No gramado de minha casa caem peras
São peras verdes, peras amarelas
Frutas pesadas, mas singelas
No meu gramado me caem lágrimas e estrelas.
No gramado de minha casa choram emoções
De ver a criança deslizando os pés delicados
E os beija-flores buscando o adocicado
(No meu gramado acalentamos corações).
A pitangueira, ali, atrai os passarinhos
Ela, com os pequenos frutos alaranjados
Eu, aqui, com os meus zelos e cuidados
Jogando alpíste para os pequeninhos.
E as bergamoteiras acanhadas
Sombreiam as pequenas jaboticabeiras
Ameaçadas pela corpulenta ameixeira
Reverenciam as laranjeiras carregadas.
E vêm canários, pardais ou tico-ticos
De todos os lados, até de azul penugem
Nem se vê de onde, mas de repente surgem
Trazendo raminhos nos pontudos bicos.
É a natureza que sobrevive à fúria humana
Antagonizando com os blocos de concreto
Contra o vidro, o cimento, o prumo certo
Majestosa força, soberana!
E os caquizeiros, respeitosos, aguardam o entardecer.
Buscam encontrar o aroma da romã
Que não vem, porque a mão humana, esta vilã
Não lhes sobrou lugar para crescer.
Euclides Riquetti
São peras verdes, peras amarelas
Frutas pesadas, mas singelas
No meu gramado me caem lágrimas e estrelas.
No gramado de minha casa choram emoções
De ver a criança deslizando os pés delicados
E os beija-flores buscando o adocicado
(No meu gramado acalentamos corações).
A pitangueira, ali, atrai os passarinhos
Ela, com os pequenos frutos alaranjados
Eu, aqui, com os meus zelos e cuidados
Jogando alpíste para os pequeninhos.
E as bergamoteiras acanhadas
Sombreiam as pequenas jaboticabeiras
Ameaçadas pela corpulenta ameixeira
Reverenciam as laranjeiras carregadas.
E vêm canários, pardais ou tico-ticos
De todos os lados, até de azul penugem
Nem se vê de onde, mas de repente surgem
Trazendo raminhos nos pontudos bicos.
É a natureza que sobrevive à fúria humana
Antagonizando com os blocos de concreto
Contra o vidro, o cimento, o prumo certo
Majestosa força, soberana!
E os caquizeiros, respeitosos, aguardam o entardecer.
Buscam encontrar o aroma da romã
Que não vem, porque a mão humana, esta vilã
Não lhes sobrou lugar para crescer.
Euclides Riquetti
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