sexta-feira, 15 de julho de 2016

No gramado de minha casa

 


 

 
 
 
No gramado de minha casa caem peras
São peras verdes, peras amarelas
Frutas pesadas, mas singelas
No meu gramado me caem lágrimas e estrelas.

No gramado de minha casa choram emoções
De ver a criança deslizando os pés delicados
E os beija-flores buscando o adocicado
(No meu gramado acalentamos corações).

A pitangueira, ali, atrai os passarinhos
Ela, com os  pequenos frutos alaranjados
Eu, aqui, com os meus zelos e cuidados
Jogando alpíste para os pequeninhos.

E as bergamoteiras acanhadas
Sombreiam as pequenas jaboticabeiras
Ameaçadas pela corpulenta ameixeira
Reverenciam as  laranjeiras carregadas.

E vêm canários, pardais ou tico-ticos
De todos os lados, até de azul  penugem
Nem se vê de onde, mas de repente surgem
Trazendo raminhos nos pontudos bicos.

É a natureza que sobrevive à fúria  humana
Antagonizando com os blocos de concreto
Contra o vidro, o cimento, o prumo certo
Majestosa força, soberana!

E os caquizeiros, respeitosos, aguardam o entardecer.
Buscam encontrar o aroma da romã
Que não vem, porque a mão humana, esta vilã
Não lhes sobrou lugar para crescer.

Euclides Riquetti

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