixou uma marca importantíssima com isso. É uma ótima referência bibliográfica de nossa História. Autografou-me um exemplar.

          Há uma década nos encontramos em Toledo, no Paraná, na Festa da Família Durigon, lá realizada. Lá moravam a Ana Leonor e o filho Cássio. Foi, para nós, uma grande surpresa tê-la reencontrado. Depois disso, avistei-a apenas mais uma vez, em Capinzal. Passamo-nos alguns recados pelo facebook e, para nossa surpresa, a notícia de sua partida. Imaginamos que pessoas que nos foram caras um dia devessem ser eternas.

          Uma pessoa muito adiante dos costumes de seu tempo, porque ousava buscar o conhecimento, mergulhar no desconhecido, sem medo. Isso  num tempo em que as mulheres, em sua maioria, ainda não trabalhavam fora. Foi mãe de sete filhos e os encaminhou todos para frequentarem as universidades, fato que pode ser considerado quase que exceção à regra geral, uma vez que poucas famílias conseguiam fazer isso. Criou, com muito amor,  respeito e exemplo, todos os seus, e fez muito pelos filhos dos outros. Ana Leonor, Anamar, Ana Lice, Antônio João, Maurício, Cássio e Vanusa podem orgulhar-se da mãe que tiveram. Falar de seus filhos era seu maior orgulho. Minha esposa sabe o nome deles e as suas características pelo que a Dona Holga os descrevia em suas falas.

          A manifestação de seus ex-alunos nas redes sociais atesta o quanto foi querida por todos. Quando tivesse que tomar partido em uma situação, ficava ao lado do aluno, o que lhe deu credibilidade e confiança perante ele. Ter sido seu aluno, colega, vizinho e amigo foi um grande privilégio. Fica sua imagem eternizada no pensamento de cada um de nós.  Esteja feliz num lugar muito bonito  merecido,  Dona Holga!

Euclides Riquetti

segunda-feira, 28 de abril de 2025

Procura, na escuridão da noite...


 



Procura, na escuridão da noite, encontrar respostas
Busca entender a causa das mazelas e dores sentidas
Procura, na escuridão da noite,  fazer o que gostas
Busca deleitar-te nas delicias que nos oferece a vida.

Busca, em todos os cantos e em todos os lugares
Procura a paz para tuas angústias e tuas inquietações
Busca absorver a energia do sol que nos trazem os ares
Procura a paz que acalenta e aquece os corações.

Busca, procura, tenta encontrar todas as  razões
Que levam as pessoas a ações inconsequentes
Que as submetem às mais tensas inquietações.

Procura, busca,  tenta ir além daquilo que te convém
Despoja-te dos orgulhos e ofensivas insolentes
Faze o bem, sempre, sem  considerares a quem!

Euclides Riquetti

Toda a hora é hora pra sonhar

 


 


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Toda a hora é hora pra sonhar
Hora de andar nas nuvens brancas
De lembrar das canções que sempre cantas:
O pensamento mergulhado nas lembranças
Hora de embalar o teu ninar.

Toda a noite foi feita pra se dormir
E os mais belos sonhos ensejar
Nas praias onde balança o verde mar
Onde o vento nos vem  acalentar
Acariciar o teu rosto a me sorrir.

Todo o dia é dia do sol brilhar
De bronzear a tua pele delicada
Que eu mordisco na noite enluarada
Olhando para a imensidão estrelada
Enquanto sinto o teu coração a pulsar.

E, em todas as horas das  noites e dos dias
Não importando onde quer que  estejas
Meu coração se envolta em alegria
Pois é apenas a ti  que ele quer e deseja:
Musa que me traz à nostalgia
De te  dar minha alma que te corteja...

Euclides Riquetti

Gosto de você

 


 



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Gosto de você desde há muito tempo
De quando você tinha cabelos compridos
De quando nos chamávamos por apelidos
De quando tínhamos leves pensamentos.

Gosto, sim, como que no céu há estrelas
Nas noites agradáveis,  muito inspiradoras
Porque temos manhãs azuis e promissoras
Que nos valem pelo prazer de tê-las.

Gosto de você porque você gosta de mar
De ondas, de areias, de águas espumosas
De sol, de sereias, de tardes glamorosas
De ternos perfumes que flutuam no ar.

Gosto de você, gosto muito...bem assim
Gosto de você pelo que você foi e pelo que é
Gosto de você, porque é uma bela mulher
Gosto de você porque você gosta de mim!

Euclides Riquetti

Vem aqui tomar um chima, tchê!

 

 



Vem aqui tomar um chima, tchê!

Mas traga erva verde e cuia, agora

Porque por causa da pandemia, tchê!

É pra ter cuidado em toda a hora!


Traz a tua cuia e a prenda, tchê

Vamos cevar em separado

Cada qual com a sua bomba, tchê

Pra sorver o mate bem amargo.



E depois de muito chima, tchê

Vamos rodar numa vanera

Quem sabe xote bem largado, tchê

Bota, bombacha e algibeira.


Com homem guapo na sanfona, tchê

Bumbo nativo e muita percussão

No violão os dedos mágicos, tchê

E poucos casais na pista no salão.


Saudando o dia do chimarrão, tchê

Um chima quente ou o tererê gelado

Com a índia chinchada no coração, tchê

Que Deus abençoe meu mate sagrado!


Euclides Riquetti

Dia do Chimarrão - dia de comemoração!

 

 



       Neste dia 24 de abril, estamos comemorando o Dia do Chimarrão. Na verdade, é o Dia do Churrasco e do Chimarrão, data oficializada através de Lei no estado do Rio Grande do Sul. Tomar mate e comer churrasco está na pauta dos costumes do Gaúcho. Nós catarinenses, somos muito influenciados pela cultura do Rio Grande. O Sul é grande produtor de erva-mate nativa, embora hoje tenhamos muitas plantações mais organizadas em fileiras, diferentemente da verdadeiramente nativa, que tem disposição irregular nos terrenos. Os ervateiros a denominam de "erva plantada". 

      A erva-mate é muito cultivada aqui no Oeste e Meio Oeste de Santa Catarina. Em Capinzal e Ouro, minha terra natal (nasci em Ouro quando este era distrito de Capinzal), ainda temos muitas plantas nativas localizadas em potreiros, em meio a áreas de cultivo de grãos, ou mesmo em meio a matas nativas. A esta, chamam de erva-mate sombreada. Quando criança, presenciei muito a produção de erva-mate lá na propriedade de meus padrinhos, João e Raquele Vitorazzi Franck. Desde o corte na planta, com facão, realizado pelo Stefenito, filho deles, até a colocação no barbacuá, a sapeca com fogo, o cuidado para não incendiar e a socagem num pilão conectado à roda d´água. 

       Na cidade de Bituruna, Paraná, em todo o território municipal e vizinhanças, há uma grande quantidade de plantas de erva sombreada. Das 1.700 famílias rurais dali, 1.500 têm erveiras em suas propriedades. O município sabe muito bem explorar o fato. Inclusive, costumam realizar lá a Festa do Mate, que atrai muitos turistas. Eu mesmo levei um grupo de Joaçaba, Luzerna, Herval D´Oeste, Lacerdópolis, Capinzal e Ouro para participar de uma festa lá, um evento muito bem organizado. Bituruna foi vencedor de concursos de erva-mate sombreada em nível nacional. Na ocasião, inclusive, estava presente a Escola do Chimarrão, com palestras sendo realizadas pelo jovem André Zampier, que é muito conhecedor da área e filho da biturunense Janete Santos, que foi minha colega de Faculdade na Fafi, em União da Vitória. André Zampier é um apaixonado pelos ervais e um dos mais conhecedores do assunto. Na Festa de Bituruna, sorvete e chope de mate, costeletas de porco tostada com erva-mate, docinhos, bebidas alcoólicas e não alcoólicas. 

       O comércio microrregional nos oferece várias marcas de erva-mate. De Capinzal, a Ana Maria, produzida pela \Família Riffel. A Erva-mate Aldete, da Família Boaretto, interrompeu a produção. Em Ouro, temos a Charrua e em Jaborá a Tertúlia, a primeira do Altair Marca e esta do Chico Marca, irmãos. De Catanduvas, Vargem Bonita nos chegam a Jacutinga, Verdinha Anzolin. De Concórdia, a Simioni.  Mas há marcas de Caçador, a Mazutti, e outras de Canoinhas. De General Carneito a Giotti é muito consumida aqui em Joaçaba e região. A Festa do Chimarrão, de Catanduvas, foi suspensa por razões financeiras e, agora, por causa da pandemia da Covid 19. 

Tenho vários poemas em que o tema "chima" se faz presentes e, por isso, deverei reeditá-los neste blog. Um bom chimarreiro consegue preparar uma cuiada em 11 segundos. E você, sabe preparar um chima?


Euclides Riquetti

24-04-2021 -  Dia do Chimarrão

Quando estiveres sozinha

 


 



Quando estiveres sozinha, sentindo-te abandonada

Quando estiveres triste, como se o mundo tivesse desabado
E olhares para o céu, e te parecer que tudo está acabado...
Lembra-te de quem  um dia já esteve em tua estrada.

Quando estiveres deprimida,  sentindo-te desolada
Quando estiveres te sentindo como que num abismo profundo
E imaginares que pra ti não há mais ninguém no mundo...
Lmbra-te de alguém por quem podes ter sido amada.

Quando as noites de verão te parecerem frias como as do  inverno
Quando teu coração estiver se descompassando, nervoso e desorientado
E pensares que nada mais tem solução, e imergires no passado
Lembra-te que em algum momento alguém te prometeu  amor eterno...

Então, passa uma borracha sobre tudo o que te fez mal
Escolhe todas as coisas boas que tem guardadas em ti
Inicia uma nova jornada, constrói com elas um cenário real
Abraça-te num mundo novo, num novo amor que há de vir
E abraça-te em alguém que te possa fazer feliz!

Euclides Riquetti

Para o amor não há fronteiras

 

 




Sintonizam-se pensamentos lado a lado 
Na transposição dos limites do universo
No sobrepor-se às fonteiras das paredes
Onde se escondem os corpos e o pecado
Nos  desejos, nos afagos  tão diversos.

Para o amor, não há fronteiras, acredite
Para nosso amor, só o céu é o limite"-

Sintonizam-se almas gêmeas que se buscam
Dos parceiros na  distância imensurável
Nas fontes de prazer apenas saciar as sedes.
Nem as trevas e tempestades os ofuscam
Porque há um  amor puro, um sentimento inabalável.

Para o amor não há fronteiras, acredite
Para nosso amor, só o céu é o limite!


Euclides Riquetti

domingo, 27 de abril de 2025

Rabisquei palavras avessas

  



Rabisquei palavras avessas nas linhas certas

Versei versos românticos de noite de  luar

Bebi licores de figos, cerejas, frutas diversas

Absorvi o perfume que me permitiste aspirar.


Compus poemas que te pudessem contagiar

Usei palavras bem simples e outras rebuscadas

Eu correndo nas ruelas e tu pousada num altar

Sou o menino que te amou em vidas passadas.


Devorei os livros de história ou de literatura 

Para te encontrar em algum tempo ou lugar

Encontrei em pele bronzeada, corpo de musa

Pisando nas areias quentes e nadando no mar.


E com palavras rabiscadas e outras rebuscadas

Teci os versos das estrofes que eu te dediquei

Tu desfilas na avenida e eu ali na arquibancada

Grito alto o teu nome, foste quem eu mais amei!

Euclides Riquetti

27-04-2025

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A deusa, a sereia, a musa...

 





A deusa, a sereia, a musa
Desenha a natureza o verde dos coqueirais
Desenha o céu o azul nas manhãs ensolaradas
Desenham o mar os recifes e os negros corais
Desenham o dia as brancas nuvens alvejadas.

O sol do ouro alaranjado doura a  morena pele
E o caminhante beija  o vento na manhã divina
A onda espumante que banha acaricia, não fere
O corpo que desafia minha  imaginação felina...

Desenha-se, no mar,  o mais perfeito dos cenários
A imensidão oceânica que colore e perfuma
E se transforma no mais sagrado dos sacrários.

Louva-se, no mar, a brisa que enternece a alma
Louva-se, no mar, a deusa, a sereia, a musa
Louva-se, no mar, o seu sorriso que seduz e acalma...

Euclides Riquetti

O Futebol - num poema

 


 


Seleção Tri-campeã - Copa 1970 - México 




O futebol é a grande paixão do brasileiro.
A paixão que move os corações
É a mesma que move os pés
Que faz com que as pessoas, de todas as idades
Busquem, com determinação
A conquista da vitória!

No verde gramado dançam
Harmonicamente
Os corpos dos atletas.

Nas arquibancadas desenham-se
As mais espetaculares coreografias
E o grito de gol,  incontido
Sai das gargantas dos aficcionados
Pelo esporte bretão
Que encanta e envolve as multidões.

Este, está presente em todos os lugares, a toda a hora
Em todos os pensamentos!

É um Brasil de chuteiras
Para um povo
Onde todos somos técnicos em futebol!

Empunhamos nossas bandeiras
E levamos as cores de nossos times pelas ruas
Pelas fachadas dos prédios
Pelas janelas de nossos carros.

E, neste contexto, desenha-se o cenário do sonho
Da busca da glória
Do vencer
Da superação!...

Euclides Riquetti
(A pedido da Michele, em 02-07-2003)

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Transcendendo

 



Transcendo
Saio do conforto daqui
Liberto-me de meu céu imaginário
Navego no mundo, solitário
E vou pra perto de ti., de ti, de ti...

Transcendo
Busco as respostas que ainda não tenho
Volto no tenro  passado
Projeto-me o  futuro desejado
Viajo, vou e venho...

Transcendo
Porque acomodar-me é covardia
Porque omitir-me  é vergonhoso
Não combina com meu ser impetuoso
Há a desafiar-me, sempre, a ousadia.

Transcendo
É a maneira que tenho para estar contigo
De tocar tuas mãos e beijar teus lábios
De dizer-te os versos mais raros
De chorar em teu ombro amigo.

Transcendo
Para exercitar minha rebeldia
Para dizer-te de meu encantamento
Para, com todo o arrebatamento
Abrir-te minha  alma, guria...

Transcendo...

Neve de 1965 = Uma paisagem europeia em Capinzal e Ouro

 





 
Ouro - SC - Neve 1965 - foto arquivos RC -
Vista da Ponte Pênsil - antes do Rio, alojamentos
da Empresa Castello Branco S/A - que estava
restaurando a RFFSA
 

Capinzal SC - Neve 1965 - foto arquivo RC
Rua XV de Novembro - aos fundos OURO SC
antes do povoamento do Morro de Navegantes



Relembrando de Ouro e Capinzal... nestes dias muito frios no Sul do Brasil, 51 anos depois...
          Quando se fala em épocas em que as pessoas viveram, ou mesmo para estimar quantos anos viveram, muitos têm o hábito de dizer:  "A fulana (ou o fulano), viveu mais de 100 anos, porque sempre me dizia que tinha presenciado x florações das taquaras".  Bem, uma pessoa que deve ter vivido muitas florações das taquaras foi o "Caboclo Estevão", que morou em Pinheiro Baixo, Ouro, e era homem de confiança de um de nossos pioneiros, o Veríssimo Américo Ribeiro, carroceiro. O Estêvão teria vindo com o colonizador da região de Vacaria-RS, trabalhou com os Ribeiro e depois foi para Bonsuecesso, e os que o conheceram dizem que ele era uma  pessoal leal e bondosa. Guardo comigo uma foto dele, cedida pelo amigo João Américo Ribeiro, que cuida da propriedade da família em Pinheiro Baixo. Ele deve ter vivido mais de 100 anos...  O caboclo tinha uma mão enorme. (O Benito Campioni, irmão da Márcia, minha colega de trabalho, também tem uma mão daquelas de segurar e derrubar boi no chão). Quando o encontro, brinco muito com ele sobre isso,  meu ex-vizinho, gente boa.

          Esse intróito todo, fi-lo para chegar ao assunto do título: as neves que tive o prazer de presenciar, e que marcaram, de alguma forma, a minha vida. Mas, diferentemente das florações das taquaras, ela não tem um ciclo definodo para vir.

          O inverno de 1965 foi muito forte no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Eu tinha doze anos, estudava no Ginásio Padre Anchieta, e começou a fazer muito frio naquela estação. Tínhamos uma casa nova, de madeira, bem desenhada, ali na Felip Schmidt, ao lado da Indústria de Bebidas Prima, onde produziam refrigerantes e engarrafavam vinhos e outras bebidas. Quando fizeram o "engarrafamento", escavaram o terreno e deixaram um barranco, que com as chuvas que precederam o inverno foi desmorronando, pondo nossa casa em risco de desabamento. Na noite do dia 19 para 20 de agosto, fazia muito frio. De manhã, meu pai, Guerino, acordou-nos cedo para vermos e espetáculo que se desenhava à nossa frente: Ali onde hoje há o Posto da Combustíveis da Família Dambrós, havia uns gramados e umas plantinhas sobre as terras que eram jogadas para formar um aterro, e tudo estava coberto de neve. A Ponte Nova estava recoberta por um manto alvo, e o mesmo era contemplado nos telhados das casas, a maioria de madeira. Até os cabos de aço de sustentação da ponte pênsil acumulavam camadas de neve. As ruas de Ouro e Capinzal pareciam aqueles caminhos que se veem em filmes,  numa autêntica paisagem europeia. Os poucos carros que havia, e as carroças e charretes, estavam todos recobertos pelo branco brilhante. Os telhados do Hospital São José, do Hotel Imperial, do Hotel do Túlio, do Cine Glória, do Cine Farroupilha, da Distribuidora de Peças e Acessórios, da Casa do Ernesto Zortéa, do Marcos Fortunato Penso, do Pedro Surdi, da Dona Dileta da Silva, do Adelino Casara, do Adelino Beviláqua, e de muitas outras edificações, era possível vê-los por nós, que observávamos a paisagem com nossos olhos originários do Ouro.

          O peso da neve mexeu com a estutura de nossa casa. Tivemos que abandoná-la. Fomos distribuídos nas casas dos parentes, dos tios Arlindo Baretta,  Adelino Casara e Victório Riquetti. Eu, fui para a casa da Tia Maria, do meu primo Moacir. Lembro-me bem, que à tarde, precisei ir à Comercial Baretta fazer umas compras para a tia, e meu único par de sapatos estava molhado, gelado. Fui com as chuteiras do Moacir, que tinha as traves altas , e que minha ingenuidade fazia-me pensar que a sola ficaria mais alta que a neve. Só ilusão: congelei os pés. Aulas suspensas. O Frei Gilberto (Giovani Tolu), suspendeu nossas aulas, estava muito feliz, porque via, aqui na América do Sul, a mesma nostálgica paisagem que sua mente trazia de sua infância na Itália.

          O Joe e a Bunny,  eram  norteameriacanos que atuavam junto aos Clubes 4-S no interior do Ouro, havendo um clube pioneiro em Linha Sul ( o primeiro de Santa Catarina),  moravam de pensão na casa do Sr. Guilherme e da Dona Mirian Doin.  Eles eram dos 4-H, clubes dos Estados Unidos da América que tinham as mesmas funções e objetivos que os 4-S do Brasil:  Head,  Hands, Heart, and Health, que em português entndíamos como: Saber, Servir, Sentir e Saúde.  Acostumados com a nove do Norte, fotografavam, faziam bonecos e esculturas. O Joe, que jogava basquetebol na quadra do Padre Anchieta com o Dr. Leônidas Ribeiro, o Rogério Toaldo e outros, era alto e usava óculos ( até para jogar). Ficou maravilhado com a neve. E, nós, tivemos que demolir nossa casa, da qual tenho muitas saudades...

         Como resultado do frio, houve perdas e animais nos sítios e fazendas. Lembro que houve muita mortandade de abelhas. Até mesmo o mel que vinha de Abdon Baptista, não veio mais. Não vinha mais o caminhãozinho carregado, com as latas de 20 Kg, com que estávamos acostumados. E o produto encareceu. Alías, ficou sumido pelos anos seguintes, até que os enxames e as colmeias foram-se recompondo.

          Além dos eventos climáticos que resultaram na enchente de 1983, penso que a neve de 1965 seja o outro fenômeno que mais nos marcou.

          Ah, acho muito bonitas a neve e a geada. Mas, agora, com ar quente no carro, é muito mais fácil de encarar o frio. Viva a bela lembrança do passado!  E viva a moderna tecnologia!

Euclides Riquetti
15-07-2012

O perfume que vem do leste

 


 



O perfume que vem do leste

Posso sentir o doce perfume que vem do Leste
Que vem flutuando, leve, vem de algum lugar
É algo que me envolve, seduz e me enternece
Tem gosto de flores, de sol, da cor azul do mar.

É um perfume que me atrai, me atiça, me desafia
E me traz uma sensação divinamente irresistível
Um misto de sedução, sensualidade, de euforia
Um cheiro de pele clara, atraente e indescritível.

E eu ouço as nuvens silenciosas que mo trazem
E refuto os algodões escuros dos dias chuvosos
Que me roubam os perfumes na noite selvagem!

Então eu  espero que volte o dia claro de lume
Que se dissipe o cinzento dos dias nebulosos
Pra que me volte o olor de seu suave perfume!

Euclides Riquetti

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Um horizonte azul cor do céu

 

 


 



Um horizonte azul cor do céu

Há um horizonte azul a nos esperar
E corpos que  flutuam embalados em canções
Nas ruas da terra , através das gerações.
No azul da cor do céu, no  azul da cor do mar.

Há um horizonte azul  a nos amparar
Em todas planícies verdes deste mundo
Nos mares que cobrem do sol  rotundo
E ombros que me esperam pra chorar.

Havia um horizonte azul no teu olhar
Que me buscou entre os andantes do universo
E um doce abraço teu a me chamar:

Agora, em cada nova manhã de invernos e verões
O Poeta   te exalta  em prosa e verso
Ó  musa de meus encantos e paixões!

Euclides Riquetti

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