domingo, 24 de março de 2019

Gol contra...gol a favor - Zortéa, 50 anos depois!

   
Resultado de imagem para fotos Zortea Brancher  Zortéa

Área onde se localizava o campo de futebol do
Grêmio Esportivo Lírio, em Zortéa, deu lugar a
uma garagem/oficina e, agora, ao Paço Munici-
pal.

       Era o dia 16 de março de 1969, um domingo, com tarde bonita de sol outonal. Reuni-me com um grupo de amigos ali de Capinzal e Ouro.  Eu tinha 16 anos, estava no primeiro ano do curso de Técnico em Contabilidade, na antiga Escola Técnica de Comércio Capinzal, que pertencia ao sistema CNEC brasileiro, a Campanha Nacional de Escolas da Comunidade e fomos jogar futebol em Zortéa.

       Arrendamos a pick-up Willys da Marcenaria São José para nos levar. O motorista, Manoel Sartori, o Manoelito, que estava no Exército, no 5BE, de Porto União, levou atrás do assento uma leiteira de alumínio com água e pedras de gelo, pois o radiador da caminhonete costumava esquentar porque estava com um pequeno vazamento. O pai dele, o saudoso e simpático Waldemar, nos fizera um grande favor em deixar que ele nos levasse de caminhonete.

       Nosso grupo era formado por jovens que não tinham nenhum prestigio nas cidades de Capinzal e Ouro. Eu havia levado uma bronca do treinador Orestes Francisco Antunes, nosso treinador no juvenil do Arabutá Futebol Clube, num treino lá no estádio da Baixada Rubra, na antiga SIAP, hoje Parque e Jardim Ouro. Não gostei e passei a jogar para o time da Siap, que tinha o João Machado, o Joãozinho da Dona Berta (neto dela), como "Presidente Faz Tudo". Jogávamos num campinho que se situava ao norte de onde há o trevinho de acesso ao estádio do Arabutã, no Parque e Jardim Ouro. Ao lado dele havia a casa do saudoso amigo e adiante colega de trabalho, Antenor Rodrigues. Na ponta direita do campo, no sentido campo do Arabutã para a atual Escola Municipal Felisberto Vilarino Dutra, havia uma palmeira. O Joãozinho da Berta, que adiante casou-se com a saudosa Ivone Thomé,
e era um ponteiro muito veloz, mas que corria com a cabeça abaixada, de vez em quando driblava aquela palmeira, para não chocar-se contra ela.

       Pois bem, chegamos em Zortéa para o jogo preliminar. O Grêmio Lírio, onde atuei como lateral direito de 1977 ao início de 1980, estava sonhando com um belo estádio, que seria inaugurado adiante, num memorável jogo contra o Ipiranga de Erechim. Elízio Susin e Olivo Susin  já jogavam com muita classe e habilidade no time adulto de lá. Mas, naquela tarde, durante a partida de fundo, por alguma razão, o Olivo, que vira nosso jogo,  vira nosso jogo,  ficou ali, conosco, ao lado do campo, na parte Sul, enquanto algumas pessoas ouviam, no rádio, um jogo do Vasco da Gama contra o Bangu, no Rio de Janeiro. Adiante, esse local sediou a Garagem e o Almoxarifado a Zortéa Brancher - Compensados e Esquadrias - e agora a Prefeitura Municipal de Zortéa.

       Bem, o jogo contra o juvenil do Lírio, nós vencemos por um a zero. Joguei de centroavante, acho que foi porque eu era alto, já beirando 1,80 m de altura, chagando, adiante, aos 1,83. E marquei o gol da vitória contra o time do Armando Susin, do Hermes, do Tarugo Ulisses Gonçalves), e do Neco Susin. Eles tinham um goleiro "de enxerto", o Ascelide Parizotto, que era do Ouro e morava de pensão no casarão que pertenceu ao Marcos Fortunato Penso, depois ao Idalécio Antunes. Pois me passaram a bola e eu driblei dois zagueiros e olhei ameacei chutar no canto esquerdo do goleiro Parizotto, que tinha o apelido de "Bonitão", que gostava de jogar com o cabelo bem arrumado, como o elegante Heleno, que jogou no Botafogo do Rio. Ele foi para o canto esquerdo dele e eu apenas tive o trabalho fácil de tocar no outro canto, fazendo o gol da vitória.

       Naquele tarde, aprendi que, além das calças Lee, importadas, que eram o sonho de todo o jovem, existiam as calças Levi´s, jeans com uma textura excelente, que quando desbotavam ficavam com umas linhas dos entrelaçados de algodão na vertical mais aparentes, dando a ideia de listras naturais. Pois o Olivo Susin estava usando uma delas. Era motorista de um caminhão Mercedes-Benz L-1111, cor azul, predecessor de L-1113 e viajava para Cascavel e Foz do Iguaçu, de onde dava uma escapada ao Paraguay e de lá trazia, vez por outra, alguma encomenda. Ele foi o pioneiro no uso da famosa Levi´s no Baixo Vale do rio do Peixe.

       Bem, mas voltando ao caso do jogo do Vasco com o Bangu, (para quem o Vasco perdeu ontem, 23-03-2019, por 2 a 1, no estádio de São Januário, no Rio de Janeiro), naquele dia o placar foi de 1 a 1. Isso porque o goleiro Valdir Appel, do Vasco, de baixa estatura mas muito bom entre os arcos, ao tentar arremessar a bola para o ataque, para que chegasse ao jogador "Dé Aranha", acabou se arrependendo e arremessando a bola contra suas próprias redes. Esse fato foi marcante e relembrado na noite de ontem, durante o jogo contra o Bangu.

       Joguei no Grêmio Esportivo Lírio de 1977 ao início de 1980, como lateral direito, uma das melhores épocas de minha vida!

       Em 1977 voltei ao Zortéa para atuar como professor de Inglês e Português na Escola Básica Major Ciprano Rodrigues Almeida, levado pelos compadres Aníbal Bess Formighieri e Vitória Brancher. onde morei por três anos. De lá, guardo excelentes lembranças, pois ali tivemos  nossas filhas, gêmeas Michele e Caroline. Jamais imaginaria, no dia daquele jogo, que o mundo desse tantas voltas, e que aquele lugar viesse a se tornar palco de tantas outras cenas por mim vividas!

Euclides Riquetti
24-03-2019 -  50 anos depois...

2 comentários:

  1. Boa tarde Riquetti.
    Sou o Arnaldo Susin (Neco), moro em Curitiba, filho de Nadir e Zulema Susin.
    Através do filho do Armando Susin (in memorian) recebi essa semana essa linda reportagem a respeito da nossa adolescência em Duas Pontes. O qual fiquei emocionado e feliz ao mesmo tempo.
    Sempre tem um anjo da guarda e ou alguém importante que se preocupa com historias reais e saudosistas. Fiquei impressionado com o comentário feito por uma pessoa inteligente como você. Importando-se com o ser humano.
    com historias de vida e vivencias de uma época que existia a amizade sem troca de algo. Eramos humildes, não tínhamos maldades. Não tínhamos muitas perspectivas, opções. Mas eramos felizes no interior com o que na época estava ao nosso alcance.
    Lembro- me de você como uma pessoa muito alegre, magra alta e sorridente.
    Eu em marco de 1977, fui convidado pelo Sr. Sadi Brancher, o qual estava trazendo para Curitiba dois Filhos, Tonico e Mauricio para fazer cursinho pre vestibular. Pois em Capinzal já não tinha mais opções. Embarquei nessa e até hoje gracas a Deus
    fiz aquilo que recebi dos meus pais. Humildade e honestidade. A importância de ter amigos e família. Isso eu preservo e valorizo ate hoje. Deixamos pra la...Isso nos valoriza.
    Estou muito feliz, muito agraciado pela linda historia de 50 anos conforme você escreveu. Portanto, quem não e lembrado não e visto.
    Você mora em que cidade, Capinzal? Precisamos de um encontro para um abraco, aproveitando, que ontem foi o dia do amigo.
    Fone 41-3668-5049 e 41-99971.1170.

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    1. Muitíssimo contente em receber o comentário do gentil amigo de outrora. Retribuo com um fortíssimo abraço.

      Euclides Riquetti

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Amigos, peço-lhes a gentileza de assinar os comentários que fazem. Isso me permite saber a quem dirigir as respostas, ok? Obrigado!