O Brasil para,
mas a vida continua. Dentro da máxima de que o Brasil começa a andar depois do
carnaval, então agora é hora da volta à realidade. Temos desafios à frente,
muita turbulência política e jurídica. Mas o tempo resolve todas as encrencas de
todos, portanto deixemos que ele tenha seu curso normal. Mas os boletos que
estão nas gavetas , nas caixas de e-mail ou em qualquer dispositivo eletrônico
precisam ser pagos. Já não temos mais tempos de almoço grátis.
Agora as mentes
se voltam para a política e para o futebol, os assuntos que costumam campear em
nossas mentes. Os campeonatos estaduais estão por acabar e logo se inicia o
Campeonato Brasileiro de Futebol. Emoções, ilusões, alegrias e decepções. E as
eleições de 2026 já estão antecipadas,
começa a divulgação de pesquisas de avaliação dos governadores e do Presidente
da República. É um assunto que ainda dá muita audiência, muito ibope. E os
comentaristas dos canais news deitam e rolam, mas apanham no YouTube, no
whattsapp e no instagram. Nunca foi tão fácil falar, nem tão difícil mentir.
Mais do que nunca, a mentira tem pernas curtas.
O foco das
antigas querelas entre Lula e Bolsonaro já não é tão intenso. O Capitão meio
que moderou seu discurso e o antigo torneiro mecânico continua a dar aquelas
entrevistas pouco consistentes, que valiam muito para duas décadas atrás, mas
que agora já não o ajudam muito.
O brasileiro
torcedor, que não tem mais uma seleção de futebol vencedora, nem um ídolo que
possa ser comparado a Pelé, não viu ressuisrgir uma Maria Esther Bueno nem um
Gustavo Kurten, sente saudades de um Ayrton Senna, não tem mais um casal como
Tarcísio Meira e Glória Meneses nas telenovelas,, não tem muita coisa a
comemorar. O ganho de um troféu no Oscar com um filme nacional parece que foi a
maior coisa que conquistamos em toda a nossa história, dada a importância que
a imprensa conferiu ao assunto.
Nossa realidade,
porém, está presente quando vamos abastecer nosso carro no posto de gasolina,
quando vamos comprar comida no supermercado, remédios na farmácia, ou quando
nos falta dinheiro para pagar as contas, e nos deparamos com a realidade dos
juros altos. Vivemos instados a gastar, consumir, ter aquilo que nosso dinheiro
não nos permite ter, saldo negativo nos bancos, longos financiamentos ou
empréstimos de longo prazo, e assim por diante.
Nossa real nos
indica que precisamos de mais estudo, trabalho, leitura, exercícios
matemáticos, alimentação saudável, exercícios físicos e lazer, embora este
último também esteja dispendioso. Mas somos fortes, trabalhamos, passamos pela
vida pagando IPVA de carro e, muitos de nós, chegando ao fim dela sem ter a
casa própria. Nas periferias da cidade, amontoados de gente vivendo em
condições sub-humanas, em todos os lugares há os riscos de assaltos e a
sujeição à violência, em especial contra as mulheres, as crianças e as pessoas
em idade avançada, sempre as mais vulneráveis.
A vida segue, no
entanto! E nossos sonhos precisam continuar a ser alimentados, pois se nos
faltarem, nossa vida perda a razão de ser, fica sem graça, vem a depressão, as
doenças. Ter ideais, construir castelos em bases sólidas, constituir família,
dar seguimento à vida, propor a continuidade das gerações, poder usufruir do
progresso e todas as coisas boas que ele nos oferece, sem perder a saúde e a
dignidade. Ser proativo, audacioso quando necessário, moderado quando a
situação assim exige. Ter a sorte de ter energia e saúde, o amor, a amizade, a
esperança de que a nossa caminhada seja longa, seja saudável, colher o mesmo
respeito que plantamos em nossa trajetória de vida.
Assim vamos... E
nossa volta à realidade do pós-carnaval virá na próxima semana, porque a que
está em curso é de calças curtas. Valorizar o ser e almejar o ter, olhar para
tudo o que nos rodeia, valorizar quem está perto e compõe nosso mundo real. Estamos
no ano 2025, finalmente. Vamos em frente, que atrás vem gente!
Euclides Riquetti – Escritor – www.blogdoriquetti.blogspot.com
Bonito texto. Mas o capitão não moderou o seu discurso. Moderou tão somente o seu linguajar chulo com medo de ir pra cadeia.
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