domingo, 30 de março de 2025

A Guerra dos Ovos e Estradas, Energia, Armazenagem (os descuidos de quatro décadas)!

 




       O Brasil vive uma guerrinha chula que abrange uma realidade factual e uma virtual. Sim, estamos em plena Guerra dos Ovos. Esta vem sucedendo a das carnes e do café. Os atores são aqueles que buscam os holofotes os dedilham os teclados para competir num campo que está se tornando vasto: O dos espectros ideológicos, políticos e sociais. A tenda do circo mundo está cada vez maior. E os palhaços tropeçam entre si no picadeiro. Os iludidos e os engajados surfam ou se afogam em suas narrativas, crenças e idiotices, Os vidiotas e os netidiotas se digladiam. O jornalismo raiz está desaparecendo, os comunicadores são torcedores de alguma forma: estão no Lado A, no B ou no C de centro. Enquanto isso, a vida do cidadão comum vai ficando cada vez mais difícil.

       A oposição ataca falando na picanha prometida, no café, nos combustíveis, nos juros altos, nos impostos escorchantes. O Governo faz malabarismos para conter a desgraça estrutural, gasta mais do que deve, busca foras de comunicação que não fazem mais efeito e o povo reclama. O Governo de torna impopular e as eleições de 2026 fazem-no correr contra o tempo, vivendo situações pelas quais não imaginava passar. Os preços dos produtos se balizam nas oferta e na sua procura. Então, economizemos justificativas e narrativas. O arroz e o feijão estão baratos, o óleo de soja oscila, o tomate idem. A carne, os chocolates e os ovos estão caros. O material de limpeza e higiene você tem muitas opções de compra, com preços para todos os bolsos.

       O conjunto de falas, falácias, falações, ações e atitudes tem crescido, cada qual se defende como pode e, como diria o comentarista esportivo, a melhor defesa é o ataque. Isso se aplica aos esportes, mas não cola em todos os outros campos. Se atacar indevidamente, vem chumbo grosso de volta.

       Pontes – rodovias – estrutura básica – Há quantos anos estamos regredindo em termos de estradas transitáveis e seguras, em estrutura básica para logística, em evolução das artes correntes, que são o suporte de segurança das rodovias, principalmente nas BRs, da malha rodoviária federal? – E a resposta eu tenho: 4 décadas, quase 5!

       Trabalhei na concessionaria da Mercedes-Benz do Brasil em União da Vitória, Paraná, de 1972 ao inicio de 1977. Cinco anos na mesma empresa, a fila de espera para os clientes receberem seus caminhões dos modelos mais tradicionais era de 4 a 6 meses, os mais potentes, os “lançamentos”, conseguiam-se em menos de um. Mas ainda eram dúvida na cabeça dos transportadores. As rodovias federais asfaltadas eram as mesmas de hoje, mas eram novinhas, e o movimento era bem menor, havia menos veículos transitando. Os governos eram cobrados para investimentos em armazenagem, pois muitos produtos eram perdidos por não terem lugar para serem armazenados até o seu escoamento.  As cooperativas obtinham do “governo da ditadura”, empréstimos a juros subsidiados, construíam grandes armazéns para secagem e depósito de grãos. Os produtores ganhava dinheiro e plantavam no jargão de “Plante que o João Garante”.

       Agora, os planos de produção são alardeados, dinheiro  é disponibilizado produtor. Mas temos as intempéries... Já as tínhamos nos anos70. Olhavam-se os “rabos de galo” no céu do Rio Grande do Sul para esperar pelas chuvas em janeiro aqui em Santa Catarina. A produtividade não era tão generosa como é hoje, pois temos grandes avanços tecnológicos. Mas temos significativas perdas, agora não só pela insuficiência de armazenagem, mas pelo alto custo da energia elétrica, os buracos nas estradas, os pedágios, o IPVA, o seguro do veículo e os juros dos financiamentos.

       A imprensa desinformada, tendenciosa quando velha viciada e ingênua quando nutella, pouco contribui para que os  brasileiros possam viver melhor. E o dinheiro que deveria ser utilizado para melhorias e construção de novas rodovias ou ferrovias, vai para manter uma estrutura paquiderme de executivo, legislativo e judiciário.

       Os problemas das cidades – Todos conhecem os problemas de mobilidade, violência e moradia,  das cidades grandes. Estes chegaram às médias e nem as pequenas, como as nossas, já não conseguem escapar deles. Mas no nosso meio, ainda é possível que a população aja em conjunto e se consegue uma mitigação deles, reduzindo seus impactos. As conferências das cidades são a oportunidade de os cidadãos se se expressarem para manifestarem suas ideias, Se todas as classes sociais, profissionais, comerciais e produtivas se fizerem representar, poderemos ter grandes resultados. E, para as gestões municipais, podem ser um bom norte para planejarem seus investimento no presente e no futuro. Quem anda nas nossas ruas, a pé, de bicicleta ou em veículo motorizado, sabe onde há aperto em seu calo. Participemos das Conferências das Cidades em nível local.

Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com


Minha coluna no Jornal Cidadela - de Joaçaba SC - 

Em 28-03-2025

 

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